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AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA DO FORO REGIONAL DE VILA PRUDENTE DA COMARCA

DE SÃO PAULO - SP

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: Artigo 1048, II do CPC

TATIANA DE OLIVEIRA SOARES, brasileira,


portadora da cédula de identidade nº 99010066437, inscrita no Cadastro Nacional de
Pessoas Físicas sob o nº 642.891.173-68, neste momento deixa de informar seu
endereço por ser mulher vítima de violência doméstica, por meio de sua advogada
DEBORA FLORENCIA DA SILVA, brasileira, inscrita na OAB/SP sob o nº 414.143, com
endereço profissional na Rua José Versolato, 111B, sala 3014, Centro, São Bernardo do
Campo- SP, Tel. (11) 94827.0179, com endereço eletrônico
deboraflorencioadv@outlook.com, devidamente constituída por procuração que se
encontra anexa, vem, respeitosamente, à presença do juízo, propor a presente:

AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE GUARDA E REGIME DE CONVIVÊNCIA

em desfavor de BERNARDO PINTO CARAMEL, brasileiro, inscrito no Cadastro Nacional de


Pessoas Físicas não informado, cujo número de celular é  (24) 98141.6825 residente e
domiciliado na  Estrada da Bocaina, 01, Sertão da Bocaina, CEP 01285-000, Bananal -
SP (Mora no pico da Serra da Bocaina, zona rural em Bananal-SP. 1200 mts de
altitude), pelos fatos e fundamentos jurídicos alinhavados a seguir.

PRELIMINARMENTE

I. DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO DO PROCESSO

Nos termos do Código de Processo Civil, que


dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1.048 a respeito da tramitação prioritária dos processos
em que haja a participação de crianças, requer, inicialmente, que seja concedida a prioridade
absoluta na tramitação deste feito.

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II. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O direito à gratuidade está previsto no artigo 5º,


inciso LXXIV, da Constituição da República, como garantia aos que, comprovadamente,
necessitam obter a prestação jurisdicional. Segundo o Código de Processo Civil, que revogou
em parte a Lei 1.060/50, o artigo 98 dispõe que “A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da Lei”.

Pelo exposto, com base na legislação específica


vigente e na garantia fundamental inserida na Constituição da República, pleiteia a requerente
a concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, para fins de isenção das custas
processuais, bem como de eventuais honorários advocatícios, garantindo-lhe, deste modo, o
efetivo acesso à justiça.

III. DA IMPOSSIBILIDADE DA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO EM RAZÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E MEDIDA PROTETIVA

O Novo Código de Processo Civil traz em seu


artigo 334 a previsão da realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação,
tal previsão é constante também no artigo 319, vejamos:

“Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e


não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz
designará audiência de conciliação ou de mediação com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§4º A audiência não será realizada:
I-Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse
na composição consensual.”

“Art. 319. A petição inicial indicará:


VII- A opção do autor pela realização ou não de audiência de
conciliação ou mediação.”

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A requerente informa que antes de ingressar
com a presente ação, foram realizadas várias tentativas de conciliação, porém todas
desgastantes e infrutíferas.

Ademais, embora o artigo 694 do Código de


Processo Civil contemple intensa diretriz voltada ao consenso ao expressar “todos os
esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia” é importante
destacar, porém, que o “empreendimento de esforços” deve se dar sem qualquer
coerção para que as partes aceitem participar das sessões consensuais.

Neste sentido, Fernanda Tartuce, em seu


artigo: “Audiência consensual inicial, violência doméstica e empoderamento.”

“Por ser a autonomia da vontade o princípio basilador dos meios consensuais, é


essencial que as partes possam exercer a liberdade de participar ou não das
conversações promovidas por mediadores e conciliadores; afinal, seu engajamento na
negociação será primordial para que a autocomposição seja uma experiência
proveitosa.”

Ocorre que a requerente foi vítima de


violência doméstica cometida pelo requerido, conforme boletim de ocorrência anexo,
e o encontro com ele, ainda que virtual, lhe causaria constrangimento e abalo
psicológico, ensejar também, grave violação ao princípio da dignidade da pessoa
humana. Por isso, também por não haver possibilidade de autocomposição, a
requerente manifesta seu desinteresse em participar de audiência de conciliação.

Tribunais têm seguido essa mesma linha de


entendimento:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Agravante que insurgiu em face do


despacho que designou audiência de conciliação, sob alegação
de que foi vitima de violência doméstica. Possibilidade. Princípio
da Constitucional da Dignidade Humana deve ser observado -
Audiência de conciliação deve ser cancelada- Recurso provido
(TJSP, 2 Câmara de Direito Privado, Agravo de Instrumento n

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2215265-68.2016.8.26.000 - Campinas, Rel. Des. José Carlos
Ferreira Alves, V.U 12/12/2016

Sendo assim, diante dos transtornos e pela


experiência negativa vivida, bem como a fragilidade emocional que se encontra a Sra.
Tatiana de Oliveira Soares, não há possibilidade de submetê-la ao encontro forçado
com seu agressor, Sr. Bernardo Pinto Caramel, assim a dispensa da realização de
audiência de conciliação ou mediação é medida que desde já se requer, devendo,
assim, o processo ter andamento em seus atos posteriores.

IV. DO JULGAMENTO DESTE PROCESSO DE ACORDO COM OS FUNDAMENTOS DO


PROTOCOLO PARA JULGAMENTO COM PERSPECTIVA DE GÊNERO DO CNJ

Lançado em outubro de 2021, o Protocolo para


Julgamento com Perspectiva de Gênero tem como um dos objetivos o direcionamento no
modo de atuação de magistradas e magistrados em demandas em que sejam verificadas
assimetrias de gênero, notadamente por ser a igualdade de gênero um dos objetivos da
agenda 2030 da ONU e das recomendações das convenções internacionais as quais o Brasil é
signatário.

É cediço que as desigualdades de gênero


existentes nas relações sociais são projetadas para as relações íntimas e familiares, motivo
pelo qual analisar e julgar uma ação com perspectiva de gênero quando há assimetrias e
violências significa aplicar o princípio da igualdade, como resposta à obrigação constitucional e
convencional de combater qualquer tipo de discriminação/violência de gênero para efetiva
preservação do princípio da dignidade humana de mulheres e crianças.

Assim, é imprescindível, segundo o Protocolo, que


magistradas e magistrados compreendam a necessidade de reconceitualização do direito
considerando as estruturas sociais e as desigualdades de gênero, sob pena de a atuação
jurisdicional com a aplicação neutra da lei servir apenas como meio de manutenção das visões
heteronormativas, racistas, sexistas e patriarcais dominantes, em descompasso com os
preceitos constitucionais e convencionais da igualdade substancial.

Quando um pai se furta das suas


responsabilidades parentais, impõe que a mulher assuma 100% do sustento do filho comum,
além das tarefas invisíveis de cuidado que já desempenha.

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A exacerbada oneração da mãe traz prejuízos não
somente à criança, vez que a ausência de repasses financeiros a priva de oportunidades e uma
condição mais favorável, mas a própria genitora, sobrecarregando-a física, psicológica e
financeiramente, e limitando suas possibilidades de vida, inclusive quanto à ascensão
profissional.

A não contribuição do sustento dos filhos pelo


genitor não pode ser chancelada pelo Judiciário, sob pena da validação de uma estrutura que
desresponsabiliza homens.

Desta forma, a requerente pleiteia para que este


processo seja julgado com base nos fundamentos do Novo Protocolo para Julgamento com
Perspectiva de Gênero.

Ademais, no dia 8/2/2022, a Sessão Ordinária nº


344 do Plenário do Conselho Nacional de Justiça aprovou, por meio da Recomendação nº 128,
a adoção do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero no âmbito do Poder
Judiciário, recomendando a sua aplicação por todos os magistrados e magistradas.

DOS FATOS

A
requerente e o requerido mantiveram
relacionamento amoroso de 01/2016 até 10/2020.

Da união entre o ex-casal adveio uma filha,


VIOLETTA SOARES CARAMEL, brasileira, menor de idade, nascida em 19/12/2018, hoje com 3
anos e 11 meses de idade, conforme certidão de nascimento anexa.

A requerente se manteve no relacionamento


abusivo com o requerido justamente por presar pelo contato entre pai e filha, por querer ter
uma família unida, porém o convívio do ex casal foi regado de violência psicológica, moral e
física.

Por diversas vezes o requerido se entregava ao


uso de álcool e retornava ao lar agressivo, sem nenhum respeito com a rotina da criança
recém nascida, desta forma houve o rompimento da relação amorosa.

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Assim, em 01/2021, a criança e sua mãe
mudaram-se para Goiânia. Em 06/2021 o requerido foi até o lar da criança, em Goiânia,
solicitando passar alguns dias com ela, e a requerente não criou nenhum óbice, pois sempre
prezou pelo convívio entre pai e filha.

No link abaixo podemos ver o vídeo na íntegra de


quando o requerente foi buscar a criança em Goiânia para passar alguns dias com ela e, ainda,
o requerente diz claramente que não tinha a intenção de morar com a filha, que iria passar
apenas alguns dias com ela:

https://drive.google.com/file/d/1y9k4w7SvSQjL33u2CUwQm-p5n5R0_dX1/view?
usp=share_link

Com isso, a criança esteve morando com o genitor


e seus avós paternos de julho/2021 até fevereiro/2022, sendo que neste período a requerente
sempre viajou para visitar a filha.

Em março/2022 a requerente retornou a cidade


de Bananal e a partir de então a criança passou a morar com ela e alternando o lar com o
genitor, porém com o uso excessivo de álcool por parte do requerido, a convivência tornou-se
inviável mais uma vez.

Frisa-se que durante o período em que a criança


ficou sob responsabilidade de seu genitor, não houve o cuidado com as necessidades básicas
inerentes de sua tenra idade, qual seja: frequência escolar, vacinas em dia com o calendário
nacional de vacinação, propositura de lazer, segurança.

A criança não frequentava a escola, pois não havia


o compromisso por parte do requerido de levá-la e buscá-la, tampouco de participar dar
reuniões escolares. Não tinha vida social, pois moravam em zona rural a 1.200mts de altitude,
sem meio de transporte próprio. A criança estava com todas as vacinas de sua idade atrasadas,
demonstrando a falta de zelo do genitor por sua saúde.

Segue link dos vídeos que corroboram com o


estado em que a criança se encontrava na tutela de seu genitor, ora requerente:
https://drive.google.com/drive/folders/1odZ6C0afG8xQ8HoG-kMHuHztAl5YyMyg?
usp=share_link

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Outrossim, durante este período a criança carecia
de segurança, morando em zona rural, sem rede de apoio em casos de emergências e em local
de alta periculosidade, além de que o requerido tem sérios e confessados problemas com
dependência química (álcool) o que compromete seu estado para criar uma criança de 3 anos,
conforme confessa sua própria mãe nas conversas abaixo:

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Analisando tal situação e temendo pela
integridade física e psiquica da filha, a requerente levou-a para morar consigo e desde 10/2022
a criança está sob os cuidados maternos, que vem, a partir de então, exercendo sua guarda de
fato de forma unilateral, de modo que ela tem sido a principal (e muitas vezes única)
responsável por custear suas despesas, além de realizar sozinha todo o seu trabalho de
cuidado, conciliando com o trabalho que exerce para manter o sustento da casa.

Insta salientar que no momento que a requerente


levou sua filha para morar consigo foi vitima de violência doméstica, cenário em que o
requerido completamente empregado desferiu-lhe golpes sendo necessária a intervenção de
terceiros para que não ocorresse situação pior.

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Conversa com a mãe do requerido no dia da
agressão, onde ele ameaça vida da requerente.

O requerido trata-se de uma pessoa agressiva,


que em discussão com a requerente, tentou tirar a criança de seus braços, puxou seu
braço jogando-a com força, rasgou suas bolsas conforme depreende do Boletim de
Ocorrência anexado nos autos.

Ao que se refere a guarda e regime de convivência


da criança, não existe regulamentação, o requerido não tem nenhuma constância no convívio
com a filha, fazendo o que bem entende, sem nenhuma previsibilidade, sendo que por muitas
vezes, o convívio se dá apenas por chamadas telefônicas, o que prejudica o desenvolvimento
emocional da infante.

Conforme se denota no cotidiano, tal modelo de


convivência não é funcional a rotina da criança, tampouco a rotina da família.

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Imprescindível registrar que antes do
ajuizamento da presente ação foram feitas tentativas para resolver a situação de forma
amigável, mas o requerido manteve-se, a todo tempo, inconciliável, conforme print’s em
anexo.

Neste momento, a genitora se mostrou aberta ao


diálogo, através de sua então procuradora.

Todavia, as partes não chegaram a um acordo a


respeito do regime de convivência a ser exercido pelo requerido, que ignorou o fato da
violência doméstica e medida protetiva, negando nossa proposta de acordo.

Assim, considerando que restaram esgotadas


todas as possibilidades de estabelecer uma solução consensual, não resta alternativa a
requerente senão a de acionar o Judiciário para alterar o regime de convivência acordado em
relação a criança, a fim de viabilizar o melhor interesse da infantes viabilizando um ambiente
saudável com ambos os pais.

DO DIREITO

I. DA GUARDA UNILATERAL DA CRIANÇA

Ao que se refere a guarda da criança, a


requerente informa que a Violetta Soares Caramel está residindo e sob os cuidados
maternos, que vem exercendo a sua guarda unilateral de fato, desde 10/2022,
estando a criança completamente adaptada a convivência materna, com pouco
contato paterno.

Ademais, a mãe da criança, ora requerente na


presente ação, têm condições de proporcionar a infante prestação de assistência
material, moral, afetiva e educacional, o que vem ao encontro dos seus interesses.

Outrossim, não podemos ignorar que é a mãe


que leva a criança nas consultas médicas de rotina, exames, emergências, nas vacinas,

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administra os remédios, alimenta, dá banho, veste, ou seja, exerce todo o trabalho de
cuidado sozinha, sem poder contar com o apoio paterno.

A criança tem toda base familiar, tendo as


carteiras de vacinação em dia, frisa-se que foi necessário a atualização no dia
04/11/2022 conforme carteira de vacinação anexa, pois o requerido simplesmente não
levava a criança para cumprir sua agenda de vacinas, dentre outras necessidades
básicas inerentes á dignidade da pessoa humana.

Deste modo, a fim de regularizar a guarda da


filha em comum, VIOLETTA SOARES CARAMEL, uma vez que já é detentora da guarda
de fato, a mãe da criança vêm buscar a regularização para exercer a sua guarda
unilateral.

A nossa Carta Magna prevê, em seu artigo


227, caput, os deveres da instituição familiar, da sociedade e do Estado em relação aos
direitos da criança e do adolescente, devendo ser observados sempre o bem estar do
menor, conforme reprodução abaixo:

“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão”

O artigo 33, caput, do Estatuto da Criança e do


Adolescente dispõe que a guarda busca tornar efetivo o direito fundamental à
convivência familiar e comunitária, bem como implica obrigações, atribuindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

“Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material,


moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. “

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Em seu parágrafo primeiro prevê a
regulamentação da posse de fato, o que se busca com a presente ação.

“§1. A guarda destina-se a regularizar a posse de fato.[...]”

Assim, conforme prevê nossa


regulamentação, a Sra. Fernanda Machado do Nascimento requer que lhe seja
concedida a guarda unilateral das crianças LORENA MACHADO CUNHA CARDOSO, hoje
com 5 anos de idade e PIETRO MACHADO CUNHA CARDOSO, hoje com 8 anos de idade .

Com a fixação da guarda unilateral, o


requerido tem direito á convivência com, nos termos abaixo explanados.

II. DO REGIME DE CONVIVÊNCIA

Inicialmente, insta destacar que o direito busca


principalmente resguardar os direitos e interesses das crianças, devendo ser conduzida tal
ação a atendê-los.

No presente caso, conforme consignado acima, as


partes não regulamentaram o regime de convivência com a criança, assim, não existem datas e
horários certos de convivência.

Desta forma, pela falta de regulamentação, o


modo com que o regime de convivência vem ocorrendo prejudica a formação e
desenvolvimento da criança, pois não existe uma previsibilidade, sendo assim, a infante não
consegue manter uma rotina adequada.

Ademais, frisa-se que a criança tem apenas 3 anos


de idade, tem horários de estudo, de lazer e de dormir, horários que devem ser respeitados
em prol de seu crescimento e desenvolvimento sadios e que são prejudicados pela falta de
previsibilidade por parte do genitor.

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Assim, em busca de atender o melhor interesse da
criança, que necessita de previsibilidade, rotina e organização, o plano de convivência deve ser
fixado da seguinte forma:

Caberá ao genitor exercer o direito de


convivência por chamada de vídeo, semanalmente, toda terça-feira, das 18:00h ás
19:00h, quando a criança estiver em período escolar. E no período de férias, das
14h00h ate ás 15h00h. Sábado ou domingo, das 13h00haté 14h00h. Sendo combinado
ANTECIPADAMENTE entre as partes.

Caberá ao genitor exercer o direito de


convivência presencialmente 1 vez ao mês, aos finais de semana, ou sábado, ou
domingo, junto com seus pais (avós paternos da criança) retirando a criança em um
local seguro a ser combinado entre as partes as 09h00min e devolvendo-a até
17h00min, sendo o dia combinado ANTECIPADAMENTE entre as partes.

O genitor entende que o desrespeito ao aviso


antecipado de sua visita poderá ocasionar a frustração no encontro com a criança já
que ela possui uma rotina a ser respeitada.

Que nas visitas presenciais não haverá


pernoite até a criança completar 12 (doze) anos de idade e contanto que se crie
novamente o laço afetivo entre eles.

Visando sempre o bem estar da criança e seu


pleno desenvolvimento psicológico e emocional, o genitor está ciente que a falta do
vínculo afetivo entre pai e filha (de sua exclusiva responsabilidade) implicará na
proibição de pernoite nos seus dias de convivência quando a criança completar a idade
estipulada acima.

Que no dia das visitas o genitor será


responsável por suprir com os mantimentos e itens de higiene.

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Nos feriados nacionais, a criança ficará com a
mãe.

Nas datas comemorativas como dia das mães,


dia dos pais, a criança ficará com a mãe e com o genitor, respectivamente, respeitando
o regime de convivência acordado no parágrafo anterior e pernoite apenas quando a
criança completar 12 (doze) anos e desde que exista vínculo afetivo em pai e filha.
 
No período de férias, a criança permanecerão
com a mãe, sendo que o regime de convivência com o genitor, supracitado será
respeitado. Em casos de viagem onde a mãe levar a criança, o regime de convivência
será feito através de chamadas de vídeo a serem combinadas entre as partes.

Que o genitor poderá viajar com a criança


apenas quando ela completar 12 (doze) anos de idade e desde que haja vinculo
afetivo entre pai e filha.

Requer desde já a estipulação de multa no


importe de R$500,00 (quinhentos reais) em caso de descumprimento reiterado sem
justificação do regime de convivência por parte do genitor.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a este juízo:

a) Que seja dado tratamento prioritário a presente


ação, nos termos do artigo 1.048, II, e § 2º, do Código de Processo Civil;

b) A concessão dos benefícios da gratuidade da


justiça à requerente, com fincas nos artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil, uma
vez que ela não possui meios de custear as despesas processuais e eventuais honorários
advocatícios;

c) Nos termos do artigo 246 do Código de


Processo Civil, que seja realizada a citação do requerido pelo WhatsApp (número indicado na
qualificação) para compor a relação processual, para apresentar resposta no prazo legal, sob
as penas da Lei;

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d) No mérito, a fim de regularizar a guarda da
criança VIOLETTA SOARES CARAMEL, brasileira, menor de idade, nascida em 19/12/2018, hoje
com 3 anos e 11 meses de idade, uma vez que já é detentora da guarda de fato, a mãe da
criança, TATIANA DE OLIVEIRA SOARES, vêm buscar a regularização para exercer a sua guarda
unilateral, com a aplicação do regime de convivência minuciado em tópico próprio.

e) A intimação do Ministério Público para intervir


no feito, conforme preceitua o artigo 698 do Código de Processo Civil;

f) Que este processo seja julgado de acordo com


os fundamentos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do CNJ;

g) A condenação do requerido ao pagamento das


custas processuais e honorários advocatícios, no importe de 20% (vinte por cento) do valor da
causa, nos termos do artigo 85, §1º, do Código de Processo Civil.

Protesta provar o alegado por todos os meios de


prova em direito permitidos, especialmente a juntada de novos documentos, oitiva de
testemunhas e depoimento pessoal do requerido, requerendo desde já a juntada da
documentação anexa.

Esta procuradora, sob suas responsabilidades,


declaram a autenticidade das cópias dos documentos juntados a esta inicial, nos termos do
artigo 425, IV, do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$1.000,00 (um mil,


reais).

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

São Bernardo do Campo, 03 de dezembro de 2022.

Debora Florencia da Silva

OAB/SP 414. 143

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