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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __a

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE NATAL/RN

PEDIDO DE SEGREDO DE
JUSTIÇA, NOS MOLDES DO
ART.186 CPC.

MARIA JOSÉ DA SILVA ALBUQUERQUE, brasileira, casada, auxiliar de serviços gerais,


portadora do RG nº xxxx, inscrita no CPF/MF sob nº xxxxxxx , residente e domiciliada na
Rua Demócrito de Souza Paiva, nº 2.405, Neópolis, Nata/RN, CEP 59.062-440,
representada por seus advogados e associados da npj/UNP, com instrumento de
mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C PARTILHA DE BENS E PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA

Em face de JOSÉ MARIA DOS SANTOS ALBUQUERQUE, brasileiro, casado, portador


com cédula de identidade RG nº XXX, inscrito no CPF/MF sob nº XXXXXX. , residente e
domiciliado na Rua agitação, nº 13, Liberdade, e-mail:XXXX , telefone (XX)XXXX, pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I-DA JUSTIÇA GRATUITA

A autora é auxiliar de serviços gerais, tendo sob sua responsabilidade a


manutenção de sua Família, razão pela qual não tem condições de arcar com as
despesas do presente processo.

“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.”

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância,


o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do
próprio processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede


a concessão de gratuidade da justiça.

Logo, entende-se que estão preenchidos todos os pressupostos suficientes para a


comprovação de hipossuficiência.

II- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO


A autora pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII do CPC, que seja realizada
audiência de autocomposição comprometendo-se a parte autora a comparecer na referida
assentada, e que as intimações para comparecimento ao referido ato sejam realizadas na
pessoa da parte, dada as peculiaridades das atribuições em questão, com base no art.
186, §2º, do CPC.

III - DOS FATOS

A autora conviveu por 12 (doze) anos com o réu, sob o regime de comunhão
parcial de bens, conforme certidão anexa.

Não existindo mais motivos suficientes que mantivessem o relacionamento,


encontram-se separados de fato há 10 (dez) anos.

Desta relação adveio o nascimento de 02 (dois) filhos, qual seja Carlos Eduardo
dos Santos Albuquerque atualmente com 21 (vinte)anos e Guilherme dos Santos
Albuquerque com 19 (dezenove) anos de idade, conforme certidão de nascimento.

Cumpre mencionar que o relacionamento com o réu sempre foi muito


conturbado, com constantes discussões e desentendimentos, o que ocasionou o total
desamparo com seus dois filhos, descumpriu suas obrigações parentais de forma
imprudente, faltando com suas obrigações e deveres.

Vale ressaltar que o pai abandonou o lar e negligenciou completamente seus


deveres parentais, deixando de prover qualquer tipo de assistência material, afetiva ou
emocional para com os filhos, restando a autora assumir todas as obrigações sozinha até
a data atual.

O abandono contínuo resultou em uma ausência prolongada do pai na vida dos


maiores, privando-os do convívio paterno, de orientação, cuidado e suporte emocional
fundamentais para o seu desenvolvimento saudável, e assim consequentemente assumiu
todas as obrigações sozinha até a data atual.

IV–DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

DA DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO CONJUGAL

A pretensão do cônjuge quanto à dissolução do casamento, encontra-se


fundamentada no § 6º do artigo 226 da Constituição Federal de 1988, in verbis:

“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.”

De acordo com a redação do dispositivo constitucional, a dissolução do vínculo


matrimonial tem como único pressuposto manifestação de vontade das partes em
decorrência da quebra do vínculo de afetividade, uma vez que nada justifica a intervenção
do estado para a manutenção de um casamento marcado pelo desamor.

À vista disso, é perfeitamente cabível a presente ação, pois o pedido está em


plena conformidade com a Carta Magna e a legislação processual virgente. O Código Civil
assim assevera:

“Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:

IV - pelo divórcio.”

Além disso, não há mais que se falar em atribuição de culpa a qualquer dos
cônjuges pela dissolução do matrimônio.
A doutrina constitucionalista tem entendido que:

“de todo desnecessária e inútil a enumeração de tais condutas,


pois são meras consequências do único fato gerador de tais
atitudes: o fim do afeto. Só é infiel , só abandona, só agride
quem não ama pela subjetividade das relações humanas, é
difícil adquirir a culpa em um relacionamento quando não se
pode ter certeza do que se passa na intimidade do casal,
portanto, é o fim do amor o único motivo da separação (...) A
violação ao direito à privacidade e à intimidade que a
identificação de culpa impõe, constitui afronta ao princípio da
dignidade da pessoa humana, é o mantra da Constituição
Federal”.

Vale registrar ainda as lições dos professores JOSÉ LAMARTINE C. DE


OLIVEIRA e FRANCISCO JOSÉ MUNIZ:

“não há mais que se questionar sobre a existência de


culpa,bem como não há uma preocupação sancionadora”.

Nesse sentido, o único fundamento do divórcio seria de natureza adjetiva: “a


cessação da comunhão de vida ente os cônjuges”.

Cumpre trazer à baila, ainda, os pensamentos da doutrina de MARIA BERENICE


DIAS que, ao tratar da referida reforma no direito de família, diz:

“Mais, de tudo, o aspecto mais significativo da mudança talvez


seja o fato de acabar a injustificável interferência do Estado a
vida dos cidadãos. Enfim passou a ser respeitado o direito de
todos de buscar a felicidade, que não se encontra
necessariamente na mantença do casamento, mas, muitas
vezes, com o seu fim”.
18. Nesse sentido, veja-se, o seguinte julgado:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVORCIO DIRETO LITIGIOSO.


APLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL. N. 66/2010. A
emenda constitucional n. 66/2010 deu nova redação § 6º do art.
226 da Constituição Federal estabelecendo que “o casamento
civil pode ser dissolvido pelo divorcio”, suprimindo os
requisitos de prévia separação judicial por mais de um ano ou
de separação de fato por mais de dois anos. Possibilidade de
dissolução do casamento pelo divorcio independente de prazo
de separação prévia do casal. APELAÇÃO CÍVEL PROVIDA”.

Assim sendo, a dissolução do vínculo matrimonial é um direito potestativo dos


cônjuges, sendo imperiosa a declaração imediata do divórcio.

V-DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA

No que tange às tutelas de evidência, assim é encontrada a redação do art.311,


do CPC, vejamos:

“Art. 311. A tutela da evidência será concedida,


independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante;

IV - a petição inicial foi instruída com prova documental


suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá
decidir liminarmente.”

Neste sentido, mostra-se necessária a antecipação dos efeitos da tutela de


evidência, tendo em vista que a partir da emenda Constitucional de nº 66/2010, o divórcio
tornou-se um direito potestativo incondicionado. Para mais, houve a supressão do requisito
de prévia separação judicial, podendo o divórcio litigioso ser diretamente concedido.

Por essa razão, entende-se ser plenamente possível a concessão da tutela de


evidência para que seja liminarmente, decretado o divórcio entre as partes, com fulcro no
art.311, inciso II e IV do CPC, tendo em vista a inconteste evidência do direito material da
autora, por se tratar de alegação comprovada apenas documentalmente, com respaldo em
norma Constitucional.

Assim, não é razoavél impor a autora o ônus de suportar a morosa tramitação do


efeito para que, só ao final, tenha apreciado sua pretensão, quando já houver manifestado
inequívoco interesse em se divorciar.

VI-DA PARTILHA DOS BENS

Ao contraírem núpcias, as partes culminaram sob o regime de comunhão parcial


de bens, Segundo preceitua o art.1658, do CPC, a seguir:

“Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os


bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento,
com as exceções dos artigos seguintes.”

“Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título


oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges”
Na Constância do matrimônio, o casal adquiriu, a título oneroso, os seguintes
bens:

1- Casa no bairro de neópolis, onde atualmente reside na companhia de dois filhos,


avaliada em R$ 25.000,00 ( vinte e cinco mil reais).

2- automóvel da marca Ford, modelo pampa L, ano de fabricação 1985, avaliado em R$


5.000,00 ( cinco mil reais).

Consequentemente, requer-se a partilha dos bens adquiridos na constância


conjugal. Nesse viés, a autora tem direito a 50% da partilha dos bens, sendo o total da
parte que lhe compete receber proporcionalmente o valor de R$ 15.000,00 ( quinze mil
reais).

VII- DO PRAZO PRESCRICIONAL

Diante do exposto, vale frisar que a prescrição ocorre em 10 (dez) anos, quando a
lei não lhe tenha fixado prazo menor previsto de acordo com o art. 205, do CC.

VIII - DA ALTERAÇÃO DO NOME

Quanto ao nome, nos termos do art.1578, 2 º do Código Civil, a autora desde já


manifesta o desejo de voltar ao nome de solteira, ou seja, MARIA JOSÉ DA SILVA.

Conforme a lei 14.382/22 estabelecido em seu no Art. 57, aduz o seguinte:

“A alteração posterior de sobrenomes poderá ser requerida


pessoalmente perante o oficial de registro civil, com a
apresentação de certidões e de documentos necessários, e
será averbada nos assentos de nascimento e casamento,
independentemente de autorização judicial, a fim de:
III - exclusão de sobrenome do ex-cônjuge, após a dissolução
da sociedade conjugal, por qualquer de suas causas.

A requerente tem o direito legal de restabelecer seu nome de solteira após a


dissolução do vínculo matrimonial, visto que durante o casamento adotou o sobrenome do
ex-cônjuge.

IX -DO DANO MORAL

Segundo demonstrado pelos fatos narrados e testemunhas produzidas fica


evidente que o réu cometeu conduta ilícita e voluntária, que além de abandonar seu
cônjuge e seus filhos sem motivo algum, se mudou para o município de Lajes/RN,
e ,ainda por cima, está convivendo com duas companheiras, desfrutando as atrações das
vaquejadas da região.

Contudo, nem sequer demonstrou algum interesse de esclarecer a autora sobre


o ocorrido para dar fim ao casamento. Outrossim, A autora constatou do fato através de
amigos, à vista disso, é perfeitamente caracterizado o dano moral.

Dessa forma, expondo a autora a um constrangimento ilegítimo, gerando o dever


de indenizar. Como aduz o Código Civil em seu art.186. a seguir:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

O ato ilícito praticado pelo réu com a sua ex-cônjuge é perverso, tendo em vista,
que a autora sempre respeitou o réu e zelou do seu lar com maior devoção. Não fazendo
jus a tais situações humilhantes no qual foi exposta.
Ademais, Trata-se de proteção Constitucional, nos termos que dispõe a
Constituição Federal de 1988, a seguir:

“Art. 5. X- São invioláveis a intimidade, a honra, assegurado o


direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.” (BRASIL, 1988, art. 5º).”

Nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma
satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador
sanção para que não volte a repetir o ato.

Veja, Excelência, no presente caso a conduta ilícita do réu gerou lesões à


dignidade e honra subjetiva da autora, pois atingiram tanto aspectos morais e
patrimoniais, desencadeando sentimentos negativos, desprestígio, dores e desequilíbrio
em sua integridade.

É válido salientar que não se trata de um simples e corriqueiro aborrecimento do


cotidiano. Muito pelo contrário, o ato enganoso perpetrado pelo réu transcende a esfera
moral, ensejando em indenização, principalmente pelas consequências negativas
vivenciadas pela autora.

Conforme precedentes sobre o tema, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS AJUIZADA


POR SONIA (...) EM FACE DE (...) VENAS. AUTORA ALEGA QUE FOI
INJURIADA PELA RÉ, ALÉM DE AMEAÇADA EM SUA INTEGRIDADE FÍSICA.
REQUER INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DE R$ 9.540,00.
RECONVENÇÃO. RÉ ALEGA QUE A AUTORA MANTINHA
RELACIONAMENTO EXTRACONJUGAL COM SEU MARIDO E QUE TAMBÉM
FOI OFENDIDA E HUMILHADA PELA AUTORA. REQUER INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS DE R$ 3.000,00. SENTENÇA JULGANDO IMPROCEDENTES
O PEDIDO AUTORAL E O RECONVENCIONAL. APELAÇÃO DA AUTORA.
REITERA O PEDIDO EXORDIAL. SENTENÇA QUE NÃO MERECE REFORMA.
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. RÉ QUE SE DESCULPOU COM A
AUTORA, TENDO AS PARTES ALCANÇADO ACORDO NO ÂMBITO DO
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, CULMINANDO COM A RETRATAÇÃO DA
REPRESENTAÇÃO OFERECIDA CONTRA A ORA RÉ. OFENSAS QUE, EM
PRINCÍPIO, FORAM RECÍPROCAS. NECESSIDADE DE PONDERAÇÃO
ENTRE OS VALORES EM CONFLITO, A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O
DIREITO À HONRA. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DOS ART. 186 E 927
DO CÓDIGO CIVIL. NÃO PROVIMENTO DA APELAÇÃO.¿Ação
Indenizatória¿ ajuizada por (...) em face de (...). Alega a autora que foi
ofendida com palavras de baixo calão pela ré, além de ameaçada de
agressões físicas e de morte, em razão de a ré acreditar na existência de um
suposto relacionamento da autora com seu marido. Requer indenização por
danos morais no valor de R$ 9.540,00. Reconvenção. Ré alega que a autora
mantinha relacionamento extraconjugal com seu marido e que também a
ofendia e humilhava. Requer indenização por danos morais de R$ 3.000,00.
Sentença julgando improcedentes o pedido autoral e o reconvencional.
Apelação da autora. Reitera o pedido exordial. Sentença que não merece
reforma. A proteção da honra da pessoa física é prevista no inciso X do art.
5º da Constituição da República, que cuida da proteção à imagem de forma
expressa e efetiva, distinguindo a imagem da intimidade, honra e vida
privada. A proteção jurídica à imagem da pessoa é fundamental, pois
preserva a defesa de componentes essenciais de sua personalidade e do
respectivo patrimônio. Quando os princípios da liberdade de expressão e do
direito à honra e à imagem entram em aparente conflito, é necessário
proceder à sua ponderação, para, levando em conta as peculiaridades do
caso concreto, identificar qual deles deve prevalecer. Se estamos na seara
da responsabilidade civil subjetiva, se faz necessária a constatação dos
pressupostos que lhe dão ensejo (artigo 186 do C.C), quais sejam, a
caracterização do dano, o nexo causal e a conduta culposa do agente.
Presentes tais elementos, caracterizado se encontra o dever de indenizar, na
forma do artigo 927 do C.C. No caso em comento, verifica-se que as
afirmações da autora, de que a ré a todo momento a injuriava em razão de
suposto relacionamento extraconjugal mantido pela autora com o marido da
ré, motivou a lavratura de registro de ocorrência dos crimes de injúria e
ameaça na 35ª DP, com a consequente instauração de processo junto ao 18º
Juizado Especial Criminal, onde, em audiência de conciliação, a ré
praticamente reconheceu a prática dos crimes a ela imputados e se mostrou
arrependida, comprometendo-se a não repetir tais atos, sendo feito acordo
naqueles autos. Por outro lado, em sua contestação/reconvenção, a ré alega
que no Juizado Especial Criminal apenas reconheceu que direcionou
mensagens à autora e que a procurou na sua casa, onde a ré foi humilhada e
chamada de louca pela autora. Apesar disso, a ré se mostrou arrependida e
pediu desculpas à autora, que aceitou e se retratou da ação criminal, pondo
fim àquele processo. Ainda que se considere que as mensagens enviadas
pela ré à autora traduzam certa agressividade, o que até certo ponto se
mostra compreensível diante da prática do adultério por seu marido, com
quem a ré conviveu por 33 anos, não se vislumbra excesso a ponto de
ensejar condenação em danos morais, mormente em se considerando que a
ré se mostrou sinceramente arrependida desses atos, tendo as partes
firmado um pacto de respeitabilidade mútua que culminou com a retratação
da autora da representação oferecida em âmbito criminal, não se podendo
olvidar que, em princípio, as ofensas, embora iniciadas pela ré, se tornaram
recíprocas, como se depreende do acordo de respeitabilidade mútua. Nesse
diapasão, face às peculiaridades do caso concreto, e considerando a
existência de desavença entre as partes, entendo que neste feito não restou
comprovado o efetivo dano e o grave constrangimento experimentado pela
apelante, aptos a justificar a condenação da ré ao pagamento de indenização
a título de reparação moral. A situação fática pode ter causado certo
dissabor, mas não se viram demonstradas as repercussões que as
assertivas lançadas pela ré possam ter implicado na imagem da autora
perante terceiros, ônus que decerto lhe cabia, nos termos do artigo 373,
inciso I, do Código de Processo Civil. O juízo singular deu adequada solução
à lide, mostrando-se irretocável a sentença, que deve ser mantida nos seus
termos. Precedentes jurisprudenciais desta Corte. NÃO PROVIMENTO DA
APELAÇÃO. Conclusões: POR UNANIMIDADE, NEGOU-SE PROVIMENTO
AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO DES.RELATOR.

(TJ-RJ, APELAÇÃO 0022130-19.2018.8.19.0205, Relator(a): DES. JUAREZ


FERNANDES FOLHES , Publicado em: 04/02/2020)
Portanto, considerando que o réu excede os limites razoáveis do exercício de seu
direito, afetando notoriamente a dignidade da autora a expondo ao ridículo, ao abadonar
seu lar e seus filhos e, ainda por cima, ter o vínculo afetivo com outras mulheres mesmo
estando casado com a autora, é devida a indenização por danos morais.

Nesse compasso restam demonstrados os elementos ensejadores da reparação


civil - ato ilícito, nexo causal e dano, pelo que requer a autora uma indenização no valor
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo dano moral sofrido, para não só reparar o
acontecido, mas impor à sanção um caráter pedagógico ao réu.

X - DO PEDIDO

Ante ao exposto, requer:

A) A concessão do benefício da justiça gratuita, tendo em vista


que Requerente não possui recursos de arcar com as despesas do
processo sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, nos
termos Do Código de processo civil art. 98 e art 5º, LXXIV da CF/88;

B) A Citação do réu para participar da Audiência de Conciliação


a ser designada por Vossa Excelência e, caso não haja acordo,
posso oferecer sua contestação, sob pena de revelia artigo 344 do
Código de Processo Civil, e apresentar defesa no prazo legal art.
694 do cpc;

C) Que Seja Julgado Procedente o Pedido De Divórcio, com


base no art. 226, § 6º, da Constituição Federal, pondo fim à
sociedade conjugal existente entre as partes desde o dia 02 de
junho de 2001, por não haver possibilidade de reconciliação entre as
partes;
D) Que Seja Concedido a Alteração de Nome Para Solteira, de
acordo com o art.1578 do Código Civil;

E) A concessão imediata dos efeitos da tutela provisória de


evidência;

F) O Reconhecimento e consequentemente Dissolução da


Comunhão Parcial de Bens, conforme proposto supra;

G) Da prescrição dos bens arrolados, em virtude do tempo


decorrido;

H) A condenação do Requerido a pagar as verbas de


sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios,
estes a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC;

I) A Procedência do Pedido de Indenização por Danos Morais,


condenando o réu a pagar no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais),
em virtude dos transtornos e abalos sofridos pela autora em razão
da conduta ilícita do réu.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito e cabíveis à
espécie, em especial pela prova documental e testemunhal.

Dá-se à presente o valor da causa de R$ 25.000,00 ( vinte e cinco mil reais).

Pede deferimento.
NATAL-RN, 28 de novembro de 2023.

Advogados.

COMPONENTES:

ANA CLARA MORAIS DA SILVA- RA: 1282117463


MAURENIZE OLIVEIRA SILVA DE ALMEIDA- RA:1282117659
ADRIANO DIAS DA SILVA- RA:1282117674
CAMILY LAUAN FERREIRA DA SILVA- RA:1282117907
MILENA CANDIDO ROMEIRO DA SILVA SOUZA- RA:1282115653
BRUNA REBECA CASSIANO ALVES- RA:1282118455
MARIA EDUARDA MARINHO DE MEDEIROS BEZERRA- RA:1282118835

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