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DO CASAMENTO
1) Casamento inexistente
2) Casamento inválido
2.1) Casamento nulo
2.2) Casamento anulável
3) Casamento Putativo - Declaração de
putatividade do casamento nulo e anulável
– art. 1.561
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CASAMENTO INEXISTENTE
Artigos 1.548 a 1.564, CC
a) nuncupativo.
b) nulo
c) inexistente.
d) putativo.
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CASAMENTO INVÁLIDO
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CASAMENTO NULO
Artigos 1.548 e 1.549, CC
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Legitimados: qualquer interessado ou pelo
Ministério Público (art. 1.549,CC).
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Foro competente para processar e julgar a ação declaratória
de nulidade (art. 53, I, CPC):
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CASAMENTO ANULÁVEL
Artigo 1.550, CC
É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por
seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos do artigo 1.556 a
1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo
inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro
contraente soubesse da revogação do mandato, e não
sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
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Art. 1.550, I, CC: É anulável o casamento de
quem não completou a idade mínima para
casar.
Legitimidade ativa:
Cônjuge menor (artigo 1.552, I, CC).
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A lei 13.811/2019 e o casamento do
menor de 16 anos - Primeiras reflexões
Flávio Tartuce
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O mesmo se diga em relação ao 1.553 da mesma
codificação, que estabelece a possibilidade de
convalidação do casamento do menor que não atingiu a
idade núbil caso este, depois de completá-la, confirme a
sua intenção de casar, com a autorização de seus
representantes legais, se for necessária, ou com
suprimento judicial. A possibilidade de convalidação, por
óbvio, dar-se-á muitas vezes após a idade núbil ou mesmo
a maioridade ser atingida, preservando uma família que
pode estar constituída e que merece proteção, conforme o
art. 226 do Texto Maior.
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Também não estão revogados, expressa ou
tacitamente, os dispositivos que consagram regras
específicas a respeito da ação anulatória, caso do art.
1.552 do Código Civil: "A anulação do casamento dos
menores de dezesseis anos será requerida: I – pelo próprio
cônjuge menor; II – por seus representantes legais; III –
por seus ascendentes".
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/
geral/senado-aprova-proibicao-para-casamento-
de-menores-de-16-anos
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A nova regra da impossibilidade de
casamento do menor de 16 anos (a nova
Lei 13.881-19)
Cristiano Chaves de Farias
Legitimidade ativa:
Cônjuge que casou sem a autorização (artigo 1.555, caput, CC).
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Art. 1.550, III, CC:
É anulável o casamento por vício da
vontade, nos termos do artigo 1.556 a
1.558;
PRESSUPOSTOS JUSTIFICADORES DA
ANULAÇÃO DO CASAMENTO POR ERRO:
Que o defeito, ignorado por um dos cônjuges,
preexista ao casamento;
Que a descoberta da circunstância, após o matrimônio,
torne insuportável a vida em comum para o cônjuge
enganado. 21
Art. 1.557, I, CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do
outro cônjuge: o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa
fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
A identidade pode ser física e civil.
No erro sobre a identidade física (error in corpore) o
casamento ocorre com pessoa diversa, por substituição ignorada pelo
outro cônjuge.
Identidade civil é o conjunto de atributos ou qualidades com
que a pessoa se apresenta no meio social. Algumas pessoas são tidas
como honestas, trabalhadoras, probas; outras porém, como inidôneas,
desqualificadas etc. (Carlos Roberto Gonçalves)
Cabe ao magistrado decidir se as qualidades, sobre as quais
recaiu o erro do outro cônjuge, são ou não essenciais.
Ex. Aventureiro que se apodera de identidade de outro,
apresentando-se com nome falso na sociedade (erro quanto ao seu
estado civil, origem e filiação); ser pouco afeito ao trabalho;
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HONRA – “É a dignidade da pessoa que vive
honestamente, que pauta seu proceder pelos ditames
da moral” (Washington de Barros Monteiro)
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Tem os tribunais concedido a anulação do casamento quando:
A mulher descobre ter se casado com cônjuge toxicômano,
sendo tal circunstância apta a inviabilizar o projeto de
convivênvia sustentável em padrões naturais ou aceitáveis
de coabitação;
Envolvimento do réu com prática de ilícitos penais;
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Tem os tribunais concedido a anulação do casamento
quando:
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Segundo Flávio Tartuce:
Casamento celebrado com transexual operado que
não revelou sua situação anterior;
Com irmão gêmeo de uma pessoa;
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TJSC - Noivo se revelou após casamento: Justiça
anulou matrimônio (11.06.2004)
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A juíza Sirlei Martins da Costa, da 2ª Vara de Família e Sucessões de
Goiânia, julgou procedente o pedido de anulação de casamento
realizado por um rapaz recém-casado. O autor da ação alega que,
embora não mantivesse relações sexuais com a então noiva,
descobriu, durante a lua-de-mel, que a esposa estava grávida (Art.
1.557, I - CC/02)
Ela, seguidora de uma igreja evangélica, disse em audiência
que, com base em sua crença religiosa, convenceu o noivo de que não
podia manter relações com ele antes do casamento. Ainda de acordo
com a mulher, ela casou-se grávida, mas só descobriu a gravidez
durante a lua-de-mel, e assumiu que o marido não podia ser o pai.
A juíza determinou a expedição de documentos necessários
para que o cartório anule o casamento e
condenou a mulher ao pagamento das custas e
despesas processuais, além dos honorários
advocatícios. (26/08/2011) 40
NEGADA
ANULAÇÃO DE
CASAMENTO DE MULHER COM
“PSIQUIATRA” QUE TAMBÉM ERA
“PASTOR” (TJRS)
(12/08/05) 41
A decisão é da 8a. Câmara Cível do TJRS, julgando um raro caso, cheio
de intrincados detalhes, em que uma jovem mulher pediu a chancela judicial
para que fosse anulado seu casamento e ela pudesse voltar ao estado civil de
solteira. Tanto a juíza local quanto os desembargadores indeferiram o pleito.
A ação narra o casamento que teria ocorrido porque a nubente apó s
quatro meses de namoro, se impressionara com o namorado, que se
apresentava como “PASTOR DA ASSEMBLEIA DE DEUS” e “PSIQUIATRA”.
Além disso, desempenharia as funçõ es de “POLICIAL” .
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Depois do casamento, nunca foi provada a formaçã o
profissional do marido em Medicina, nem sua vinculaçã o
religiosa, menos ainda que fosse concursado na Polícia Civil .
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(10/03/11)
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Art. 1.557, II, CC. Considera-se erro
essencial sobre a pessoa do outro
cônjuge: a ignorância de crime, anterior
ao casamento, que, por sua natureza,
torne insuportável a vida conjugal;
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Só a impotência coeundi ou instrumental autoriza a
anulação do casamento.
O mesmo não ocorre com a impotência generandi (do
homem, para gerar filhos) incapacidade para a fecundação e
com a concipiendi (da mulher para conceber), incapacidade
para a concepção, porque a procriação não é o único objetivo
do casamento.
A irremediabilidade é caracterizada pela
impossibilidade de tratamento médico ou cirúrgico e pela
ineficácia do tratamento ministrado por longo tempo, bem
como pela recusa ao tratamento adequado. Admitem-se todos
os meios de prova do defeito físico irremediável, inclusive a
testemunhal, sendo porém a mais indicada a pericial, que só
deve ser dispensada se for impossível a sua realização.
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Legitimidade ativa:
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(OAB/2011) João foi registrado ao nascer com o gênero masculino. Em 2008,
aos 18 anos, fez cirurgia para correção de anomalia genética e teve seu
registro retificado para o gênero feminino, conforme sentença judicial. No
registro não constou textualmente a indicação de retificação, apenas foi
lavrado um novo termo, passando a adotar o nome de Joana. Em julho de
2010, casou-se com Antônio, homem religioso e de família tradicional
interiorana, que conheceu em janeiro de 2010, por quem teve uma paixão
fulminante e correspondida. Joana omitiu sua história registral por medo de
não ser aceita e perdê-lo. Em dezembro de 2010, na noite de Natal, a tia de
Joana revela a Antônio a verdade sobre o registro de Joana/João. Antônio, não
suportando ter sido enganado, deseja a anulação do casamento. Conforme a
análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Antônio
e Joana
a) só pode ser anulado até 90 dias da sua celebração.
b) poderá ser anulado pela identidade errônea de Joana/João perante Antônio
e a insuportabilidade da vida em comum.
c) é inexistente, pois não houve a aceitação adequada, visto que Antônio foi
levado ao erro de pessoa, o que tornou insuportável a vida em comum do
casal.
d) é nulo; portanto, não há prazo para a sua arguição.
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Art. 1.558, CC: É anulável o casamento em virtude de
coação, quando o consentimento de um ou de ambos os
cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de
mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a
honra, sua ou de seus familiares.
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Art. 1.550, IV, CC: É anulável o casamento:
do incapaz de consentir ou manifestar, de modo
inequívoco, o consentimento.
Faz-se menção, a toda evidência, aos incapazes
relativamente por causa psicológica (CC, art. 4.).
§2º A pessoa com deficiência mental ou
intelectual em idade núbia poderá contrair
matrimônio, expressando sua vontade
diretamente ou por meio de seu responsável ou
curador (incluído pela Lei 13.146, de 6/7/2015 –
Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Nota-se o objetivo de plena inclusão social da pessoa
com deficiência, especialmente para os atos
existenciais familiares, afastando-se a tese de que o
casamento poderia ser-lhe prejudicial (Flávio Tartuce).
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Legitimidade ativa:
Cônjuge incapaz e representante legal.
Prazo decadencial para invalidação – 180
dias, contados da data da celebração do
casamento (art. 1.560, I, CC).
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Art. 1.550, V, CC: É anulável o casamento: realizado pelo
mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre
os cônjuges.
§1º Equipara-se à revogação a invalidade do mandato
judicialmente decretada (incluído pela Lei 13.146, de 6/7/2015 –
Estatuto da Pessoa com Deficiência).
“A nulidade absoluta ou relativa do mandato gera a anulação do
casamento. Cite-se o caso em que a procuração não foi celebrada
por escritura pública, conforme exige o art. 1.542 do CC, gerando a
nulidade absoluta do mandato, por desrespeito à forma e à
solenidade (art. 166, IV e V do CC)”. (Tartuce)
Legitimidade ativa:
Cônjuge mandante (artigo 1.560, §2º, CC).
Prazo decadencial para invalidação – 180 dias, contados da data
em que o mandante tiver conhecimento da celebração (art. 1.560,
§2º, CC).
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Art. 1.554, CC: Subsiste o casamento celebrado por
aquele que, sem possuir a competência exigida na lei,
exercer publicamente as funções de juiz de
casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato
no registro civil.
Legitimidade ativa:
Cônjuges
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CASAMENTO NULO – Art. 1.548,CC –
Ação de nulidade – Procedimento Comum
Ordinário – Sentença declaratória – Efeitos
“ex tunc” – Imprescritível – Retorna ao
estado civil anterior.
1) Casamento inexistente
2) Casamento inválido
2.1) Casamento nulo
2.2) Casamento anulável
3) Casamento Putativo - Declaração de
putatividade do casamento nulo e anulável
– art. 1.561
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Declaração de putatividade
do casamento nulo e anulável
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Reconhecimento da
putatividade
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Casamento inválido
contraído de boa-fé
por ambos os cônjuges
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Casamento inválido (putativo) contraído
de boa-fé por ambos os cônjuges
(Pablo Stolze)
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Casamento inválido (putativo) contraído
de boa-fé por ambos os cônjuges
No que tange aos alimentos, por princípio de
solidariedade aliado à eticidade imanente ao casamento
contraído, é justo que sejam fixados, segundo a
necessidade dos cônjuges, observado o critério da
proporcionalidade, mesmo após a sentença que invalida
o matrimônio;
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Casamento inválido (putativo) contraído
de boa-fé por ambos os cônjuges
Quanto aos bens, a partilha deverá ser feita segundo o
regime de bens escolhido. Com isso adota-se uma
solução justa, segundo a projeção que os próprios
cônjuges fizeram antes de convolarem o matrimônio
inválido, evitando-se, ainda, o enriquecimento sem causa
de qualquer dos dois.
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Casamento inválido
contraído de boa-fé
por um dos cônjuges
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Casamento inválido (putativo) contraído
de boa-fé por um dos cônjuges
Anulado ou declarado nulo os deveres conjugais deverão
cessar.
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Casamento inválido (putativo) contraído
de boa-fé por um dos cônjuges