Você está na página 1de 14

Diante dos dois dispositivos (art. 1.511 e art. 1.

513 do
CC), o amante pode ser responsabilizado civilmente pela
violação dessa comunhão plena de vida?
• Para o STJ, NÃO é possível, pois os deveres conjugais são intrapartes
(entre os cônjuges). Assim, somente os cônjuges podem ser
responsabilizados por eventuais adultérios (REsp. 922.462/SP).

• RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL. DANOS


MATERIAIS E MORAIS. ALIMENTOS. IRREPETIBILIDADE.
DESCUMPRIMENTO DO DEVER DE FIDELIDADE. OMISSÃO SOBRE
A VERDADEIRA PATERNIDADE BIOLÓGICA DE FILHO NASCIDO NA
CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. DOR MORAL CONFIGURADA.
REDUÇAO DO VALOR INDENIZATÓRIO. (...) 3. O dever de fidelidade
recíproca dos cônjuges é atributo básico do casamento e não se
estende ao cúmplice de traição a quem não pode ser imputado o
fracasso da sociedade conjugal por falta de previsão legal. (...)
O registro da certidão do casamento
realizado
fora é condição de prova do casamento
ou se faz necessário para sua validade e
eficácia?
• O STJ tem entendido que esse registro é condição de prova do
casamento, não para a sua validade ou eficácia (Resp280.197/RJ).
CIVIL. CASAMENTO REALIZADO NO ESTRANGEIRO. MATRIMÔNIO
SUBSEQÜENTE NO PAÍS, SEM PRÉVIO DIVÓRCIO. ANULAÇÃO. O
casamento realizado no estrangeiro é válido no país, tenha ou não sido
aqui registrado, e por isso impede novo matrimônio, salvo se desfeito o
anterior. Recurso especial não conhecido. (REsp 280.197/RJ , Rel.
Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/06/2002,
DJ 05/08/2002, p. 328).
• Naprova para o cargo de Defensor Público da DPE-RR (Banca: FCC;
Ano: 2022), a banca considerou correta a assertiva que indicou que
“Aplica-se a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às
formalidades da celebração de casamento de estrangeiros realizado no
Brasil”.
CASAMENTO RELIGIOSO
• FlávioTartuce afirma que “como se observa, também esse
casamento gerará efeitos jurídicos a partir da celebração (...) Na
verdade, o registro tem efeitos retroativos ou ex tunc, até a
celebração do ato. O termo religioso deve ser lido em sentido
amplíssimo, englobando qualquer religião, o que está de acordo
com o direito fundamental à liberdade de credo previsto na
Constituição Federal, em seu art. 5º, inc. VI.”
•O casamento religioso pode ser com prévia habilitação (art.
1.516, §1.º) ou habilitação posterior à celebração religiosa (art.
1.516, §2.º).
🚨 JÁ CAIU
• Naprova para o cargo de Promotor de Justiça do MPE-
SC (Banca: Instituto Consulplan; Ano: 2019), a banca
considerou correta a seguinte assertiva:
• “Segundo estabelece o Código Civil, a sentença que
decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da
sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a
título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante
de sentença transitada em julgado”.
• Parágrafoúnico. A habilitação para o casamento, o registro e a
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas,
para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
Remessa necessária.
• Mandado de segurança. Gratuidade para habilitação de casamento.
Negativa imotivada do oficial do registro civil. Ofensa ao art. 1.512 do
Código Civil. Violação a direito líquido e certo do impetrante.
Concessão da ordem. Correção da decisão recorrida. Desprovimento.
Art. 1.512 do CC. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para
as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei”. (TJPB,
RNec 045.2012.001163-5/001, 1.ª Câmara Especializada Cível, Rel.
Des. Leandro dos Santos, DJPB 11.12.2013, p. 22)
• Art. 1.521. NÃO PODEM casar:
• I - Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
• II - Os afins em linha reta;
• III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o
foi do adotante;
• IV - Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro
grau inclusive; (LEMBRAR DO CASAMENTO AVUNCULAR).
• V - O adotado com o filho do adotante;
• VI - As pessoas casadas;
• VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte.
CAUSAS SUSPENSIVAS (ART. 1.523) – APENAS IMPÕEM SANÇÕES AOS
CÔNJUGES

• Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves50 as “causas


suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações
capazes de suspender a realização do casamento, se arguidas
tempestivamente pelas pessoas legitimadas a fazê-lo, mas que
não provocam, quando infringidas, a sua nulidade ou
anulabilidade. O casamento é apenas considerado irregular,
tornando, porém, obrigatório o regime da separação de bens
(CC, art. 1.641, I), como sanção imposta ao infrator”.
• 🚨 JÁ CAIU
• Naprova para o cargo de Promotor de Justiça do MPE-CE (Banca:
CESPE/CEBRASPE; Ano: 2020),a banca considerou correta a
seguinte assertiva: “De acordo com o Código Civil, o casamento
de quem ainda não atingiu dezesseis anos de idade é proibido,
em qualquer hipótese”.
• Na prova para o cargo de Defensor Pública da DPE-BA (Banca:
FCC; Ano: 2021), a banca considerou correta a seguinte assertiva:
“Carlos e Silvana são adolescentes e querem se casar. Segundo a
normativa legal vigente, se os pais de Silvana e/ou de Carlos
discordarem, o casamento é possível com regime de separação
de bens obrigatório e desde que ambos tenham pelos menos 16
anos completos”.
CASAMENTO CONTRAÍDO POR MENOR EM IDADE NÚBIL SEM
AUTORIZAÇÃO
DO SEU REPRESENTANTE LEGAL

• O QUE ACONTECE SE HOUVER DIVERGÊNCIA ENTRE OS PAIS?


• Em caso de divergência, qualquer um dos dois poderá “recorrer ao juiz para
solução do desacordo” (art. 1.517 c/c art. 1.631, parágrafo único).
• Em outras palavras, será possível ingressar com um pedido de “suprimento
judicial de consentimento”. Trata-se de um requerimento formulado ao juiz
em procedimento voluntário pedindo que o magistrado analise a situação e
veja se as razões invocadas pelo genitor para negar a autorização são
justificáveis.
• Se o juiz entender que os motivos alegados não são razoáveis, ele irá
autorizar a celebração do casamento mesmo contra a vontade do pai ou da
mãe.
• SEAMBOS OS PAIS NÃO QUISEREM DAR A AUTORIZAÇÃO?
AINDA HAVERÁ ALGUMA CHANCE DE O CASAMENTO
OCORRER?
• SIM. Aqui também será possível iniciar um procedimento de
jurisdição voluntária pedindo o suprimento judicial do
consentimento. Veja o que diz o art. 1.519 do CC:
• Art.1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode
ser suprida pelo juiz. Apesar de a lei não explicitar, a doutrina
afirma que esse pedido de suprimento pode ser formulado:
•■ pelo(a) filho(a) que não foi autorizado por seus pais;
•■ pelo outro nubente que quer casar com ele(a); ou
•■ pelo Ministério Público.
REGIME DA SEPARAÇÃO
OBRIGATÓRIA
• Se um ou ambos os pais não autorizarem e o juiz entender que a recusa
foi injusta, ele irá autorizar o casamento, expedindo um alvará judicial
que será juntado no procedimento de habilitação no cartório de registro
de pessoas naturais.
• ⬥ Um ponto interessante a ser ressaltado é que, neste caso, o
casamento terá que ser realizado sob o regime da separação obrigatória
de bens (também chamada de separação legal de bens). É o que prevê o
art. 1.641,III, do CC:
• Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no
• casamento: (...)
• III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
• O QUE ACONTECE SE O INDIVÍDUO MAIOR DE 16 E MENOR DE
18 ANOS CASAR SEM AUTORIZAÇÃO DOS PAIS E SEM
SUPRIMENTO JUDICIAL?

Esse casamento é anulável, consoante determina o art. 1.550, II, do


CC:
• Art. 1.550. É anulável o casamento: (...)
• II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal;

Você também pode gostar