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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVFAPI

DIREITO

MARIA CLARA SALES FREITAS


MELKE JOSÉ DE SOUSA
VITÓRIA CRISTINA DE OLIVEIRA

RESENHA SOBRE TEORIA DO CASAMENTO

Teresina-PI, 2023
 CONCEITO (art. 1.511 do cc)
Casamento: União entre duas pessoas com a finalidade de constituir família (conviver o
casal em conjunto – sociedade conjugal), reconhecida pelo Estado, que lhes confere
direitos e prerrogativas inerentes a condição de casadas.
OBS: O CNJ determinou que o casamento entre duas pessoas, apesar de não ter
Legitimidade para isso, pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo, por isso, no Brasil, o
conceito de casamento é a união entre duas pessoas.
OBS2: O Brasil não admite o casamento entre mais de duas pessoas.
*REGRAS GERAIS
- O casamento é sempre civil.
Art 1.512: O casamento é civil e gratuito a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão
isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob
as penas da lei.
- Há igualdade entre os cônjuges.
Art 1.511: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de
direitos e deveres dos cônjuges.
- Ninguém pode interferir no casamento dos outros.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na
comunhão de vida instituída pela família.
Essa regra cria a obrigação de “Não fazer. ” O casamento é celebrado por um juiz de
direito. Esses atos jurídicos tem a obrigatoriedade de ter registrado o horário e da
expressão de vontade.
Art 1.514: O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam,
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Art 1535: Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente
com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a
afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o
casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar
perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro
casados."

 ESCADA PONTEANA
A Escada Ponteana é a nomenclatura dada a uma tradicional teoria desenvolvida pelo
jurista Pontes de Miranda, que tem como objetivo estruturar os planos de formação do
negócio jurídico.
O termo “escada ponteana” remete a uma escada onde cada plano de formação do negócio
jurídico é representado por um degrau, cujos requisitos devem ser atendidos para que se
possa passar para o próximo degrau.
De acordo com Pontes de Miranda, a formação do negócio jurídico depende da passagem
pelos seguintes planos de formação:
- Plano da Existência;
- Plano da Validade;
- Plano da Eficácia.
O plano da existência é o primeiro passo na Escada Ponteana para o cumprimento dos
pressupostos de um negócio jurídico.
Esse plano é conhecido por conter os chamados elementos mínimos ou essenciais no
negócio jurídico. Contém apenas substantivos, sendo eles:
- Partes
- Objeto
- Vontade
- Forma
Uma vez presentes os quatro substantivos acima, pode-se dizer que o negócio passa a
existir no mundo jurídico.
O plano da existência da Escada Ponteana não possui representação no Código Civil e
2002, o qual traz menção apenas ao plano de validade, em seu artigo 104.
O segundo degrau da escada ponteana é o plano de validade. Tratam-se de adjetivações
aos substantivos previstos no plano de existência. Explica-se:
Partes ou agentes: precisam de capacidade;
Objeto: precisa ser lícito, possível, determinado ou determinável;
Vontade: precisa ser livre, haver consentimento;
Forma: tem ser adequada, prescrita ou não proibida por lei.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.”
Cumpridos esses pressupostos, o negócio jurídico passa a ser válido no mundo jurídico.
Enquanto nos planos da existência e da validade estão presentes os elementos essenciais
do negócio jurídico, no plano da eficácia encontram-se os elementos acidentais.
(Elementos acidentais são aqueles que podem ou não estar presentes no negócio jurídico.
Sua ausência não terá o condão de macular o negócio celebrado).

 FASES DO CASAMENTO
O instituto do casamento é tão importante para o Direito de Família que o legislador optou
por inaugurar o Livro IV (Do Direito de Família), Título I (Do Direito Pessoal), com o
Subtítulo I, qual seja, do casamento.
O procedimento visando o casamento é subdividido em três fases: habilitação, celebração
e registro.
A habilitação começa com a entrega da documentação (art. 1.525, CC) dos interessados
em contrair núpcias ao Oficial de Cartório do RCPN (Registro Civil de Pessoas Naturais).
O objetivo da fase de habilitação é verificar a presença de todos os elementos legalmente
exigidos para que seja celebrado o negócio formal e solene do casamento.
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os
nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os
seguintes documentos:

I - Certidão de nascimento ou documento equivalente;


II - Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato
judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los
e afirmam não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de
seus pais, se forem conhecidos;
V - Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de
anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
As fases do procedimento de habilitação são: requerimento e apresentação de
documentação; editais de proclamas; registro e expedição da certidão.
Estando tudo conforme o preconizado pela legislação pátria, ocorrerá a homologação (art.
1.526, CC).
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com
a audiência do Ministério Público.
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiros,
a habilitação será submetida ao juiz.
O passo seguinte vem a ser as proclamas (art. 1.527, CC), pelo qual será dada publicidade
nas circunscrições dos nubentes, sendo possível sua dispensa em caso de urgência (art.
1.527, parágrafo único, CC).
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará
durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e,
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
O certificado de habilitação será expedido quando inexistirem motivos para impedir o
casamento e terá validade de 90 (noventa) dias, consoante o disposto no art. 1.532, CC,
prazo este que após ultrapassado submeterá os nubentes a recomeçar todo o procedimento
de casamento.
A celebração pode ser realizada no RCPN ou noutro local autorizado pela autoridade
competente.
Na hipótese de o casamento ser feito na sede do RCPN (art. 1.534, caput, CC), são
necessárias apenas 02 (duas) testemunhas e as portas devem permanecer abertas durante
a cerimônia.
Entretanto, caso um dos nubentes não possa ou não saiba ler o número de testemunhas
aumenta para 04 (quatro), pois é esta a determinação do art. 1.534, § 2º, CC.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas
abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou,
querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou
particular.
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos
contraentes não souber ou não puder escrever.
É possível também que a cerimônia ocorra em edifício particular, uma vez observada a
inteligência do art. 1.534, § 1º, CC, mas, aqui a celebração pode ser obrigatória (art. 1.539,
caput, CC), que é o caso da moléstia grave, ou facultativa, que são nas demais hipóteses
(art. 1.534, caput, CC).
O interessado em contrair núpcias deve estar convicto de sua vontade, já que caso
contrário a cerimônia deverá ser imediatamente suspensa e não poderá ser retomada no
mesmo dia (art. 1.538, parágrafo único, CC).
O casamento pode, ainda, ser celebrado numa igreja com fundamento na Lei 1.110/50 e
no art. 1.515, CC.
Após a celebração é chegado o momento no órgão oficial competente, já que no Brasil a
prova do casamento se faz pela certidão de casamento, uma vez observado o art. 1.543,
CC.
A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
Recusar a solene afirmação da sua vontade;
Declarar que esta não é livre e espontânea;
Manifestar-se arrependido.
O registro do casamento terá a data retroativa à data do casamento, caso este seja feito
numa igreja, ou mesmo num local privado, já que devemos respeitar o art. 1.515, CC.

 PRESSUPOSTOS ESPECIAIS DE EXISTÊNCIA DO CASAMENTO


Dispõe o artigo 226, da Lei Maior que a família é a base da sociedade, motivo por quê,
não há que se negar a importância do casamento, ato originário da família matrimonial.
Nesse sentido, os requisitos para a existência do casamento são:
A livre manifestação da vontade pelos noivos;
OBS: O silêncio não é forma de manifestação da vontade, em regra. O consentimento tem
que ser expresso
Que a celebração seja perante autoridade legalmente competente;
OBS: O Código Civil de 2002, artigo 1.550, inciso VI, passou a estabelecer que o
casamento celebrado por autoridade incompetente seria anulável.
A diversidade de sexo entre os nubentes
OBS: Há casamento válido, existente e eficaz entre pessoas do mesmo sexo, com o
julgamento do STF da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADIN nº 4277) e
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 132).

No artigo 104 do CC ressalta também que o casamento será válido se:


Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - Agente capaz;
II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não
defesa em lei.

 EFICÁCIA JURÍDICA
- Art. 1.565 ao 1.570
Uso do nome: Até o CC de 16, somente a mulher é que colocava o sobrenome do marido,
ela inclusive podia retirar o nome de sua família original. Após a constituição de 88 que
igualou as mulheres no casamento, então, o código de 2002 deu ao homem o direito de
mudar o seu nome.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de
consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e financeiros para o exercício desse.
QUAL A NATUREZA DO CASAMENTO?
Camilo acha que é um contrato, e um contrato faz lei entre as partes (princípio da
relatividade dos efeitos do contrato), se nenhum contrato pode fazer efeito a quem não é
parte.

 IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
São as circunstâncias de fato e/ou de direito, expressamente previstas em lei, as quais
determinam proibição de determinados casamentos; ou têm o condão de torna-los nulos.
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta; - parentesco natural -
III - o adotante (pai) com quem foi cônjuge (nora) do adotado (filho) e o adotado com
quem o foi do adotante; - parentesco civil -
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante; (irmãos adotivos)
VI - as pessoas casadas; (o Brasil não admite bigamias)
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio
contra o seu consorte; (o amante que mata o marido/esposa, não pode casar com a
esposa/marido)

Como impedimentos para o casamento, o art. 1.521 do CC/2002 traz um rol taxativo
(numerus clausus) daquelas pessoas que não podem casar em determinados casos. As
situações são tidas como de maior gravidade, envolvendo ordem pública, além dos
interesses das próprias partes. Vejamos essas hipóteses.
A) Não podem casar os ascendentes com os descendentes até o infinito, no caso de
parentesco natural (impedimento decorrente de parentesco consanguíneo).
Assim, o filho não pode casar com a mãe, o neto com a avó, o bisneto com a bisavó, o
trineto com a trisavó e assim sucessivamente, sem limites. Duas são as razões para tanto.
A primeira visa a impedir o incesto, ou seja, relações sexuais entre pessoas da mesma
família, tendo índole moral, sendo este um dos negativos absolutos de Freud. A segunda
razão é evitar problemas congênitos à prole, comuns em casos tais, o que alguns ainda
denominam eugenia. Conforme a clássica Enciclopédia Saraiva de Direito, em verbete de
José Lopes Zarzuela, a eugenia significa “o conjunto de princípios científicos destinados
à procriação hígida” (Enciclopédia Saraiva..., 1977, p. 242).
B) Não podem casar os colaterais até terceiro grau (impedimento decorrente de
parentesco consanguíneo).
De acordo com esse impedimento, não podem se casar os irmãos, que são colaterais de
segundo grau, sejam bilaterais (mesmo pai e mesma mãe) ou unilaterais (mesmo pai ou
mesma mãe). A regra também se estende aos tios e sobrinhas, tias e sobrinhos, que são
colaterais de terceiro grau (é a hipótese do chamado casamento avuncular). Sobre os
últimos, continua em vigor o Decreto-lei 3.200/1941, no sentido de que o casamento entre
colaterais de terceiro grau pode ser realizado se não houver risco à prole, o que deve ser
aprovado por uma junta médica formada por dois profissionais da área.
O Enunciado n. 98 do CJF/STJ, aprovado na Jornada de Direito Civil (2002),
consubstanciando o entendimento doutrinário da maioria, aponta que não houve
revogação dessa lei específica (norma especial anterior). Em síntese, o referido decreto-
lei afasta o impedimento moral no caso de casamento entre colaterais de terceiro grau,
devendo a junta médica esclarecer quanto ao impedimento científico.
Por fim, quanto aos primos-irmãos, ou primos, que são colaterais de quarto grau, esses
podem se casar livremente.
C). Não podem casar os afins em linha reta (impedimento decorrente de parentesco por
afinidade).
Nos termos do art. 1.595 do CC, há parentesco por afinidade entre um cônjuge (ou
companheiro) e os parentes do outro consorte (ou convivente). Pelo texto legal, o
impedimento existe somente na afinidade em linha reta até o infinito (sogra e genro, sogro
e nora – linha reta ascendente; padrasto e enteada, madrasta e enteado – linha reta
descendente; e assim sucessivamente até o infinito).
D). Não podem casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem
o foi do adotante; os ascendentes e descendentes em casos envolvendo a adoção; o
adotado com o filho do adotante (impedimentos em decorrência do parentesco civil
formado pela adoção).
São aplicadas as mesmas regras do parentesco consanguíneo ou natural. Para fins
didáticos pode-se dizer que a adoção imita a família natural.
E). Não podem casar as pessoas casadas (impedimento decorrente de vínculo
matrimonial).
O Código em vigor continua consagrando o princípio da monogamia. Mesmo sendo
tratada como impedimento matrimonial – e assim deve ser visualizada como categoria
jurídica criada pela lei –, a hipótese parece ser de incapacidade matrimonial. Isso porque
a pessoa casada não pode contrair matrimônio com qualquer um que seja.
F). Não podem casar o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa
de homicídio contra o seu consorte (impedimento decorrente de crime).
 CAUSAS SUSPENSIVAS
São as situações de fato e/ou de direito, previstas em lei, derivadas da dissolução de
casamento anterior ou de relação de possível subjugação de interesses patrimoniais
decorrentes da tutela ou curatela, as quais, enquanto não superadas, ensejam o dever
relativo de não casar, ou caso haja o matrimônio, acarretam a obrigatoriedade de adoção
do regime de separação de bens”. Permite uma flexibilidade que não tem nas causas de
nulidade.
OBS: antigamente se chamava impedimentos impedientes à art. 1.523 do CC
Hipóteses de causas suspensivas: Art. 1.523.
Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
Esse casamento deve ocorrer no regime da separação de bens para que não haja confusão
dos bens.
Proteção aos direitos dos filhos que podem, eventualmente, serem atingidos por confusão
patrimonial, decorrente dos direitos de meação, próprios dos regimes de comunhão
(parcial ou universal)
- Sanção Principal à Regime de Separação Obrigatória
- Não afeta o plano nem da validade, nem da eficácia
- Incisos I e III > evitar confusão patrimonial
OBS: Inciso I poderá haver uma segunda sanção > hipoteca legal > art. 1484, II do CC
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
Esses 10 meses é para garantir que a mulher não está gravida.
OBS: Turbatio sanguinis = Turbação do sangue, da mulher não saber quem é o pai da
criança. Proteção aos bens do novo marido e da própria criança.
O DNA pode quebrar isso depois, é apenas uma presunção.
É parte legitima para herdar quem já está concebido.
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens
do casal;
OBS: ver art. 1581 (“O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
”)
Na época, demorava muito tempo a partilha dos bens pois o juiz precisava mandar um
oficial para avaliar, assim, o código civil prevê que o casal pode se divorciar mas
continuar o litigio da partilha de bens. Se um dos separados que ainda não definiu o
regime do casamento anterior, deve se casar com a separação dos bens para que não tenha
confusão com o patrimônio da ex esposa.
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela,
e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas
as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a
inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso
II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência
do prazo.
Não está proibido o casamento entre o tutor e o tutelado/curador e o curatelado, mas ele
deve acontecer com a separação dos bens. Só poderiam se casar no regime que quiserem
quando saldadas as contas.
Não pode casar nem os filhos, nem os pais, os irmãos, cunhados e sobrinhos do curador
com o curatelado. Até porque, seria uma contradição colocar em risco o patrimônio do
curatelado, que é alguém que precisa da proteção do estado, para se casar.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes (noivos) solicitar ao juiz que não lhes sejam
aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se
a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento
de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Não é uma coisa simples, é uma ação a ser ajuizada.

 PRINCÍPIOS DO CASAMENTO
PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE
É baseado no perfil da chamada família eudemonista, aquela cuja finalidade se resume
em construir e alimentar a felicidade individual e coletiva de seus membros, ou seja, a
família cujo fundamento consiste em promover o bem-estar mútuo de seus membros,
ofertando ajuda, afeto, apoio.
Para alguns pensadores da corrente eudemonista, a família é o fundamento norteador da
conduta humana moral (BIRMANN, Sidnei Hofer). Há corroboração desta visão no
Direito Moderno no qual se sustenta que a felicidade e a busca pela realização plena dos
sonhos dos membros da família, gerando afeto recíproco, são os norteadores das relações
afetivas na sociedade.
A comunhão de afeto é justamente o motivo jurídico que torna o casamento e a união
estável equiparáveis, legitimando inclusive o afastamento destas duas figuras de outras
previstas na lei civil e de obrigações e sanções impostas a outros negócios jurídicos de
natureza obrigacional e patrimonial.
SOLIDARIEDADE FAMILIAR
Ela surge também a partir dos vínculos afetivos inerentes à entidade familiar. Sendo
assim, é de se esperar, na unidade familiar, que os membros sejam solidários entre si. Os
reflexos deste princípio no casamento refletem-se na “plena comunhão de vida”, de
acordo com o art. 1.511, do Código Civil:
CC/02. Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
A redação deste artigo foi inspirada no princípio da solidariedade familiar, bem como o
art. 1.694 do Código Civil:
CC/02. Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros
os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação.
IGUALDADE ENTRE OS CÔNJUGES
CF/88. Art. 226, §5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
Os cônjuges possuem direitos e deveres iguais na unidade familiar, competindo a ambos,
de forma mútua, colaborar com o planejamento e a direção familiar. Exercem, ainda, em
pé de igualdade, o poder familiar sobre os filhos, e têm deveres e direitos iguais. Tais
afirmativas são fruto de evolução histórica, visto que, no código civil de 1916, havia
textualmente a determinação de que o homem seria o chefe da família e que somente a
ele caberia a chefia familiar.
Além disto, é permitido a ambos os cônjuges acrescentar o seu sobrenome ao outro. O
mais comum de observarmos é a mulher acrescentar o sobrenome do cônjuge homem ao
seu, porém é permitido também que o homem se aproprie do sobrenome da mulher.
Importante ressaltar que este princípio se aplica igualmente a casamento com pessoas do
mesmo sexo, sem distinção entre ambos.
PRINCÍPIO DA MONOGAMIA
É um “princípio” complexo, pois há divergência doutrinária quanto à sua caracterização
como princípio propriamente dito.
Tem-se que a monogamia é protegida por ser uma forma já conhecida e consolidada de
organizar a família. Assim se justifica a tipificação de bigamia como crime, além das
sanções civis como a do impedimento para contrair novo matrimônio, por exemplo,
atribuindo-se status de princípio à exclusividade entre dois nubentes.
REFERENCIAS
https://trilhante.com.br/curso/casamento-e-uniao-estavel-1/aula/casamento-habilitacao-
para-o-casamento-1;
https://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/celebracao-do-casamento.htm;
https://trilhante.com.br/curso/casamento-e-uniao-estavel-1/aula/casamento-habilitacao-
para-o-casamento-1;
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/152399/quais-os-requisitos-de-existencia-validade-
e-eficacia-do-casamento-aurea-maria-ferraz-de-sousa;
https://trilhante.com.br/curso/casamento-e-uniao-estavel/aula/finalidade-existencia-e-
validade-do-casamento-2;
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-escada-ponteana-e-a-celebracao-
do-casamento/.

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