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CASAMENTO: CAUSAS IMPEDITIVAS. CAUSAS SUSPENSIVAS.

HABILITAÇÃO E CELEBRAÇÃO

CAUSAS IMPEDITIVAS DO CASAMENTO


* Imposições legais com o fito de limitar a natural capacidade de casar.
* Atingem a existência do casamento: quando realizado na presença de uma causa impeditiva, este será nulo.
* Estão no campo da legitimação: Sujeito pode ter capacidade, mas não ter legitimidade.
* São de ordem pública: Proibição absoluta.
* Podem ser de feição material ou formal.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa
capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento,
será obrigado a declará-lo.

Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada,
instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.

Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os
fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo
razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de
má-fé.

CLASSIFICAÇÃO DOS IMPEDIMENTOS


a) Impedimentos resultantes do parentesco
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;

Decreto-lei nº 3.200/41, Art. 2º: casamento entre tio e sobrinho - Os colaterais do terceiro grau, que pretendam
casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que
nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade,
afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o
ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.

b) Impedimentos resultantes de casamento anterior:


- Proibição da bigamia: Art. 1.521. Não podem casar: VI - as pessoas casadas;
- Casamento Putativo:
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em
relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos
aproveitarão.
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarão.

c) Impedimento resultante da prática de crime: viúva ou viúvo que pretender casar-se com o assassino do seu
cônjuge. Delito de homicídio doloso.
Art. 1.521, VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.
CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO
Enquanto os impedimentos proíbem a celebração, promovendo uma interdição no direito de casar, as causas
suspensivas atuam em campo diverso, servindo como uma recomendação para que os interessados não casem
diante de determinadas circunstâncias. Desse modo, o casamento que não considera uma causa suspensiva não
será nem nulo, nem anulável. Será em verdade, genericamente eficaz.

 Consequência: Imposição do regime da separação obrigatória de bens.


 Legitimados a arguir as causas suspensivas:
Art. 1.524 CC - As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em
linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam
também consangüíneos ou afins.

CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS


 Fundadas na confusão patrimonial
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;

 Fundadas em confusão de sangue


Art. 1.523, II, CC - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez
meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

 Fundada em tutela ou curatela


Art. 1.523, IV, CC - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.

**OBS: afastamento das causas suspensivas.


§ Único, Art. 1.523, CC: É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente,
para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá
provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo

HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO


A habilitação para o casamento é o procedimento administrativo, de iniciativa dos nubentes, que tramita perante o
Oficial do Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais do domicílio de qualquer deles (Lei de Registros Públicos,
Art. 67), com o propósito de demonstrar a capacidade para casar e a inexistência de impedimentos matrimoniais e
de causas suspensivas. Equivale a dizer: através da habilitação para o casamento averigua-se a plena capacidade
dos noivos, bem como a eventual existência de impedimentos matrimoniais e causas suspensivas. Momento de
averiguação da presença de todos os elementos exigidos legalmente.

Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.


Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos,
emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.

PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO E SUAS FASES

1ª Fase: Fase de requerimento de habilitação e apresentação de documentos.


- Art. 1.525 CC
- Art. 67 LRP
- Pedido feito no local de residência de um dos cônjuges.
- Preparada a habilitação, os autos são remetidos ao MP (Art. 1.526 CC).

2ª Fase: Fase dos editais de proclama.


- Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital de proclamas. (Art.
1.527 CC).
- Edital de proclamas: ato administrativo expedido pelo Oficial do Cartório de Registro
Civil em que tramita a habilitação, por meio do qual os nubentes são qualificados, e é
anunciado o casamento para a sociedade.

* Oposição da Habilitação: momento adequado para a apresentação dos impedimentos ou


das causas suspensivas ao casamento.
- Art. 1.522 CC: não há preclusão do direito até a celebração.
- Art. 1.529 CC: forma para apresentação.
- Art. 1.530 CC: resguardado o contraditório.

3ª Fase: Fase de registro dos proclamas e expedição da certidão de habilitação.


- Art. 1.531 e 1.532 CC
* Art. 1.528 CC
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.

* A celebração deverá ser presidida pelo juiz de direito, juiz de paz ou, no
matrimônio religioso com efeitos civis, pela autoridade religiosa.

* Art. 1.533 CC

* Art. 1.534 CC: publicidade.

* Art. 1.535 CC: declaração de efetuação do casamento.

* Art. 1.536 CC: assento no livro de registro.

* Art. 1.538 CC: suspensão da celebração.


- Declaração expressa de vontade.
CASAMENTO RELIGIOSO COM

EFEITOS CIVIS.

* Art. 1.515 e 1.516 CC

* Exige prévia e regular habilitação para o casamento.

* Casamento religioso com prévia habilitação x Casamento religioso com


efeitos civis posteriores.

* Efeitos retroativos??
Os noivos comparecem ao cartório perto da residência deles juntamente com as 2 testemunhas, de 30 a 60 dias
antes da data pretendida para dar entrada nos papéis de casamento. Além dos documentos habituais (Certidões e
R.G.) os noivos devem levar um Requerimento da Igreja que diz que o casamento será Religioso com Efeito Civil.

Este requerimento deve ser retirado na Igreja antes dos noivos irem ao cartório para marcar o casamento e deverá
ser assinado por eles e pelo celebrante religioso ou Pároco da Igreja.
OBS: Antes de levar este documento no cartório para dar entrada nos papeis de casamento, é necessario
reconhecer a assinatura do Celebrante religioso. neste requerimento da Igreja.

Após o prazo de 20 dias, o cartório que vocês deram entrada nos papéis de casamento, vai emitir um documento
chamado Certidão de habilitação. Este documento deverá ser entregue na Igreja para que possa ser feito o Termo
de Religioso com efeito civil, que é o documento que os noivos e os 2 padrinhos deverão assinar na hora da
cerimônia.

Após a cerimônia , os noivos devem levar o Termo de Religioso com Efeito civil para ser reconhecida a firma do
celebrante que celebrou o casamento, para depois levar ao cartório que deram entrada no casamento e trocar pela
certidão de casamento.

Os noivos tem o prazo de 90 dias para fazer o registro do casamento, a contar da data da celebração, caso este
registro não seja feito os noivos continuarão solteiros.

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