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AO DOUTO JUIZO DA __ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE

FLORIANÓPOLIS/SC

Processo número: ….

CAROLINA ROCHA SOUTO, nacionalidade XXX, casada, profissã o XXX, portadora


do documento de identidade nº…, inscrito no CPF sob o nº…, residente e
domiciliado à rua…, nº …, bairro …, Florianó polis/SC, telefone …, e-mail …, neste
ato devidamente representado por seu advogado…, procuraçã o em anexo, com
escritó rio à rua…, nº…, bairro …, Cidade …, e-mail …, vem respeitosamente a vossa
EXCELÊ NCIA com fulcro no Art 1.550 e ss do Có digo Civil, propor.

CONTESTAÇÃO

à ANULAÇÃO DE CASAMENTO proposta por JOÃO GOMES SOUTO,


nacionalidade …, casado, profissã o …, portador da cedula de identidade nº …,
inscrito no CPF sob o nº …, telefone …, e-mail …, residente e domiciliado a Rua …,
nº …, bairro …, Florianó polis/SC, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I- DOS FATOS:

Segundo restou apurado, o casal se conheceu em 2016 em uma noite de


trabalho da contestante, enquanto esta ainda trabalhava em casa de prostituiçã o, o
trabalho perdurou até as vésperas do casamento que ocorreu em 22/09/2018.
Ainda no noivado a contestante adquiriu um imó vel no valor de R$
550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais) a qual se tornou moradia do casal,
porém apó s o casamento no regime de comunhã o parcial de bens, o contestado
adquiriu um veículo no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Além disso o contestado ganhou uma casa com clausula de
incomunicabilidade no valor de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais).
Logo diferente do alegado pelo contestado conforme fotos e conversas
anexadas as fls. XXX, comprovam que o mesmo sabia da vida que a contestante
levava, nunca se resistiu nem se opô s a sua funçã o, inclusive permitindo que a
mesma adquirisse seu nome quando casada.

II- DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS

As custas foram recolhidas conforme Guia de Recolhimento XXX as fls.


XXX.
III- DA ANUALAÇÃO DO CASAMENTO

A anulaçã o é possível mediante o Có digo Civil conforme aduz os artigos


1.550 e ss do CC
“É anulá vel o casamento:
I - de quem nã o completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade nú bil, quando nã o autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento;
V - realizado pelo mandatá rio, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogaçã o do mandato, e nã o sobrevindo coabitaçã o entre os cô njuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1 o . Equipara-se à revogaçã o a invalidade do mandato judicialmente decretada.
(Redaçã o dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2 o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade nú bia poderá
contrair matrimô nio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu
responsá vel ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)”

Assim conforme comprovado que o contestado já conhecia o fato em


tela, o tempo para anulaçã o do decorrido é decadência de 3 (três) anos, conforme
artigo 1.560, inciso III do CC.

3.1- DA DECADÊNCIA

Conforme artigo 1.560 do CC temos que:


“O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da
celebraçã o, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
§ 1 o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos
menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez
essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou
ascendentes.
§ 2 o Na hipó tese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulaçã o do casamento é
de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento
da celebraçã o.”
Assim percebemos que o Direito para propositura da açã o se dava até
22/09/2021. Contando assim, o que deve ser feito é divó rcio litigioso com eventual
partilha de bens.

3.2 DOS BENS

Da partilha dos bens, cabe ressaltar que CAROLINA consciente da nã o


divisã o da casa recebida por doaçã o conforme prevê o artigo 1.668, inciso I do CC,
que diz: “Sã o excluídos da comunhã o: I - os bens doados ou herdados com a
clá usula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;(…)” propõ e
perante o juízo a seguinte partilha.
A contestante fica com a casa adquirida anterior ao matrimô nio no
valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), o contestado fica com o veículo no
valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e a casa ganhada para sua moradia no valor
de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais).

IV- DO NOME

A contestante que com casamento passou a se chamar por CAROLINA


ROCHA SOUTO, em caso de dissoluçã o do casamento deseja voltar ao nome de
solteira CAROLIA ROCHA.

V- DOS FUNDAMENTOS

CAROLINA entendendo que a separaçã o nã o necessita do desejo dos


dois por ser direito do um dos cô njuges respeita a decisã o do varã o e aduz que o
embasamento correto para a açã o seria propor o divó rcio conforme fundamentos
abaixo.
Assim sendo, cabe fundamentar com artigo 226, § 6º, da Constituiçã o
Federal:
“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteçã o do Estado. § 6º - 0
casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio, apó s prévia separaçã o judicial
por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separaçã o de
fato por mais de dois anos.”

Logo, sabemos que pelo prazo decadencial a anulaçã o nã o é possível,


todavia é cabível o divó rcio assim como a Constituiçã o faz alusã o, e o STF entendeu
pacificamente nã o haver tempo mínimo podendo existir o divorcio direto.
De igual modo o Artigo 1.571, § 1º do Có digo Civil, garante que o
casamento valido somente se dissolverá por divorcio:
“O casamento vá lido só se dissolve pela morte de um dos cô njuges ou pelo
divó rcio, nã o se aplicando a presunçã o estabelecida neste Có digo quanto ao
ausente.”

Além do mais o artigo 1.550 do Có digo Civil, aduz que:


“O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da
celebraçã o, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
§ 1 o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos
menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez
essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou
ascendentes.
§ 2 o Na hipó tese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulaçã o do casamento é
de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento
da celebraçã o.”

Dessa forma, nã o resta dú vida que o legislador previu a manutençã o e


salvaguarda da família entendendo esta ser o alicerce da sociedade, assim incabível
por parte do contestado a açã o de anulaçã o, porém deveria ser proposto
DIVORCIO LITIGIOSO.

VI- DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Que seja designada uma data para audiência de conciliação;


b) Que seja admitida todos os meios de provas permitidos em
direito, para que consiga o genitor provar com os fatos corroborados;
c) Que seja aceita a contestação;
d) Que a contestante volte ao nome de solteira a saber, CAROLINA
ROCHA.

Nestes Termos
Pede Deferimento

Nova Friburgo, …. de ….. de ….


Adv….
OAB/… nº …….

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