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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

DA COMARCA DE JUAZEIRO DO NORTE – CE


DIVÓRCIO CONSENSUAL
NOME DA REQUERENTE, brasileira, casada, professora, portadora do RG nº XXXXXXXXX
SSP/CE e inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXX, residente e domiciliada a Rua Pedro Cruz
Santana, nº XX, Bairro Carite, na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará , telefone:
XXXXXX, sem endereço eletrô nico e NOME DO REQUERIDO, brasileiro, casado, pedreiro,
portador do RG nº XXXXXXXXX SSP/CE e inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX , residente e
domiciliado à Rua Graciliano Ramos, nº XX, Bairro Triâ ngulo, na cidade de Juazeiro do
Norte, Estado do Ceará , telefone:XXXXXXXX, sem endereço eletrô nico, vêm, por intermédio
da Defensora Pú blica que ao final subscreve, com o devido acatamento perante Vossa
Excelência, manifestar o mú tuo e livre consentimento para propor açã o de DIVÓRCIO
CONSENSUAL, pelas razõ es e os fatos expostos a seguir:
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A autora requer, inicialmente, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na forma da
Lei, conforme declaraçã o de hipossuficiência anexa, nos termos do art. 98 e seguintes do
CPC/15. Nã o dispondo de numerá rio suficiente para arcar com taxas, emolumentos,
depó sitos judiciais, custas, honorá rios ou quaisquer outras cobranças dessa natureza sem
prejuízo de sua pró pria subsistência e/ou de sua família, requer a assistência da Defensoria
Pú blica com fulcro no art. 185 do CPC/15, tudo consoante com o art. 5º, LXXIV, da
Constituiçã o Federal.
DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA
Por oportuno, é vá lido esclarecer que, por se tratar de parte representada judicialmente
pela Defensoria Pú blica Geral do Estado, possui as prerrogativas do prazo em dobro e da
intimaçã o pessoal do Defensor Pú blico afeto à presente Vara, consoante inteligência do art.
5º, caput, da Lei Complementar Estadual nº 06, de 28 de maio de 1997[1].
O pará grafo ú nico do supramencionado dispositivo legal, completa o mandamento acima
esposado, ao dispor que a atuaçã o da Defensoria Pú blica dar-se-á em juízo
independentemente de procuraçã o, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes
especiais.
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Tratando-se de assistidos desta Defensoria Pú blica e, consequentemente, indivíduos
econô mica e juridicamente hipossuficientes e vulnerá veis, nã o possuem endereço
eletrô nico, por essa razã o nã o informado esse dado, nos termos do que preconiza o art.
319, do CPC. Nã o obstante, de acordo com o disposto § 2º e 3º do art. 319 CPC, tais
informaçõ es nã o podem ensejar a emenda, tampouco o indeferimento da inicial, sob pena
de se restar configurado intransponível ó bice ao acesso à justiça.
DOS FATOS
• Do Casamento e da Separação de Fato
Os requerentes contraíram matrimô nio no dia 20 de janeiro de 2012, sob o regime da
comunhã o parcial de bens, conforme prova a Certidã o de Casamento anexa.
O casal encontra-se separado de fato há alguns meses, nã o tendo ocorrido nenhum retorno
à convivência nesse período, sem qualquer possibilidade de reconciliaçã o.
• Dos Filhos
Da relaçã o conjugal advieram três filhos: NOME DA FILHA, nascida em 29 de julho de 2013
NOME DA FILHA, nascida em 10 de agosto de 2007 e NOME DO FILHO, nascido em 13 de
fevereiro de 2009, conforme Certidõ es de Nascimento anexas.
• Da Guarda e do Direito de Visitas
Os requerentes acordaram que a guarda das crianças será exercida de forma UNILATERAL
em favor da genitora, o pai poderá visitar os filhos de maneira livre, o que representa o
melhor interesse da prole, razã o pela qual requerem a homologaçã o judicial dessa
convençã o.
• Da Pensão Alimentícia dos Filhos
Concernente ao pagamento da pensã o alimentícia ficou estipulado de comum acordo que o
cô njuge varã o arcará com a pensã o alimentícia no percentual de 26,20% (vinte e seis
vírgula vinte por cento) do salá rio mínimo, correspondendo atualmente a R$ 273,79
(duzentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), devendo ser pago diretamente à
genitora das criança no dia 30 (trinta) de cada mês e em fevereiro dia 28 (vinte e oito),
mediante recibo.
• Da Pensão Alimentícia dos Cônjuges
Os cô njuges dispensam, neste ato, a estipulaçã o de pensã o alimentícia para ambos.
• Da Existência de Bens
Durante a uniã o matrimonial foi adquirido o seguinte bem, qual seja: um carro de modelo
FIAT UNO, ano 94, cor verde de placa XXX XXXX, avaliado em R$ R$ 5.923 (cinco mil
novecentos e vinte três), conforme tabela fiper. O casal decidiu de comum acordo que
quando o automó vel for vendido, o valor resultante da venda será dividido entre os dois, de
modo igual.
• Do Uso do nome
Quando da realizaçã o do matrimô nio o cô njuge virago alterou seu nome, requerendo,
assim, retornar a utilizar o nome de solteira, qual seja: NOME DA REQUERENTE. Nã o houve
alteraçã o no nome do cô njuge varã o.
DO DIREITO
A pretensã o dos requerentes encontra fundamento no § 6º do artigo 226 da Constituiçã o
Federal de 1988, in verbis:
Art. 226. (...)
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio. (Redaçã o dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
Assim, a nossa Constituiçã o Federal passou a admitir o divó rcio direto, sem necessidade de
observâ ncia de qualquer requisito.
Trata-se de reconhecimento à Teoria do Desamor, segundo a qual nã o cabe ao Estado
intervir nas relaçõ es particulares de modo a determinar a permanência da uniã o dos
cidadã os quando nã o exista mais o elemento afetivo.
Neste sentido, destacamos a doutrina especializada de Direito de Família que, sobre o tema,
leciona:
Convém postular que o direito de casar e o de nã o permanecer casado constituem o verso e
o reverso da mesma moeda, devendo ser compreendidos e assegurados de forma integral,
tanto no plano material, quanto na esfera processual, libertos de exigências indevidas e
mediante um exercício facilitada[2].
O divó rcio é a dissoluçã o de um casamento vá lido, ou seja, extinçã o do vínculo matrimonial
de acordo com o quer diz o art. 1571, IV e § 1º do Có digo Civil:
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
IV - pelo divó rcio.
§ 1o O casamento vá lido só se dissolve pela morte de um dos cô njuges ou pelo divó rcio,
aplicando-se a presunçã o estabelecida neste Có digo quanto ao ausente.
Com o divó rcio cessam todos os efeitos do vínculo conjugal, põ e fim aos deveres recíprocos
dos cô njuges, extingue o regime matrimonial de bens, nã o admite reconciliaçã o entre os
cô njuges.
DO PEDIDO
Diante do exposto, de acordo com o pará grafo 6º do artigo 226 da Constituiçã o Federal e
baseado na Lei 6.515/77, requerem:
1. O deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais,
conforme previsã o contida na Declaraçã o de Hipossuficiência em anexo (cf. art. 98,
caput e § 1º e § 5º do CPC/15);
2. Que seja intimado o digno representante do Ministério Pú blico;
3. Por fim, que seja julgado procedente o presente pedido, decretando o Divó rcio
Consensual do casal, nas condiçõ es expostas na presente exordial;
4. A expediçã o, logo apó s, do Mandado de Averbaçã o ao Cartó rio de Registro Civil
competente, para que se proceda à s anotaçõ es de praxe da sentença que decretou o
divó rcio consensual, isento de custas.
Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitido,
especialmente juntada atual e posterior de documentos, perícias, vistorias, demais meios
probató rios que se fizerem necessá rios ao andamento e julgamento do feito, tudo, de logo,
requerido.
Dã o à causa o valor de R$ 9.208,48 (nove mil duzentos e oito reais e quarenta e oito
centavos)
Termos em que pedem e esperam deferimento.
Juazeiro do Norte – CE, 27 de setembro de 2020.
ROL DE DOCUMENTOS
1. Art. 5º. Fica assegurado à Defensoria Pú blica o prazo em dobro e intimaçã o pessoal,no
exercício das funçõ es institucionais, nos termos do art. 128, item I, da Lei
Complementar nº 80, de 12 de janeiro de ↑
2. FARIAS, Cristiano Chaves de. A comprovação dos prazos para a separação e o divórcio
na dissolução consensual por escritura pública: a simplicidade é irmã da perfeição. GZ
Editora: Rio de Janeiro, 2009. P. 46. ↑

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