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AO JUÍZO DE DIREITO DA _ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXX-XX

ALICE BERNADETE SOUZA E SILVA, nacionalidade XXXXXXXX,


casada, fisioterapeuta, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX portador da
cédula de identidade de número XXXXX XX/X, residente e domiciliado na Rua
XXXXX, s/n, Bairro XXXX, CEP nº XXXXX-XXX, por intermédio de seu advogado
legalmente constituído através de instrumento procuratório em anexo, DR. XXXXX,
OAB n° XXXXXXX, com endereço profissional na rua: XXXXXXXX, n° XX, Bairro
XXXXXXX, na cidade de XXXXXXX-XX com endereço eletrônico
XXXXXXXXXX, onde recebe notificações e quaisquer outras intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no Código Civil,
artigo 1.571 e também no artigo 226, §6º da Constituição Federal, ajuizar a presente
ação:

AÇÃO DE DIVÓRCIO LETIGIOSO C/C PARTILHA DE BENS,


ALIMENTOS E ALTERAÇÃO DE NOME

Em face de PAULO JOSÉ SILVA, nacionalidade XXXXXXXX, casado, funcionário


público, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX e cédula de identidade n°
XXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXX, s/n, Bairro XXXXXXX, CEP nº
XXXXX-XXX, em conformidade com os fundamentos de factos e de iure que passa a
delinear:

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Requerente não possui condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo
de seu próprio sustento, tal como de sua família, visto que esta detêm total responsabilidade
financineira de seus filhos. Fazendo jus aos benefícios da justiça gratuita, com base no
disposto ao inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal, nos arts. 98 e 99, do CPC/2015
e no art. 1º, da Lei nº 1.060/50, em virtude de ser pessoa economicamente hipossuficiente na
acepção jurídica da palavra e sem possibilidades de arcar com os encargos decorrentes do
processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.

DOS FATOS

As partes estabeleceram um casamento que se perdurou por 8 anos, perante o regime


de comunhão parcial de bens. Durante os anos de casados, foram concebidas duas crianças,
Ana de 2 anos, e Juca de 5 anos, ambos absolutamente incapazes. Juntos os cônjuges
adquiriram uma casa no valor de R$ 150.000,00, um terreno no valor R$ 40.000,00, dois
automóveis (um Gol no valor de R$ 24.000,00 e um Selta no valor de R$ 20.000.00), 35% do
capital da empresa Doces Moles no valor de R$ 18.000,00 e um saldo na poupança com valor
aproximado de R$ 60.000,00.
A relação terminou a cerca de 1 ano e 2 meses, estando separados de fato. A autora
solicitou o divórcio, no entanto a outra parte não aceitou os termos. O valor total das despesas
das crianças é de R$ 3.000,00, entretanto o salário da progenitora é de apenas R$ 4.500,00, o
qual não dá pra suprir com todas as despesas sozinha, visto que ela é a responsável dos filhos
após a separação de fato.
Sabe-se que o requerido, pai das crianças, é funcionário público e recebe um salário
mensal de R$ 8.200,00. Sendo assim, a requerente solicita o divórcio juntamente com a
partilha de bens, a pensão alimentícia de 30% do salário mensal da parte ré e também a
retirada do seu nome de casada.
LIMINARMENTE – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Desta feita, ante as peculiaridades do caso concreto, aliado ao periculun in mora e ao


fumus boni iuris, presentes nitidamente nesta demanda, requer a autora a fixação de alimentos
provisionais nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68:

“Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos
pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”

No caso em questão, resta clara a necessidade de fixação de tal provisão legal, visto a
dificuldade financeira enfretada pela genitora, afetando gravemente no sustento de seus filhos.

À vista disso, requer a Vossa Excelência a fixação de alimentos provisórios, em


caráter de urgência, no valor mensal de 30% sobre o salário do Requerido, para satisfação das
necessidades do filho.

DO DIREITO

– Do Divórcio

O casamento é constituído pela sociedade conjugal e pelo vínculo conjugal. Quando


ocorre o divórcio, também ocorre o fim da sociedade conjugal, pondo um fim aos deveres de
coabitação e fidelidade recíproca. No entanto, a separação de fato não provoca o fim do
vínculo matrimonial, juridicamente.

Para o artigo 226, §6º da Constituição Federal, o casamento civil pode ser dissolvido
pelo divórcio. Desta forma, o Código Civil também assegura no seu artigo 1.571.

Perante a realidade de que as partes encontram-se separadas de fato há 1 ano e 2 dois


meses, e uma vez que a requerente mostra o interesse em divorciar-se, visto que legalmente
não há nada que a impeça.
– Da Partilha de Bens

As partes estão casadas sob o regime de comunhão parcial de bens, durante a união
adquiriram alguns bens que devem ser partilhados. O Código Civil dispõe sobre o regime de
comunhão parcial de bens:

“Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem


ao casal, na constância do casamento.”
“Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos
cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do

casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.”

Durante a união, o casal adquiriu os seguintes bens: uma casa no valor de R$


150.000,00, um terreno no valor R$ 40.000,00, dois automóveis (um Gol no valor de R$
24.000,00 e um Selta no valor de R$ 20.000.00), 35% do capital da empresa Doces Moles no
valor de R$ 18.000,00 e um saldo na poupança com valor de R$ 59.000,00.

Assim sendo, a autora tem o direito a metade do valor dos bens (cinquenta por cento),
em um total de R$ 155.500,00, especificamente.

– Da Renúncia Do Nome De Casada

A legislação civil em seu artigo 1.571 §2º, prevê a possibilidade de que, após a
decretação do divórcio, o cônjuge mantenha o nome de casado ou volte a adotar seu nome de
solteiro. Nesse sentido, a jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGITRO -


RENÚNCIA AO NOME DE CASADA - POSSIBILIDADE A
QUALQUER MOMENTO. O art. 57 da Lei n.º 6.015/73 (Lei dos
Registros Publicos) admite a alteração de nome civil, desde que se
faça por meio de exceção e com justa motivação. A renúncia ao nome
de casada pode ser exercida a qualquer momento, nos termos do artigo
18 da Lei n.º 6.515/77.(TJ-MG 100240607070310011 MG
1.0024.06.070703-1/001 (1), Relator: ARMANDO FREIRE, Data de
Julgamento: 03/07/2007, Data de Publicação: 10/07/2007).

Sendo assim, a requerente pleiteia a alteração de seu nome para o de solteira (Alice
Bernadete Souza).

– Dos Alimentos

É assegurado no artigo 6º da Constituição Federal, os direitos sociais garantido a todo


ser humano incluindo alimentação, saúde, educação e infância. Ainda na Constituição Federal
no artigo 227: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

O artigo 1.696 do diploma Civil diz que:


"Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e
extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em
falta de outros."
O requerente encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:
"Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode
prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque
no necessário ao seu sustento."

DA OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

“Em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor
manifesta seu interesse na realização de sessão de conciliação, com o objetivo de
buscar uma solução consensual para o litígio”.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Autora:

a) A concessão do benefício da gratuidade de justiça, nos termos dos arts. 98 e 99,


CPC/2015, do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e da Lei nº 1.060/50;
b) A concessão da liminar de fixação dos alimentos provisórios em 30% sobre os
rendimentos brutos, abatidos os descontos legais, acrescidos de férias e 13º salário;
c) A citação do Requerido.
d) Que seja julgada PROCEDENTE a presente ação.
e) A decretação do divórcio do casal e, após as formalidades legais, a expedição de
mandado de averbação e de formal de partilha nos termos da lei.
f) A alteração do nome da Requerente, para que torne a assinar o nome de solteira “Alice
Bernadete Souza”. Com expedição de mandado ao Oficial de registro Civil para a
competente averbação.
g) A partilha dos bens em comum do casal, conforme proposta apresentada, vez que a
mesma se encontra em conformidade com ordem emanada do art. 1.658 do Código
Civil.
h) Requer o carro celta no valor de R$20.000,00.
i) Requer o saldo da poupança, com o valor de 59.000,00.
j) Requer o valor no que se refere a metade do valor da casa.

k) Requer o condenamento do requerido na prestação de alimentos definitivos, na


quantia da liminar, sendo estes depositados em conta bancária da representante legal do
requerente.

l) Com a procedência desta ação, seja o Requerido (a) condenado ao pagamento das
custas processuais e honorários sucumbenciais, a serem fixados na base de % sobre o
valor da condenação;
m) Que o(a) Requerente seja intimado(a) de todos os atos deste processo, bem como
seu advogado(a), Dr(a). XXX, com documento procuratório em anexo.

Protesta o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que
eventualmente venham a surgir, além dos documentos já juntados.

Dá-se à causa o valor de R$ 250.000,00.


Termos em que
Espera e pede deferimento.

XXXXXX-XX, XX de XXXXXX de XXXX.

ADVOGADO(A) OAB
Nº XXX

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