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AO DOUTO JUÍZO DA __ VARA DE FMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE

(CIDADE E ESTADO)
COM PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

FULANA DE TAL, brasileira, em uniã o está vel, auxiliar de serviços gerais,


portadora da CI nº 00000 PC/GO, inscrita no CPF sob o nº 000.000.000-00,
residente e domiciliada na Rua XX, Quadra XX, Lote XX, S/N, (Bairro/Setor), CEP
00000, (Cidade e estado), fone (00) 00000-0000, e endereço eletrô nico xxxxx
@gmail.com, e BELTRANO DE TAL, menor impú bere, representado por sua
genitora acima qualificada, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
através do seu advogado in fine assinado, propor a presente:
AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PEDIDO DE GUARDA
UNILATERAL E ALIMENTOS DE MENORES

Em face de CICLANO DE TAL, brasileiro, em uniã o está vel, com profissã o


desconhecida, portador da CI nº 000000 SSP/BA, inscrito no CPF sob o nº
000.000.000-00, residente e domiciliado na Avenida xx , nº xx, Bairro xx, CEP
0000.00 , Juazeiro – BA, fone (74) 00000-0000, com fulcro no artigo 7º da Lei
9278/96, no artigo 1.724 e artigos 1.583 a 1.590, todos do Có dex Cível, quer seja a
Lei nº 13.058/14, bem como todos os dispositivos legais pertinentes, pelos fatos e
fundamentos aduzidos:
I – DOS FATOS
A Proponente e o Requerido, possuem uma uniã o está vel desde 00/00/0000 (data
por extenso) conforme certidã o anexa, do enlace matrimonial foi concebido 01
(um) filho, quer seja, o menor BELTRANO DE TAL vide certidã o de nascimento
anexa; sem bens a partilhar; estando separados de fato desde meados de (data
aproximada).
Estes sã o os fatos em que há de se aplicar o direito.
II – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Ao que consta, a Proponente nã o possui condiçõ es de arcar com custas processuais
e honorá rias advocatícios sem prejuízo do sustento pró prio, bem como o de sua
família, razã o pela qual fazem jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos
do artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal, artigo 4º da Lei nº 1060/50 e artigo 98
do CPC.
III- DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO
A dissolução da união estável é a forma legal para encerrar o vínculo entre os
companheiro, sendo assim, como qualquer outra relação amorosa, a união
estável pode também ter o seu término final, sendo o que requer-se
preliminarmente.
Sobre o tema discorre Silvio de Salvo Venosa:
‘‘O artigo 7º da Lei nº 9.278/96 previa a hipótese de rescisão da união estável,
por iniciativa de um ou de ambos os conviventes. A união estável pode ser
dissolvida por vontade das partes e por resolução, que decorre de culpa pelo
inadimplemento de obrigação legal contratual.’’
De acordo com o ensinamento de Roberto Senise Lisboa, a uniã o está vel se
extingue:
“com a morte de um dos conviventes; pela vontade de uma ou de ambas as partes,
por meio da resilição unilateral (denúncia) ou da resilição bilateral (distrato); pela
resolução, ante a quebra de um dos requisitos da união estável, referente aos deveres
dos conviventes.”
O pró prio Supremo Tribunal Federal já editou uma sú mula sobre a possibilidade
de dissoluçã o da uniã o está vel:

Súmula 380 do STF – Comprovada a existência de sociedade de fato entre os


concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio
adquirido pelo esforço comum.
Concluindo, visto que restam inú meros indícios de que nã o há a menor
possibilidade de qualquer vínculo matrimonial entre a senhora Fulana e o senhor
Ciclano, e que este apó s o nascimento do infante Beltrano de Tal teria se mudado
do estado de Goiá s para o estado da Bahia, evidenciando o claro desinteresse e
manter esta uniã o.
IV – DA GUARDA
Atesta o Có digo Civil em seu artigo 1584, I o seguinte:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela
Lei nº 11.698, de 2008).
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação
autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em
medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
Dessa maneira, estando findada a uniã o está vel entre os genitores do menor, sem
chances de retorno, faz-se necessá rio a regulamentaçã o da guarda, a fim de
garantir a consonâ ncia do convívio que este já se encontra e nã o promover uma
mudança brusca que poderia prejudicar seu desenvolvimento.
Pontua o CC em seu artigo 1583 que a guarda unilateral é compreendida pela
atribuiçã o a um dos genitores ou a alguém que o substitua, obrigando o pai ou a
mã e que nã o a detenha a supervisionar o interesse dos filhos, em assuntos que
direta ou indiretamente afetem a saú de fisioló gica e psicoló gica e a educaçã o de
seus filhos, in litteris:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº
11.698, de 2008).
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores
ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5 o) e, por guarda compartilhada a
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que
não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
(Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). [...]
§ 5ºA guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão,
qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações
e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações
que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação
de seus filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)

Sendo assim, infere-se que é legítimo o rogo da mã e pela guarda unilateral de sua
prole, como também a obrigatoriedade da participaçã o do pai, quer seja o senhor
CICLANO DE TAL na criaçã o do menor, e buscando nã o cercear o direito deste na
visitaçã o do filho.

V – DOS ALIMENTOS
É sabido que nas açõ es de alimentos é cabível a fixaçã o de alimentos provisó rios,
conforme ensinamentos do art. 4º da Lei 5.478/68: “ao despachar o pedido, o juiz
fixará desde logo alimentos provisó rios a serem pagos pelo devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que deles nã o necessita.”
Destarte, a Lei nº 5.478/68 dispõ e sobre a prestaçã o de alimentos, regulando esta.
O artigo 1696 do diploma Civil diz que:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e
extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau,
uns em falta de outros.
No caso em tela, em consequência das dificuldades financeiras da genitora do
menor, necessá rio se faz a fixaçã o, de alimentos provisó rios, para a satisfaçã o das
necessidades do infante.
À vista disso, requer preliminarmente a V. Excelência a fixação de alimentos
provisórios, em caráter de urgência, no valor mensal de 30% sobre o salário
mínimo vigente, que correspondem a importância de R$ 363,60 (trezentos e
sessenta e três reais e sessenta centavos) mensais.
A requerente encontra amparo legal no artigo 1695 do CC, que versa:
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Ademais, o dever de prestaçã o de alimentos está previsto expressamente na
Constituiçã o Federal, em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazer as
necessidades vitais do autor, visto que este nã o pode provê-las de si.
Por derradeiro, restando infrutíferas todas as alternativas para uma saída suasó ria,
nã o restou a Requerente outra alternativa senã o a propositura da presente açã o,
para que o genitor, ora Requerido, seja compelido a contribuir com o necessá rio
para que o Requerente possa sobreviver com, um mínimo de dignidade.
VI – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer-se:
1. A Requerente pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurado pela
Constituiçã o Federal, artigo 5º, LXXIV, artigo 98 do CPC e Lei Federal 1060/50
tendo em vista que momentaneamente, nã o podem arcar com as despesas
processuais, sem prejuízo de seu sustento;
2. Seja concedida à genitora a guarda unilateral provisó ria, bem como alimentos
provisó rios no equivalente a 30% (trinta por cento) do salá rio mínimo vigente;
3. A citaçã o do Requerido, acima descrito, para que compareça em audiência a ser
designada por Vossa Excelência, sob pena de confissã o quanto a matéria de fato,
podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da
revelia, nos ditames do art. 344 do CPC/15. Recomenda-se ainda que esta seja feita
através de meio eletrô nico, dada a atual moradia deste, que se encontra no estado
da Bahia;
4. Ao final, seja a presente julgada procedente, concedendo à genitora a guarda
unilateral definitiva, direito de visitaçã o livre, e, alimentos definitivos no
equivalente a 30% (trinta por cento) do salá rio mínimo vigente;
5. A esta causa atribui-se o valor de R$ 4.363,20 (quatro mil trezentos e sessenta e
três reais e vinte centavos).
Diante de todo o exposto,
Pedem e aguardam deferimento.
Goiâ nia, 06 de março de 2022.
Advogado
OAB/GO 00000

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