Você está na página 1de 10

LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.

578

MERITISSÍMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA


COMARCA DE CIANORTE- ESTADO DO PARANÁ.

ALEXANDRA DO MEL MITSUJAPA, brasileira,


divorciada, balconista, inscrita no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador da cédula de
identidade RG nº 0.000.000-0 e MARLON MITSUJAPA DO MEL, brasileiro,
solteiro, menor impúbere, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador da cédula
de identidade RG nº 0.000.000-0, residentes e domiciliados na Rua Pitanga nº 00,
jardim Brasília, na cidade de Cianorte – PR, representado por sua mãe ALEXANDRA
DO MEL MITSUJAPA, comparecem perante este R. Juízo, por intermédio de sua
advogada, a bel. Lizandra Vieira, legalmente inscrita na OAB/PR sob o nº 98.578,
com escritório profissional cujo endereço encontra-se na nota de rodapé, onde recebe
intimações, vem mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos artigo 226, parágrafo 6º da Constituição Federal, artigo 693, do CPC, artigo 2º
da Lei 6515/77, bem como demais dispositivos legais aplicáveis à espécie propor o
presente:

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PEDIDO DE PARTILHA DE BENS,


REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA DO FILHO, PENSÃO ALIMENTÍCIA AO
MENOR e ALTERAÇÃO DE NOME

Em desfavor de EDUARDO MITSUJAPA, brasileiro,


divorciado, dentista, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador da cédula de
identidade RG nº 0.000.000-0, residente e domiciliado na Rua das Araucárias nº 00,
jardim flor de lis, na cidade de Londrina – PR, pelos fatos e fundamentos jurídicos
adiante expostos:
1
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

I. Breve Relato dos


Fatos

Em apartada síntese, a requerente foi casada com o


requerido desde 10 de janeiro de 2000, sob o regime de comunhão total de bens,
conforme certidão de casamento, 1890, lavrada às fls. 10 do livro B/5 do cartório de
registro civil, do município e comarca de Cianorte –PR.

Neste vértice, na constância do matrimônio os consortes


adquiriram onerosamente, como uma residência, um automóvel, e moveis e utensílios
que guarnecem a residência.

Ainda mais, desta união resultou o nascimento de um filho


MARLON MITSUJAPA DO MEL, nascido no dia 09.02.2005, conforme certidão de
nascimento nº 2222, às fls. 35 do livro A80 do registro civil do município e comarca de
Cianorte / PR, e que atualmente encontra-se sob a guarda fática da requerente.

No entanto, o casal encontra-se separado desde janeiro de


2020, momento este que o requerente saiu de casa para morar na cidade de
Londrina/PR, onde se encontra residindo até o momento, já na companhia de outra
pessoa.

Cumpre ressaltar ainda, que a requerente tentou diversas


vezes contato com o requerido, para uma separação amigável, sem, contudo, obter êxito.

Contudo, não resta outra alternativa a requerente, senão


propor a presente ação, com intuito de que o filho menor fique sob sua guarda, uma vez
que o mesmo já se encontra morando com a mesma, a prestação de alimentos, bem
como, a partilha de bens e passar a assinar como seu nome de solteira.

II. Do Divórcio

2
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

Cumpre observar, preliminarmente, que desde que a


Ementa Complementar 66/2010 alterou § 6º, do artigo 226, da Constituição Federal, o
divórcio passou a ser um direito potestativo, condicionando-se tão-somente ao
requerimento de uma das partes. Senão vejamos:

“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção


do Estado.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. ”

Desta forma, o Código Civil também assevera:

“Art. 1.571 do CC. A sociedade conjugal termina: (...)


IV- Pelo divórcio. ”

Destarte, sendo requerido e requerente casados, e uma vez


que esta demonstra sua vontade em divorciar-se daquele, e com fundamento no artigo
226, § 6º, da Constituição Federal c. C artigo 1.571, IV, do Código Civil, o deferimento
do pedido de divórcio é medida se impõe, uma vez que não há nada que obste o
exercício do direito potestativo da autora.

Além do mais, desde o início de janeiro o requerente


deixou a residência, sem causas e de modo premeditado, mudando-se para Londrina.
Assim tratando-se de abandonou lar. Conforme artigo 1.573, IV, do Código Civil., que
aduz:

“Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da


comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes
motivos: IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um
ano contínuo (...)”

Desta forma, busca-se o Judiciário para que seja expedido


o mandado de averbação.

III. Da Partilha dos Bens

3
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

Conforme mencionado anteriormente, o casal adquiriu


onerosamente bens na constância do matrimônio, pelo fato de serem casados pelo
regime de comunhão universal de bens preceitua o artigo 1.667 do Código Civil:

“Art. 1667 do CC. O regime de comunhão universal importa a


comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges
e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. ”

Neste vértice, na constância do matrimônio os consortes


adquiriram onerosamente:

 Uma residência de 500 m², situada na Rua Brasil,


890, jd. Horizonte, cidade de Cianorte/PR, no valor de R$ 550.000,00 (quinhentos e
cinquenta mil reais), matricula 11.980, registrada no Cartório do Registro de Imóveis de
Apucarana/PR – 1º ofício.

 Um automóvel Onix/Chevrolet, ano e fabricação


2018, prata, placa ATC 9009 – Cianorte/PR, chassi 9990998009090, no valor de R$
35.000,00 (trinta e cinco mil reais);

 Móveis e utensílios que guarnecem a residência do


casal no valor aproximado de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);

Seguindo o preceito legal, a requerente requer que os bens


acima indicados sejam partilhados na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada
um.

IV. Da Guarda do Filho

Na constância do matrimônio, o casal teve um filho,


conforme já exposto, entretanto desde a separação de fato do casal, a guarda fática do
4
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

menino é exercida unilateralmente pela requerente. Quanto a isso, o artigo 1.583, § 1º


do Código Civil prevê a perfeita possibilidade que assim seja mantido, vejamos:

“Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 1° Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só
dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5°) e,
por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos
comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). “

Neste sentido deve-se dizer que a mãe sempre foi a


responsável pela educação e os cuidados do filho, e também pelo fato de o requerido
estar residindo em outra comarca, não resta dúvida que a guarda unilateral deve ser
atribuída à genitora.

Desta forma, a requerente pleiteia a guarda unilateral do


menor com base na fundamentação jurídica do artigo 1.584, inciso I, do CC, e que
acima de tudo o melhor interesse do menor será resguardado caso a guarda permaneça
unilateralmente com a requerida.

A fim de corroborar o assunto ora abordado, veja-se o


entendimento do Julgado:

“Guarda unilateral. Genitora. Guarda compartilhada. Residência


dos pais. Distância. Melhor interesse do menor. Afronta.
Inviabilidade da concessão. A retirada de um filho da mãe é
medida excepcional, devendo ser mantida a guarda em favor da
genitora quando demonstrado que esta possui plenas condições
de cuidar e zelar dos interesses das crianças que estão sob sua
guarda. É inaplicável, na hipótese, a guarda compartilhada, pois
os pais vivem em locais distintos e apartados e, portanto, a
distância geográfica dificultaria a adaptação social das crianças,
o que afronta o princípio do melhor interesse do menor. (TJ-RO
- APL: 70010463620168220007 RO 7001046-
36.2016.822.0007, Data de Julgamento: 28/02/2019) ”

5
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

Diante do conteúdo explicitado acima, a requerente julga


conveniente regulamentar as visitas, para evitar desprazer, sendo a cada quinze dias nos
finais de semana.

V. Da Pensão Alimentícia ao Menor - Antecipação de


Tutela

A ação de alimentos é disciplinada pela Lei nº. 5.478/68


em seu artigo 2º, e diz que: O credor de alimentos, exporá suas necessidades, provando
apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar ao devedor. Assim resta mais que
provado, que o pai tem o dever de prestar alimentos não podendo se escusar sobre tal
dever em nenhuma hipótese.

Neste sentido, digno de nota a lição de Pablo Stolze


Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho no sentido de que:

“Seja qual for a modalidade do divórcio judicial, os alimentos


devidos aos filhos é cláusula fundamental, de natureza cogente
e matiz de ordem pública. ”

No caso em tela, o requerido tem emprego fixo, no qual é


registrado na CTPS, o valor de seu salário 10.000,00 (dez mil reais), ou seja, como a
prestação de alimentos é equivalente a 30% do salário, logo, deve-se pagar 30% deste
valor, devendo a quantia ser descontada diretamente em folha de pagamento.

Para evitar qualquer discussão sobre a possibilidade ou


não de concessão de alimentos provisórios no rito ordinário, far-se-á o pedido de
antecipação dos efeitos da tutela (art. 300, caput, CPC) para fins de sustento do filho,
em analogia ao que dispõe o artigo 20 da Lei 6.515/77.

Neste contexto temos que o artigo 300, caput, CPC,


permite ao magistrado antecipar os efeitos da tutela “quando houver elementos que
6
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do


processo”, logo, para que o valor acordado, seja descontado a partir da citação do
requerido.

VI. Do Nome de Solteira

Conforme artigo 17 da lei 6515/77, no que se refere ao


nome, a requerente pretende retomar a usar seu nome de solteira, conforme consta na
certidão de casamento anexa, qual seja, ALEXANDRA DO MEL.

A fim de corroborar o assunto ora abordado, veja-se o


entendimento do Julgado:

“DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores integrantes da


12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,
por unanimidade de votos, em acolher a preliminar de
cerceamento de defesa, para decretar a nulidade da sentença,
com retorno dos autos à origem para instrução processual,
prejudicado o mérito do recurso, nos termos do voto da
Relatora. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE
RETIFICAÇÃO DE ASSENTO PÚBLICO - DIVÓRCIO -
RETORNO AO USO DO NOME DE SOLTEIRA -
POSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO A
TERCEIROS - NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE
PROVAS - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE -
CERCEAMENTO DE DEFESA - PRELIMINAR
ACOLHIDA, PARA ANULAR A SENTENÇA COM
RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM PARA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL, PREJUDICADO O MÉRITO DO
RECURSO.A dissolução do casamento gera para a mulher a
possibilidade de retorno ao nome de solteira, de modo que não
há imutabilidade imposta pela Lei, nem pode ser considerado
irrenunciável o uso de nome que pode ser acrescido ao da
mulher por sua vontade e mantido, também, por sua
conveniência, como no caso do art. 17, § 2º, da Lei do Divórcio,
sendo opcional, ainda, a manutenção do nome de casada em
caso de divórcio, como previsto no parágrafo único do art. 25
da Lei do Divórcio. (TJPR - 12ª C.Cível - AC - 1314366-9 -
Pato Branco - Rel.: Joeci Machado Camargo - Unânime - - J.
03.06.2015) (TJ-PR - APL: 13143669 PR 1314366-9
(Acórdão), Relator: Joeci Machado Camargo, Data de

7
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

Julgamento: 03/06/2015, 12ª Câmara Cível, Data de Publicação:


DJ: 1590 23/06/2015)”

VII. Dos Pedidos e Requerimentos

Frente ao exposto, requer-se:

A. A antecipação de tutela para que seja paga


aquantia de 30% do salário constante do vínculo em CTPS, requerendo-se a imediata
expedição de ofício à empresa para que proceda com o desconto direto em folha de
pagamento;

B. Seja designada audiência de conciliação/mediação


citando-se o réu para que compareça, devendo ser cientificado que não havendo
conciliação inicia-se o prazo para contestar, ocasião em que o procedimento tramitará
pelas normas do procedimento comum (Art. 697 do CPC);

C. Ao final pugna-se para que seja declarada a


Procedência da ação decretando-se o divórcio entre as partes e consequentemente a
extinção do vínculo matrimonial existente;

D. A concessão da guarda unilateral definitiva do


filho MARLON MITSUJAPA DO MEL à autora;

E. A regulamentação das visitas do Réu ao filho, de


quinze em quinze dias nos finais de semana;

F. A confirmação da tutela antecipada, condenando-se


o requerido a pagar pensão alimentícia definitiva ao filho no importe de 30 % do salário
que recebe em CTPS, requerendo-se a expedição de ofício à empresa para que proceda
com o desconto direto em folha de pagamento;

G. A partilha dos bens – 50 % para cada uma das


partes;
8
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

H. Intimação do Ministério Público, para que se acha


necessário, se manifeste;

I. Segredo de Justiça nos termos do artigo 189 – II,


do Código Processo Civil;

J. A condenação do requerido nas custas processuais


e honorários advocatícios;

K. Expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil


competente para averbação da separação à margem do assentamento de casamento nº
1890, lavrada às fls. 10 do livro B/5, constando que a mesma passará a usar o nome de
solteira;

L. Expedição de ofício ao Cartório de Registro de


Imóveis competente para que proceda as anotações referente a partilha dos bens;

VIII. Das provas

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal
do requerido.

IX. Do valor da causa

Dá-se à causa o valor de R$ 651.000,000 (seiscentos e


cinquenta e um mil reais).

Termos em que
Pede e aguarda deferimento.
9
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR


LIZANDRA VIEIRA E ADVOGADOS ASSOCIADOS- OAB 98.578

Cianorte - PR, 05 de setembro de 2020.

Lizandra Vieira Rodrigues


OAB/PR 98.578

1
_____________________________________________________________________________
Av. Goioerê, 1939 - fone/fax (044) 3545-5688 - e-mail:

Lih.rodrigues1@hotmail.com - CEP: 87.303-110 – Campo Mourão – PR

Você também pode gostar