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2 DE DEZEMBRO

O DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA




q O Dia Internacional para a Abolição da Escravatura deve servir para recordar a todos,
que a escravatura não é um problema do passado.

q Hoje, milhões de homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como bens
móveis, forçados a trabalhos em regime de servidão, mantidos como escravos para
fins rituais ou religiosos ou traficados de uns países para outros, por vezes para serem
vendidos e obrigados a dedicar-se à prostituição.

q Todas estas formas de escravatura são repugnantes e devem ser erradicadas.
Barco de pescadores no Lago Volta

vendida a um bordel pela família do marido


A escravatura moderna é definida pela Walk Free como “a supressão sistemática das liberdades de uma pessoa, em que
uma pessoa é explorada por outra para benefício pessoal ou financeiro desta última”.

O século XXI ainda não erradicou a escravatura, existindo hoje mais pessoas em situação de escravidão do que em
qualquer outro momento da história.

Nos últimos cinco anos, 89 milhões de pessoas foram submetidas a várias formas de escravatura moderna por um
período que varia de alguns dias a cinco anos.

Estimativas recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) calculam o número de vítimas do trabalho forçado,
incluindo a exploração sexual forçada, em 40,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 10 milhões são crianças.

Mais de 25 milhões de crianças, mulheres e homens vivem em situação de escravidão moderna, o equivalente a 3 em
cada 1.000 pessoas em todo o mundo.

Todos os continentes do mundo desde a Europa, à América do


Norte, ao Japão e à Austrália possuem escravos.

Os países desenvolvidos e da Europa são os que mais lucram com a


escravatura moderna.
Ø Na Asia, a Índia, é o pais com o maior número de escravos,
oito milhões de pessoas a trabalhar sem condições mínimas
aceitáveis.
Ø Segue-se a Coreia do Norte, onde um em cada 10 habitantes se
encontra em situação de escravatura e a maioria das pessoas
trabalha de forma forçada para o Estado.
Ø
Ø Na China o trabalho forçado, incluindo a exploração de jovens, é
habitual.
Ø
Ø Na Malásia cerca de 28% dos trabalhadores das fábricas de
produtos eletrónicos, principalmente imigrantes de países
vizinhos, estão vinculados por contrato a uma espiral de
servidão.

Ø No continente africano, os países com índices de escravidão moderna mais elevados são a República Centro-africana
o Sudão do Sul, o Sudão e a República Democrática do Congo.
Com mais de nove milhões de pessoas em situação de escravidão, África tem um dos níveis mais elevado de todos os
continentes.
A escravatura moderna é um dos negócios mais rentáveis do mundo.
Um estudo recente da Organização Internacional do trabalho estimou que
a escravatura moderna gera mais de 150 biliões de lucro todos os anos, o
equivalente à soma dos lucros das quatro empresas mais rentáveis do
mundo.
Em todo o mundo, 40,3 milhões de pessoas são vítimas da escravatura
moderna: 24,9 milhões de pessoas foram submetidas a trabalho forçado e
15,4 milhões de pessoas tiveram de casar contra a sua vontade.

As mulheres e as meninas são mais afetadas por este flagelo, somando


quase 29 milhões do total de pessoas afetadas pela escravatura moderna, ou
seja, mais de sete em cada dez pessoas (71%).

Uma em cada quatro vítimas de escravatura moderna são crianças.

As crianças representam 37% das vítimas de casamentos forçados, 21,3% de exploração sexual forçada e 19% do trabalho
forçado.

O trabalho infantil, envolve 152 milhões de crianças – 64 milhões de meninas e 88 milhões de meninos. Ou seja, uma em
cada dez crianças de todo o mundo.

Muitas delas estão envolvidas em trabalhos perigosos pondo em risco a sua saúde, segurança e desenvolvimento moral. Na
faixa etárias entre os cinco e os 14 anos, há 36 milhões de crianças que trabalham e não estão escolarizadas.
Para Grace Forrest, da Walk Free a face da escravatura moderna mudou radicalmente:

“Estamos a assistir à normalização da exploração na nossa economia, nas cadeias transnacionais de


abastecimento e também nas rotas das migrações”, disse, salientando que “os mais vulneráveis se tornaram ainda
mais vítimas desta prática da escravatura moderna devido à covid-19”.

Segundo referiu, a estimativa de mulheres e raparigas sujeitas a estas novas formas de escravatura, (…) não tem em
conta o que aconteceu durante a pandemia, em que se registaram “significativos aumentos das situações de
casamentos forçados e envolvendo menores de idade e dos casos de exploração no trabalho em todo o mundo”.

Devemos ter presente que, hoje como no passado, os hábitos


de consumo nos países mais ricos influenciam a situação de
pessoas que trabalham como escravos - Todos os anos são
comprados vários milhões de euros em produtos produzidos
por pessoas em condições de escravidão.
A maioria das grandes empresas que vendem chocolate
obtém cacau na Costa do Marfim. E, apesar de alguns
grupos de fiscalização nos últimos anos tentarem
melhorar as condições das pessoas que colhem cacau , o
trabalho é realizado por escravos, muitas vezes crianças.
Várias dessas crianças são retiradas de países pobres
como Mali. Algumas são raptadas, e há inúmeras
reclamações de crianças desaparecidas.
Para piorar a situação, a extrema pobreza das famílias
leva à venda dos próprios filhos.
As crianças transportam grandes sacos de cacau que lhes
causam graves danos físicos.
Grande parte da roupa é feita com trabalho escravo, principalmente da Ásia.
Nos bairros degradados de Dhaka, no Bangladesh, crianças de 6 anos
trabalham a tempo inteiro. Outras trabalham 110 horas por semana recebendo,
em média, menos de 2€ por dia.
Por tere havido muitas denúncias dos países ocidentais e das instancias
internacionais algumas da fábricas contornaram o problema, criando fábricas
com melhores condições para os seus trabalhadores. No entanto estas
funcionam como fachada, enquanto secretamente pagam a população escrava
para , noutros locais, fazer as partes mais intensivas do trabalho.

A All Star, foi comprada pela Nike em 2003. A empresa


admitiu, em 2012, a exploração de trabalhadores nas suas filiais
dos países asiáticos, com salários de um dólar por dia e
punições como correr ao redor da fábrica como castigo por
atrasos.
A tática do trabalho semiescravo em países asiáticos permite às
empresas fugirem ao preço da hora de trabalho mais cara
exigida nos países europeus.
A indústria que produz malas falsificadas leva à perda de mais de 500.000
postos de trabalho só nos EUA.
Este comércio é conhecido por utilizar trabalho escravo na maioria,
crianças.

O Zimbábue criou uma enorme operação de mineração de diamantes usando trabalho


escravo, imposto pelos militares - relatada no filme Diamante de Sangue .

O leste dos Camarões é rico em minerais, mas a pobreza extrema afasta


as crianças da escola e leva–as a trabalhar nas minas. As ONGs tentam
sensibilizar os pais para a importância dos estudos no futuro dos seus
filhos. Este trabalho é dificultado pela extrema pobreza das populações.
Para a fabricação dos seus produtos a Apple, gigante do setor de tecnologia, contrata o serviço de
companhias chinesas, onde são adotadas jornadas de trabalho exaustivas, emprego de menores e total
desrespeito pelas normas de segurança no trabalho.

Em 2012, a Coca-Cola esteve envolvida num caso de trabalho


escravo ao importar laranjas, para a Fanta, de uma exploração
em Rosarno, Itália, que trabalhava com mão-de-obra escrava de
imigrantes Áfricanos. A Coca-Cola quebrou o contrato com a
empresa denunciada.

A Victoria’s Secret, costumava ter a garantia de “comércio justo” nas etiquetas dos seus
produtos. Até que uma investigação, em 2011, denunciou a utilização de mão de obra
escrava para o fabrico do seu algodão orgânico. Uma reportagem contou a história de uma
jovem de 13 anos da África Ocidental, que tinha sido retirada da escola, sofrendo
frequentes abusos dos seus patrões, sendo obrigada a trabalhar na produção de algodão. A
marca limitou-se a retirar a garantia de “comércio justo” das etiquetas.
A investigadora da Amnistia Internacional Meghna Abraham diz que em “gigantes empresariais como a Colgate, a Nestlé
e a Unilever (…) os seus produtos usam ‘óleo de palma (…) produzido com recurso a trabalho infantil ou a trabalho
forçado.”

A Amnistia Internacional está a fazer campanha para que as empresas informem devidamente os consumidores se o óleo de
palma que é usado em produtos como: os gelados Magnum, os dentífricos Colgate, os cosméticos Dove, as sopas Knorr, os
chocolates KitKat, os champôs Pantene, os detergentes Ariel e as massas Pot Noodle são produzidos com óleo que recorre a
mão de obra escrava.
Pretendem acabar com abusos como:
Ø mulheres obrigadas a trabalharem excesso de horas recebendo cerca de 2,36 euros por dia e
sem direito a reformas nem a seguros de saúde
Ø crianças de apenas oito anos desempenham trabalhos duros e perigosos, abandonado a escola
para ajudarem os pais nas plantações,
Ø trabalhadores que sofrem lesões graves devido a intoxicação com um químico fortemente tóxico
usado nas plantações
Ø trabalhadores sofrem penalizações por não apanharem frutos caídos no chão ou por
apanharem frutos que ainda não estão maduros.
E nós de que modo podemos contribuir para combater esta situação?

q Fazendo respeitar os Direitos Humanos no dia a dia, em situações concretas e pequenas.



qInterrogando-me:

ØHoje, observei alguma situação que consubstancie


o respeito pelos Direitos Humanos?
a violação dos Direitos Humanos?
Ø
ØQue contributo posso dar para o desenvolvimento da Educação para os Direitos Humanos:
na vida da minha escola?
  no meu contexto familiar?

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