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Regras do Método de Aprendizagem baseado em Casos

 Escute atentamente as ideias das outras pessoas


 Respeite e seja tolerante com as ideias das quais você descorda
 Não interrompa
 Não seja um participante silencioso
 Levante questões para entender a situação
 Evite conclusões infundadas, posições extremadas, generalizações
sem embasamento e julgamentos de valor.

# Caso 1 Mutilação Genital Feminina


Dia 11/03

Embora a prática da mutilação genital feminina esteja concentrada principalmente em


30 países, localizados na África e no Oriente Médio, ela ocorre também em alguns
lugares da Ásia e da América Latina, segundo dados da ONU. Para marcar sua
campanha permanente contra essa prática, a ONU definiu o Dia Internacional da
Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina. Particularmente, na África, todos
os anos, aproximadamente, 2 milhões de meninas africanas sofrem graves mutilações
em seus órgãos genitais. A mutilação genital tem motivação cultural e aquiescência
social há milênios em países africanos e árabes, e, apesar de intensas campanhas
internacionais contra sua prática, vem se espalhando pela Europa e América, devido
aos movimentos migratórios.

Khady Koita é uma mulher senegalesa que passou pelo doloroso processo aos 7 anos
de idade. A excisão que ela sofreu foi no mesmo dia da mutilação de algumas das
suas primas. A excisão do seu clitóris foi feita por três mulheres para a sua
"purificação". Duas delas imobilizaram Khady e a outra cortou seu clitóris com uma
lamina da barba. "Ela puxa com os dedos o máximo possível este minúsculo bocado
de carne e corta como se trinchasse uma peça de caça, mas infelizmente não o
consegue fazer de uma vez só. Chorei e gritei e ainda tenho nos ouvidos esses gritos",
de acordo com as palavras de Khady.
Khady teve três filhas e um filho. Atualmente, Khady dedica-se cada vez mais a
combater estas práticas tradicionais, apesar de ter deixado fazer a excisão em sua
filha mais nova e as outras duas foram cortadas enquanto ela estava hospitalizada,
após mais uma gravidez de risco. Khady preside a Euronet- FGM, a rede europeia de
prevenção das mutilações genitais femininas.

Questões do Estudo de Caso


1. Quais são os fatores que contribuem para a manutenção da prática da
mutilação genital feminina?
2. Qual é o papel do Estado no enfrentamento dessa prática e quais as medidas
que pode adotar?
3. Discuta a mutilação genital sob a perspectiva da mulher que é submetida à
prática.
Textos de Base
1. https://www.instituto-camoes.pt/images/cooperacao/folha_de_dados.pdf.
2. Capítulo Livro Curso de Direitos Humanos
# Caso 2 Fazenda Brasil Verde
Dia 18/03
O trabalho em condições análogas à de escravo tem denegrido a imagem do Brasil,
principalmente perante os órgãos internacionais, tais como a ONU e a OIT. O governo
federal só passou a receber, dos citados órgãos, o efetivo auxílio no combate à
escravidão, após reconhecer, no ano de 1995, perante a comunidade internacional, a
existência da prática no Brasil. Em 2003, foi adotado o Plano Nacional de Erradicação
do Trabalho Escravo, cuja meta é eliminar essa prática. É de se elogiar o empenho do
governo, dos órgãos de fiscalização (MPT, MTE, Grupos Móveis), da Polícia Federal e
da Justiça do Trabalho, que, com a sua ação conjunta, já libertaram e resgataram mais
de 25.000 trabalhadores do regime de escravidão moderna no Brasil.
Durante a década de 90, a Fazenda Brasil Verde recebeu 128 trabalhadores rurais
para a execução de diversos trabalhos em Sapucaia, no sul do Estado do Pará. Os
trabalhadores, com idade entre 15 e 40 anos, foram atraídos de diversas cidades do
Norte e do Nordeste do país pela promessa de trabalho. No entanto, foram submetidos
a condições degradantes de trabalho, como jornadas exaustivas, e eram impedidos de
deixar a Fazenda em razão de dívidas contraídas. A prática era comum na Fazenda
há mais de uma década, conforme ficou posteriormente demonstrado. Contudo,
apenas em 2000, quando dois trabalhadores conseguiram fugir da propriedade, as
irregularidades foram identificadas pelas autoridades brasileiras. Com efeito, os
Auditores do Ministério do Trabalho ao realizarem fiscalização na Fazenda Brasil
Verde se depararam com trabalhadores submetidos à condição análoga à de
escravidão e resgataram 80 pessoas. Outras fiscalizações realizadas anteriormente,
em 1993, 1996 e 1997 já haviam constatado a prática. Em razão da fiscalização de
2000, foi instaurado inquérito policial, mas não houve a denúncia dos agentes do
crime, assim, ninguém foi punido e nenhuma das 128 vítimas resgatadas foram
indenizadas pelas condições que se encontravam.
Em 1988, a Comissão Pastoral da Terra e a Diocese de Conceição de Araguaia
apresentaram uma notícia de crime perante a Polícia Federal pela prática de trabalho
escravo na Fazenda Brasil Verde e pelo desaparecimento de dois jovens. No mesmo
ano, a Comissão Pastoral da Terra e o Centro pela Justiça e o Direito Internacional
denunciaram o Estado Brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
pela situação dos trabalhadores submetidos à condição análoga a de escravidão na
Fazenda Brasil Verde, desde 1989. O Caso foi posteriormente levado à Corte
Interamericana de Direitos Humanos pela Comissão.
Em 20 de outubro de 2016, a Corte Interamericana de Direitos Humanos proferiu
Sentença no caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde Vs. Brasil, por meio da qual
declarou o Estado brasileiro internacionalmente responsável pela violação de: i) o
direito a não ser submetido a escravidão e tráfico de pessoas, estabelecido no artigo
6.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação aos artigos 1.1, 3,
5, 7, 11, 22 e 19 do mesmo instrumento; ii) o artigo 6.1 da Convenção Americana, em
relação ao artigo 1.1 do mesmo instrumento, ocorrida no marco de uma situação de
discriminação estrutural histórica em razão da posição econômica; iii) as garantias
judiciais de devida diligência e de prazo razoável, previstas no artigo 8.1 da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação ao artigo 1.1 do mesmo
instrumento e, iv) o direito à proteção judicial, previsto no artigo 25 da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, em relação aos artigos 1.1 e 2 do mesmo
instrumento. Por último, a Corte ordenou ao Estado a adoção de diversas medidas de
reparação
Questões do Estudo de Caso
1. Quais são os parâmetros nacionais e internacionais para a identificação do
trabalho em condições análogas à de escravo? Comente a sua aplicação
na prática para configurar a violação ao direito humano.
2. Do ponto de vista dos direitos humanos, analise se a Comissão deve
admitir denúncia de violação de direitos humanos sem a ciência das vítimas
do Caso.
3. A obrigação de identificar os trabalhadores resgatados para fins de receber
indenização determinadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos
é do Estado ou dos peticionários? Justifique.
Textos de Base
1. . file:///C:/Users/User/Downloads/636-49-1775-2-10-20181004.pdf.
2. Capítulo do Livro Curso de Direitos Humanos

# Caso 3 Uso do Nicabe na França


Dia 19/03
Joanne Manaslu nasceu na França em 1990 e ainda reside em Paris. Ela é uma
muçulmana devota e quando sai de casa, ela usa a burca e o nicabe de acordo com
sua religião e sua fé, bem como cultura e convicções pessoais. Como ela explicou, a
burca é uma cobertura de corpo inteiro, incluindo uma malha sobre o rosto, e o nicabe
é um véu de face inteira deixando uma abertura apenas para os olhos. De acordo com
Joanne nem o marido nem nenhum outro membro de sua família exercem pressão
sobre ela para se vestir dessa maneira. Ela acrescentou que usava o nicabe em
público e privadamente, mas não sistematicamente. Portanto, para Joanne não usar o
nicabe em certas circunstâncias era uma expressão da sua vontade, mas queria poder
usá-lo de acordo com a sua vontade. Por fim, seu objetivo não era incomodar os
outros, mas sentir-se em paz interior consigo mesma.
A partir da entrada em vigor, em 11 de abril de 2011, da lei francesa que proíbe a
ocultação do rosto em locais públicos na França, Joanne não pode mais usar o nicabe.
A lei baniu o uso do nicabe em qualquer espaço público, exceto quando em culto
religioso no espaço público religioso ou viajando como passegeiro em um veículo. A
Lei se fundamenta no dever do Estado de assegurar a segurança pública e a
igualdade de gênero.

Questões do Estudo de Caso


1. Identifique os direitos humanos e os interesses coletivos que estão envolvidos
no Caso e os explique.
2. Quais são os aspectos negativos e positivos da Lei francesa? Justifique.
3. Você apoiaria a posição de Joanne? Por que?
Textos de Base
1. . file:///C:/Users/User/Downloads/182-Texto%20do%20artigo-330-1-10-
20171108.pdf.
2. Capítulo do Curso de Direitos Humanos

# Caso 4 Alyne Pimentel


Dia 02/04
Todos os dias, aproximadamente 830 mulheres morrem por causas evitáveis
relacionadas à gestação e ao parto no mundo. A mortalidade materna é maior entre
mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres. Em comparação
com outras mulheres, as jovens adolescentes enfrentam um maior risco de
complicações e morte como resultado da gravidez. Entre 1990 e 2015, a mortalidade
materna no mundo caiu cerca de 44% e entre 2016 e 2030, como parte dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta é reduzir a taxa global de mortalidade
materna para menos de 70 por cada 100 mil nascidos vivos. A mortalidade materna é
inaceitavelmente alta. Estima-se que, em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram
durante e após a gravidez e o parto.
Em 11 de novembro de 2002, Alyne da Silva Pimentel Teixeira, de 28 anos, negra,
pobre e grávida, foi à Casa de Saúde Nossa Senhora da Gloria, uma clínica de saúde
privada em Belford Roxo, no Estado do Rio de Janeiro. Apesar de apresentar sintomas
de gravidez de alto risco, o médico que realizou o atendimento a mandou de volta para
casa. Contudo, seus sintomas se agravaram nos dois dias seguintes, de forma que ela
retornou à Clínica. À esta altura os médicos não conseguiram mais detectar os
batimentos cardíacos fetais. Seu parto foi induzido seis horas depois, resultando em
um feto natimorto. A cirurgia para extrair a placenta ocorreu catorze horas mais tarde,
apesar de dever ter ocorrido imediatamente após a indução do parto. Devido ao fato
da saúde de Alyne estar se deteriorando rapidamente, ela teve que ser transferida a
um serviço de saúde público especializado, mas ainda teve que esperar mais de oito
horas para ser transferida ao Hospital Geral de Nova Iguaçu. Alyne morreu depois de
mais de 21 horas sem receber assistência médica. Ela deixou uma filha de cinco anos
de idade, Alice Pimentel.
Foi ajuizada uma ação judicial em nome de Alice, no âmbito nacional, no ano de 2003,
que buscava obter indenização por danos morais e materiais. Após morosos dez anos,
em dezembro de 2013, a ação ainda não se findou.
Em 2007, os peticionários do Caso, o Centro para os Direitos Reprodutivos e a
Advocacia Cidadã pelos Direitos Humanos, representantes de Maria de Lourdes da
Silva Pimentel, mãe de Alyne Pimentel, apresentaram uma comunicação perante o
Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher, legando a violação do
direito à vida e à saúde da vítima, Alyne Pimentel. O Comitê decidiu que o Estado
brasileiro violou o direito ao acesso à saúde; o direito ao acesso à justiça; e o direito a
ter as atividades dos serviços privados de saúde regulados pelo Estado,
conjuntamente com o direito a não ser discriminada.
Questões do Estudo de Caso
1. Quais são as obrigações do Estado brasileiro envolvidos no Caso? Explique.
2. Quais são as lições decorrentes do Caso para o Estado brasileiro?
3. Comente o comando da não discriminação no Caso.
Textos de Base
1. http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/202/202.

2. Capítulo Livro do Curso de Direitos Humanos

# Caso 5 Favela Nova Brasília


Dia 22/04
No ano de 2016, policiais mataram pelo menos 4.224 pessoas, aproximadamente 26
por cento a mais do que em 2015, segundo os últimos dados disponíveis. Após dois
anos de queda no número de mortes causadas por policiais em serviço no Estado de
São Paulo, as 494 mortes entre janeiro e setembro de 2017 representaram um
aumento de 19 por cento em relação ao mesmo período de 2016. Os policiais em
serviço no Rio de Janeiro mataram 1.035 pessoas entre janeiro e novembro, um
aumento de 27 por cento em relação ao mesmo período de 2016. A polícia brasileira
é a que mais mata no mundo.
Nos dias 18 de outubro de 1994 e 08 de maio de 1995, agentes da Polícia Civil do
RJ, ao participarem de operações na Favela Nova Brasília, situada dentro do
Complexo do Alemão, foram responsáveis por 26 execuções extrajudiciais. Além
disso, cometeram crimes sexuais contra três vítimas. Na primeira operação, a polícia
matou 13 homens, sendo quatro adolescentes, além de cometerem violência sexual
contra três jovens do sexo feminino, sendo duas adolescentes. A segunda operação
teve como resultado três policiais feridos, e a morte de 13 homens, dos quais três
eram adolescentes. Durante as investigações, as mortes foram registradas como
“resistência à prisão resultante da morte dos opositores” e “tráfico de drogas, grupo
armado e resistência seguida de morte”. Ambas as investigações foram arquivadas em
2009 em decorrência da prescrição dos crimes.
Em 3 de novembro de 1995 e em 24 de julho de 1996, a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos recebeu as petições apresentadas pelo Centro pela Justiça e o
Direito Internacional (CEJIL) e pela Human Rights Watch Americas. Em 25 de
setembro de 1998 e 22 de fevereiro de 2001, a Comissão emitiu, respectivamente, os
Relatórios de Admissibilidade Nº 11.566 e 11.694. Posteriormente, ao emitir o
Relatório de Mérito, a Comissão decidiu juntar esses dois casos e fazê-los tramitar em
conjunto, em virtude de ambos os casos versarem sobre fatos similares e,
aparentemente, revelarem um mesmo padrão de conduta. Em 31 de outubro de 2011,
a Comissão emitiu o Relatório de Mérito Nº 141/11, em conformidade com o artigo 50
da Convenção Americana, no qual chegou a uma série de conclusões e formulou
várias recomendações ao Estado. O Relatório de Mérito foi notificado ao Estado em 19
de janeiro de 2012, e nele foi concedido um prazo de dois meses para informar sobre
o cumprimento das recomendações. Após a concessão de dois adiamentos, a
Comissão determinou que o Estado não havia avançado de maneira concreta no
cumprimento das recomendações. Em 19 de maio de 2015, a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos submeteu à Corte o caso Cosme Rosa
Genoveva, Evandro de Oliveira e outros (Favela Nova Brasília) contra a República
Federativa do Brasil.
Segundo a Corte Interamericana de Direitos Humanos, houve falhas e demora na
investigação e punição dos responsáveis pelas violações de direitos humanos. A Corte
fixou que o Estado deverá conduzir eficazmente a investigação em curso sobre os
fatos relacionados às mortes ocorridas na incursão de 1994, com a devida diligência e
em prazo razoável, para identificar, processar e, caso seja pertinente, punir os
responsáveis. A respeito das mortes ocorridas na incursão de 1995, o Estado deverá
iniciar ou reativar uma investigação eficaz a respeito desses fatos. O Estado deverá
iniciar uma investigação eficaz a respeito dos fatos de violência sexual. A Corte
assentou que o Estado deverá publicar anualmente um relatório oficial com dados
relativos às mortes ocasionadas durante operações da polícia em todos os estados do
país. O Estado, no prazo de um ano contado a partir da notificação da presente
Sentença, deverá estabelecer os mecanismos normativos necessários para que, na
hipótese de supostas mortes, tortura ou violência sexual decorrentes de intervenção
policial, em que prima facie policiais apareçam como possíveis acusados, desde a
notitia criminis se delegue a investigação a um órgão independente e diferente da
força pública envolvida no incidente, como uma autoridade judicial ou o Ministério
Público, assistido por pessoal policial, técnico criminalístico e administrativo alheio ao
órgão de segurança a que pertença o possível acusado, ou acusados. O Estado
deverá adotar as medidas necessárias para que o Estado do Rio de Janeiro
estabeleça metas e políticas de redução da letalidade e da violência policial. O Estado
deverá adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias para permitir
às vítimas de delitos ou a seus familiares participar de maneira formal e efetiva da
investigação de delitos conduzida pela polícia ou pelo Ministério Público. O Estado
deverá adotar as medidas necessárias para uniformizar a expressão “lesão corporal
ou homicídio decorrente de intervenção policial” nos relatórios e investigações da
polícia ou do Ministério Público em casos de mortes ou lesões provocadas por ação
policial. O conceito de “oposição” ou “resistência” à ação policial deverá ser abolido.
Questões do Estudo de Caso
1. Quais as medidas que deveriam ser adotadas pelo Estado brasileiro para
prevenir Casos semelhantes?
2. Identifique os contextos e aspectos extrajurídicos que influenciaram as
violações de direitos humanos no Caso.
3. Quais são os principais atores estatais envolvidos no Caso que praticaram atos
caracterizadores de violações de direitos humanos?
Textos de Base
1. https://www.derechoycambiosocial.com/revista053/
CASO_FAVELA_NOVA.pdf.
2. Capítulo do Livro Curso de Direitos Humanos

# 6 Caso Síria
Dia 04/06
Mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo estão oficialmente longe de seus
lares devido a conflitos armados, violência e perseguição. É o número mais alto já
contabilizado pela ONU desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2016, mais de 360 mil
migrantes, incluindo refugiados, chegaram à Europa pelo mar. Mais de 170 mil deles
cruzaram o Mediterrâneo central, a rota mais perigosa do mundo, com cerca de 5 mil
mortes ou desaparecimentos registrados naquele ano. A maioria viajou em barcos
partindo da Líbia, Tunísia e Egito, arriscando suas vidas em busca de segurança na
Itália. O Líbano, que tem uma população de 4,5 milhões de pessoas, está sofrendo
para receber 1,2 milhão de refugiados sírios. Grande parte dos refugiados da Síria
está vivendo em péssimas condições nos campos de refugiados nas fronteiras com a
Turquia e Jordânia. Muitos dos imigrantes e refugiados que chegam à Europa
enfrentam incertezas diárias e desafios práticos, tais como a falta de informação
básica e o crescente risco provocados pelo tráfico humano e pela migração
clandestina.
Alan Kurdi nasceu em Kobanî, cidade curda no norte da Síria, lugar onde se deu a
dura Batalha de Kobanî. Após se mudar por várias cidades do país para escapar do
Estado Islâmico, sua família estabeleceu-se na Turquia em 2014. O pai de Alan,
Abdullah, vivia na Turquia desde 2012 em busca de trabalho, e visitava sua família na
Síria raramente. A família regressou para a sua terra natal no começo de 2015, mas
voltou para a Turquia em junho do mesmo ano, quando o Estado Islâmico novamente
atacou sua cidade (massacre de Kobanî). Após a tentativa frustrada de levar a família
para a ilha grega de Kos, o pai de Alan tomou a decisão de transladar-se para a
Europa de maneira ilegal num barco pneumático, mas a viagem terminou com a
tragédia do naufrágio da embarcação.
Alan Kurdi, então com dois anos, imortalizou-se como bandeira de uma causa que
continua sem solução definitiva. Perdeu a vida em setembro de 2015, juntamente com
a mãe e o irmão, além de ao menos outros doze sírios. O único membro da família
Kurdi que embarcou e sobreviveu foi o pai, Abdullah, quando a família fazia a travessia
do mar Egeu, da Turquia para a Grécia, num daqueles barcos frágeis que atravessam
o Mediterrâneo carregados de refugiados à procura de um futuro.
A foto do momento em que o corpo de Alan foi encontrado na costa turca foi
largamente reproduzida. Alan, sua mãe e irmão foram enterrados em Kobanî pelo seu
pai numa triste cerimônia, em 4 de setembro de 2015.
Questões do Estudo de Caso
1. Quais são os agentes responsáveis pela morte de Alan? Explique.
2. Quais medidas que deveriam ser adotadas para ser refreada a crise
humanitária da Síria e quais atores deveriam ser envolvidos na sua solução?
3. Identifique os direitos de Alan e sua família envolvidos no Caso sob a
perspectiva da sua condição de refugiados.
Textos de Base
1. . file:///C:/Users/User/Downloads/23774-131052-1-PB.pdf.
2. Capítulo do Livro Curso de Direitos Humanos

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