Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Khady Koita é uma mulher senegalesa que passou pelo doloroso processo aos 7 anos
de idade. A excisão que ela sofreu foi no mesmo dia da mutilação de algumas das
suas primas. A excisão do seu clitóris foi feita por três mulheres para a sua
"purificação". Duas delas imobilizaram Khady e a outra cortou seu clitóris com uma
lamina da barba. "Ela puxa com os dedos o máximo possível este minúsculo bocado
de carne e corta como se trinchasse uma peça de caça, mas infelizmente não o
consegue fazer de uma vez só. Chorei e gritei e ainda tenho nos ouvidos esses gritos",
de acordo com as palavras de Khady.
Khady teve três filhas e um filho. Atualmente, Khady dedica-se cada vez mais a
combater estas práticas tradicionais, apesar de ter deixado fazer a excisão em sua
filha mais nova e as outras duas foram cortadas enquanto ela estava hospitalizada,
após mais uma gravidez de risco. Khady preside a Euronet- FGM, a rede europeia de
prevenção das mutilações genitais femininas.
# 6 Caso Síria
Dia 04/06
Mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo estão oficialmente longe de seus
lares devido a conflitos armados, violência e perseguição. É o número mais alto já
contabilizado pela ONU desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2016, mais de 360 mil
migrantes, incluindo refugiados, chegaram à Europa pelo mar. Mais de 170 mil deles
cruzaram o Mediterrâneo central, a rota mais perigosa do mundo, com cerca de 5 mil
mortes ou desaparecimentos registrados naquele ano. A maioria viajou em barcos
partindo da Líbia, Tunísia e Egito, arriscando suas vidas em busca de segurança na
Itália. O Líbano, que tem uma população de 4,5 milhões de pessoas, está sofrendo
para receber 1,2 milhão de refugiados sírios. Grande parte dos refugiados da Síria
está vivendo em péssimas condições nos campos de refugiados nas fronteiras com a
Turquia e Jordânia. Muitos dos imigrantes e refugiados que chegam à Europa
enfrentam incertezas diárias e desafios práticos, tais como a falta de informação
básica e o crescente risco provocados pelo tráfico humano e pela migração
clandestina.
Alan Kurdi nasceu em Kobanî, cidade curda no norte da Síria, lugar onde se deu a
dura Batalha de Kobanî. Após se mudar por várias cidades do país para escapar do
Estado Islâmico, sua família estabeleceu-se na Turquia em 2014. O pai de Alan,
Abdullah, vivia na Turquia desde 2012 em busca de trabalho, e visitava sua família na
Síria raramente. A família regressou para a sua terra natal no começo de 2015, mas
voltou para a Turquia em junho do mesmo ano, quando o Estado Islâmico novamente
atacou sua cidade (massacre de Kobanî). Após a tentativa frustrada de levar a família
para a ilha grega de Kos, o pai de Alan tomou a decisão de transladar-se para a
Europa de maneira ilegal num barco pneumático, mas a viagem terminou com a
tragédia do naufrágio da embarcação.
Alan Kurdi, então com dois anos, imortalizou-se como bandeira de uma causa que
continua sem solução definitiva. Perdeu a vida em setembro de 2015, juntamente com
a mãe e o irmão, além de ao menos outros doze sírios. O único membro da família
Kurdi que embarcou e sobreviveu foi o pai, Abdullah, quando a família fazia a travessia
do mar Egeu, da Turquia para a Grécia, num daqueles barcos frágeis que atravessam
o Mediterrâneo carregados de refugiados à procura de um futuro.
A foto do momento em que o corpo de Alan foi encontrado na costa turca foi
largamente reproduzida. Alan, sua mãe e irmão foram enterrados em Kobanî pelo seu
pai numa triste cerimônia, em 4 de setembro de 2015.
Questões do Estudo de Caso
1. Quais são os agentes responsáveis pela morte de Alan? Explique.
2. Quais medidas que deveriam ser adotadas para ser refreada a crise
humanitária da Síria e quais atores deveriam ser envolvidos na sua solução?
3. Identifique os direitos de Alan e sua família envolvidos no Caso sob a
perspectiva da sua condição de refugiados.
Textos de Base
1. . file:///C:/Users/User/Downloads/23774-131052-1-PB.pdf.
2. Capítulo do Livro Curso de Direitos Humanos