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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS


UNIFEOB

CURSO DE DIREITO

DIREITOS HUMANOS ALÉM DA ARGUMENTAÇÃO REDUCIONISTA DE SENSO


COMUM

1º Módulo A

Angélica Morioka Gonçalves Mauch

Flávia Regina de Alencar

Letícia Alcantara

Samuel de Paiva Mucin

São João da Boa Vista, 16 de Maio de 2016


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Sumário
Resumo ....................................................................................................................... 3
1. Introdução ............................................................................................................. 4
1.1. Conceito de Direitos Humanos....................................................................... 4
1.2. Características dos Direitos Humanos ........................................................... 4
1.3. Contexto Histórico .......................................................................................... 5
2. Direitos Humanos e a sociedade atual ................................................................. 6
2.1. Direitos Humanos não são para bandidos ..................................................... 6
2.2. A violação dos Direitos Humanos e suas consequências .............................. 9
3. Conclusão ........................................................................................................... 12
4. Referências Bibliográficas .................................................................................. 13
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Resumo

O presente trabalho fará apontamentos sobre o conceito dos direitos humanos, suas
características, contexto histórico, sua importância na sociedade, sua
desmistificação criada pela abordagem reducionista de apenas defender criminosos
e a relação entre estes direitos e suas consequências na sociedade.
Palavras-chave: Direitos Humanos; Nações Unidas; Direito de Todos; Declaração
Universal; Homem; Ser Humano.
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1. Introdução

1.1. Conceito de Direitos Humanos

Os direitos humanos são normas jurídicas, inerentes a todos os seres


humanos, que visam proteger a dignidade da pessoa humana, independente da sua
raça, sexo, religião ou qualquer outra condição.

Na prática, a violação de um direito afeta o respeito por muitos outros.

Os direitos humanos englobam o direito à vida e à liberdade, à liberdade


de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros.

As Nações Unidas, estabelecida em 1945 em meio às barbáries da


Segunda Guerra Mundial, tem como um de seus objetivos fundamentais promover e
encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, conforme estipulado na Carta
das Nações Unidas.

No preâmbulo destes direitos podemos observar de maneira direta o que


os mesmos buscam combater e assegurar a todos os seres humanos sem distinção.
Os direitos humanos norteiam as nações a atingirem um ideal comum em relação
aos seres humanos.

1.2. Características dos Direitos Humanos

Os direitos humanos possuem forte influência dos ideais Iluministas de


liberdade, igualdade e fraternidade, publicados na “Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão” criado na Assembleia Nacional da França há mais de 220
anos e que veio a se tornar a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o


valor de cada pessoa e devem ser vistos como de igual importância independente
de qual seja.

Assim como todos os direitos, os direitos humanos possuem princípios e


carregam uma evolução histórica conforme a sociedade se modifica. Os princípios
que orientam os direitos humanos são:

 Universalidade: são destinados a todas as pessoas sem distinção;


 Inalienabilidade: não podem ser vendidos ou alienados;
 Imprescritibilidade: são exercitáveis a qualquer tempo e não
deixam de ser exigíveis em razão disso;
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 Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, pois são


inerentes a sua condição existencial;
 Inviolabilidade: não podem ser violados, sendo deveres do
Estado, bem como dos particulares;
 Indivisibilidade: são indivisíveis, inter-relacionados e
interdependentes, uma vez que é insuficiente respeitar alguns
direitos e outros não.

1.3. Contexto Histórico

Quando o assunto é direitos humanos, sua principal fase na história


ocorreu entre 1945 e 1948, época em que o mundo acabara de sair da Segunda
Guerra Mundial, onde milhares de atrocidades foram cometidas contra os indivíduos.
Os países, portanto, tomaram consciência das tragédias cometidas e chegaram à
conclusão de criar a Organização das Nações Unidas (ONU), com o intuito de
estabelecer e manter a paz no mundo.

Através da Carta das Nações Unidas, assinada em 20 de Junho de 1945,


os povos demonstraram seu empenho em preservar gerações futuras da guerra,
proclamar a fé nos direitos fundamentais, na dignidade e valor da pessoa humana,
na igualdade de direitos entre homens e mulheres e em promover o progresso social
na tentativa de melhores condições de vida numa maior liberdade.

No dia 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas


proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, relembrando os ideais da
Revolução Francesa. Esta declaração ganhou extrema importância na sociedade
mas, no entanto, não obriga juridicamente que todos os países a respeitem e, por
isso, a partir de sua divulgação, tornou-se necessária a preparação de inúmeros
documentos que especificassem os direitos presentes na declaração e assim forçar
os países a cumpri-la. Foi neste contexto que, entre 1945 e 1966, surgiram vários
documentos acerca destas declarações.

Nos anos seguintes à declaração dos direitos humanos, as Nações


Unidas aprovaram dois acordos internacionais com o intuito de confirmar o princípio
da igualdade e da dignidade de todos os seres humanos. Portanto, a junção da
Declaração Universal dos Direitos Humanos com os dois acordos realizados em
1966, nomeados O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, bem como os dois
protocolos do Pacto dos Direitos Civis e Políticos, constituem a Carta Internacional
dos Direitos do Homem.

A criação dos direitos humanos marcou, portanto, a divisão entre um


período de atrocidades aos seres humanos e de um que se iniciou e vem até hoje se
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aprimorando e lutando pela vida humana em todos os seus aspectos fundamentais e


necessários para que a dignidade seja alcançada e exercida por todos.

2. Direitos Humanos e a sociedade atual

Os direitos humanos sofreram modificações desde sua criação sempre


visando o bem comum de todo ser humano independente de raça, cor, credo,
condição financeira, entre outros aspectos comumente exclusivos e segregativos
que a sociedade cria em sua cultura erroneamente.

A cidadania e os direitos humanos são, hoje, marcas fundamentais de


países democráticos, que é o caso do Brasil. A possibilidade de, periodicamente,
escolher governantes e a separação dos poderes em legislativo, executivo e
judiciário são conquistas sólidas de nossa nação.

Um dos pontos em que ainda são buscadas melhorias em grande escala


é a violência. No Brasil, principalmente, a violência é um dos principais pontos de
desrespeito aos direitos humanos. Com mais de 50 mil homicídios por ano, a
questão é vista com preocupação por parte das autoridades e da sociedade que
cobra melhorias.

A constituição brasileira é um documento avançado que foi influenciado


não apenas pelo Iluminismo mas por todas as grandes reformas políticas do século
XX, como o Estado de bem-estar social. Em nossa constituição foram garantidas
uma série de direitos fundamentais e enriquecida com diversos tratados
internacionais. O grande problema é que há uma lacuna muito grande entre o país
real e o país da Constituição.

A geração atual é a primeira a nascer e a viver em um Estado


democrático. Hoje os jovens podem olhar com otimismo para o futuro por terem
acesso fácil à informação e a melhores condições de estudos e de saúde mas, como
já descrito, ainda há muito o que ser alcançado quanto aos direitos humanos e a
implantação verdadeira dos princípios buscados na constituição federal.

2.1. Direitos Humanos não são para bandidos

Um dos maiores problemas encontrados pelos defensores dos direitos


humanos na sociedade atual, principalmente no Brasil, é o fato de que foi colocado
na cultura da sociedade que os direitos humanos só servem para defender
criminosos. Esta é uma argumentação reducionista de senso comum que a mídia
sensacionalista propaga em seus discursos de ódio e que relaciona os direitos
humanos à tortura, violência ou exclusão, simplesmente.
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As gerações atuais continuam a repetir as falácias amplamente difundidas


das gerações anteriores quanto aos direitos humanos onde alegam que eles só
servem para proteger criminosos. Isto preocupa uma vez que a geração atual
deveria procurar se informar antes de repetir os erros do passado e fontes para isso
não faltam e o acesso nos dias atuais é muito mais simplificado.

A questão principal é que ninguém é a favor de bandido, nem mesmo os


direitos humanos. Não há lógica em afirmar que os direitos humanos defendem
assalto, assassinato, furto e outros crimes que ferem justamente seus ideais. A
sociedade não deveria sair divulgando discursos de ódio sem procurar entender o
argumento do qual discorda.

O que os direitos humanos defendem neste caso é, além de todos os


seus princípios que garantem uma vida digna a todos os seres humanos, a
reabilitação do criminoso para que possa ser reinserido na sociedade e não voltar a
cometer crimes.

Nenhum ser humano nasce criminoso. Um bebê sofre influência direta do


meio em que vive e este é outro ponto que os direitos humanos se preocupa: com a
criação de uma sociedade adequada, com educação, saúde, trabalho, capacitação e
todas as condições básicas para um bom desenvolvimento humano.

Os direitos humanos protegem a sociedade como um todo e busca neste


processo fazer com que o desenvolvimento do ser humano seja o mais digno
possível para que se desvie da marginalidade. Na imagem abaixo podemos
observar de forma simples o processo de transformação de um ser humano correto
em um criminoso.
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O artigo 3 da “Declaração Universal dos Direitos Humanos” diz que: “Toda


pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. Toda a pessoa
engloba você e também o criminoso. Quando a sociedade que clama por justiça
começa a instigar o descumprimento da mesma incentivando a tortura, homicídio e
ameaças, esta sociedade se tornará cada vez mais violenta onde o crime se
perpetua e a vítima poderá se tornar vítima mais uma vez.

Os direitos humanos não quer liberar o criminoso de sua punição nem


tirar o direito da vítima de sentir dor, raiva e/ou tristeza, mas quer encontrar uma
forma de que este criminoso pague por seus atos de modo que, ao término da pena,
esteja reabilitado a viver em sociedade e não volte mais a cometer crimes, e não
que seja torturado, submetido a tratamento cruel, desumano ou degradante em sua
pena que só o fará um ser mais violento que reincidirá no crime.

Os principais pontos defendidos pelos direitos humanos com relação às


pessoas envolvidas com o crime são:

 Ninguém nasce criminoso. A estrutura social, de alguma forma,


transforma as pessoas em criminosas;
 Entender o que leva a formação de criminosos e resolvê-los é
mais importante do que puni-los com maior severidade. Se os
criminosos não forem formados pela sociedade não haverá
vítimas;
 Todo crime deve ser punido, mas a forma da punição poderá
influenciar na reincidência do criminoso que fará novas vítimas;
 Países desenvolvidos provam que a reabilitação de criminosos
colabora com a redução da criminalidade;
 Infringir os direitos humanos de qualquer pessoa é atentar contra a
vida e, no caso do criminoso, vai contra a reabilitação.

Os defensores dos direitos humanos defendem as liberdades individuais


de todo ser humano. Eles não defendem os criminosos. Pode-se perceber que o
preso nem aparece como prioridade nos movimentos de direitos humanos. Esse
assunto só é levantado quando os direitos constitucionais do criminoso de não ser
torturado são violados e, mais ainda, quando a denúncia de tortura chega ao
conhecimento da sociedade.

Esta imagem criada sobre os direitos humanos é atribuída a ações


deliberadas de pessoas que estão interessadas em que a maioria da população não
tenha acesso a esses direitos. Na verdade a maioria dos brasileiros já não possuem
estes direitos e uma parcela da população e da imprensa, por interesses obscuros,
coloca-se contra os direitos humanos e acaba negando o acesso a estes direitos à
maioria da população.

A lógica dos direitos humanos está fundada no pressuposto moral de que


todas as pessoas merecem igual respeito uma das outras. Os argumentos de que
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direitos humanos são para bandidos, de que atrapalham a atuação das policias ou
de que minam a soberania do Estado buscam destruir esta lógica. Quando o
indivíduo adere a qualquer desses argumentos significa assumir a proposição de
que algumas pessoas tem mais valor, outras menos, e de que ao Estado e seus
funcionários cabe fazer a escolha de quais deverão ser respeitadas e quais poderão
ser excluídas, torturadas, violentadas e/ou discriminadas.

Os direitos humanos defendem, a todos os seres humanos, a liberdade, a


segurança, o reconhecimento como pessoa, o direito de ampla defesa e
contraditório, de gozar de asilo em outro país, de constituir família, de possuir
propriedades, de liberdade religiosa, de expressão e de opinião, de fazer parte do
governo, ao trabalho, a um padrão de vida digno, aos estudos, à cultura e também
que todo ser humano possui deveres com sua comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível. Estes são, resumidamente, os
direitos defendidos para todos os seres humanos, o que contraria totalmente a tese
reducionista e sensacionalista de que os direitos humanos protegem apenas o
criminoso de suas punições.

2.2. A violação dos Direitos Humanos e suas consequências

Conforme já abordamos, os direitos humanos envolvem questões muito


mais amplas e diversificadas do que apenas a proteção ao criminoso e esta dentro
da legalidade o que, em hipótese alguma, incentiva a prática do crime mas sim a
correta e adequada aplicação de uma pena condizente com o crime cometido e a
reabilitação do indivíduo para ser reinserido na sociedade.

A violação dos direitos humanos, seja ele qual for, trás consequências
para a sociedade como um todo, senão agora, no futuro.

O fim do preconceito contra portadores de HIV e homossexuais é uma


das metas dos direitos humanos. Estas pessoas sofreram muito com discriminação
tanto por portarem a doença como pela sua opção sexual que não necessariamente
está ligada a ter ou não a doença uma vez que a mesma pode se apresentar
também em heterossexuais. A luta dos direitos humanos contra este tipo de
pensamento discriminatório e exclusivo é constante e hoje já atingiu um resultado
relativamente bom comparado à década de 90, mas ainda há muito a ser feito tanto
na área da ciência como social e os direitos humanos são atuantes e presentes
neste combate. Seria correto e justo avaliar que a escolha de um ser humano pela
homossexualidade o levaria a adquirir o vírus? Homossexuais e pessoas aidéticas
deveriam ser dignas de respeito e reconhecimento pela sociedade? Seria justo
demitir ou prejudicar um funcionário competente por ele ser homossexual ou
aidético? Todos estes questionamentos vão de encontro aos direitos humanos e
remetem à dificuldade de se realizar a justiça “de fazer a coisa certa”, de garantir
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direitos aos desiguais, de garantir dignidade humana, já que os desacordos morais


de uma sociedade nem sempre proporcionam o respeito recíproco e, assim, geram
conflitos. A existência sistêmica destes preconceitos gera uma divisão social que
leva não somente à exclusão destas pessoas do convívio mas também as coloca em
situação de risco por serem vítimas de ódio e atitudes violentas de pessoas radicais
que seguem suas próprias normas ficando às margens dos direitos humanos.

Os artigo II e VII dos Direitos Humanos assim defendem:

Art. II: Todo ser humano tem capacidade para gozar os


direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional
ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Art. VII: Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a
igual proteção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.

A violação dos direitos humanos leva, também, a situações onde a


sociedade é colocada abaixo dos interesses pessoais de indivíduos egocêntricos
que buscam o poder para satisfazer as necessidades pessoais. A ambição
desenfreada pelo dinheiro fácil e por status social leva à corrupção de valores que
interferem no convívio humano, no comportamento interpessoal, gerando a perda de
credibilidade, transparência, da ética e da moral, valores essenciais para uma vida
saudável em sociedade e que, de uma forma ou de outra, acabarão conflitando com
os direitos básicos de outros indivíduos, ou seja, contra os direitos humanos.

As pessoas precisam mostrar valores éticos pessoais e profissionais. Um


advogado, por exemplo, que possui uma função ímpar para a formação de um
Estado Democrático de Direito, não pode se deixar corromper por pressões externas
que violem seus princípios éticos infringindo sua dignidade.

Quando uma pessoa se submete a um trabalho que exige que ela seja,
de uma forma ou de outra, contrária à moral e à ética da sociedade e que venha
com isso a prejudicar outros indivíduos, ela está se colocando contra os direitos
humanos dela própria e dos prejudicados.

A boa formação de uma sociedade é de extrema importância e defendida


de inúmeras formas pelos direitos humanos pois um indivíduo, desde seu
nascimento, começa a ser moldado pelo meio em que convive. Uma criança que
hoje nasce e cresce em meio a uma favela, por exemplo, sofre com a falta de
segurança e o convívio com situações violentas. Seu acesso à educação e à saúde
é precário e a falta de direitos sociais a coloca em uma posição de difíceis escolhas.
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Mesmo que a família oriente pelos bons costumes, a sociedade ao redor de um


indivíduo influencia de maneira constante nas escolhas e atitudes do mesmo. Muitas
pessoas se tornam violentas por problemas que sofreram desde sua infância onde
conviveu com atrocidades sociais e com a falta de expectativas. Todas estas
situações confrontam os direitos humanos e, se não fossem combatidas pelos
mesmos, levaria a sociedade a uma situação de caos e violência maior do que ainda
hoje encontramos.

A falta de direitos sociais como saúde, educação e segurança, por


exemplo, ferem direi

Art. III: Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e


à segurança pessoal.

Art. V: Ninguém será submetido à tortura nem a


tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Art. XII: Ninguém será sujeito à interferência em sua vida


privada, em sua família, em seu lar ou em sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo
ser humano tem direito à proteção da lei contra tais
interferências ou ataques.

Art. XXVI: Todo ser humano tem direito à instrução. A


instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem
como a instrução superior, esta baseada no mérito.

Os direitos humanos abrangem muito mais do que o ser humano em si.


Ele abrange o ambiente externo que também possa vir a influenciar no bem estar do
homem. O meio ambiente é um exemplo disso. A declaração dos Direitos Humanos
não trás explicitamente questões ambientais mas, entendendo que a questão tem
ligação direta com a qualidade de vida do ser humano, as Nações Unidas, em 1972,
se manifestaram sobre a problemática ambiental desencadeada por uma exploração
desenfreada do ecossistema e criou a Declaração de Estocolmo. A preocupação na
preservação e melhoramento do ambiente humano orientou a emissão de vinte e
seis princípios, nos quais se vislumbra a preocupação em não dissociar o
desenvolvimento dos países das políticas ambientais capazes de assegurar o direito
ao meio ambiente equilibrado às presentes e às futuras gerações.

O meio ambiente, quando lesado, contribui diretamente para a infração de


direitos conhecidos internacionalmente, como direito à vida, à saúde, ao bem-estar,
ao desenvolvimento sustentável uma vez que os direitos ambientais dependem do
exercício dos direitos humanos para se efetivarem.
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Empresas que descartam seus dejetos tóxicos no subsolo, em rios, em


matas, etc, ferem os direitos humanos uma vez que a população tem sua saúde
prejudicada, desenvolvendo doenças ou inibindo que a mesma possa utilizar deste
meio ambiente de maneira responsável para melhorar sua qualidade de vida.

3. Conclusão

Este trabalho deixa claro que os direitos humanos são de extrema


importância para o desenvolvimento do ser humano no mundo em que vivemos
através de proteções, direitos e deveres básicos, mas essenciais.

A visão reducionista de que os direitos humanos defendem apenas


criminosos é uma forma sensacionalista e mesquinha aplicada por pessoas, mídia e
interessados em seu próprio desenvolvimento sobre o outro, que tira o real sentido
desta declaração que as nações pelo mundo adotaram como base para nortear suas
leis e tratamento para com sua população.

Os direitos humanos vão além do ser humano apenas, visando a proteção


de todos os aspectos externos que possam intervir no desenvolvimento daqueles
prejudicando ou melhorando a dignidade e a qualidade de vida dos mesmos ou das
futuras gerações que deles virão.
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4. Referências Bibliográficas

DUDH. “O que são direitos humanos?”. Disponível em <


http://www.dudh.org.br/definicao/>, acesso em: 02 de maio de 2016

CARITAS. “Texto explicativo sobre a real função dos Direitos Humanos –


“Ninguém é a favor de bandidos, é você que não entendeu nada”. Disponível em
< http://pr.caritas.org.br.s174889.gridserver.com/2014/07/09/texto-explicativo-sobre-
real-funcao-dos-direitos-humanos-ninguem-e-favor-de-bandidos-e-voce-nao-
entendeu-nada/>, acesso em: 05 de maio de 2016

REDE GLOBO. “Especialista avalia a situação dos direitos humanos no Brasil”.


Disponível em
<http://redeglobo.globo.com/globocidadania/noticia/2013/08/especialista-avalia-
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VIEIRA, Oscar Vilhena. “Três Teses equivocadas sobre os Direitos Humanos”.


Disponível em <
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/oscarvilhena/3teses.html>, acesso em: 07
de maio de 2016

BUARQUE, Luciana. “Não defendemos bandidos”. Disponível em <


http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=374765&e=6>, acesso em: 07
de maio de 2016

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http://www.ajuris.org.br/2013/11/18/direitos-humanos-sao-direitos-de-bandidos/>,
acesso em: 07 de maio de 2016

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http://www.mndh.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1500>,
acesso em: 07 de maio de 2016

SOUZA, Márcia Maria. “Meio ambiente e Direitos Humanos”. Disponível em <


http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=527>, acesso
em: 12 de maio de 2016

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