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CENTRO DE EDUCAÇÃO

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO


CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS

ESTUDO DIRIGIDO

INSTRUTOR: CAP HENRIQUE CURSO: CHO PM


DISCIPLINA: DIREITOS HUMANOS

1. Quando surgem os Direitos Humanos tal como o concebemos atualmente?


Os direitos humanos como conhecemos hoje foram idealizados na década de 40,
após a Segunda Guerra Mundial, pela Organização das Nações Unidas.

2. Como os princípios cristãos e a história do cristianismo se relacionam com os


Direitos Humanos?
A partir dos princípios cristãos, criou-se um sistema que estruturava o Direito e
a Lei.

3. Como foi a modificação da visão do jusnaturalismo antigo para o jusnaturalismo


moderno na perspectiva dos direitos humanos?
Os direitos humanos constituem uma versão elaborada e evoluída da teoria do
direito natural moderno, pois provêm da natureza humana racional, vista como
única base possível para a realização jurídica da dignidade e da felicidade de
todos os seres humanos.

4. Quais foram as declarações de direitos decorrentes das revoluções burguesas?


Declaração Inglesa de Direitos de 1689, Declaração de Independência dos
Estados Unidos da América de 1776, Declaração Universal dos Direitos do
Homem e do Cidadão de 1789 e a Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã de 1791.

5. Explique com suas palavras o efeito cascata que as declarações de direitos


provocaram na conquista de direitos de diversos grupos sociais.
O efeito cascata ocorre porque o reconhecimento de direitos básicos para um
grupo cria uma consciência e um senso de justiça social que motiva outros
grupos a exigirem seus próprios direitos. Além disso, a visibilidade e o sucesso
dos movimentos de direitos civis criam um precedente e um exemplo a ser
seguido por outros grupos, inspirando-os a se unir e lutar por suas reivindicações.

6. Quais os principais direitos buscados nas Revoluções Burguesas?


Liberdade individual, Propriedade privada, Igualdade perante a lei,
Representação política, Estado de direito.

7. Explique por que ao longo das Revoluções Burguesas os direitos das mulheres
estavam mais abaixo na escala de "conceptibilidade" do que os de outros grupos.
Pode ser explicado por alguns motivos: Estruturas patriarcais, Visão limitada
sobre o papel das mulheres, Restrições legais e institucionais, Movimentos e
demandas concentrados em questões mais amplas, Pouca representatividade
política.

8. Fale qual o motivo da ascensão das novas doutrinas biológicas.


Não tendo base científica legítima e estão fundamentadas em preconceitos e
suposições infundadas. No entanto, a sua ascensão causou impactos
significativos na sociedade, alimentando ódios, discriminações e injustiças que
persistem até os dias de hoje.

9. Em que o antissemitismo moderno se diferencia do antissemitismo já existente


na sociedade europeia?
O antissemitismo moderno se diferencia do antissemitismo já existente na
sociedade europeia por diversas razões:
Primeiramente, o antissemitismo moderno é baseado em teorias conspiratórias e
preconceitos enraizados. Além disso, o antissemitismo moderno manifesta-se
também online, em fóruns e redes sociais. Outra diferença importante é que o
antissemitismo moderno está relacionado à negação e minimização do
Holocausto. Por fim, o antissemitismo moderno também se distingue do
antissemitismo histórico pela sua manifestação em contextos não europeus,
alcançando diferentes partes do mundo.

10. Como o sexismo usa a ciência para justificar a superioridade masculina em


relação às mulheres?
Fundamentou-se na suposição de que existiam diferenças biológicas inatas entre
homens e mulheres que desencadeavam desigualdades de gênero. Essa visão foi
amplamente disseminada e legitimada por diferentes correntes de pensamento,
da biologia à sociologia, o que contribuiu para a perpetuação da desigualdade de
gênero ao longo dos anos.

11. Em que consistia a ciência racial (racismo) e como ela se relacionava com o
imperialismo?
A ciência da raça (séc. XVIII).
• Hierarquia das raças.
• Apenas certas raças alcançariam a civilização.
• Negros agora eram inferiores não por serem escravos, mas pela origem e cor da pele.
O IMPERIALISMO e a CIÊNCIA RACIAL desenvolveram uma relação simbiótica: o
imperialismo das "raças conquistadoras" tornava as afirmações raciais mais verossímeis,
e a ciência racial ajudava a justificar o Imperialismo.

12. Qual o estopim para a promulgação da Declaração Universal dos Direitos


Humanos em 1948?
A ideia de direitos humanos surgiu para impedir que as tragédias da Segunda
Guerra Mundial (e de outros conflitos) se repitam, a exemplo das ditaduras nazi-
fascistas e os massacres nos campos de concentração.

13. Disserte acerca do impacto do holocausto no campo dos Direitos Humanos.


A ligação entre o Holocausto e a emergência de um consenso moral sobre os
direitos humanos é particularmente evidente na gênese e na consolidação da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi adotada pela Assembléia
Geral da recentemente formada Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. A
Declaração, bem como a carta das Nações Unidas, deve ser compreendida como
resposta direta à repugnância moral compartilhada por aqueles que advogavam
contra o Holocausto. O Holocausto é o crime dos crimes dos direitos humanos
porque é uma deliberada e intencional denegação da pluralidade da condição
humana. Os direitos humanos vem fazer frente as atrocidades do holocausto, ou
seja, frente contra o racismo, contra o ódio, contra o antissemitismo, contra
atrocidades, contra a injustiça e contra o crime dos crimes cujo nome devemos
tremer ao mencionar: genocídio.

14. O que representava a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948?


Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos. Era
uma resposta imediata às atrocidades cometidas nas duas guerras mundiais, mas
não só isso. Ela representa a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece
que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a
cada cidadão do planeta.

15. Como relacionar os direitos e deveres, a partir da perspectiva do Estado e do


cidadão?
É dever do Estado buscam estabelecer condições mínimas de vida e dignidade
para qualquer ser humano, em qualquer país, em qualquer distinção. O
Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos
governos de agir de determinada maneira ou de se abster de certos atos, a fim de
promover e proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais de
indivíduos ou de grupos. Já os direitos da perspectiva do cidadão incluem o
direito à vida e à liberdade, liberdade de opinião e expressão, o direito ao
trabalho e à educação, entre outros. Todos têm direito a estes direitos, sem
discriminação, independentemente da sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma,
religião ou qualquer outra condição.

16. Explique quais as maneiras de cumprimento dos direitos humanos do ponto de


vista subjetivo e objetivo.
Os direitos humanos subjetivos são os direitos que cabem a todo ser humano em
virtude de sua humanidade. Os direitos humanos objetivos são normas que
reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos, como os direitos
fundamentais previstos em cartas magnas.

17. Quais argumentos utilizados atualmente para se defender que não mais é
relevante a divisão entre os conceitos de direitos humanos e direitos
fundamentais?
Segundo o professor André de Carvalho Ramos, a distinção entre direitos
humanos e direitos fundamentais teria perdido a importância, principalmente em
razão do que ele chama de “processo de aproximação e mútua relação entre
Direito Internacional e o Direito interno na temática dos direitos humanos”. No
entendimento deste autor, essa aproximação restou consagrada no Braisl pela
adoção do rito especial de aprovação do Congreso Nacional dos tratados de
direitos humanos (art. 5º, §3º, da CF/88), bem como pelo reconhecimento da
jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que assegura a
efetividade dos direitos humanos por meio de uma sentença internacional
irrecorrível, que deve ser implementada pelo Estado brasileiro (art. 68, 1 da
Convenção Americana de Direitos Humanos). Desta forma, a antiga separação
entre direitos humanos (plano internacional, sem maior força vinculante) e
direitos fundamentais (plano estatal interno com efetiva força vinculante),
relativamente aos instrumentos de proteção, estaria, atualmente, mitigada, tendo
em vista que os direitos humanos também passaram a ser objeto de proteção
judicial internacional.

18. Disserte acerca do princípio da dignidade da pessoa humana.


Para entender a dignidade da pessoa humana, temos como pressuposto o direito a
vida. Esse direito costuma ser representado doutrinariamente em duas
perspectivas: 1) o direito de continuar vivo, ou seja, de não ser morto; 2) o direito
de ter uma vida digna. No que se refere à proteção a vida digna, que expande o
conceito de vive para além da simples subsistência física, temos uma íntima e
indissociável relação com a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos
da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, CF/88). Nesse contexto,
resguardar uma vida com dignidade é terefa multifacetária, que exige o Estado
assegure ao indivíduo um mínimo existencial, isto é, o acesso à bens e utilidades
necessárias para uma vida digna apropriada, forneça serviços essenciais (como o
de educação, o de saúde, etc.), crie planos de governo que propiciem ao
indivíduo exercer plenamente seus direitos (ao trabalho, à moradia, etc.) e suas
liberdades, proíba qualquer tipo de tratamento desmerecedor, como a tortura (art.
5º, III, CF/88), as penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados ou as cruéis,
(art. 5º, XLVII, “b”, “c” e “e”, CF/88).
O próprio preâmbulo da DUDH enfatiza a dignidade como fundamento daquele
diploma internacional: “Considerando que o reconhecimento da dignidade
inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e
inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”;

19. Cite cinco princípios ou características de direitos humanos, explicando cada um


deles.
1. Universalidade: Os Direitos Humanos são universais, ou seja, pertencem a
todos os seres humanos que vivem no planeta Terra pelo simples fato de serem
humanos. A percepção de que o indivíduo é sujeito de direitos por ser uma
pessoa, e não somente por ter nascido ou ser membro reconhecido de um
determinado Estado, flexibilizou a noção tradicional de soberania e consolidou a
idéia de que o indivíduo é um sujeito de direitos no âmbito internacional.
2. Interdependência: Os direitos são autônomos mas dependem um dos outros
para serem colocados na prática plenamente. A realização de um direito muitas
vezes depende, no todo ou em parte, da realização de outros. Por exemplo, a
realização do direito à saúde pode depender da realização do direito à educação
ou do direito à informação; a efetivação do voto, que é um direito político,
depende da garantia do direito à educação, que é um direito social, etc.
3. Inalienabilidade: São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são
de conteúdo econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os confere a
todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis;
4. Imprescritibilidade: O exercício de boa parte dos direitos fundamentais
ocorre só no fato de existirem reconhecidos na ordem jurídica. Se são sempre
exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não exercício que
fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição;
5. Não-Exaustividade: os direitos humanos, nos textos jurídicos em que estão
inseridos, possuem rol exemplificativo, portanto, jamais serão taxativos ou
limitados por uma simples lista;

20. Defina em que consiste cada uma das dimensões de Direitos Humanos,
exemplificando os direitos previstos em cada uma delas.
Os direitos de primeira geração ou dimensão referem-se às liberdades negativas
clássicas, que enfatizam o princípio da liberdade, configurando os direitos civis e
políticos. Surgiram nos finais do século XVIII e representavam uma resposta do
Estado liberal ao Absolutista, dominando o século XIX, e corresponderam à fase
inaugural do constitucionalismo no Ocidente. Foram frutos das revoluções
liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia reivindicava o
respeito às liberdades individuais, com a conseqüente limitação dos poderes
absolutos do Estado. Podemos exemplificar os direitos de primeira dimensão o
direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de
religião, à participação política, etc.
Os direitos de segunda geração relacionam-se com as liberdades positivas, reais
ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano.
A Revolução Industrial foi o grande marco dos direitos de segunda geração, a
partir do século XIX, implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos
sociais (essenciais básicos: alimentação, saúde, educação etc.). Ao invés de se
negar ao Estado uma atuação, exige-se dele que preste políticas públicas,
tratando-se, portanto de direitos positivos, impondo ao Estado uma obrigação de
fazer, correspondendo aos direitos à saúde, educação, trabalho, habitação,
previdência social, assistência social, entre outros.
Os direitos de terceira geração consagram os princípios da solidariedade ou
fraternidade, sendo atribuídos genericamente a todas as formações sociais,
protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa, não se destinando
especificamente à proteção dos interesses individuais, de um grupo ou de um
determinado Estado, mostrando uma grande preocupação com as gerações
humanas, presentes e futuras. Possui origem na revolução tecnocientífica
(terceira revolução industrial), revolução dos meios de comunicação e de
transportes. Podemos citar como direitos de terceira geração: direito ao
desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos,
direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da
humanidade e direito à paz, cuidando-se de direitos transindividuais, sendo
alguns deles coletivos e outros difusos, o que é uma peculiaridade, uma vez que
não são concebidos para a proteção do homem isoladamente, mas de
coletividades, de grupos.
Os direitos humanos de quarta geração não é um tema pacífico na doutrina.
Essa geração compreende o direito à democracia, informação e
pluralismo (político, religioso, jurídico e cultural) e de normatização do
patrimônio genético. Geralmente envolvem direitos que têm vinculação direta
com a vida humana (aborto, eutanásia, clonagem, etc.)
Apenas alguns autores defendem a existência dos direitos de quinta geração.
Para alguns essa geração diz respeito ao direito à paz mundial; enquanto para
outros são os direitos ligados à pesquisa biológica e ao patrimônio genético,
havendo, ainda, autores que enquadram nessa geração os direitos ligados à
internet, ciberespaço, realidade virtual, crimes via rede, etc.

21. Quais os fundamentos dos chamados novos direitos, isto é, porque e como
surgem novos direitos humanos?
Os fundamentos do “novos” direitos são:
1. Processo de permanente gestação, provocados por reivindicações e conflitos;
2. As necessidades humanas estão em permanente redefinição e criação.
Os “novos” direitos são afirmados como necessidades históricas na relatividade e
na pluralidade dos agentes sociais que hegemonizam uma dada formação
societária. Estas transformações do mundo atual, em uma velocidade incrível,
estão produzindo o que tem sido chamado de "novos direitos". Cabe ao Estado,
através do direito interno e ao conjunto das Nações, pelos Tratados ou
Convenções, regular coativamente novas condutas, frente a questões, muitas
delas, até então nem pensadas.

22. Disserte a respeito do direito à igualdade, diferenciando os aspectos formal e


material.
Princípio geral de todo ordenamento e pedra angular do regime democrático, o
dirieto a igualdade recebeu da Constituição especial e robusta proteção, sendo
várias as manifestações do poder originário sobre o tema (art. 3º, III e IV; art. 5º,
caput e I; art. 7º, XXX e XXXI, art. 39, § 3º, etc).
De todas as menções, a mais central é aquela constante do caput do art. 5º que, ao
enunciar que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”,
contemplou o aspecto formal para o princípio da isonomia, consagradora de um
tratamento igualitário perante a lei.
Aos poucos, porem, essa concepção puramente formalista demonstrou sua
insuficiência em equacionar verdadeiramente a igualdade entre os indivíduos, já
que os marginalizados seguiam sem acesso às mesmas oportunidades, bens e
“condições de partida” que os socialmente favorecidos. Iniciando-se nesse
cenário o robustecimento do aspecto material (substancial), que considerasse as
desigualdades reais existentes na vida fática, permitindo que situações desiguais
fossem destinatárias de soluções distintas. Recuperava-se, com isso, a lógica
aristotélica de que os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida da
sua desigualdade.

23. Comente acerca do devido processo legal e quais os seus princípios estão
inclusos na DUDH.
Previsto no Art.5º, inciso LIV, da Constituição Federal, o “due process of law”,
assegura à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens
sem a garantia de um processo desenvolvido de acordo com a lei.
É um princípio síntese que dá origem e que inspira todos os outros princípios
relativos a garantias de um procedimento justo. É dele que surge a Motivação das
decisões, Contraditório, Ampla Defesa, Isonomia, Publicidade, e a Razoável
Duração do Processo.
Princípios inclusos na DUDH relacionados: liberdade (IX), devido processo legal
(X), presunção de inocência, ampla defesa e legalidade (XI);
24. Cite ferramentas jurídicas que podem ser exercidas diante da ocorrência de
violações de direitos humanos.
1. Denuncia perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH),
no âmbito do Sistema Interamericano de Proteção em Direitos Humanos.
2. A Defensoria Pública da União (DPU), por meio da Coordenação de Apoio à
Atuação no Sistema Interamericano de Direitos Humanos (CSDH), recebe
denúncias de violações através de formulário eletrônico no Google Forms, que
pode ser acessado no site da própria DPU.
3. o Governo Federal disponibiliza um canal de denúncia de violações de
Direitos Humanos, o Disque 100. O serviço é indicado para situações
emergenciais, que acabaram de ocorrer ou ainda estão em curso, sendo diferente
do canal de denúncia anterior. Funciona 24h por dia e está vinculado ao
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

25. O art. 12 da DUDH expressa que “ninguém será sujeito à interferência em sua
vida privada”. Dê dois exemplos em que policiais podem incorrer em abuso no
que se refere à garantia deste direito.
Violação da intimidade quando obriga o abordado a desbloquear o celular
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Violação domiciliar
• XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

26. Cite uma situação em que o direito à propriedade pode ser relativizado?
Quando não atender a uma função social.
Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

27. Cite uma situação em que o direito à liberdade de expressão não pode ser
utilizado como justificativa para emitir/difundir qualquer tipo de opinião.
Quando a emissão da opinião for apologia ao crime ou anônima.
Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

28. Como se dá o exercício dos direitos políticos?


Os Direitos Políticos conferidos à população brasileira, de acordo com a Constituição
Federal, no capítulo IV, são: o sufrágio universal, o voto direto e secreto e a participação
em plebiscitos, referendos ou iniciativas populares.

29. Disserte sobre os direitos sociais, econômicos e culturais, destacando o princípio


da reserva legal e a proibição do retrocesso.
O Protocolo Facultativo ao Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi
aprovado em 10 de dezembro de 2008 pela Assembleia Geral da ONU, o Protocolo
Facultativo veio contribuir para a efetivação dos direitos econômicos, sociais e
culturais, ao combinar o sistema de petições, o procedimento de investigação e as
medidas provisionais (cautelares), reafirmando, assim, a exigibilidade e a
justiciabilidade de tais direitos e os equiparando, finalmente, ao regime jurídico
internacional dos direitos civis e políticos.
Direitos econômicos, sociais e culturais são de realização progressiva, o que não exclui
a obrigatoriedade de sua realização pelo Estado e a sua exigibilidade pela via judicial.

30. Como funciona o ciclo dualizado de polícia no Brasil e em que medida isso pode
prejudicar na efetivação dos direitos humanos no sistema de persecução penal?
Na Constituição Federal de 1988 a função das Polícias Militares é o policiamento
ostensivo e a manutenção da ordem pública, cabe às Polícias Civis as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais. Com isso, diferentemente da
maioria dos países, onde as polícias são de ciclo completo – isto é, a mesma
corporação que investiga realiza o policiamento nas ruas – no Brasil, temos duas
“meias” polícias, o que acarreta “conflitos de competência, distanciamento das
direções das instituições policiais, duplicidade de equipamentos e de gerenciamento
das operações, que, somados, constituem uma das principais causas estruturais da
ineficiência do setor”
Em que medida isso pode prejudicar a efetivação dos direitos humanos no sistema de
persecução penal?
Em geral, a PM não respeita a cena do crime, a PC não investe em investigação e os
inquéritos policiais tornam-se pouco qualificados, o que faz com que o percentual de
crimes não esclarecidos seja inaceitavelmente alto no Brasil. Apesar da
interdependência – o trabalho de uma depende do trabalho da outra – não há
integração e, pelo contrário, há disputas – por espaço, por salários, por poder.
Tanto que a Polícia Militar acaba criando mecanismos de investigação – como o
chamado PM2, ou 2a seção do Comando – e as Polícias Civis “não raramente criam
unidades de policiamento ostensivo”, ocasionando violação dos direitos humanos e
prejudicando a persecução penal.

31. Quais garantias mínimas para assegurar um processo equitativo no âmbito


processual criminal ou administrativo?
GARANTIAS MÍNIMAS:
Art. 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

SER INFORMADO PRONTA E DETALHADAMENTE DAS ACUSAÇÕES


CONTRA SI FORMULADAS LOGO QUE POSSÍVEL APÓS A PRISÃO.

• A NOTA DE CULPA
• 24h
• Conhecimento dos responsáveis pela prisão
• Comunicação ao juiz e à família.

JULGAMENTO EM UM PRAZO RAZOÁVEL.


• CF/88 art. 5º - LXXVIII – A todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.

• DEVE SER CONCEDIDO TAMBÉM PRAZO RAZOÁVEL PARA O EXERCÍCIO


DA DEFESA.
• INTERROGAR, OU FAZER INTERROGAR, AS TESTEMUNHAS DE
ACUSAÇÃO.
• CF - LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial; • DISCUSSÃO: A testemunha é a prostituta das provas?
DE NÃO SER OBRIGADO A TESTEMUNHAR CONTRA SI PRÓPRIO OU A
CONFESSAR-SE CULPADO.
• O direito de não autoincriminação
• Nasceu na Era Moderna em oposição à Inquisição.
• DISCUSSÃO: O direito de mentir e o Regulamento Disciplinar

32. Que garantias um Encarregado de um processo administrativo deve assegurar


aos investigados?
Garantias fundamentais:
• Presunção da inocência de todos os arguidos;
• Direito de todas as pessoas a um julgamento justo;
• Devido processo legal e ampla defesa
• Respeito pela dignidade, honra, intimidade e privacidade de todas as pessoas.

33. O 2º TEN CHO FULANO prendeu em flagrante delito o CB BELTRANO pela


prática de um crime militar. Quais garantias ele deve garantir ao preso no
momento da prisão e durante a confecção do APFD?
SER INFORMADO PRONTA E DETALHADAMENTE DAS ACUSAÇÕES
CONTRA SI FORMULADAS LOGO QUE POSSÍVEL APÓS A PRISÃO.
• A NOTA DE CULPA •
24h
• Conhecimento dos responsáveis pela prisão
• Comunicação ao juiz e à família.

34. Em que consiste a audiência de custódia?

Lançadas em 2015, as audiências de custódia consistem na rápida apresentação


da pessoa que foi presa a um juiz, em uma audiência onde também são ouvidos
Ministério Público, Defensoria Pública ou advogado do preso. O juiz analisa a
prisão sob o aspecto da legalidade e a regularidade do flagrante, da necessidade e
da adequação da continuidade da prisão, de se aplicar alguma medida cautelar e
qual seria cabível, ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a
imposição de outras medidas cautelares. A análise avalia, ainda, eventuais
ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades. A
implementação das audiências de custódia está prevista em pactos e tratados
internacionais de direitos humanos internalizados pelo Brasil, como o Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Americana de Direitos
Humanos.

35. Diferencie os conceitos de currículo formal e currículo oculto, explicando qual o


impacto da coexistência desses currículos na formação policial militar.
O “currículo formal” (também conhecido como currículo prescrito), que é o
currículo em sua forma mais idealizada. Ele é “prescrito” porque é pensado fora
das especificidades de uma sala de aula, quer dizer, vem antes do contato efetivo
entre professores(as) e estudantes.
O “currículo oculto”, é constituído por todos os saberes que não estão prescritos
nas diretrizes curriculares, mas que acabam por afetar, positiva ou negativamente,
o processo de aprendizagem dos conhecimentos escolares. São os conhecimentos
adquiridos fora da escola, com a família, os amigos; ou, ainda, no espaço escolar,
nas brincadeiras dos corredores, na forma de dispôr as carteiras, na maneira de se
comportar diante de professores(as) e colegas etc.
Há um impacto significativo na formação policial militar, seja nos docentes ou
discentes. A doutrinação efetivada no ambiente acadêmico precisa ser reavaliada
permanentemente; desde os critérios pelos quais são selecionados os instrutores
até os métodos utilizados como avaliação de cada aluno, e também tempo para
cada curso. Por vezes, o conhecimento é voltado em demasia para o militarismo,
em detrimento da tecnicidade; isto tem prejudicado a atividade policial, pois
como diz Balesteri “o acobertamento de práticas espúrias demonstra, ao contrário
do que muitas vezes parece, o mais absoluto desprezo pelas instituições
policiais”.

36. Porque diz-se que o modelo democrático de governo é o único capaz de


assegurar as garantias fundamentais de seus cidadãos?
A democracia tem se consolidado como um regime político que propicia a
realização dos direitos fundamentais. O grau de democracia em um país mede-se
precisamente pela expansão dos direitos fundamentais e por sua afirmação em
juízo. É certo que o regime político tem como objeto a disposição acerca do
exercício do poder. Aristóteles elenca como formas possíveis de governo político
a monarquia, a aristocracia e a politia. No primeiro, o poder estaria concentrado
nas mãos de um só; no segundo, nas mãos de poucos; no terceiro, por fim, nas
mãos de muitos. Suas perversões seriam, respectivamente, a tirania, a oligarquia
e a democracia extremada.

Tendo em vista que os maiores objetivos da organização da sociedade seriam


satisfazer o instinto social do homem e prepará-lo para uma boa vida, todos os
primeiros modelos acima seriam bons, desde que voltados para tal fim.
Considerando que a dignidade humana é princípio basilar da existência do
Estado, na realização do poder político, acredita-se que devem ser resguardados
os direitos humanos, sem mitigá-los conforme o alvedrio de um ou de poucos. O
poder é de todos e, assim, deve ser exercido por todos.

A liberdade e a igualdade são tônicas fortemente vinculadas aos demais direitos,


haja vista a multidimensionalidade dos direitos fundamentais. Dentre os três
modelos acima apresentados, apenas na democracia é possível a coexistência dos
direitos em epígrafe, encerrando em si a essência da multidimensionalidade com
a viabilização do exercício dos direitos humanos em diversas perspectivas. A
democracia mostra-se, portanto, como o regime mais coerente com a
concretização dos direitos humanos.

Nesse sentido, assevera José Afonso da Silva (2004, p. 233) que:


(...) o regime democrático é uma garantia geral da realização dos direitos
humanos fundamentais. Vale dizer, portanto, que é na democracia que a
liberdade encontra campo de expansão. É nela que o homem dispõe da mais
ampla possibilidade de coordenar os meios necessários à realização de sua
felicidade pessoal. Quanto mais o processo de democratização avança, mais o
homem se vai libertando dos obstáculos que o constrangem, mais liberdade
conquista.

37. Cite cinco situações em que policiais militares exercem seus direitos humanos
em seu ofício?
1. No exercício de sua cidadania. Sua condição de cidadania é, portanto,
condição primeira, tornando-se bizarra qualquer reflexão fundada sobre suposta
dualidade ou antagonismo entre uma “sociedade civil” e outra “sociedade
policial”;
2. A visibilidade moral do policial, que traz a importância do exemplo. À polícia
recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocional, que deixam os
indivíduos ou a comunidade fortemente “abertos” ao impacto psicológico e
moral da ação realizada.
3. O policial, assim, à luz de paradigmas educacionais mais abrangentes, é um
pleno e legitimo educador. Essa dimensão é inabdicável e reveste de profunda
nobreza a função policial, quando conscientemente explicitada através de
comportamentos e atitudes.
4. Quando exerce o uso legítimo da força. O uso legítimo da força não se
confunde, contudo, com truculência.
5. Em seu ofício, o equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da polícia,
passa também pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não
se justifique, sabe-mos que policiais maltratados internamente tendem a
descontar sua agressividade sobre o cidadão.

38. Cite 03 direitos humanos que os policiais militares têm restrições em seu
exercício em virtude de ser uma categoria especial?

 Respeito ao Direito a folga proporcional ao tempo trabalhado devido a


falta de efetivo em períodos festivos, sendo escalado de forma obrigatória.
(Direito a folga remunerada)
 Direito de falar em público dos atos cometidos de forma errada por seus
superiores; (Direito de liberdade de expressão)
 Direito a sair de seu Estado sair sem a prévia autorização do comandante
da unidade. (Direito de Locomoção)

39. Explique por que os direitos humanos não são direitos dos bandidos.
Os direitos humanos não se exaurem no âmbito do sistema criminal. Os policiais
também são sujeitos de direitos humanos, uma vez que eles o exercem
diariamente sem se dar conta; deste modo são os primeiros defensores de direitos
humanos. Direitos humanos não são para defender bandidos, são para defender
pessoas, ou seja, são previstos para proteger a dignidade de todas as pessoas, sem
distinção.

40. Em que medida podemos dizer que os policiais militares são os primeiros
defensores ou violadores de direitos humanos em potencial?
Os policiais militares exercem as suas atividades lidando diariamente com os
direitos humanos. Podemos dizer que são primeiros defensores, sob o prisma de
que há uma missão constitucional na atividade desempenhada pelo policial
militar, que se fundamenta em direitos e garantias fundamentais insculpidas na
CF/88, bem como estes constituem parte da Segurança Pública do país. Deste
modo, podem também ser violadores de direitos humanos em potencial, pois para
preservar a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio, precisam
pautar suas ações na legalidade; do contrário, a violação poderá alcança-los.

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