Você está na página 1de 12

FAVENI

EVERALDO CARNEIRO ORTIZ

DIREITOS HUMANOS

CASTRO

2022
FAVENI

EVERALDO ORTIZ

DIREITOS HUMANOS

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à obtenção do
título especialista em ONGs
Terceiro Setor e
Responsabilidade Social

CASTRO

2022
DIREITOS HUMANOS

EVERALDO CARNEIRO ORTIZ

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços)

RESUMO:

Os direitos humanos são entendidos em uma perspectiva integral e multidimensional, fica


evidente que o respeito aos direitos humanos tem distintas vertentes, nuances e desafios. Profundas
desigualdades sociais, acesso limitado a oportunidades de educação, saúde pública precária,
questões fronteiriças e migratórias indefinidas, violências institucionalizadas, exploração irresponsável
dos recursos naturais, falta de transparência e abuso de poder são apenas algumas problemáticas
enfrentadas por um número expressivo de latino-americanos. Os Direitos Humanos são um
verdadeiro marco positivo na história das conquistas dos Direitos individuais. Para tanto este trabalho
será realizado através de revisão bibliográfica onde será tratado sobre a evolução histórica dos
Direitos Humanos e conceituar sobre o assunto abordado bem como o direito a vida.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos humanos, Direito a vida. Desigualdade social.

evercarcaneiro2012@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO

O presente estudo abordará o seguinte tema que trata sobre os direitos


humanos e tem como objetivo definir os conceitos de Direitos Fundamentais.

Numa sociedade onde os direitos são alavancados encontra-se no cenário


uma globalização marcada por assimetrias na produção e desfrute de seus
processos em tanto que benefícios, custos, riscos e responsabilidades.

Os direitos humanos são direito positivo, expressos em princípios e regras


jurídicas, seja de direito das gentes, seja de direito estatal, contudo são precedidos
de princípios de distintas ordens normativas: filosóficas, religiosas, sociológicas,
políticas, antropológicas, econômicas, psicológicas, biológicas e cosmológicas entre
outras possíveis.

Os direitos humanos são entendidos em uma perspectiva integral e


multidimensional, fica evidente que o respeito aos direitos humanos tem distintas
vertentes, nuances e desafios. Profundas desigualdades sociais, acesso limitado a
oportunidades de educação, saúde pública precária, questões fronteiriças e
migratórias indefinidas, violências institucionalizadas, exploração irresponsável dos
recursos naturais, falta de transparência e abuso de poder são apenas algumas
problemáticas enfrentadas por um número expressivo de latino-americanos. Os
Direitos Humanos são um verdadeiro marco positivo na história das conquistas dos
Direitos individuais.

Para tanto este trabalho será realizado através de revisão bibliográfica onde
será tratado sobre a evolução histórica dos Direitos Humanos e conceituar sobre o
assunto abordado bem como o direito a vida.
2. DIREITOS HUMANOS: CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Os direitos humanos, o seu cerne é a luta contra a opressão e busca do bem-


estar do indivíduo; consequentemente, suas “ideias-âncoras” são referentes à
justiça, igualdade e liberdade, cujo conteúdo impregna a vida social desde o
surgimento das primeiras comunidades humanas.

A concepção histórica, que atualmente é muito difundida, estabelece conexão


entre a origem da ideia de direitos humanos e a crise da sociedade medieval,
quando então as circunstâncias da época começaram a impelir para o primeiro plano
a personalidade do indivíduo, não somente na esfera do direito privado, mas
igualmente em face do Estado e dos representantes do poder econômico.

Nesse sentido amplo, de impregnação de valores, podemos dizer que a


evolução histórica dos direitos humanos passou por fases que, ao longo dos
séculos, auxiliaram a sedimentar o conceito e o regime jurídico desses direitos
essenciais. A contar dos primeiros escritos das comunidades humanas ainda no
século VIII a.C.

De acordo com Ramos (2017) a universalização dos direitos humanos é uma


obra ainda inacabada, mas que tem como marco a Declaração Universal dos
Direitos Humanos em 1948, não fazendo sentido transpor para eras longínquas o
entendimento atual sobre os direitos humanos e seu regime jurídico.

O direito humano inicia-se já na Antiguidade, no período compreendido entre


os séculos VIII e II a.C. Para Comparato, vários filósofos trataram de direitos dos
indivíduos, influenciando-nos até os dias de hoje: Zaratustra na Pérsia, Buda na
Índia, Confúcio na China e o Dêutero-Isaías em Israel. O ponto em comum entre
eles é a adoção de códigos de comportamento baseados no amor e respeito ao
outro.

Para Ramos (2017) a consolidação dos direitos humanos é expressiva, a


começar pelos direitos políticos, a democracia ateniense adotou a participação
política dos cidadãos (com diversas exclusões, é claro) que seria, após, aprofundada
pela proteção de direitos humanos.
O chamado “Século de Péricles” (século V a.C.) testou a democracia direta
em Atenas, com a participação dos cidadãos homens da polis grega nas principais
escolhas da comunidade. Platão, em sua obra A República (400 a.C.), defendeu a
igualdade e a noção do bem comum. Aristóteles, na Ética a Nicômaco5, salientou a
importância do agir com justiça, para o bem de todos da pólis, mesmo em face de
leis injustas.

Na Idade Média europeia, o poder dos governantes era ilimitado, pois era
fundado na vontade divina. Contudo, mesmo nessa época de autocracia, surgem os
primeiros movimentos de reivindicação de liberdades a determinados estamentos,
como a Declaração das Cortes de Leão adotada na Península Ibérica em 1188 e
ainda a Magna Carta inglesa de 1215.

As revoluções liberais, inglesa, americana e francesa, e suas respectivas


Declarações de Direitos marcaram a primeira clara afirmação histórica dos direitos
humanos.

A chamada “Revolução Inglesa” foi a mais precoce (ver acima), pois tem
como marcos a Petition of Right, de 1628 e o Bill of Rights, de 1689, que
consagraram a supremacia do Parlamento e o império da lei. Por sua vez, a
“Revolução Americana” retrata o processo de independência das colônias britânicas
na América do Norte, culminado em 1776, e a criação da primeira Constituição do
mundo, a Constituição norte-americana de 1787. Várias causas concorreram para a
independência norte-americana, sendo a defesa das liberdades públicas contra o
absolutismo do rei uma das mais importantes, o que legitimou a emancipação.

Os direitos humanos são comumente compreendidos como aqueles direitos


inerentes ao ser humano. O conceito de Direitos Humanos reconhece que cada ser
humano pode desfrutar de seus direitos humanos sem distinção de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outro tipo, origem social ou nacional ou
condição de nascimento ou riqueza.

Os direitos humanos são garantidos legalmente pela lei de direitos humanos,


protegendo indivíduos e grupos contra ações que interferem nas liberdades
fundamentais e na dignidade humana.
De acordo com Ramos (2017) os direitos essenciais do indivíduo contam com
ampla diversidade de termos e designações: direitos humanos, direitos
fundamentais, direitos naturais, liberdades públicas, direitos do homem, direitos
individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais. A terminologia
varia tanto na doutrina quanto nos diplomas nacionais e internacionais. O anseio da
humanidade por respeito, tolerância e igualdade volta ao tempo na história, porém,
algo curioso que deve ser notado é que, embora nossas sociedades tenham
conquistado, sob muitos aspectos, grande progresso nos campos tecnológico,
político, social e econômico, as injustiças contemporâneas permanecem sendo, em
grande parte, as mesmas que existiam centenas e até milhares de anos atrás.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre


Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais apresentam manifestação sobre essa base ética fundamental em seu
primeiro parágrafo do preâmbulo, reconhecendo “a dignidade inerente e os direitos
igualitários e inalienáveis de todos os membros da família humana”.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que é essencial


que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o
homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a
opressão,

De acordo com a Constituição de 1988, os direitos humanos consistem em


um conjunto de direitos considerado indispensável para uma vida humana pautada
na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos humanos são os direitos essenciais
e indispensáveis à vida digna.

Todo direito exprime a faculdade de exigir de terceiro, que pode ser o Estado
ou mesmo um particular, determinada obrigação. Por isso, os direitos humanos têm
estrutura variada, podendo ser direito-pretensão, direito-liberdade, direito-poder e,
finalmente, direito-imunidade.

O direito-pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de


outrem do dever de prestar. Nesse sentido, determinada pessoa tem direito a algo,
se outrem (Estado ou mesmo outro particular) tem o dever de realizar uma conduta
que não viole esse direito. Assim, nasce o “direito-pretensão”, como, por exemplo, o
direito à educação fundamental, que gera o dever do Estado de prestá-la
gratuitamente (art. 208, I, da CF/88).

O direito-liberdade consiste na faculdade de agir que gera a ausência de


direito de qualquer outro ente ou pessoa. Assim, uma pessoa tem a liberdade de
credo (art. 5º, VI, da CF/88), não possuindo o Estado (ou terceiros) nenhum direito
(ausência de direito) de exigir que essa pessoa tenha determinada religião.

Por sua vez, o direito-poder implica uma relação de poder de uma pessoa de
exigir determinada sujeição do Estado ou de outra pessoa. Assim, uma pessoa tem
o poder de, ao ser presa, requerer a assistência da família e de advogado, o que
sujeita a autoridade pública a providenciar tais contatos (art. 5º , LXIII, da CF/88).

Os direitos humanos representam valores essenciais, que são explicitamente


ou implicitamente retratados nas Constituições ou nos tratados internacionais. A
fundamentalidade dos direitos humanos pode ser formal, por meio da inscrição
desses direitos no rol de direitos protegidos nas Constituições e tratados, ou pode
ser material, sendo considerada parte integrante dos direitos humanos aquele que –
mesmo não expresso – é indispensável para a promoção da dignidade humana.

Os direitos humanos são direitos de todos, combatendo a visão estamental de


privilégios de uma casta de seres superiores. Por sua vez, a essencialidade implica
que os direitos humanos apresentam valores indispensáveis e que todos devem
protegê-los. Além disso, os direitos humanos são superiores a demais normas, não
se admitindo o sacrifício de um direito essencial para atender as “razões de Estado”;
logo, os direitos humanos representam preferências preestabelecidas que, diante de
outras normas, devem prevalecer.

Os direitos humanos têm distintas maneiras de implementação, do ponto de


vista subjetivo e objetivo. Do ponto de vista subjetivo, a realização dos direitos
humanos pode ser da incumbência do Estado ou de um particular (eficácia
horizontal dos direitos humanos, como veremos) ou de ambos, como ocorre com o
direito ao meio ambiente (art. 225 da CF/88, que prevê que a proteção ambiental
incumbe ao Estado e à coletividade).

Uma sociedade pautada na defesa de direitos (sociedade inclusiva) tem


várias consequências. A primeira é o reconhecimento de que o primeiro direito de
todo indivíduo é o direito a ter direitos. Arendt e, no Brasil, Lafer sustentam que o
primeiro direito humano, do qual derivam todos os demais, é o direito a ter direitos.

Para Ramos (2017), os direitos humanos são direito positivo, expressos em


princípios e regras jurídicas, seja de direito das gentes, seja de direito estatal,
contudo são precedidos de princípios de distintas ordens normativas: filosóficas,
religiosas, sociológicas, políticas, antropológicas, econômicas, psicológicas,
biológicas e cosmológicas entre outras possíveis.

Uma vantagem que a Declaração Universal dos Direitos Humanos considera


todos os direitos humanos em sua unidade, pois os direitos humanos econômicos,
sociais e culturais não são de maneira alguma de segunda classe. Mais do que isso,
o direito à educação ou à alimentação é considerado um pré-requisito para a
percepção dos direitos políticos. Por conseguinte, não se podem separar dos direitos
humanos.

A Declaração Universal foi o ponto de partida para a construção do sistema


de direitos humanos das Nações Unidas e é o ponto de referência para todos os
outros tratados internacionais.

2.1.1 DIREITO A VIDA

Segundo a Constituição de 1988, em seu Art. 5º, afirma que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.

O direito à vida engloba diferentes facetas, que vão desde o direito de nascer,
de permanecer vivo e de defender a própria vida e, com discussões cada vez mais
agudas em virtude do avanço da medicina, sobre o ato de obstar o nascimento do
feto, decidir sobre embriões congelados e ainda optar sobre a própria morte. Tais
discussões envolvem aborto, pesquisas científicas, suicídio assistido e eutanásia,
suscitando a necessidade de dividir a proteção à vida em dois planos: a dimensão
vertical e a dimensão horizontal (CF, 1988).
Para o Estado, a “inviolabilidade do direito à vida” resulta em três obrigações:
a obrigação de respeito, a obrigação de garantia, e a obrigação de tutela.

A obrigação de respeito consiste no dever dos agentes estatais em não violar,


arbitrariamente, a vida de no dever de prevenção da violação da vida por parte de
terceiros e eventual punição àqueles que arbitrariamente violam a vida de outrem.
A obrigação de tutela implica o dever do Estado de assegurar uma vida digna,
garantindo condições materiais mínimas de sobrevivência.
A Carta Magna assegura a todos a inviolabilidade do direito à vida. Alguns
autores consideram-no o direito mais importante, porque é condição de possibilidade
para o exercício de todos os demais direitos.
É importante deixar claro que o principal direito a ser protegido pela
Constituição não é o direito à vida, mas sim à dignidade das pessoas. A proteção do
direito à vida engloba dois aspectos distintos: o direito de continuar, de permanecer
vivo e o direito de ter vida digna (subsistência).
A Constituição de 1988, também assegura o direito à integridade física (art.
5º, III); o inciso XLIX do artigo 5º também assegura o respeito à integridade física
dos presos; e, por fim, assegura o direito à integridade moral (art. 5º, V e X; art. 5º,
XLIX).
Já o direito de vida digna (subsistência) garante o direito ao salário mínimo; a
irredutibilidade do salário; o direito à saúde, à previdência, à educação, à moradia; e
a proibição da tortura e das penas cruéis e degradantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pensar os direitos humanos e fundamentais ―num constitucionalismo de


resultados, isto é, naquele em que a tônica é a máxima eficácia e efetivação desses
direitos no viés individual e social― implica pensar uma moralidade pública em que
cada ator social confronta quando seus interesses legítimos e constitucionalmente
assegurados se encontram colapsados em processos destrutivos engendrados pelo
sistema a que estão submetidos.
Por isso, até mesmo tem que enfrentar os seus próprios interesses (o viver
em paz é um deles), para poder confrontar os interesses compactos do sistema. É a
afirmação do humano que se exige. Logo, e em todos os casos, sempre o critério de
verdade será o humano.
No que se refere aos Direitos Fundamentais previstos especificamente na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, pode-se concluir que o
direito à vida, o direito à liberdade, o direito à igualdade e o direito à propriedade
foram conquistas da cidadania, intrínsecas aos direitos humanos, necessárias para
uma vida digna, e que não poderão ser negadas ao indivíduo.
REFERENCIAS

Direitos Humanos na Administração da Justiça: Um Manual de Direitos Humanos


para Juízes, Procuradores e Advogados

Carta das Nações Unidas.

BRASIL, Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU. Rio de Janeiro, 2009.
Disponível em: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/.

RAMOS, A. de C Manual prático de direitos humanos internacionais. Brasília:


Escola Superior do Ministério Público da União, 2009.

Curso de Direitos Humanos. 5ª Ed. 2017.

LOVATO, A. C.; DUTRA, M. C. Direitos Fundamentais e Direitos Humanos -


singularidades e diferenças, 2015.

Os direitos humanos como valor universal. Lua Nova no.34 São


Paulo Dec. 1994. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-
64451994000300011 acesso em 20/06/2020 as 17 hrs.

Você também pode gostar