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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DISCIPLINA DE DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL - T01


DOCENTE: PROFº DR. EDUARDO LIMA DE MATOS

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: DIGNIDADE HUMANA E CIDADANIA

ANDRESSA CAROLINE CLAUDIO DOS SANTOS


LEANDRO DOS SANTOS GUIMARÃES
MARIA EDUARDA SANTOS NASCIMENTO
MATEUS CAETANO DA SILVA
SARA DANTAS DE MEDEIROS SANTOS

1- INTRODUÇÃO

A constituição é um conjunto base de leis, normas e regras de um país que regula e organiza
todas as possíveis atuações do Estado perante sua população interna e externa, além de
limitar o poder do seu governo e descrever os deveres e direitos de cada cidadão. Logo no
artigo primeiro da constituição é notável a presença dos fundamentos da república federativa,
que são: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais dos trabalhos da
livre iniciativa e o pluralismo. No entanto, esse trabalho terá ênfase em dois fundamentos, a
dignidade da pessoa humana e cidadania.

Na sequência, iniciaremos nossa pesquisa falando sobre a dignidade da pessoa humana, que é
a base de todos os direitos, por isso após a conquista da Carta Magna ela foi valorada como
primordial para a sociedade, em seguida discutiremos por volta no termo cidadania e por
último será visto as relações feitas diante dos conceitos.

2- RESULTADOS E DISCUSSÕES

● DIGNIDADE HUMANA

De acordo com Silva (1998), "A dignidade não foi criada pelo Estado e sim reconhecida pelo
Estado", ou seja, as lutas sociais fomentadas pelas pessoas que buscavam melhores condições
de vida foram responsáveis por essa conquista, os direitos que a dignidade da pessoa humana
busca aplicar ao conjunto social é o acesso a educação, a saúde, ao bem-estar social, essas
diretrizes são teses que materializam uma civilização mais justa.

O conceito de dignidade da pessoa humana iniciou-se na teologia, quando em Gênesis fala


que Deus criou o homem perante a sua imagem e semelhança. Porém esse conceito começa a
desenvolver-se na filosofia moral, quando Immanuel Kant (1724-1804) expõe a ideia que “o
ser humano ou tem dignidade ou um preço”. E começa a ter relevância após as barbaridades
ocasionadas na Segunda Guerra Mundial, o que ocasionou a promulgação da Declaração
Universal dos Direitos Humanos em 1984.

Após todas as ações atrozes e cruéis, a Declaração Universal, possibilita que até hoje esse
processo de universalização dos direitos humanos esteja presente e em prática. É uma luta
constante contra regimes políticos que desrespeitam os direitos civis e políticos, o que
ameaça a luta por princípios básicos de sobrevivência contra a fome e miséria, por exemplo.
São questões que precisam de atenção, cuidado e policiamento, pois falamos de direitos
concretizados por sofrimento, luta e muita resistência, como Nunes (2009, p.50-51) cita: “A
dignidade da pessoa humana é uma conquista da razão ético-jurídica, fruto da reação à
história de atrocidades, que marcou a experiência do homem.”

É preciso enfatizar a complexidade em torno do que é dignidade humana, de modo que


perpassa toda a estruturação jurídica dos direitos humanos e sua legitimidade na resolução de
conflitos. Assim, encontramos desafios para sua execução em total plenitude, como o olhar
humanizado sob os processos que envolvem valores éticos, sociais e políticos e modo de
análise particular e plural dos direitos humanos em âmbito constitucional.

● CIDADANIA

O termo "Cidadania" originou-se na Grécia Antiga, onde nesse período apenas o cidadão que
nasceu e habitava em território Grego tinha uma participação na política, com o passar dos
anos a Cidadania foi evoluindo graças ao liberalismo democrático que influenciou lutas
sociais que conquistaram espaços na sociedade para aqueles que estavam oprimidos. A
cidadania está amplamente ligada à democracia, ou seja, a cidadania é um exercício de
democracia, ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a
lei: ter direitos civis. Além de participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter
direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos
sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à
educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice saudável.

É importante ressaltar que há existência de um aspecto indiscutível a respeito da cidadania:

Nota-se que a cidadania está em constante evolução sendo um


referencial de conquistas e lutas da humanidade. E a sociedade não se
conformando com as dominações e controle do Estado e de suas
instituições, buscam cada vez mais direitos, maior liberdade, melhores
garantias individuais e coletivas. (Costa e Fonseca, 2017)

A partir disso, ao comentar sobre cidadania é importante frisar o motivo de suas constantes
mudanças, devido ao fato desta está diretamente ligada ao sentido propriamente dito de
igualdade. Porém, podemos analisar que a cidadania (igualdade) não está em sua total
funcionalidade devido as desigualdades presentes na sociedade gerando conflitos entre
ambos. Os principais fatores que justificam essa dualidade podem ser encontrados na
abolição da escravatura tardia no Brasil, como também, o regresso gerado em torno do
regime militar de 1964 que impulsionaram problemas sociais como o desemprego,
sucateamento do sistema de saúde pública, falta de acesso à moradia, saneamento básico
dentre outros.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse sentido, ao falarmos de dignidade e cidadania, é perceptível entender que ambos


designam tudo àquilo que merece respeito, consideração, representa em geral uma condição
moral humana. Como dito por Macedo (2016), "Aqui, cidadania e dignidade da pessoa
humana se conectam em favor de um processo democrático e responsável, único espaço
viável e legítimo para a construção de uma solução do conflito adequada, efetiva, tempestiva
e eficiente”. Dessa forma, se faz necessário por em prática o conceito de cidadania uma vez
que é preciso um exercício de dignidade. Logo, a conscientização de todos é de extrema
importância, por mais que não seja a solução de todos os problemas que abrangem a falta de
tal, para que não esqueçam que já lutamos contra um sistema, muita das vezes falho diante do
bem estar de uma nação.

Portanto, é de suma importância a constituição abordar a cidadania com enfoque na garantia


da dignidade humana. Pois, embora grande parte dos cidadãos não tenham ciência do
conteúdo da nossa constituição, tem assegurado através dela o direito de exercer seu papel de
cidadão votando, sendo votado, participando da vida política, social, econômica e cultural.
Desta forma, a Constituição Federal de 1988 assegura ao cidadão os meios processuais
eficientes contra a violação do gozo destes direitos e a sua fruição por parte do Poder Público.

4- REFERÊNCIAS

FONSECA, S. A. M.; FELIX, M. J. O ACESSO À JUSTIÇA SOB A PERSPECTIVA DO


EXERCÍCIO DA CIDADANIA E GARANTIA DA DIGNIDADE HUMANA. Anais do
Congresso Brasileiro de Processo Coletivo e Cidadania, [S. l.], n. 5, 2018. Disponível em:
https://revistas.unaerp.br/cbpcc/article/view/994. Acesso em: 4 ago. 2022.

MACEDO, E. H. CIDADANIA E DIGNIDADE HUMANA NA DIMENSÃO DO


PROCESSO. Rev. de Direito Brasileira, São Paulo, 2017. Disponível em:
https://scholar.google.com.br/scholar?
hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=cidadania+e+dignidade+da+pessoa+humana+humaniza
%C3%A7%C3%A3o+do+processo&btnG=#d=gs_qabs&t=1659896665680&u=%23p
%3Dztwwzm3CHkcJ. Acesso em: 4 Ago. 2022

SOUTO, R. dos SANTOS. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO UM


VALOR ABSOLUTO NO BRASIL. Rev. NUFEN, Belém , v. 11, n. 3, p. 170-186, dez.
2019 . Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
25912019000300011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 4 ago. 2022. .

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