OS PRINCIPIOS DA ÉTICA E SUAS RELAÇÕES COM A FORMAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL Para Kant, liberdade e dever estão entrelaçados. A razão humana seria uma legisladora e, pela atividade do pensamento, seria possível chegar a normas e essas normas seriam universais pois são fundadas da razão e todos os seres humanos possuem isso. Mas Kant também sabia que os seres humanos são formados em partes por desejos, medos e interesses que acabam interferindo suas decisões. Para conseguir mesclar as normas universais e os desejos individuas, Kant dizia que nós deveríamos analisar se as nossas ações estão dentro das normas que temos enraizada em nossa razão. Essa visão do filósofo marcou o período que surgia as questões éticas. A ética tem um objeto próprio, leis próprias e método próprio. Ela está presente na Constituição Federal de 1988, pode-se notar no princípio da moralidade administrativa e a dignidade humana. “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” (Preâmbulo da Carta Magna de 1988)
Nos princípios elencados no preâmbulo da Carta Magna (citação acima) também é
possível notar a presença da ética com a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos que confere de direitos e garantias, seja individual, política, social, econômica ou até mesmo cultural. Mas apesar da nossa Constituição ter um apelo social, também devemos nos recordar que muitos cidadãos já tiveram seus direitos violados. “ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.” (CAPITULO I – DOS DIREITOSS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS)
No primeiro capítulo da constituição conseguimos ter acesso a todos os termos de
direitos e deveres individuais e coletivos que todos os cidadãos brasileiros devem cumprir e que o Estado deve cumprir para com a população. Mas afinal, o que é ser um cidadão brasileiro e como exerceremos a cidadania? A Secretaria da Justiça e Cidadania diz o seguinte: “Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia.
Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.
Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. É a qualidade do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e liberdades políticas, socio-econômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, com a participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade, zelando para que seus direitos não sejam violados.
A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram
na Independência dos Estados Unidos da América do Norte e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o princípio de legitimidade que vigia até então, baseado nos deveres dos súditos e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para as mulheres, crianças, minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias.”
Oficialmente, é isso que nos é apresentado sobre o assunto, mas o questionamento
que fica é: a liberdade e igualdade que é pregada, é a mesma que é realizada? Todos os cidadãos são tratados como tal? A justiça é mesmo impassível referente as características pessoais de cada um? Bibliografia Bittar, E. C. (2006). ÉTICA, CIDADANIA E CONSTITUIÇÃO: O DIREITO À DIGNIDADE E À CONDIÇÃO HUMANA. Revista Brasileira de Direito Constitucional .
CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. (s.d.). Fonte: Planalto.gov.br: