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Direitos Humanos
Palmas-TO
Junho de 2021
DIREITOS HUMANOS
Sumário
1. Introdução
2. Direitos Humanos
2.1. Conceito de direitos humanos
2.2. Evolução histórica dos direitos humanos
2.3. Principais características dos Direitos Humanos
3. Direito humanitário internacional
4. Cidadania
5. Aplicação da Lei
5.1. Princípios básicos sobre o uso da força e armas de fogo pelos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei
5.2. Código de conduta para os funcionários responsáveis pela aplicação da lei
Anexo Único: Treze reflexões sobre polícia e direitos humanos
1. INTRODUÇÃO
2. DIREITOS HUMANOS
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Há uma forte marca de brutalidade na personalidade humana, herança de um
instinto animal que a civilização ainda não foi capaz de eliminar. Consciente ou
inconscientemente, homens de todos os povos seguem a cartilha da crueldade, seja
para com os semelhantes, pilhando-os e até causando-lhes a morte, seja para com os
que lhes parecem inferiores, escravizando-os e destruindo-lhes mais do que a vida,
mas a própria cultura e identidade (CASTILHO, 2011).
Atualmente os direitos humanos são direitos legais, isto significa que fazem
parte da legislação. Estão tanto nos instrumentos internacionais como também são
protegidos pelas constituições e legislações nacionais da maioria dos países do
mundo.
Algumas definições:
“Direitos humanos é uma expressão moderna, mas o princípio que invoca é tão
antigo quanto a própria humanidade. É que determinados direitos e liberdades são
fundamentais para a existência humana. Não se trata de privilégios, nem tampouco de
presentes oferecidos conforme o capricho de governantes ou governados. Também
não podem ser retirados por nenhum poder arbitrário. Não podem ser negados, nem
são perdidos se o indivíduo cometer delito ou violar a lei”. (Cel PM Suamy Santana da
Silva, PMDF).
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2.2. Evolução histórica dos direitos humanos
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proteção da infância e da juventude e outras questões surgidas a partir do
desenvolvimento industrial e tecnológico.
- Eventos históricos: Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
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3. DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL
Existem ainda vários acordos que proíbem o uso de certas armas e táticas
militares, entre as quais as Convenções de Haia de 1907, a Convenção das Armas
Bacteriológicas (Biológicas) de 1972, a Convenção das Armas Convencionais de 1980
e a Convenção das Armas Químicas de 1993. A Convenção de Haia de 1954 protege o
patrimônio cultural em tempo de conflito armado.
O que é a proteção?
As pessoas protegidas não devem ser atacadas; não se lhes deve infligir maus-
tratos físicos ou tratamento degradantes; os feridos e doentes devem ser recolhidos e
tratados. Existem normas específicas que se aplicam aos indivíduos que foram feitos
prisioneiros ou que foram detidos; tais normas incluem a provisão de alimentação
adequada, abrigo idôneo, assim como garantias jurídicas.
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importante, mas distinta, do Direito Internacional, que consta na Carta das Nações
Unidas. O Direito Internacional só é aplicável após o início de um conflito e aplica-se
uniformemente a todas as partes, independentemente de quem começou as
hostilidades.
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violações mais graves das Convenções de Genebra e Protocolos Adicionais que são
consideradas crimes de guerra. Foram igualmente tomadas medidas a nível
internacional: criaram-se tribunais para punir atos cometidos em dois conflitos recentes
e está a ser examinada a possibilidade de criar um tribunal internacional permanente,
com competência para punir crimes de guerra.
4. CIDADANIA
5. APLICAÇÃO DA LEI
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SILVA, Suamy Santana da. Direitos Humanos. (CNMPC, 2013).
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5.1 Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei
Disposições gerais
Disposições específicas
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(a) especifiquem as circunstâncias nas quais os responsáveis pela aplicação
da lei estão autorizados a trazer consigo armas de fogo e determinem os tipos de
armas e munições permitidas;
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15. Ao lidarem com indivíduos sob custódia ou detenção, os responsáveis pela
aplicação da lei não farão uso da força, exceto quando tal for estritamente necessário
para manter a segurança e a ordem na instituição, ou quando existir ameaça à
segurança pessoal.
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aplicação da lei devem rever os seus programas de treinamento e procedimentos
operacionais à luz de eventuais incidentes concretos.
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26. O cumprimento de ordens superiores não constituirá justificativa quando os
responsáveis pela aplicação da lei tenham conhecimento de que uma ordem para usar
força e armas de fogo, que tenha resultado na morte ou em ferimento grave a alguém,
foi manifestamente ilegítima e caso os referidos responsáveis tenham tido oportunidade
razoável de se recusarem a cumprir essa ordem. Em qualquer caso, a
responsabilidade caberá também aos superiores que tenham dado ordens ilegítimas.
O aludido Código foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no
dia 17 de dezembro de 1979, através da Resolução nº 34/169. Contém oito artigos
seguidos de comentários.
Artigo I
Artigo II
Artigo III
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fazer todos os esforços no sentido de restringir seu uso, especialmente contra crianças.
Em geral, armas de fogo só deveriam ser utilizadas quando um suspeito oferece
resistência armada ou, de algum outro modo, põe em risco vidas alheias e medidas
menos drásticas são insuficientes para dominá-lo. Toda vez que uma arma de fogo for
disparada, deve-se fazer imediatamente um relatório às autoridades competentes.
Artigo IV
Artigo V
Artigo VI
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Artigo VII
Artigo VIII
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REFERÊNCIAS
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Direitos humanos. São Paulo: Método, 2011.
Anexo Único
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BALESTRERI, Ricardo Brisolla. Direitos humanos: coisa de polícia. Passo Fundo: CAPEC, 1998.
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Humanos, desarmemos as “minas ideológicas” das quais nos cercamos, em um primeiro
momento, justificável, para nos defendermos da polícia, e que agora nos impedem de
aproximar-nos. O mesmo vale para a polícia.
Podemos aprender muito uns com os outros, ao atuarmos como agentes defensores da
mesma democracia.
Nesse contexto, à partir de quase uma década de parceria no campo da educação para
os direitos humanos junto à policiais e das coisas que vi e aprendi com a polícia, é que gostaria
de tecer as singelas treze considerações a seguir:
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4ª - Importância da Autoestima pessoal e institucional
O reconhecimento dessa “dimensão pedagógica” é, seguramente, o caminho mais
rápido e eficaz para a reconquista da abalada autoestima policial. Note-se que os vínculos de
respeito e solidariedade só podem constituir-se sobre uma boa base de autoestima. A
experiência primária do “querer-se bem” é fundamental para possibilitar o conhecimento de
como chegar a “querer bem o outro”. Não podemos viver para fora o que não vivemos para
dentro.
Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial sinta-se motivado e orgulhoso
de sua profissão. Isso só é alcançável à partir de um patamar de “sentido existencial”. Se a
função policial for esvaziada desse sentido, transformando o homem e a mulher que a exercem
em meros cumpridores de ordens sem um significado pessoalmente assumido como ideário, o
resultado será uma autoimagem denegrida e uma baixa autoestima.
Resgatar, pois, o pedagogo que há em cada policial, é permitir a ressignificação da
importância social da polícia, com a consequente consciência da nobreza e da dignidade dessa
missão.
A elevação dos padrões de autoestima pode ser o caminho mais seguro para uma boa
prestação de serviços.
Só respeita o outro aquele que se dá respeito a si mesmo.
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A fronteira entre a força e a violência é delimitada, no campo formal, pela lei, no campo
racional pela necessidade técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a
metodologia de policiais e criminosos.
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Note-se que a perspectiva, aqui, não é refletir do ponto de vista da “defesa do bandido”,
mas da defesa da dignidade do policial.
A violência desequilibra e desumaniza o sujeito, não importa com que fins seja
cometida, e não restringe-se a áreas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda a
conduta. O violento se dá uma perigosa permissão de exercício de pulsões negativas, que
vazam gravemente sua censura moral e que, inevitavelmente, vão alastrando-se em todas as
direções de sua vida, de maneira incontrolável.
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A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da população e nisso reside um
componente desequilibrador. Quem cuida da polícia?
Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os serviços de atendimento
psicológico aos policiais e aproveitam muito mal os policiais diplomados nas áreas de saúde
mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanência devem tornar-se cada vez
mais exigentes, espera-se que o Estado cuide também de retribuir com salários cada vez mais
dignos.
De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência dos quadros policiais não cabe
apenas ao Estado mas aos próprios policiais, os maiores interessados em participarem de
instituições livres de vícios, valorizadas socialmente e detentoras de credibilidade histórica.
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12ª - Necessidade de Hierarquia
No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também um mal. Pode passar uma
imagem de descaso e desordem no serviço público, além de enredar na malha confusa da
burocracia toda a prática policial.
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, por exemplo, pode propiciar
um desvio fragmentador dessa instituição, amparando uma tendência de definição de conduta,
em alguns casos, pela mera junção, em “colcha de retalhos”, do conjunto das práticas de suas
delegacias.
Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é fundamental que
os estados e instituições da polícia civil direcionem estrategicamente o processo de maneira a
unificar sob regras claras a conduta do conjunto de seus agentes, transcendendo a mera
predisposição dos delegados localmente responsáveis (e superando, assim, a “ordem”
fragmentada, baseada na personificação). Além do conjunto da sociedade, a própria polícia
civil será altamente beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (incluídas aí as
condutas internas) só podem dar maior segurança e credibilidade aos que precisam executar
tão importante e ao mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
Conclusão
A polícia, como instituição de serviço à cidadania em uma de suas demandas mais
básicas – Segurança Pública – tem tudo para ser altamente respeitada e valorizada.
Para tanto, precisa resgatar a consciência da importância de seu papel social e, por
conseguinte, a autoestima.
Esse caminho passa pela superação das sequelas deixadas pelo período ditatorial:
velhos ranços psicopáticos, às vezes ainda abancados no poder, contaminação anacrônica
pela ideologia militar da Guerra Fria, crença de que a competência se alcança pela truculência
e não pela técnica, maus-tratos internos a policiais de escalões inferiores, corporativismo no
acobertamento de práticas incompatíveis com a nobreza da missão policial.
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O processo de modernização democrática já está instaurado e conta com a parceria de
organizações como a Anistia Internacional (que, dentro e fora do Brasil, aliás, mantém um
notável quadro de policiais a ela filiados).
Dessa forma, o velho paradigma antagonista da Segurança Pública e dos Direitos
Humanos precisa ser substituído por um novo, que exige desacomodação de ambos os
campos: “Segurança Pública com Direitos Humanos”.
O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o potencial de ser o mais
marcante promotor dos Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrédito social e
qualificando-se como um personagem central da democracia. As organizações não
governamentais que ainda não descobriram a força e a importância do policial como agente de
transformação, devem abrir-se, urgentemente, a isso, sob pena de, aferradas a velhos
paradigmas, perderem o concurso da ação impactante desse ator social.
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