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I Congresso de Direito Internacional Público

06.11.23
Direito internacional humanitário – conjunto de regras que tentam regular as pessoas que são
vítimas de conflitos armados.
No momento em que permitimos que um invasão consiga que o invasor perde territórios,
violando princípios da Carta das Nações Unidas ou da Convenção Universal dos Direitos
Humanos, o mundo acaba tal como nós hoje o conhecemos. Hoje em dia, se não for o Direito
nada existe para regular o mundo e para manter o equilíbrio mundial. – ideia do Direito, da
Liberdade, do Ser Humano são ideias fulcrais e que devem servir de base nestas matérias.
Exemplos:
1. Do Direito concedido – conseguimos a Carta das Nações Unidas e a DUDH (Art.º 30) –
todos os seres humanos têm Direito à Escola; quando falamos em princípios
fundamentais, como por exemplo todo o ser humano tem Direito a entrar e a sair de
uma religião, algo que em alguns países não é respeitado.
Convenções da Genebra, Tribunais e Convenção de Viena – estão no âmbito dos princípios;
temos os países em conflito e os países neutrais, temos proteção de civis e indivíduos (já
não são os países que fazem muitas das guerras, neutralidade é algo muito ambíguo e que é
assumido ou deixa de ser assumido); também o conceito de civis e indivíduos, no mundo
multidomínio, este conceito fica mais vago.
Há 3 grandes guerras a ocorrer atualmente com 6 frentes:
 Guerra da Ucrânia
 Frente Israel e Hammas
 Frente Africana
Quem cuida do Direito Internacional Humanitário?
2. Do Direito exercido – Timor Leste – se há prova de que o Direito e as causas fazem
sentido, é o Caso Timorense – Timor Leste é um caso de conveniência entre pessoas
durante décadas (com resiliência). Como é que Timor se resolveu? Fazendo com que o
preso negociasse com o carcereiro, ou o preso com quem torturava – era tudo à base de
negociações (papel do Direito Humanitário).
Terrorismo é uma técnica que qualquer um utiliza para provocar medos a outrem, não é
uma posição.
Aliados conjunturais – se queremos verdadeiramente ajudar, temos de ter a consciência de
que o tempo, o espaço e as circunstâncias mudam frequentemente – a conjuntura conta com
estas mudanças. Existe a conjuntura, o momento e a geopolítica, fatores que influenciam
diversas decisões que são tomadas – por exemplo, na Rússia – não quer dizer que esta seja
representada pelo sujeito que a lidera.
3. Do Direito dos deveres – se temos Direitos, temos deveres, se temos deveres, temos
Direito – Ex. No Afeganistão, as pessoas têm direitos fundamentais, mas estes não são
concretizados, não são aplicados porque ninguém faz nada. O regime bárbaro que se
está a viver no Afeganistão resulta fundamental da indiferença generalizada nesta
matéria: há dever de ajudar o outro – não é por assumirmos uma posição “desligada” ,
que todos estes fenómenos deixam de acontecer, porque acontecem: temos o dever de
ajudar, relembrar e tentar mudar todos esses acontecimentos, dentro das limitações de
cada um, mas nunca esquecer, tratar com indiferença ou fazer de conta que nada está a
suceder.

4. Do Direito provado – este Direito resulta. – quando as pessoas verificam que o Direito
funciona comprovadamente, então este será o Direito que funciona: Princípio -> Ética -
> Prática provada funciona
A formação dos militares desenvolvida, adequada e correta é fulcral para o bom funcionamento
do Direito. O Direito provado tem efeitos, segue normas, ideologias e princípios que criam
segurança às pessoas, previsibilidade mundial. – Dever de coordenar é muito importante para a
concretização do Direito Fundamental de ser ouvido e ser respeitado.

Direito Internacional Humanitário – Corredores Humanitários


 Conceito do Direito Internacional Humanitário e as suas
Fontes
É o conjunto de regras e princípios que visam limita ose feitos dos conflitos armados e que
vinculam todas as partes em conflito – protege as pessoas que não participam nas
hostilidades, civis e aqueles que participaram mas deixaram de participar nessas
hostilidades e vai restinguir os meios e métodos de guerra.

Principais Fontes – em temos de Direito Convencional (196 partes


contraentes)
4 convenções de Genebra (1949)
1ª – melhorar a situação de feridos e doentes das forças armadas em campanha;
2ª – melhorar a situação de feridos e doentes das forças armadas no mar
3ª - refere-se ao tratamento dos prisioneiros de guerra
4ª – refere-se ao tratamento das pessoas em tempo de guerra

1º Protocolo adicional – protética de vitimas em conflitos internacionais (174)


2º Protocolo – proteção de vitimas de conflitos não internacionais (169)
3º Protocolo – adoção de um emblema distinto internacional

Regras de Direito Internacional Consuetudinário Humanitário


 Conceito de Corredores Humanitários – acordos entre as partes do
conflito armado para permitir a passagem segura, temporária e restringida
geograficamente e que visam permitir a saída de doentes, feridos e que permitem a
entrada da ajuda humanitário – têm um conceito definido pelo Comité da Cruz
Vermelha;
Esta ajuda humanitário abrange: abastecimento de bens alimentares, água, alojamento,
roupas, materiais de pernoite, combustível, todos os bens e serviços que sejam necessários à
sobrevivência da sociedade e ao culto religioso.

O Direito Internacional Humanitário (vincula todas as partes envolvidas em conflitos


armados – não internacionais ou internacionais) estabelece que a obrigação de assegurar os
bens e os serviços essenciais à sobrevivência das populações é uma responsabilidade dos
Estados – os Estados têm a responsabilidade primária dos civis que se encontram no seu
território

Distinção entre conflito armado internacional e conflito armado não


internacional
Um conflito armado internacional abrange uma situação de guerra declarada ou qualquer
conflito armado que possa surgir entre duas ou mais partes das Convenções. Entende-se que
se inclui igualmente aqui todos os casos de ocupação de território de um Estado (alta parte
contratante) e conflitos armados em que os povos lutam contra o colonialismo e outras
matérias.
Os conflitos armados não internacionais desenrolam-se no território de uma das altas partes
contratantes – sob a chefia de um comando responsável exerçam um controlo tal que lhes
permitam levar a cabo operações militares (Art.º 1 do 1º Protocolo Adicional)

 O seu enquadramento jurídico


Conflito armado internacional (inclui os casos de ocupação ) – Art.º 23 da 4ª CG
Ocupação – Art.º 59 da 4ª CG, Arts.º 69, 70 e 71 do 1º Protocolo Adicional, bem como as
regras costumeiras
Conflito armado não internacional – 3º comum às 4 CG, Art.º 18 do 2º Protocolo Adicional
e as regras costumeiras
As regras de Direito Internacional Costumeira – aplicam-se a todos só conflitos
independentes se os Estados se vincularam ou não às CG e ao seus Protocolos Adicionais:
Regra 55 (aplicável em qualquer caso de conflito armado, independentemente de quem
começou o conflito e de quem utilizou legitimamente o uso da força)
 Pressupostos de criação dos c – consentimento na criação
1. Tem de existir uma situação em que a população civil está insuficientemente abastecida
de certo tipo de bens e serviços essenciais à sua sobrevivência ou objetos necessários ao
seus culto religioso.
2. O Estado ou o território sob o controlo do grupo armado, não está em condições de
garantir estes bens à população
3. Tem de existir uma oferta/disponibilização de ajuda humanitária totalmente imparcial
4. Ter uma natureza exclusivamente humanitário
5. Tem de existir o consentimento relativamente às ações de ajuda humanitária; nos caso
dos CI (Art.º 70 do 1º do PA), as ações devem ser efetuadas desde consentidas pelas
partes interessadas; no caso de uma população civil de um território ocupado, se esta
população estiver insuficientemente abastecida, a potência ocupante não pode recusar a
ajuda de ações humanitárias; nos casos dos conflitos armados não internacionais, deve
haver autorização do grupos armados organizados e da parte contraente que já não tem
o controlo efetivo sob uma parcela do seu território.
O consentimento deve ser sempre concedido, exceto em casos de ocupação ou nos Casos
em que o Conselho de Segurança oponha essa ajuda, não pode ser recusado arbitrariamente,
ou seja, nas circunstâncias das quais esse não consentimento resulte na violação de regras
de DI em relação à proteção de civis
A partir do momento em que o consentimento é dado, os Estados têm de colaborar
absolutamente para que se dê essa ajuda; salvo exceções em caso de necessidade.

 Sanções do impedimento legal da criação dos Corredores


Humanitários
Responsabilidade da parte alta no conflito e as pessoas que impedem a tal ajuda – violação
de um Direito Intranacional Humanitário.

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