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Curso Esfera
OAB / CONCURSOS
DIREITOS HUMANOS
1ª FASE - OAB
Profa. Clara Brum

www.cursoesfera.com.br
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Direitos humanos: conjunto indivisível e interdependente de


direitos imprescritíveis para uma vida digna e plena. Fundamentos
para existência humana. Na CF/88 cláusulas pétreas – rol de
garantias fundamentais ( art. 1º ao 4º; 5º ao 16; 226 a 230; 231 e
232, CF/88)

Fundamento: garantia da dignidade humana - qualidade que


define a essência da pessoa humana.

Terminologia: caminho de lutas sociais por direitos, as


denominações expressam essa luta: direitos do homem, direitos
fundamentais e direitos humanos ( termos diferentes).
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Características:
Historicidade: gradativamente conquistados em lutas sociais;
Proibição do retrocesso: veda-se o retrocesso. Não podem ser
suprimidos – só ampliados;
Inalienabilidade: Não podem ser negociados;
Indivisibilidade e Interdependência: o Estado deve assegurar
TODOS os direitos – mesma proteção jurídica;
Irrenunciabilidade ou indisponibilidade: O ser humano não pode
abrir mão deles, nem aceitar sua violação;
Imprescritibilidade: não prescrevem, ou seja, não se esgotam com
o passar do tempo. O titular não o perde, não confundir com a
prescritibilidade da reparação econômica;
Universalidade: destinam-se a todos, em todos os lugares;
Relatividade: podem sofrer limitação, pois não são absolutos em
razão do pluralismo cultural – colisão entre bens jurídicos:
harmonizar os DH que se chocam.
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Origem dos Direitos Humanos:
• Construção de forma paulatina em avanços e retrocessos;
• Evolução sistematizada em gerações/dimensões;
• Cristianismo: contribuiu na divulgação da ideia de igualdade de
todos;
• Insatisfação social em relação à opressão sofrida e a positivação
de conquistas;
Documentos:
1° Magna Carta de 1215 – Magna Charta Libertatum – acordo
firmado entre o rei João da Inglaterra , o alto clero e os barões –
reconheceu os direitos da nobreza e do clero. Limitou os poderes
do monarca vinculando-o às leis que ele mesmo edita. Direitos:
limitações tributárias ao estado; liberdade da igreja da Inglaterra;
proporcionalidade entre o delito e a sanção; previsão do devido
processo legal; liberdade de locomoção; liberdade de ir e vir; livre
acesso à justiça.
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2° Habeas Corpus Act de 1679 - criado pelo Parlamento inglês,
no reinado de Charles II, dispositivo que obrigava os tribunais a
examinar a legalidade da detenção para evitar a prisão ilegal ou
arbitrária. O HC já existia, mas não tinha eficácia devido à
inexistência de regras processuais, a lei criou uma ação própria
para o HC. Referência para proteção das liberdades.

3° Declaração de Direito – Bill of Rights de 1689 - elaborado


pelo parlamento inglês que assegurou o direto à liberdade, a
vida e a propriedade privada e consolidou o poder do
Parlamento – essa documento encerrou o regime monárquico
absoluto inglês. Provocou a institucionalização da separação dos
poderes do Estado e a proteção das liberdade individuais,
tribunal do júri, o direito de petição e a proibição de penas
cruéis.
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4° Declarações de Independência e da Virgínia – EUA: são
importantes documentos na afirmação histórica dos direitos
humanos porque reconheceram a existência de direitos
individuais inerentes ao seres humanos independentemente de
possíveis diferenças – direitos naturais positivados. Afirmou-se
pela primeira vez princípios democráticos. Não protegeram
direitos sociais e coletivos, apenas individuais lockeanos.
5° Declaração universal dos Direitos do homem e do cidadão
de 1789 – queda do Antigo Regime, a Assembleia Nacional
Constituinte aprovou a Declaração de 1789 que trouxe avanços
sociais, garantias de direitos iguais para todos os cidadãos e
participação política para o povo. Influência jusnaturalista, foral
declarados direitos naturais, imprescritíveis, inalienáveis,
individuais e universais. Consagraram liberdade, igualdade e
fraternidade. Primeira carta de direitos com vocação universal
– influenciou a Carta de 1948.
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Internacionalização dos DH: proteção no âmbito internacional.

Precedentes:
• positivação de normas de Direito Humanitários ( início em
1860);
• Fundação da organização Internacional do Trabalho – OIT e
criação da Liga das Nações em 1919 pelo Tratado de
Versalhes rompendo com a ideia de soberania e admitindo
intervenções em países para proteção de DH;
• Criação da ONU, carta da ONU de 1945 e aprovação da
Declaração de 1948.

Dois fatores necessários à internacionalização:


• A relativização do conceito de soberania estatal;
• O indivíduo ganhar status de sujeito de Direito Internacional.
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A proteção internacional incide em 3 eixos do Direito Internacional:
• Direito Internacional dos Direitos Humanos - DIDH
• Direitos internacional Humanitário - DIH
• Direito Internacional dos Refugiados - DIR
Obs 1: o DIDH não está sujeito ao princípio da reciprocidade: os
Estados obrigam-se a respeitar os DH sem que haja qualquer
contraprestação a elas devida. A
noção de bilateralidade comum aos tratados não se aplica aos
tratados de DH.
Obs 2: DIH destina-se à situações de conflitos armados; é
precedente histórico; reduzir o impacto dos conflitos e assistência às
vítimas.
Obs 3: DIR destina-se proteção do refugiado desde a saída, trânsito
até local de residência. Em 1960 o Brasil ratificou a Convenção das
Nações Unidas sobre o Estatuto dos refugiados de 1951 e
promulgou a Lei 9.474/97 para implementar a Convenção.
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Refugiado: quem é?
• T Quem sofre temores de perseguição por motivo de raça,
religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas – está
fora de seu país;
• Não tendo nacionalidade e estando fora do país onde vivia e não
possa ou não queira regressar por temor;
• Grave e generalizada violação de DH é obrigada a se refugiar em
outro país ( não previso na Convenção).
Art. 5° e 6° da Lei 9474/97: o refugiado goza de direitos, submete-
se aos deveres impostos ao estrangeiro, deve acatar as leis,
regulamentos, providências destinado à ordem Pública. Terá direito
a Cédula de identidade, carteira de trabalho e documento de
Viagem.
Art. 8º da Lei 9474/97: o ingresso irregular não impede o pedido de
refúgio. A solicitação de refúgio suspenderá até decisão definitiva,
qualquer processo de extradição pendente ( art. 34).
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Quem analisa e delibera sobre o reconhecimento do refugiado?

Em 1ª instância: CONARE – comitê Nacional – art. 12 – colegiado


vinculado ao Ministério da Justiça;
Em 2ª instância: Ministro de Estado da Justiça ( art. 29);

• Parente de refugiado poderá viver no Brasil com ele;


• Refugiado poderá exercer atividade remunerada, mesmo se
pendente o processo de refúgio.
Gerações/Dimensões: processo de lutas sociais.

Evolução histórica desenvolvida por Karel Vasak: 3


gerações/dimensões. Paulo Bonavides defende uma 4ª dimensão
decorrente da globalização dos DH, direitos de participação
democrática, direito ao pluralismo, limites à manipulação genética e
bioética. Numa 5ª dimensão, o direito à paz em toda a humanidade.
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1ª geração/dimensão 2ª geração/dimensão 3ª geração/dimensão

Direitos Civis e políticos ( vida, Econômicos, sociais e Difusos, coletivos e


protegidos liberdade, propriedade, culturais (Saúde, humanidade ( meio
voto, nacionalidade...) educação, trabalho, ambiente,
moradia e previdência desenvolvimento,
social) autodeterminação
dos povos, patrimônio
comum da
humanidade e paz)
Princípios Liberdade Igualdade Solidariedade e
fraternidade
Contexto Lutas contra o Revolução Industrial e Pós 2ª Guerra
histórico de absolutismo monárquico Pós 1ª Guerra
criação

Principais normas Declaração de Virgínia Constituição Declaração Universal


onde foram (EUA/1776) e Declaração Mexicana de 1917, dos Direitos Humanos
positivados os DH dos Direitos do homem e Constituição alemã de
do Cidadão ( Fr. - 1789) 1919 – Weimar e
Tratado de Versalhes
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Organização das Nações Unidas – ONU
• Criada pela Carta das Nações Unidas ( 1945);
• Objetivo: manter a paz e a segurança internacionais, baseada no
princípio da igualdade de todos os Estados Membros (193);
• Principais órgãos: Assembleia Geral, Conselho de Segurança,
Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Corte
Internacional de Justiça e o Secretariado.
• Sistema Global de proteção aos DH: conjunto de mecanismos de
proteção aos DH, gerido pela ONU ou órgãos internacionais com
apoio da ONU para zelar o cumprimento dos deveres
estabelecidos na Carta da ONU e demais tratados internacionais.
• O Direito Internacional dos Direitos Humanos relaciona-se ao
sistema nacional como suplementar, subsidiário e
complementar. Será provocado sempre que o sistema nacional
for omisso ou falho.
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Dois mecanismos de proteção aos DH da ONU:

1. convencional: aqueles criados por meio de Convenções ou


Tratados Internacionais de Direitos Humanos – restrito aos
Estados que ratificaram os documentos.

2. Não convencionais: decorrem de medidas afirmativas de


consenso da comunidade internacional ou resoluções, não
sendo advindos de Convenções ou Tratados. Aplicam-se em
relação a qualquer Estado.
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Dois sistemas normativos da ONU:

1. Geral (toda pessoa humana): integrado pela Carta


Internacional dos DH – DUDH e o Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais.

2. Especial: destinado à proteção de pessoas ou grupos


particularmente vulneráveis – Convenção Internacional
contra a Tortura, a Convenção Internacional sobre a
Eliminação de todas as formas de discriminação Racial, a
Convenção Internacional sobre Eliminação de todas as
formas de Discriminação contra a Mulher etc.
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Tribunal Penal Internacional - TPI: ( criado na Conferência de


Roma em 1998)
• Primeiro tribunal penal in internacional PERMANENTE;
• Sede: Haia, Holanda – personalidade jurídica internacional;
• Faz parte do sistema global de proteção dos DH;
• Órgão independente e autônomo com 18 juízes eleitos pelos
Estado partes com mandato de 09 anos, não cabe
recondução.
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Antes existiam 04 tribunais temporários para punir pessoas:

1. Tribunal de Nuremberg ou Tribunal Internacional Militar (


1945-1946) – julgou dirigentes do nazismo e organizações
criminosas (SS, Gestapo, Partido Nazista e SA) por crimes
contra guerra e contra a humanidade – 2ª GG. Foi o único
que julgou pessoas. Penas: morte por enforcamento e prisão
perpétua.

1. Tribunal de Tóquio ou Tribunal Militar internacional para


Extremo oriente ( 1946-1948) – julgou os líderes do Império
do Japão pelos crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes
contra a humanidade cometidos durante a 2ª GG. Penas:
morte por enforcamento e prisão perpétua.
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Antes existiam 04 tribunais temporários para punir pessoas: (
cont.)

3. Tribunal para Ex- Iugoslávia foi o primeiro TPI criado pela


ONU ( 1993 – Res. 827 do Conselho de Segurança). Processar e
julgar os crimes humanitários e genocídios cometidos durante
as Guerras iugoslava a partir de 1991. Foi encerrado em
dezembro de 2017 pelo Conselho de Segurança. Condenou o Ex-
chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladic à prisão perpétua por
genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.

4. Tribunal de Ruanda foi o segundo TPI da ONU em 1994,


Resol. 955 do Conselho de Segurança. Processar e julgar os
crimes de genocídio, de guerra e contra a humanidade em
Ruanda durante a guerra civil de 1994. Pena máxima: prisão
perpétua.
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• A jurisdição do TPI é complementar, subsidiária ou


suplementar ( se o Estado parte falhar ou for omisso);
• Somente o Estado que ratificou o Estatuto de Roma ficará
submetido ao TPI;
• Não cabem reservas na ratificação ( art. 120, ER);
• Só podem julgar pessoas e a competência é para crimes
ocorridos após a entrada em vigor do Estatuto de Roma-ER,
casos ocorridos após 01/07/2002;
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• O art. 5º ER estabelece a competência para crimes: genocídio,
de guerra, contra a humanidade; de agressão;
• Têm legitimidade para provocar o TPI: os Estados parte,
Conselho de Segurança, Promotor do TPI;
• Pena aplicável: 30 anos de reclusão – art. 77 – multa, perda dos
bens obtidos ilicitamente. Extrema gravidade: prisão perpétua.
Não cabe pena de morte. Prisão provisória (urgência) – art. 92.
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• Os Estados parte cooperam na fase de inquérito – art. 86;
• O Brasil está submetido ao TPI desde setembro de 2002.
• É possível o Brasil entregar nacional ao TPI para ser
processado, mesmo com a vedação do art. 5º, LI da CF/88,
vedando a extradição de brasileiros natos ou naturalizados. A
entrega é instituto jurídico distinto da extradição. A entrega
decorre da relação entre Estado e um órgão internacional.
Extradição é relação entre Estado. Não há incompatibilidade
entre a CF/88 e o ER/2002.
• TPI x Tribunal Internacional de Justiça: ambos em Haia. TIJ é
tribunal da ONU e julga litígios entre os Estados.
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Princípios ( art. 22 a 29, ER) Definições

Nullum crimen sine lege Penalmente responsável quem a conduta constitua


crime sob a jurisdição do TPI
Nulla poena sine lege A punição será em conformidade com o Estatuto
de Roma
Irretroatividade ratione personae Ninguém será punido por conduta anterior a
entrega em vigor do Estatuto de Roma
Responsabilidade penal individual O indivíduo será individualmente responsável e
passível de pena
Exclusão de jurisdição sobre menores de O TPI não tem jurisdição sobre menores de 18 no
18 anos momento da prática do crime

Irrelevância de função oficial O ER aplica-se a todos sem distinção de sua função


oficial
Responsabilidade de comandantes e Comandante militar por crimes do TPI cometidos
outros superiores por forças sob seu comando e controle efetivo ou
por não ter exercido controle efetivo
Imprescritibilidade Os crimes sob a jurisdição do TPI não prescrevem
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Declaração Universal dos Direitos Humanos: (dez de 1948 –
Res. 217-A)

• Marco da consagração universal dos DH, inspiração para


tratados e convenções;
• Consolida uma ética universal ligada à dignidade humana e
uma ordem pública mundial;
• Introduz a indivisibilidade e interdependência dos DH ao
contemplar direitos civis, políticos com econômicos, sociais e
culturais;
• Traz em seu texto os princípios da liberdade, igualdade e
fraternidade;
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Declaração Universal dos Direitos Humanos: (dez de 1948 –


Res. 217-A)

• Não é tratado internacional, não tem força de lei e só obriga


moralmente. Mas parte da doutrina entende que tem força
jurídica obrigatória e vinculante por ser direito costumeiro
internacional e princípio geral do Direito Internacional.
• A DUDH, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e
o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e
Culturais = Carta internacional dos Direitos Humanos =
sistema global de proteção dos DH.
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A DUDH aborda direitos e um único dever: 30 dispositivos

Vida, liberdades individuais, propriedade,


privacidade, igualdade perante alei, segurança
pessoal, não ser escravizado, não ser torturado,
Civis não receber penas cruéis, desumanas ou
degradantes, não ser preso arbitrariamente, ser
julgado por tribunal independente e imparcial,
asilo, proteção à família e ao casamento.
Políticos Votar, ser votado e nacionalidade
Trabalho, segurança social, alimentação, moradia,
Econômicos e Sociais educação, saúde, bem-estar, associação sindical,
providência social, vestuário, lazer, proteção à
maternidade e à infância.
Culturais Cultura

Dever Deveres para com a comunidade


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Observação importante:

• A DUDH não trouxe em seu texto a proteção aos direitos


ambientais, do consumidor, aos transportes públicos e dos
direitos sexuais e reprodutivos, porque não havia consenso;
• Não previu a existência de órgão de monitoramento das
obrigações ali presentes, nem trouxe sanções pelo eventual
descumprimento das normas.
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Pacto internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus


Protocolos adicionais – PIDCP

• Adotado em 1966 na Assembleia Geral da ONU, mas entrou


em vigor em 1976;

• No Brasil entrou em vigor em abril de 1992;

• Finalidade: regulamentar e tornar juridicamente vinculante


os direitos civis e políticos previstos na DUDH e criar
mecanismos de monitoramento pelo Comitê de DH através
de: Recepção de relatórios dos Estados Partes;
• comunicações interestatais; petições de vítimas.
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Pacto internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus


Protocolos adicionais – PIDCP

A abolição da pena de morte é tratada


A OAB já cobrou caso concreto de no Protocolo Adicional e entrou em vigor
violação de correspondência física e e- no Brasil em 2009. A OAB já perguntou
mail de pessoa – o Pacto dispõe que isso. A pena de morte é proibida de
ninguém poderá ser objeto de ingerência forma geral. Exceção infração penal
arbitrária ou ilegal em sua vida privada grave de natureza militar e cometida em
tempo de guerra, desde que o estado
parte tenha formulado tal reserva no ato
de ratificação do Protocolo
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Pacto internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais da ONU - PIDESC

• Adotado em 1966 na Assembleia Geral da ONU, entrou em


vigor em 1976. Para o Brasil entrou em vigor em dezembro
de 1991.
• Possui 31 artigos que garantem a afetividade aos direitos
econômicos, sociais e culturais previstos na DUDH;
• Cria o mecanismo de monitoramento dos Estados Partes,
realizado pelo Conselho Econômico e Social por meio da
recepção de relatórios dos Estados Partes;
• Não criou comitê específico de monitoramento, mas este só
foi criado posteriormente por resolução do Conselho
Econômico e Social;
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Pacto internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais da ONU - PIDESC

• Reconheceu que os direitos sociais são realizados de forma


progressiva, são obrigatórios e podem ser exigidos pela via
judicial
• Estabeleceu a vedação ao retrocesso social;
• O protocolo facultativo ao PIDESC entrou em vigor em 2013 (
O Brasil ainda não ratificou), trouxe 4 mecanismos para
efetivação de direitos: Petição de indivíduos ou grupos;
comunicação interestatal; procedimento de investigação e
medidas cautelares.
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Convenção Suplementar sobre Abolição da Escravatura, do


Tráfico de escravos e das instituições e práticas analógicas à
escravatura

• Adotada em 1956 pela ONU, entrou em vigor em 1957. No


Brasil entrou em vigor 1966
• São 15 artigos com o objetivo de enfrentar as práticas análogas
À escravidão, escravidão contemporânea ainda existente no
Brasil.
• Conceito de escravidão previsto no art. 7º da Convenção:
estado ou condição de um indivíduo sobre o qual se exercem
todos ou parte dos poderes atribuídos ao direito de
propriedade.
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Convenção Suplementar sobre Abolição da Escravatura, do


Tráfico de escravos e das instituições e práticas analógicas à
escravatura
Conceitos importantes:

• Tráfico de escravos: ato de transportar escravos de um país a


outro por qualquer meio de transporte ou a cumplicidade nesse
ato.
• Servidão por dívidas: estado ou condição resultante do fato de
que um devedor se haja comprometido a fornecer, em garantia
de uma dívida, seus serviços pessoais ou os de alguém sobre o
qual tenha autoridade, se o valor desses serviços não for
equitativamente avaliado no ato da liquidação da dívida ou se a
duração desses serviços não for limitada nem sua natureza
definida.
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Convenção Sobre Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial

• Adotada em 1966 pela ONU, em vigor em 1969;


• Para o Brasil, em vigor em 1968, possui 25 artigos
• Nossa CF/88, art. 4º, inciso VIII repúdio ao racismo =
princípio que rege as relações internacionais e é crime
inafiançável – art. 5º, XLIV, CF/88.
• Condena todas as práticas de discriminação e qualquer
doutrina supostamente científica sobre diferenças raciais
(falsas e moralmente condenável);
• Cria o Comitê para Eliminação da Discriminação Racial que
monitora os Estados partes de 3 formas: Relatórios
periódicos apresentados pelos Estados partes, comunicação
interestadual e peticionamento individual.
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Convenção Sobre Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial

Conceito de discriminação racial: qualquer distinção, exclusão,


restrição, ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo
plano ( em igualdade de condições), de direitos humanos e
liberdades fundamentais no domínio político, econômico, social,
cultural ou qualquer outro domínio da vida.
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Convenção Sobre Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a mulher e seu Protocolo facultativo

• Adotada em 1979 pela ONU, em vigor em 1981. No Brasil, em


vigor em 1984 com a reserva do art. 29.2 que trata da
possibilidade de arbitragem quando houver controvérsias
entre dois ou mais Estados Partes em relação à interpretação
ou aplicação da Convenção.
• Tem 30 artigos, cria o Comitê pela Eliminação de Toda Forma
de Discriminação contra Mulher que monitora os Estados
Partes através de mecanismo do exame de relatórios
periódicos.
• O Protocolo facultativo entrou em vigor em 2000, mas para o
Brasil em 2002. O objetivo é aperfeiçoar o sistema de
monitoramento da Convenção criando a possibilidade do
indivíduo enviar petição ao Comitê denunciando as violações.
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Convenção Sobre Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação contra a mulher e seu Protocolo facultativo

• Conceito de discriminação contra mulher: toda distinção,


exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto
ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou
exercício pela mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo ( art. 1º).
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Convenção Contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
desumanos ou degradantes e seu protocolo opcional
• Adotada em 1984, em vigor em 1987. No Brasil: 1989.
Possui 33 artigos, define tortura em três elementos:
• Natureza do ato – qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos
agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma
pessoa;
• Finalidade do ato – a fim de obter dela ou de terceira pessoa,
informações ou confissões; castiga-la por ato que ela ou terceira
pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; intimidar
ou coagir esta pessoa ou outras; ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza;
• Envolvimento do agente público – quando tais dores/sofrimentos
são infligidos por funcionário público ou pessoa no exercício de
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento
ou aquiescência.
• Não é tortura: dor/sofrimento decorrentes de sanções legítimas;
• A ordem de um funcionário superior não justifica a tortura;
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Convenção Contra tortura e outros tratamentos ou penas
cruéis, desumanos ou degradantes e seu protocolo opcional (
Cont.)

A convenção cria o Comitê contra Tortura que monitora os


Estados Parte por meio de 3 mecanismos: relatórios periódicos
apresentados pelos Estados Partes; Comunicação interestadual
e peticionamento individual;

Atenção: o Protocolo opcional entrou em vigor no Brasil em


2007. Por meio da Lei 12.847/2013 o Brasil pretendeu atender
às exigências do Protocolo ao cria o Mecanismo Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura. Há a previsão do Mecanismo
monitorar mediante visitas periódicas e regulares a pessoas
privadas de liberdade. A intenção é prevenir tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
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Convenção Sobre os Direitos das Crianças e seus Protocolos
Facultativos
• Adotada em 1989 pela ONU, mas só entrou em vigor em 1990.
No Brasil, em 1990.
• São 54 artigos e no art. 1º define criança: todo ser humano com
menos de 18 anos de idade, a não ser que, em conformidade
com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.
• Atenção: o ECA no art. 2° diferencia criança ( até 12 anos
incompletos) de adolescente ( entre 12 e 18 anos);
• O art. 3° traz o princípio do “interesse superior da criança”;
• O art. 17 fala do direito à informação e materiais que visem a
promover seu bem-estar social, espiritual e moral, saúde física
e mental;
• O art. 13 fala da liberdade de expressão que está restrito ao
respeito aos direitos dos demais, a segurança pública, a ordem
pública, a saúde e a moral política.
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Convenção Sobre os Direitos das Crianças e seus Protocolos


Facultativos (cont)

• A convenção cria Comitê sobre os Direitos das Crianças e


monitora por meio de exame de Relatórios periódicos
apresentados pelos Estados Parte.
• O direito das vítimas peticionam diretamente: em 2014 com a
adoção do 3° Protocolo Facultativo – Brasil não ratificou esse
documento.
• Dois protocolos à Convenção em 2002 relativos ao
envolvimento de crianças em conflitos armados; à venda de
crianças, à prostituição infantil. O brasil ratificou em 2004.
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Convenção dos Direitos de todos os trabalhadores migrantes e
dos membros das suas famílias
• A adotada em 1990, entrou em vigor em 2003. O Brasil não
ratificou, logo não produz efeitos aqui.
• Objetivo: uniformizar o tratamento a todos os trabalhadores
migrantes e suas famílias sem discriminação.
• Possui 93 artigos e destaca-se os conceitos:

Trabalhador migrante: pessoa que vai exercer, exerce ou exerceu


uma atividade remunerada num Estado de que não e nacional;
Trabalhador itinerante: trabalhador migrante que, tendo a sua
residência habitual num Estado, tem de viajar para outros Estados
por períodos curtos, devido à natureza de sua ocupação
• A convenção criou o Comitê sobre os Direitos dos
Trabalhadores Migrantes que vai monitorar a partir de
relatórios, comunicação interestadual e peticionamento
individual.
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Convenção Internacional para Proteção de Todas as Pessoas Contra o
desaparecimento Forçado

• Adotada em 2007, entrou em vigor em 2010. No Brasil entrou em vigor


em dez de 2010;
• O documento tem 45 artigos e já foi cobrado o art. 2° que trata do
conceito de desaparecimento forçado: a prisão, a detenção, o sequestro
ou qualquer outra forma de privação de liberdade que seja perpetrada
pelo Estado ou por pessoas ou grupos de pessoas agindo com a
autorização, apoio ou aquiescência do estado, e a subsequente recusa em
admitir a privação de liberdade ou a ocultação do destino ou do paradeiro
da pessoa desaparecida, privando-a assim da proteção da lei.
• Nenhuma situação excepcional poderá justificar o desaparecimento
forçado.
• O art. 5º considera como crime contra a humanidade;
• A convenção cria Comitê contra o Desaparecimento Forçado que
monitora mediante: relatório, comunicação interestadual,
peticionamento individual, exame de pedido de busca e localização de
uma pessoa desaparecida, em urgência, visita ao Estado Parte.
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Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência
(Convenção de Nova Iorque) e seu Protocolo Facultativo
• Adotada em 2007, em vigor em 2008. No Brasil, agosto de
2008.
• Objetivo: promover, proteger e assegurar o exercício pleno e
equitativo de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais por todas as pessoas com deficiência e
promover o respeito pela sua dignidade inerente.
• A convenção tem 50 artigos. No art. 1° traz o conceito de
pessoa com deficiência: aquelas que têm impedimentos de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
• Deficiência é um conceito social e não médico.
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Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência (
Convenção de Nova Iorque) e seu Protocolo Facultativo
A convenção tem 8 princípios:

• O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual,


inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a
independência das pessoas;
• A não discriminação;
• A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
• O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com
deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade;
• A igualdade de oportunidade;
• A acessibilidade;
• A igualdade entre o homem e a mulher;
• O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com
deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar
sua identidade.
#SouMaisEsfera
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência
(Convenção de Nova Iorque) e seu Protocolo Facultativo
• Cria o Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e
monitora por meio de Relatórios periódicos e peticionamento
individual.
• Atenção: esta convenção ingressou no ordenamento brasileiro
com status de EMENA CONSTITUCIONAL! Na forma do art. 5°, §
3º, CF/88 – em cada casa do Congresso, em dois turnos, por 3/5
dos votos.
• O Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras
Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com
Outras Dificuldades para Ter Acesso ao texto Impresso. – 2°
documento com status de Emenda Constitucional no Brasil!!!
• Lei instituída a Lei brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência
– Estatuto PCD – Lei 13.146/2015 – obs: cai na OAB!! A Escola
deve ter as condições para receber estudantes com deficiência, em
igualdades de condições.
#SouMaisEsfera
Conferência de Viena de 1993
• Foi a 2ª grande conferência da ONU depois da do Teerã em 1968.
Destaque: reafirmação dos paradigmas da universalidade,
indivisibilidade e interdependência dos Direitos Humanos, da
DUDH, concedendo maior eficácia e proteção aos direitos
humanos.

Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos


• Tratados e Convenção internacionais: fontes formais de direito
internacional;
• A hierarquia possui duplo estatuto: 1. natureza constitucional
quando for aprovado na forma do art. 5º, § 3° CF/88; 2. natureza
de norma supralegal: quando o tratado ou convenção
internacional for ratificado pelo rito comum ( maioria simples e
em único turno em cada casa do Congresso).
• Assim todo o ordenamento infraconstitucional em sentido
contrário ao texto internacional terá sua eficácia paralisada.
#SouMaisEsfera
Atenção:
A OAB afirmou que a natureza supralegal das Convenções de
DH as colocam hierarquicamente superiores ao Código Civil, CPC
etc.
Status de lei ordinária: quando o tratado ou convenção
internacional for de qualquer outra natureza que não seja de
DH.

Depositário infiel: Conforme o STF somente caberá prisão civil


para o devedor de alimentos, o depositário infiel não poderá,
embora o art. 5°, LXVII da CF/88 não tenha sido revogado, mas
os efeitos estão PARALISADOS por afrontar o Pacto de San José
e ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.

Veja-se a Súmula Vinculante n° 25: É ilícita a prisão civil de


depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
#SouMaisEsfera
Sistemas Regionais de proteção aos Direitos Humanos
Complementam o sistema global;
Em ocorrendo conflito entre normas do sistema global e regional
deverá ser aplicada a mais benéfica;
Sistemas regionais de proteção: Europeu, Interamericano e o
Africano.
Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos humanos (SI)
• Coordenado pela OEA – Organização dos estado Americanos,
criada em 1948 pela Carta da OEA.
• O SI tem caráter suplementar ou subsidiário;
• Principais marcos legais: Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem (DADDH); Convenção Americana de Direitos
Humanos (CADH) e Pacto de San José da Costa Rica.
• Possui dois órgãos de monitoramento: A comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Corte
Interamericana de DH ( Corte IDH).
#SouMaisEsfera
Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos humanos (SI)

• A CIDH e Corte julgam Estados, não indivíduos! A OAB já indagou sobre a


diferença entre o sistema interamericano e o europeu.

• O sistema interamericano possui uma comissão e uma corte para tratar de


assuntos relacionados ao cumprimento dos compromissos assumidos pelos
Estado-partes na Convenção americana Sobre Direitos Humanos.

• O sistema europeu não possui uma Comissão com as mesmas funções que a
Comissão Interamericana, mas um Tribunal Europeu dos Direitos do Homem,
que é efetivo e permanente.

• A OEA possui 09 relatórios especiais sobre DH, vinculados à CIDH. São


recomendações não vinculante juridicamente nos temas: Liberdade de
expressão, direito das mulheres, direitos dos migrantes, direitos da criança;
direitos de LGBT; direitos dos afrodescendentes; direitos dos povos
indígenas; defensores dos direitos humanos; direitos econômicos, sociais e
culturais.
#SouMaisEsfera
Convenção Americana de Direitos Humanos ( CADH)
• Também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica,
assinada em 1969, em vigor em 1978.
• Para o Brasil, em 1992, com reserva de não incluir o direito
automático de visitas e inspeção in loco da Comissão
Interamericana, as quais dependerão da anuência expressa do
Estado.
• O texto do documento tem aplicação imediata e apenas os países
da OEA podem aderir à CADH.
• O Pacto não traz direito social, cultural ou econômico, mas
determina que os Estados devam, progressivamente, realizar
esses direitos consagrados no Protocolo Adicional de San Salvador
em 1988 e passando a vigorar no Brasil em 1999.
Atenção: o art. 4º do CADH fala do direito à vida e o Pacto assegura
que tais direitos devam ser protegidos pela lei: desde o momento da
concepção e que ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
#SouMaisEsfera
Convenção Americana de Direitos Humanos ( CADH) – (Cont.)
Atenção:
• sob pena de morte temos a observação de que nos países que não
aboliram tal pena, está só poderá ser imposta pelos delitos mais graves,
em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com a lei, promulgada antes de o delito ser cometido;
• Não se poder restabelecer a pena de morte nos Estados que a aboliram
e não podem ser aplicadas para delitos políticos;
• Não se pode impor pena de morte a menores de 18 anos, maiores de
70, nem a mulheres em estado gravídico.
• Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto
ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em qualquer
caso. E não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido
estiver pendente de decisão.
• A OAB já cobrou o art. 8º e 13 da CADH – fala de presunção de
inocência, as garantias judiciais mínimas e a liberdade de expressão
com respeito aos direitos e à reputação de outrem, proteção da
segurança nacional, ordem publica ou saúde? Moral.
#SouMaisEsfera
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
• A CIDH é órgão principal da OEA para proteger os DH, com
função política;
• Composta de 7 membros, Comissários, independentes e com
mandato de 04 anos;
• Quem pode acessar a CIDH? Qualquer pessoa, grupos e
organizações não governamentais e estados-membro da OEA
que tenha ratificado a CADH;
• Requisitos para admissão de uma Petição: esgotamento dos
recursos internos; prazo par interposição de 6 meses, a matéria
não esteja pendente de outro processo e qualificação do
peticionário.
• A OAB já cobrou o conhecimento de medidas cautelares para
evitar riscos irreparáveis que poderá ser de natureza coletiva,
#SouMaisEsfera
não tem força vinculante e se o Estado descumpri-las a CIDH
poderá levar o caso à Corte IDH requerendo aplicações de
medidas provisórias.
• O rito do Processo perante a CIDH tem 04 fases: 1.
admissibilidade; 2. conciliação; 3. Primeiro informe/Relatório;
4. Segundo Informe/Relatório ou a propositura de uma ação de
responsabilidade internacional perante a Corte IDH.
#SouMaisEsfera
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CORTE IDH)

• Órgão judicial autônomo com jurisdição contenciosa e


consultiva;
• Qualquer membro da OEA pode solicitar parecer da Corte
relativo à interpretação da CADH;
• Sede: San José, na Costa Rica, com 7 juízes nacionais de
Estados-membros da OEA, em mandato de 6 anos com uma
única reeleição.
• A submissão à jurisdição da Corte não é obrigatória; se
reconhecer deve fazê-lo por meio de declaração específica e
sem reservas.
• O Brasil reconheceu em 1988, Dec. 89/98.
• Quem pode acessar a Corte IDH: apenas a Comissão
Interamericana e os Estados-Partes da OEA;
#SouMaisEsfera
• Indivíduos não podem acessar diretamente a Corte;

• Ao final do processo na Corte IDH, se comprovada a violação de


DH, será prolatada uma sentença contra o Estado: caráter
definitivo e inapelável, aplica sanção internacional, existe a
hipótese de execução se não for cumprida, não necessita de
homologação do STJ porque é oriunda de organismo
internacional e não de Estado estrangeiro. Título executivo
judicial e devendo ser executada por Juiz Federal.
#SouMaisEsfera
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CORTE IDH)

• Na OAB tivemos a indagação se os Estado e Municípios


poderiam responder pelos seus atos administrativos no âmbito
internacional: Não. Só a União é responsável para responder
internacionalmente por todas as violações de DH ocorridas no
Brasil – veja-se o art. 21, I, CF/88 e 28. 1, CADH.

Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais

• Adotada em 1989, em vigor em 1991. Para o Brasil em 2003.


• É a única sobre o tema com foco na igualdade e combate à
discriminação;
• Aplicação à queles com identidade indígena (autoidentificação);
• Proteção dos direitos, respeito e integridade dos povos
indígenas;
#SouMaisEsfera

• Consulta e participação de povos indígenas e tribais;


• Já foi objeto de prova indagar sobre o compromisso do Estado
em manter consultas aos povos indígenas e tribais sobre
eventuais prejuízos em programa de prospecção ou
exploração dos recursos de subsolo em áreas do Estado ( ver
art. 15.1 da Convenção 169).
#SouMaisEsfera
Incidente de Deslocamento de competência
• Federalização das graves violações contra os Direitos
Humanos – EC 45/2004 que introduziu o § 5°, inciso V-A, no art.
109 da CF/88.
• Pode ocorrer deslocamento de competência em casos de
natureza civil ou criminal? Sim, basta ter violação aos direitos
humanos.
• Quais os pressupostos materiais e formais?
• Materiais: Grave violação aos DH; risco de responsabilização
internacional decorrente do descumprimento de obrigações
jurídicas previstas em tratados internacionais de DH do qual o
Brasil seja parte; incapacidade das instâncias e autoridades
locais em oferecer respostas efetivas.
• Formais: PGR poderá suscitar o IDC; o STJ é o foro para receber
e poderá ser manejado em qualquer fase do inquérito ou
processo.

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