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Profª Maíra Zapater

DIREITOS HUMANOS
XXV EXAME DE ORDEM | DIREITOS HUMANOS
PROFª. MAÍRA ZAPATER
Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos Humanos:
funcionamento

O que significa aderir a um pacto internacional de Direitos Humanos?

1. Comprometimento de adequação interna aos termos do pacto.


Executivo + Legislativo + Judiciário para fortalecimento do sistema doméstico de proteção aos direitos
humanos.

2. Submissão à jurisdição internacional em caso de não cumprimento do pacto.


Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos Humanos:
funcionamento

Como acessar um sistema internacional de


proteção aos Direitos Humanos?
• Cada sistema tem seus requisitos específicos.

Em geral, exige-se:
• o esgotamento dos meios internos; ou
• a demonstração de inércia do Estado.
Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos Humanos:
funcionamento
Estrutura geral dos tratados internacionais de Direitos Humanos

1. Tratados generalistas: enunciam direitos de 1ª e/ou 2ª geração, sem especificar sujeitos e


determinam deveres aos Estados para sua garantia.

2. Tratados específicos: enunciam direitos de um grupo ou referentes a uma forma específica de


vulnerabilidade e determinam deveres aos Estados para sua garantia.

Ambos podem apresentar mecanismos de monitoramento (por exemplo: relatórios interestatais;


petições individuais; investigações in loco etc.) e órgãos ou comitês específicos para sua apreciação.
Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos Humanos:
ONU

Sistema ONU: aparato jurídico

Carta Internacional de Direitos: Declaração Universal dos Direitos Humanos + Pacto dos Direitos
Civis e Políticos + Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (sistema generalista).

+
Pactos sobre temas específicos (sistema especial).
Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos Humanos:
ONU
Sistema especial

• Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948).

• Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e as instituições


análogas à escravatura (1956).

• Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1966).

• Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979).

• Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984).

• Convenção dos Direitos da Criança (1989).

• Convenção Internacional sobre os direitos das Pessoas com Deficiência (2007).

• Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2008)
Ponto de atenção: a questão migratória
Conceitos (fonte: ACNUR):

Migrante econômico: pessoa que deixa o seu país voluntariamente em razão das más condições econômicas do
local (conceito legal brasileiro: Lei nº 13.445/2017). Pode estar em situação regular ou irregular.

Refugiados: pessoas que se encontram fora do seu país em razão de fundado temor de perseguição por motivos
de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não
queira) voltar para casa. Posteriormente, definições mais amplas passaram a considerar como fundamentos de
refúgio conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.

Apátridas: pessoas que nascem sem nacionalidade ou têm sua nacionalidade retirada pelo Estado, ficando,
portanto, sem proteção de um Estado nacional.
Ponto de atenção: a questão migratória
Documentos do sistema ONU:
• Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951).
• Convenção para Redução dos Casos de Apatridia (1961)*.
• Convenção de 1954 relativa ao Estatuto dos Apátridas**.
• Convenção sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e das
suas Famílias (2003).
• Pacto Global de Migração (2018).

*(Brasil: Decreto nº 8.501/2015).


**(Brasil: Decreto nº 4.246/2002).
Sistemas Internacionais de proteção aos Direitos
Humanos: os sistemas regionais
• Sistemas regionalizados, com a finalidade de atender a peculiaridades geográficas e culturais

• Não existe relação de hierarquia ou instância entre os sistemas; a opção pela demanda atende a critérios de
litigância estratégica, mas gera litispendência internacional.

1950* 1981* 1948*


Sistema Sistema Sistema
Europeu Africanos Interamericano

*As datas se referem ao ano de publicação do documento que inaugura o sistema regional.
Os sistemas regionais

Sistema Interamericano
(1948)

Fundação em 1948: Principal tratado: Principais órgãos:


Declaração Americana dos Convenção Interamericana Comissão Interamericana
Direitos e Deveres do de Direitos Humanos de Direitos Humanos
Homem (Bogotá). (Pacto de São José e Corte Interamericana de
da Costa Rica - 1969). Direitos Humanos.
Os sistemas regionais

• Deveres aos Estados (arts. 1º e 2º): obrigação de respeitar os direitos


(princípio da boa-fé no Direito Internacional); dever de adotar
A Convenção disposições no direito interno.
Interamericana
• Direitos dos indivíduos: direitos civis e políticos nos arts. 3º a 25;
de Direitos
Humanos (Pacto direitos econômicos, sociais e culturais apenas no art. 26 e de forma
de São José da genérica (Protocolo Facultativo de San Salvador traz as previsões dos
Costa Rica, 1969) direitos de 2ª geração).
• Mecanismo de monitoramento: acesso à Comissão e à Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
Os sistemas regionais

Comissão Interamericana de Direitos Humanos:


• Função: produzir estudos e relatórios e recomendar medidas aos
Estados-Partes; apreciar relatórios estatais e comunicações individuais
(desde que esgotados os meios internos).
Os órgãos do • ATENÇÃO: os Estados-Partes são automaticamente obrigados a
Sistema reconhecer a competência da Comissão para apreciação das
Interamericano
comunicações individuais (não depende de declaração específica, nem
de protocolo facultativo).
• O não cumprimento de determinação da Comissão será submetido à
Corte.
Os sistemas regionais
Corte Interamericana de Direitos Humanos:
• Estado-Parte precisa emitir declaração específica reconhecendo a
cláusula facultativa (art. 62 da Convenção) que estabelece a competência
da Corte (ratificada pelo Brasil em 1998).
• Competência: consultiva (interpretação da Convenção Interamericana) e

Os órgãos do contenciosa. Sentença com força jurídica vinculante (vale como título
Sistema executivo no país de origem).
Interamericano • ATENÇÃO: em relação à competência contenciosa, somente os Estados-
Partes e a Comissão Interamericana pode submeter casos à Corte
Interamericana (art. 61 da Convenção). Somente depois de admitido o
caso, vítimas e familiares podem apresentar solicitações, argumentos e
provas (mas não podem peticionar autonomamente).
Proteção aos Direitos Humanos na CRFB/88

• Dignidade da pessoa humana como


fundamento da República Brasileira (art. 1º,
Contexto III).

• Promoção do bem de todos "sem preconceitos


de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação" como um dos
objetivos da República Brasileira (art. 3º, IV).
Redemocratização após 21 anos de
ditadura militar; texto privilegia os • Prevalência dos Direitos Humanos como um
direitos humanos e a primazia da dos princípios nas relações internacionais (art.
dignidade da pessoa humana. 4º, II).
A institucionalização dos direitos e garantias
fundamentais
• Art. 5º, CRFB/88: direitos
individuais fundamentais
(1ª geração). Adoção dos princípios da
indivisibilidade e da
• Arts. 6º e 7º, CRFB/88: interdependência.
direitos econômicos,
sociais e culturais (2ª
geração).

Inovações: ampliação do rol de


direitos individuais fundamentais,
primeira previsão expressa de
igualdade entre homens e mulheres;
primeira previsão de direitos sociais.

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Proteção aos Direitos Humanos na CRFB/88
O Brasil e os tratados
internacionais de Direitos
Humanos

Art. 5º, § 2º, CRFB/88: os direitos e Art. 5º, § 3º, CRFB/88 (introduzido
garantias expressos nesta pela EC 45/2004): os tratados e
Constituição não excluem outros convenções internacionais sobre
decorrentes do regime e dos direitos humanos que forem
princípios por ela adotados, ou dos aprovados, em cada Casa do
tratados internacionais em que a Congresso Nacional, em dois turnos,
República Federativa do Brasil seja por três quintos dos votos dos
parte. respectivos membros, serão
equivalentes às emendas
constitucionais.
Proteção aos Direitos Humanos na CRFB/88

Hierarquia constitucional dos tratados STF


internacionais de direitos humanos
(correntes)
Posicionamento oscilante entre
considerar os tratados supralegais, mas
infraconstitucionais, ou constitucionais
• Todos os tratados incorporados na forma do art. 5º, §3º, (nesse último sentido, ver: RExt 466.343,
CRFB/88 têm hierarquia formal e materialmente julgado em 3/12/2008).
constitucional (atualmente, apenas a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência).

• Tratados incorporados na forma do art. 5º, §2º, CRFB/88


têm hierarquia materialmente constitucional (doutrina
predominante).
As principais leis brasileiras relativas a Direitos Humanos

• Proteção contra perseguição por discriminação por motivo de origem nacional, étnica,
religiosa ou política: Lei do Crime de Genocídio (Lei nº 2.889/56) e pela Lei Brasileira de
Refúgio (Lei nº 9.474/97).

• Proteção contra discriminação racial: Lei dos Crimes de Racismo (Lei nº 7.716/89) e o
Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010).
As principais leis brasileiras relativas a Direitos Humanos

• Proteção aos Direitos Humanos das mulheres: a Lei nº 9.029/95 (que proíbe que
empregadores exijam de funcionárias ou de candidatas a vagas de emprego atestados de
esterilidade ou de gravidez); a Lei nº 9.504/97 (que determina aos partidos políticos o
preenchimento de suas vagas para candidaturas à proporção de ao menos 30% e 70% para
cada sexo); Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006 - prevenção e combate à violência
doméstica); Lei nº 13.434/2017 (alterou o artigo 292 do CPP para vedar o uso de algemas em
mulheres durante o parto e no puerpério imediato).
As principais leis brasileiras relativas a Direitos Humanos

• Prevenção e combate à tortura: Lei dos Crimes de Tortura (Lei nº 9.455/97); Sistema
Nacional de Prevenção e Combate à Tortura pela Lei nº 12.847/2013.

• Proteção aos Direitos Humanos das pessoas idosas: Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003)

• Proteção aos Direitos Humanos das pessoas em fluxos migratórios: Lei de Migração (Lei nº
13.445/2017)
Questões – XXII Exame

Seu cliente possui um filho com algum nível de deficiência mental e, após muito tentar, não
conseguiu vaga no sistema público de ensino da cidade, uma vez que as escolas se diziam não
preparadas para lidar com essa situação.
Você já ingressou com a ação judicial competente há mais de dois anos, mas há uma demora
injustificada no julgamento e o caso ainda se arrasta nos tribunais.
Diante desse quadro, você avalia a possibilidade de apresentar uma petição à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
Tendo em vista o que dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e seus respectivos
protocolos, assinale a afirmativa correta.
Questões – XXII Exame
A) Considerando a demora injustificada da decisão na jurisdição interna, você pode peticionar à Comissão, pois o
direito à Educação é um dos casos de direitos sociais previstos no Protocolo de São Salvador, que, uma vez violado,
pode ensejar aplicação do sistema de petições individuais.
B) Não obstante a demora injustificada da decisão final do Poder Judiciário brasileiro ser uma condição que admite
excepcionar os requisitos de admissibilidade para que seja apresentada a petição, o direito à educação não está
expressamente previsto nem na Convenção, nem no Protocolo de São Salvador como um caso de petição
individual.
C) Apenas a Corte Interamericana de Direitos Humanos pode encaminhar um caso para a Comissão. Portanto,
deve ser provocada a jurisdição da Corte. Se esta entender adequado, pode enviar o caso para que a Comissão
adote as medidas e providências necessárias para garantir o direito e reparar a vítima, se for o caso.
D) Em nenhuma situação você pode entrar com a petição individual de seu cliente na Comissão Interamericana de
Direitos Humanos até que sejam esgotados todos os recursos da jurisdição interna do Brasil.
Resposta – XXII Exame
Comentários:
a) Embora não estejam previstos na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, os direitos humanos de 2ª
geração estão previstos no Protocolo de São Salvador, que pode fundamentar a petição perante a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, tendo em vista estar satisfeita a condição de demora injustificada do
julgamento.
b) O direito à educação é um dos direitos de 2ª geração, e está previsto no Protocolo de São Salvador.
c) A competência para apreciar a petição da parte é da Comissão Interamericana, e não da Corte, que somente
pode ser acessada pela própria Comissão ou por Estados-Partes.
d) Pode-se prescindir do esgotamento dos recursos internos se demonstrada a demora injustificada do Estado-
Parte na apreciação da demanda.

Resposta correta: alternativa A.


Questões – XXI Exame

Você, na condição de advogado(a) comprometido com os Direitos Humanos, foi procurado por José, que é
paraplégico e candidato a vereador. A partir de denúncia feita por ele, você constatou que um outro candidato e
desafeto de José, tem afirmado, em programa de rádio local, que não obstante José ser boa pessoa, o fato de ser
deficiente o impede de exercer o mandato de forma plena, razão pela qual ele nem deveria ter a candidatura
homologada pelo TRE.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a resposta que, juridicamente, melhor
caracteriza a situação.
Questões – XXI Exame

A) O problema é político e não jurídico. José deve ser aconselhado a reforçar sua campanha, a apresentar suas
propostas aos eleitores e mostrar que sempre foi um cidadão ativo, de maneira a demonstrar que tem plena
condição para o exercício de um eventual mandato, apesar de sua deficiência.
B) A análise jurídica revela um problema restrito ao campo do Direito Civil. O fato é que o desafeto de José não o
impediu de candidatar-se, assim não houve discriminação. O procedimento deve ser caracterizado apenas como
dano moral, uma vez que José teve sua dignidade atacada.
C) O fato evidencia crime de incitação à discriminação de pessoa em razão de deficiência, com o agravante de ter
sido cometido em meio de comunicação, independentemente da caracterização ou não de dano moral.
D) O caso é típico de colisão de princípios em que, de um lado, está o princípio da dignidade da pessoa humana e,
do outro, o princípio da liberdade de expressão. Mas não há caracterização de ilícito civil nem de ilícito penal.
Resposta – XXI Exame
Comentários:
a) Trata-se de problema jurídico, pois o fato está tipificado como crime na Lei Brasileira de Inclusão.
b) Embora a conduta praticada pelo outro candidato possa gerar responsabilidade no campo civil, o
fato não se restringe a esse ponto, pois envolve também a responsabilidade criminal.
c) A incitação à discriminação de pessoa em razão de deficiência é crime tipificado na Lei Brasileira
de Inclusão (Lei 13.146/2015), no artigo 88.
d) O direito à liberdade de expressão é limitado pela lei e pela Constituição, que veda a veiculação e
expressão de ideias discriminatórias.

Resposta correta: alternativa C.


Profª Erika Bechara
DIREITO AMBIENTAL
Temas de Direito Ambiental recorrentes
no Exame da OAB
• Competência ambiental (legislativa e
administrativa).

• EIA/RIMA.
I ao XXIX
Exame de Ordem Unificado • Responsabilidade civil ambiental.
(FGV) • SNUC (alteração de UCs e desapropriação).

• Código Florestal (APP, RL e CAR).

• Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).


Meio ambiente na CR/88

A Constituição da República (art. 225) reconhece e declara:

O meio ambiente A coletividade O direito ao


ecologicamente é a titular do direito equilíbrio ambiental
equilibrado é ao meio ambiente é um direito
essencial à sadia Equilibrado Fundamental.
qualidade de (direito difuso).
vida.
COMPETÊNCIA AMBIENTAL:
LEGISLATIVA E ADMINISTRATIVA
Federação e competência

Traço essencial da federação: descentralização


política/repartição de competências.
Competência legislativa ambiental

● A competência para legislar sobre meio ambiente


é concorrente.

● A CR/88 define o campo de atuação de cada ente


federativo, evitando assim risco de conflito entre
Competência Legislativa
(art. 24, VI, VII e VIII c/c art. 30, II, CR/88)
as normas ambientais editadas pela União,
Estados, DF e Municípios.

● Por isso, os entes competentes poderão atuar


apenas na esfera e nos limites dos seus
interesses, sob pena de usurpação de
competência.
Competência legislativa ambiental
Competência legislativa ambiental concorrente: todos os entes da federação podem legislar sobre o tema.

UNIÃO Normas gerais.


(art. 24, §1º)

ESTADOS E DF Normas para complementar as normas gerais.


(art. 24, §2º)

ESTADOS E DF Normas para suprir a ausência de normas gerais


(art. 24, §§3º e 4º) (supletiva).

Normas para suplementar leis federais e


MUNICÍPIOS
estaduais, no que couber.
(art. 30, II)
Resolução de questão
X Exame de Ordem Unificado/FGV
Na ausência de lei federal estabelecendo normas gerais sobre proteção de ecossistemas ameaçados,
determinado Estado da federação editou, no passado, a sua própria lei sobre o assunto, estabelecendo desde
princípios e valores a serem observados até regras específicas sobre a exploração econômica de tais áreas. Criou,
ainda, fiscalização efetiva em seu território e multou empresas e produtores que desrespeitaram a lei. Anos
depois, a União edita lei contendo normas gerais sobre o tema e muitas de suas disposições conflitavam com a
anterior lei estadual. Com relação a este caso, assinale a afirmativa correta.
A) A União não poderia legislar, uma vez que o assunto é matéria de interesse local, não havendo justificativa
para lei nacional sobre o tema. Houve invasão de competência privativa dos estados.
B) No campo das competências legislativas concorrentes, a União deve legislar sobre normas gerais e o
estado pode editar normas suplementares, mas enquanto inexistir lei federal, a competência do estado
é plena. A superveniência de lei geral nacional suspende a eficácia das disposições contrárias da lei dos
estados.
C) A lei aplicável, no caso concreto, será aquela que estabelecer padrões mais restritivos, em atenção à proteção
do meio ambiente, não importando se tal norma é a federal ou se a editada pelos estados-membros.
D) O estado não poderia ter estabelecido normas próprias na ausência de lei nacional com disposições gerais que
definissem marcos a serem seguidos pelos estados. Em consequência, são nulas todas as multas aplicadas
anteriormente à publicação da lei editada pela União.
Competência administrativa ambiental

● A competência administrativa ambiental é


comum a todos os entes da federação (União,
Estados, DF e Municípios).
Competência Administrativa
(art. 23, III, VI e VII, CR/88) ● Os entes competentes deverão atuar em regime
de cooperação, nos termos do art. 23, par. único,
CR/88.

● As normas de cooperação em tema ambiental


estão na Lei Complementar nº 140/11.
Competência na Lei Complementar nº 140/11

Definição das competências administrativas ambientais


dos entes federativos na Lei complementar nº 140/11

● União (Art. 7º)


Exemplo: controlar a exportação de componentes da biodiversidade
brasileira (espécimes silvestres da flora e fauna e micro-organismos).

● Estados e DF (Art. 8º)


Exemplo: aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre.

● Municípios e DF (Art. 9º)


Exemplo: licenciar empreendimentos que causem ou possam causar
impacto ambiental de âmbito local.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
E EIA/RIMA
Empreendimentos potencialmente poluidores

• Há empreendimentos que, apesar de seu potencial poluidor, serão autorizados a


funcionar por se mostrarem necessários haja vista atenderem demandas
importantes da coletividade.

• Exemplos:
- indústrias;
- portos;
- aeroportos;
- rodovias;
- hidrelétricas;
- atividades minerárias;
- etc.
Licenciamento ambiental

• Obras e atividades com potencial poluidor podem ser desenvolvidas se:


(i) forem necessárias para o atendimento de demandas da coletividade;
(ii) adotarem medidas e procedimentos de prevenção, minimização e, se
for o caso, compensação dos impactos ambientais negativos.

• A adequação do empreendimento potencialmente poluidor às normas


ambientais é feita no âmbito do licenciamento ambiental (que precede a
instalação e operação da obra ou atividade potencialmente causadora de
degradação ambiental, sendo, portanto, um instrumento PREVENTIVO).
Licenciamento ambiental: exigibilidade

Art. 10, Lei nº 6.938/81 (PNMA)


O licenciamento ambiental é exigível para:

● construção, instalação, ampliação e funcionamento


de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental.

● Exemplos (Anexo I da Resolução Conama nº


237/1997 – rol meramente exemplificativo):
indústrias em geral; rodovias, ferrovias, hidrovias;
marinas, portos e aeroportos; estações de
tratamento de água e esgoto; parcelamento do solo
(loteamento); complexos turísticos e de lazer etc.
Licenças ambientais
Via de regra o licenciamento ambiental comporta a concessão de 3 licenças distintas e sucessivas
(art. 8º, Resolução Conama 237/1997)

Licença Prévia Licença de Instalação Licença de Operação


(validade até 5 (validade até 6 anos) (validade de 4 até 10
anos) anos)
Renovável enquanto houver
operação
Resolução de questão
XXI Exame de Ordem Unificado/FGV

A sociedade empresária Xique-Xique S.A. pretende instalar uma unidade industrial metalúrgica de grande porte
em uma determinada cidade. Ela possui outras unidades industriais do mesmo porte em outras localidades.
Sobre o licenciamento ambiental dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta.
A) Como a sociedade empresária já possui outras unidades industriais do mesmo porte e da mesma natureza,
não será necessário outro licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos ambientais, se
efetiva ou potencialmente poluidora.
B) Para uma nova atividade industrial utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente
poluidora, é necessária a obtenção da licença ambiental, por meio do procedimento administrativo
denominado licenciamento ambiental.
C) Se a sociedade empresária já possui outras unidades industriais do mesmo porte, poderá ser exigido outro
licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente
poluidora, mas será dispensada a realização de qualquer estudo ambiental, inclusive o de impacto ambiental, no
processo de licenciamento.
D) A sociedade empresária só necessitará do alvará da prefeitura municipal autorizando seu funcionamento,
sendo incabível a exigência de licenciamento ambiental para atividades de metalurgia.
Estudos ambientais

● O órgão ambiental precisa de embasamento


técnico para tomar decisões no licenciamento
ambiental (tais como: aprovação ou não do
Estudos Ambientais empreendimento, estabelecimento das
condicionantes a serem cumpridas pelo
empreendimento etc.).

● Os estudos ambientais é que lhe dão esse


embasamento.
EIA/RIMA: um dos mais importantes estudos ambientais

Art. 225, §1º, IV, CR/88

Impacto ambiental significativo Exigibilidade do Estudo Prévio de Impacto


Ambiental – (EIA/RIMA)

Ausência: nulidade das licenças


EIA/RIMA

Elaborado por equipe técnica multidisciplinar contratada pelo empreendedor (...)

(...) que responde penal (art. 69-A, Lei nº 9.605/1998) e administrativamente (art. 82, Decreto nº
6.514/2008) se elaborar laudos, relatórios e estudos total ou parcialmente falsos ou enganosos,
inclusive por omissão.
Resolução de questão
XVIII Exame de Ordem Unificado/FGV
Determinada sociedade empresária consulta seu advogado para obter informações sobre as exigências ambientais
que possam incidir em seus projetos, especialmente no que tange à apresentação e aprovação do Estudo Prévio
Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório (EIA/RIMA). Considerando a disciplina do EIA/RIMA pelo
ordenamento jurídico, assinale a afirmativa correta.
A) O EIA/RIMA é um estudo simplificado, integrante do licenciamento ambiental, destinado a avaliar os impactos
ao meio ambiente natural, não abordando impactos aos meios artificial e cultural, pois esses componentes,
segundo pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial, não integram o conceito de “meio ambiente”.
B) O EIA/RIMA é exigido em todas as atividades e empreendimentos que possam causar impactos ambientais,
devendo ser aprovado previamente à concessão da denominada Licença Ambiental Prévia.
C) O EIA/RIMA, além de ser aprovado entre as Licenças Ambientais Prévia e de Instalação, tem a sua metodologia e
o seu conteúdo regrados exclusivamente por Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
podendo a entidade/o órgão ambiental licenciador dispensá-lo segundo critérios discricionários e
independentemente de fundamentação ainda que a atividade esteja prevista em Resolução CONAMA como
passível de EIA/RIMA.
D) O EIA/RIMA é um instrumento de avaliação de impactos ambientais, de natureza preventiva, exigido
para atividades/empreendimentos não só efetiva como potencialmente capazes de causar significativa
degradação, sendo certo que a sua publicidade é uma imposição constitucional (CRFB/1988).
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Responsabilidade

Descumprimento das normas ambientais

Responsabilização do infrator
Tríplice responsabilidade ambiental

A CR/88 (art. 225, §3º) adota o regime da tríplice


responsabilidade, determinando que as condutas lesivas ao meio
ambiente fiquem sujeitas à responsabilização dos infratores, de
forma cumulativa (não há bis in idem), nas esferas:

● Administrativa
● Penal
● Civil
Resolução de questão
XIX Exame de Ordem Unificado/FGV

Pedro, em visita a determinado Município do interior do Estado do Rio de Janeiro, decide pichar e deteriorar a
fachada de uma Igreja local tombada, por seu valor histórico e cultural, pelo Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico-Cultural – INEPAC, autarquia estadual. Considerando o caso em tela, assinale a afirmativa correta.
A) Pedro será responsabilizado apenas administrativamente, com pena de multa, uma vez que os bens
integrantes do patrimônio cultural brasileiro não se sujeitam, para fins de tutela, ao regime de
responsabilidade civil ambiental, que trata somente do meio ambiente natural.
B) Pedro será responsabilizado administrativa e penalmente, não podendo ser responsabilizado civilmente,
pois o dano, além de não poder ser considerado de natureza ambiental, não pode ser objeto de simultânea
recuperação e indenização.
C) Pedro, por ter causado danos ao meio ambiente cultural, poderá ser responsabilizado
administrativa, penal e civilmente, sendo admissível o manejo de ação civil pública pelo Ministério
Público, demandando a condenação em dinheiro e o cumprimento de obrigação de fazer.
D) Pedro, além de responder administrativa e penalmente, será solidariamente responsável com o INEPAC
recuperação e indenização do dano, sendo certo que ambos responderão de forma subjetiva, havendo
necessidade de inequívoca demonstração de dolo ou culpa por parte de Pedro e dos servidores públicos
responsáveis.
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
Responsabilidade civil ambiental

● A responsabilidade civil visa impor ao causador


de um dano o dever de repará-lo.

● A responsabilidade civil ambiental é OBJETIVA,


baseada na Teoria do Risco Integral (independe
Art. 14, §1º, da comprovação da culpa do autor do dano,
Lei nº 6.938/81 (PNMA) bastando o nexo de causalidade entre a
atividade poluidora e o dano).

● Todos que contribuírem para o dano (poluidores


diretos e indiretos) serão solidariamente
responsáveis pela reparação.
Reparação do dano ambiental

Características principais:

● Reparação: integral.
● Prioridade: reparação in natura.
● Na impossibilidade de reparação in natura (dano
ambiental irreversível): indenização.
● Destinação da indenização: Fundo de Defesa dos
Direitos Difusos (Lei nº 7.347/85 - Lei da Ação Civil
Pública - LACP).
SNUC – SISTEMA NACIONAL DAS UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO - LEI Nº 9.985/2000
Unidades de Conservação

● O Poder Público deve criar, em todas as unidades


da federação, espaços territoriais especialmente
protegidos – dentre os quais, as UNIDADES DE
Art. 225, §1º, III, CR/88 CONSERVAÇÃO.

● Tais espaços ficam submetidos a um regime


jurídico mais protetivo e sob condições de uso
mais restritivas.
Unidades de Conservação

Art. 7º, SNUC:

Grupo de Grupo de
Proteção Integral Uso Sustentável
(exemplos: Estação (exemplos: APA, Reserva
Ecológica, Parque, Extrativista, Reserva de
Reserva Biológica etc.) Desenvolvimento
Sustentável etc.)
Criação, ampliação e mudança de grupo
União, Estados, DF e Municípios podem, por LEI ou DECRETO
(art. 225, §1º, III, CR/88 c/c art. 22, caput e §§ 5º e 6º, SNUC):

Mudar de uso
sustentável (grupo
Criar Ampliar os limites menos restritivo) para
proteção integral
(grupo mais restritivo)
Desafetação, redução e mudança de grupo
União, Estados, DF e Municípios podem, SOMENTE POR LEI
(art. 225, §1º, III, CF/88 c/c art. 22, § 7º, SNUC):

Mudar de proteção
integral (grupo mais
Desafetar Reduzir os limites
restritivo) para uso
sustentável (grupo
menos restritivo)
Resolução de questão
XVII Exame de Ordem Unificado/FGV
Determinado Município, por intermédio de lei que contemplou questões como potencial construtivo,
zoneamento de bairros e complexos esportivos, reduziu os limites de uma determinada Unidade de
Conservação. Considerando o caso hipotético em tela, assinale a opção que se harmoniza com a
legislação ambiental:
A) A lei municipal em questão será considerada válida e eficaz, pois a redução dos limites de uma
Unidade de Conservação pode ser feita até mesmo por Decreto.
B) A redução de limites, assim como a desafetação de uma Unidade de Conservação, não demanda lei
específica, exigindo apenas a necessária e prévia aprovação de Estudo de Impacto Ambiental e
respectivo relatório (EIA-RIMA).
C) A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho Gestor da
Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no referido
procedimento de deliberação e aprovação.
D) A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos
concretos da lei, somente poderá ser feita mediante lei específica, regra esta que também se
aplica à desafetação.
Titularidade e desapropriação

UCs que só podem ser criadas em áreas públicas (e que, quando criadas em áreas privadas,
devem obrigatoriamente ser desapropriadas):

• Estação ecológica.
• Reserva biológica.
• Parque.
• Floresta.
• Reserva extrativista.
• Reserva de fauna.
• Reserva de desenvolvimento sustentável.
Resolução de questão
XIX Exame de Ordem Unificado/FGV

Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende instalar um loteamento, já devidamente


aprovado pelo Poder Público. Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, sua
propriedade foi integralmente incluída nos limites de um Parque Nacional.
Considerando as normas que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, é correto
afirmar que:

A) Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade de
seu empreendimento.
B) Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente da
inviabilidade do empreendimento.
C) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação
indireta em face da União.
D) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área com
cobrança de visitação.
FLORA – CÓDIGO FLORESTAL
LEI Nº 12.651/2012
Área de Preservação Permanente - APP
Art. 3º, II, Código Florestal

Área de imóvel rural ou urbano localizada em


determinados “acidentes geográficos” que deve ser
preservada e permanentemente recoberta de vegetação
nativa, em razão das funções ecológicas que a vegetação
cumpre (por exemplo: impede erosão do solo e
deslizamento de morros, garante disponibilidade da água
etc.).

Art. 4º, Código Florestal

Localização das APPs ex legis. Exemplos: margens de


rios, entorno de lagos e lagoas naturais, topo de morro,
montanha e serra etc.
Supressão
No Código Florestal

Regra: não supressão de APP.


Exceção: supressão de APP admitida apenas em caso de (e se inexistente
alternativa técnica ou locacional, conforme decisão do STF na ADI 4.903):

Utilidade pública Interesse social Baixo impacto ambiental


(Art. 3º, VIII) (Art. 3º, IX) (Art. 3º, X)

Exemplo: obras de Exemplo: prevenção, combate e Exemplo: trilhas para o desenvolvimento


infraestrutura do sistema controle do fogo. do ecoturismo.
viário.
Supressão irregular

● Infração penal.

● Infração administrativa.

Em caso de supressão de vegetação ● Embargo de obra/atividade.


de APP não autorizada
(ou impedimento de sua ● Demolição.
regeneração natural)
● Obrigação de recompor a vegetação
(propter rem).
Resolução de questão
X Exame de Ordem Unificado/FGV

João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já degradada, com o objetivo de
cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela
autoridade ambiental local de que a área é de preservação permanente. Sobre o caso, assinale a
afirmativa correta:
A) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por
sua degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem.
B) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental
cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
C) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João
não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.
D) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública, em
razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade.
Reserva Legal

Art. 3º, III, Código Florestal

Área de vegetação nativa de imóvel rural submetida


a regime especial de proteção com vistas à
conservação da biodiversidade e, a ser
obrigatoriamente inscrita no CAR - Cadastro
Ambiental Rural, na qual se permite o manejo
florestal sustentável (com propósito comercial),
mediante aprovação do órgão ambiental competente.
Extensão

Art. 12, I e II, Código Florestal


O tamanho da Reserva Legal varia de acordo com a região do país.

Amazônia Legal
● 80% no imóvel situado em área de florestas.
● 35% no imóvel situado em área de cerrado.
● 20% no imóvel situado em área de campos gerais.
Supressão irregular

Art. 2º, §2º, c/c art. 66, §1º, do Código Florestal

A obrigação de instituição e recomposição da Reserva Legal (em caso de


supressão em desacordo com a lei) é propter rem, sendo transmitida ao
sucessor do proprietário no caso de transferência de domínio ou posse
do imóvel rural.
Resolução de questão
XIV Exame de Ordem Unificado/FGV

A definição dos espaços territoriais especialmente protegidos é fundamental para a


manutenção dos processos ecológicos. Sobre o instituto da Reserva Legal, de acordo
com o Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta:
A) Pode ser instituído em área rural ou urbana, desde que necessário à reabilitação
dos processos ecológicos.
B) Incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área deve ser mantida sem prejuízo
da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.
C) Foi restringida, de acordo com a Lei n. 12.651/2012, às propriedades abrangidas
por Unidades de Conservação.
D) Incide apenas sobre imóveis públicos, consistindo em área protegida para a
preservação da estabilidade geológica e da biodiversidade.
Cadastro Ambiental Rural - CAR

Art. 29, Código Florestal

CAR: registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis
rurais, independentemente do seu tamanho, com a finalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais.

A inscrição do imóvel no CAR é feita pelo proprietário ou possuidor.

Prazo para inscrição do imóvel rural no CAR: era até 31 de dezembro de 2018 mas a
Medida Provisória 884/2019 eliminou este prazo (até outubro/2019 a MP ainda não havia
sido convertida em lei).
Resolução de questão
XXVI Exame de Ordem Unificado/FGV

Gabriela, pequena produtora rural que desenvolve atividade pecuária, é avisada por seu vizinho
sobre necessidade de registrar seu imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR), sob pena de
perder a propriedade do bem. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
A) Gabriela não tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR por ser pequena produtora rural.
B) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR, sob pena de perder a propriedade do
bem, que apenas poderá ser reavida por ação judicial.
C) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro não será considerado
título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse.
D) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro autoriza procedimento
simplificado para concessão de licença ambiental.
TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
TAC
Principais características

Art. 5º, §6º, Lei nº 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública - LACP)

• Negócio jurídico bilateral, firmado na esfera extrajudicial ou judicial.

• Legitimados: entes públicos listados no art. 5º, LACP (exemplos: Ministério Público,
Defensoria Pública).

• Por ser um acordo, a celebração do TAC não é obrigatória para nenhuma das partes.

• Não há renúncia ou disposição de direitos mas negociação sobre o tempo, o modo e as


condições para cumprimento de obrigações.
Resolução de questão
XXV Exame de Ordem Unificado/FGV

Configurada a violação aos dispositivos da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação,


especificamente sobre a restauração e recuperação de ecossistema degradado, o Estado Z promove
ação civil pública em face de Josemar, causador do dano. Em sua defesa judicial, Josemar não nega a
degradação, mas alega o direito subjetivo de celebração de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC),
com a possibilidade de transacionar sobre o conteúdo das normas sobre restauração e recuperação.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
A) Josemar não possui direito subjetivo à celebração do TAC, que, caso celebrado, não pode
dispor sobre o conteúdo da norma violada, mas sobre a forma de seu cumprimento.
B) O TAC não pode ser celebrado, uma vez que a ação civil pública foi proposta pelo Estado, e não
pelo Ministério Público.
C) Josemar possui direito subjetivo a celebrar o TAC, sob pena de violação ao princípio da isonomia,
mas sem que haja possibilidade de flexibilizar o conteúdo das normas violadas.
D) Josemar possui direito subjetivo a celebrar o TAC nos termos pretendidos, valendo o termo como
título executivo extrajudicial, apto a extinguir a ação civil pública por perda de objeto.
Profª Maíra Zapater

ESTATUTO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE
Noções introdutórias: o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº 8.069/1990)
Características: instrumento legal interdisciplinar, que reconhece crianças e adolescentes como
sujeitos de Direito (alinhamento à Constituição Federal de 1988, arts. 226 e 227; e à Convenção
dos Direitos da Criança da ONU, em vigor a partir de 1990).

Estrutura geral do ECA:


1 - Parte geral: previsão da proteção integral e positivação de direitos humanos de 1ª (arts. 1º
ao 18) e de 2ª geração (arts. 53 a 69); atribuição de deveres à família, comunidade e ao Estado
para assegurar estes direitos (arts. 19 a 52-D); políticas de prevenção à violação de direitos
(arts. 70 a 85).

2 - Parte Especial: estrutura da rede de atendimento (arts. 86 a 97); previsões referentes à


proteção no caso de violação de direitos (arts. 98 a 102); previsões referentes à prática de ato
infracional (arts. 103 a 111), às suas consequências jurídicas para o adolescente e seus pais ou
seu responsável (arts. 112 a 130); estrutura do sistema de justiça da infância e juventude.
Noções introdutórias
Últimas alterações

Lei nº 13.441/2017
Prevê a possibilidade de
Lei nº 13.431/2017 infiltração de agentes
Estabelece o sistema de policiais na internet com Lei nº 13.798/2019
garantia de direitos da o fim de investigar crimes Lei nº 13.715/2018 Institui a Semana
criança e do adolescente contra a dignidade sexual Prevê novas hipóteses Nacional de Prevenção
vítima ou testemunha de de criança e de de perda de poder da Gravidez na
violência. adolescente. familiar. Adolescência.
Noções introdutórias
Últimas alterações
Lei nº 13.840/2019
(alteração do Sistema
Lei nº 13.812/2019 Nacional de Políticas Lei nº 13.845/2019
Instituiu a Política Públicas Sobre Drogas) Altera a redação ao
Nacional de Busca de Lei nº 13.824/2019 Incluiu o artigo 53-A no inciso V do art. 53,
Pessoas Altera o artigo 132 do ECA, tornando obrigatórias obrigando à
Desaparecidas e criou ECA, retirando o limite para escolas, clubes e garantia de vagas no
o Cadastro Nacional de 01 (uma) agremiações recreativas mesmo
de Pessoas recondução de medidas de estabelecimento a
Desaparecidas. conselheiros tutelares conscientização, irmãos que
Alterou no ECA a regra ao cargo mediante prevenção e frequentem a
de autorização para novos processos de enfrentamento ao uso de mesma etapa ou
viajar escolha. drogas ciclo de ensino da
educação básica.
Noções introdutórias
A doutrina da proteção integral

ECA, Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Estatuto da Criança e do Adolescente: alinhada aos tratados internacionais sobre direitos das crianças e
adolescentes, especialmente a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (1990),
rompendo com a doutrina da “situação irregular” (Código de Menores de 1979).

• Premissa da proteção integral: crianças e adolescentes são sujeitos de Direito perante a família, a
sociedade e o Estado, aos quais, por sua vez, são respectivamente atribuídos deveres.
• Criança e adolescente sujeitos de Direito: ruptura com a ideia de crianças e adolescentes como
objeto de intervenção e tutela do mundo adulto. Titulares dos direitos inerentes a qualquer pessoa
e dos direitos especificamente decorrentes de sua condição de pessoa em processo de
desenvolvimento.

CRFB/88: artigos 227 a 229.


Noções introdutórias

Criança e adolescente: conceito legal

ECA, Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa


até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade.

• Art. 228, CRFB/88: imputabilidade penal aos 18 anos.


• Aplica-se o ECA para pessoas de idade entre 18 e 21 anos no
caso de pessoa que atinge a maioridade durante o
cumprimento de medida socioeducativa de internação;
liberação compulsória aos 21 anos.
Noções introdutórias – Fundamentos constitucionais

ECA, Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social,
região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em
que vivem.

• Crianças e adolescentes como titulares de direitos iguais aos de qualquer pessoa, observadas
sua peculiar condição de pessoa em desenvolvimento.

• Parágrafo único inserido pelo Marco Legal da 1ª Infância, consignando de forma expressa a
vedação a todo tipo de discriminação.
Noções introdutórias – Fundamentos constitucionais

ECA, Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.

• Direito à prioridade absoluta: decorre da obrigação da família, da sociedade e do Estado de


garantir o tratamento prioritário.

• Art. 4º reproduz e complementa o art. 227, CRFB/88.


Noções introdutórias – Fundamentos constitucionais

ECA, Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento.

• É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança ou


adolescente (art. 227, §4º, CRFB/88: prevê punição severa para violência sexual contra crianças e
adolescentes).

• A interpretação do ECA é teleológica: eventuais omissões, contradições e lacunas da lei devem ser
interpretadas em consonância com a finalidade da norma de assegurar proteção integral e
prioridade absoluta à criança e ao adolescente.
Direitos humanos de 1ª e 2ª
geração em interdependência:
direito à vida e à saúde (arts.
7º ao art. 14 do ECA) -
Alterações feitas pelo Marco
Legal 1ª Infância.

Dispositivos constitucionais específicos:


• Aplicação de percentual de recursos para saúde na assistência materno-infantil e criação de programas
para crianças e adolescentes com deficiência (art. 227, § 1º, I e II, CRFB/88).

- Atenção à gestante/parturiente/mulher é incluída como forma de proteção da infância.


Direitos fundamentais da criança e do adolescente
• Garantia dos direitos humanos de 1ª geração cabíveis à condição de
desenvolvimento.
• É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente,
não os expondo a tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor.
Direito à Liberdade, ao • As crianças e adolescentes possuem o direito ao respeito, que se
Respeito e à Dignidade consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral.
(art. 15 ao 18-B) • A Lei nº 13.010/14 criou os artigos 18-A e 18-B, que contém as
definições legais de castigos físicos e tratamento cruel.
• Serviços de saúde devem fazer comunicação obrigatória ao
Conselho Tutelar no caso de suspeita de castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante (art. 13, ECA).
Direitos Humanos de 2ª
geração: direito à Educação, à
Cultura, ao Esporte e ao Lazer
(arts. 53 a 59, ECA)

Art. 53 - Direitos da criança e do adolescente: Art. 54 - Principais deveres do Estado: ensino


igualdade de condições para acesso e permanência na fundamental obrigatório e gratuito (inclusive para os
escola, ser respeitado pelos educadores, contestar que não tiveram acesso na idade própria); progressiva
critérios avaliativos, organizar e participar de extensão do ensino médio obrigatório e gratuito;
entidades estudantis, escola pública e gratuita perto atendimento especializado às crianças e adolescentes
de sua residência. com deficiência, preferencialmente na rede regular de
Os pais ou responsáveis têm direito à ciência do ensino; creche e pré-escola para crianças de até 5
processo pedagógico, bem como direito a participar (cinco) anos; ensino noturno regular (adolescente
da definição das propostas educacionais (parágrafo trabalhador).
único).
Dever de assegurar os direitos de crianças e adolescentes

Direito à Convivência Familiar e Comunitária: conceitos introdutórios

• CRFB/88, arts. 226 e 227: a partir de 1988, há maior ênfase nos laços de consanguinidade e
afetividade que apenas o casamento; adoção de isonomia entre os membros (entre filhos
sem distinção de origem; entre cônjuges e companheiros).
• Família natural (ECA, art. 25): comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.
• Família extensa (ECA, art. 25, parágrafo único): parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
• Família substituta (ECA, art. 28): formada mediante guarda, tutela ou adoção.

Todas as formas de família e de responsáveis têm deveres jurídicos para com crianças e adolescentes.
Dever de assegurar os direitos de crianças e adolescentes:
deveres dos pais/responsáveis inerentes ao poder
familiar

• Fundamento constitucional (arts. 227 e 229, CRFB/88) e legal (art. 22, ECA).

• Sustento: provisão de subsistência material (até 24 anos se estiver estudando).


• Guarda: direito do filho conviver com os pais e dos pais manterem o filho junto de si.
• Educação: abrange a educação formal para instrução básica e a familiar.

• Seu descumprimento pode gerar responsabilização civil e penal (art. 133, CP - abandono
de incapaz; art. 244, CP - abandono material; art. 246, CP - abandono intelectual) e pode
ainda dar causa à suspensão ou destituição do poder familiar (art. 129, X, ECA).
Dever de assegurar os direitos de crianças e adolescentes:
família substituta
Disposições gerais (arts. 28 a 32, ECA)

• Conceito: família que substitui a natural em caso de excepcional necessidade.


• Modalidades: guarda, tutela (podem ser temporárias) e adoção (sempre definitiva), todas
condicionadas a decisão judicial.
• Opinião da criança: deve ser ouvida sempre que possível por equipe interprofissional.
• Adolescente (+12 anos): consentimento é sempre obrigatório.
• Família substituta estrangeira: medida excepcional, admissível somente para adoção.
• Criança/adolescente indígena ou de comunidade remanescente de quilombo:
acompanhamento de técnicos (exemplo: antropólogos) e da FUNAI como atenção à
identidade social e cultural.
• Como regra, os irmãos não devem ser separados, salvo exceção plenamente justificada.
Consequências das violações de direitos de crianças e
adolescentes: as medidas de proteção (arts. 98 a 100, ECA)
Conceito: intervenções das autoridades exigíveis quando houver ameaça ou lesão efetiva a diretos de
crianças e adolescentes.

Hipóteses de cabimento:
• Crianças e adolescentes em situação de risco (ameaça ou lesão a direito).
• Crianças autoras de ato infracional (art. 105, ECA).

Espécies: encaminhamento aos pais ou responsável; orientação, apoio e acompanhamento temporários;


matrícula e frequência à escola; inclusão em programas sociais e para tratamento/apoio em problemas
com entorpecentes; requisição de tratamento de saúde mental; acolhimento institucional; inclusão em
programa de acolhimento familiar; colocação em família substituta.

Autoridades competentes: juiz da infância e juventude tem competência exclusiva para o acolhimento
institucional e colocação em família substitua; todas as demais podem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar.

ATENÇÃO
Medidas de acolhimento: sempre provisórias e excepcionais; transição para reintegração familiar ou
colocação em família substituta.
A prática de ato infracional: direitos individuais e
garantias processuais do adolescente

Noções introdutórias

• Conceito de crime: fato típico + ilícito + praticado por pessoa culpável.


• Conceito de ato infracional: fato típico + ilícito + praticado por inimputável.
• Descrição legal (ECA):

Art. 103 - Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
A prática de ato infracional: direitos individuais e
garantias processuais do adolescente

Consequências jurídicas da prática de ato infracional

Adolescentes Crianças
Medidas socioeducativas. ECA, Art. 105. Ao ato infracional
praticado por criança
corresponderão as medidas
previstas no art. 101.
A prática de ato infracional: direitos individuais e
garantias processuais do adolescente
As medidas socioeducativas (art. 112, ECA)

• Conceito: consequência jurídica decorrente da atribuição de ato infracional a adolescente. Não é


condenação criminal, e, portanto, não gera reincidência.

• Espécies: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de serviços à comunidade;


liberdade assistida; inserção em regime de semi-liberdade; internação em estabelecimento
educacional.

Observação: medidas de proteção (art. 101, ECA) também podem ser aplicadas como medida
socioeducativa ao adolescente autor de ato infracional.

• Lei 12.594/2012: institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase),


regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato
infracional.
Questões – XXIV Exame

Maria, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola que não adota a obrigatoriedade do
uso de uniforme, frequenta regularmente culto religioso afro-brasileiro com seus pais.
Após retornar das férias escolares, a aluna passou a ir às aulas com um lenço branco enrolado na
cabeça, afirmando que necessitava permanecer coberta por 30 dias. As alunas Fernanda e Patrícia,
incomodadas com a situação, procuraram a direção da escola para reclamar da vestimenta da aluna.
O diretor da escola entrou em contato com o advogado do estabelecimento de ensino, a fim de
obter subsídios para a sua decisão.
Questões – XXIV Exame

A partir do caso narrado, assinale a opção que apresenta a orientação que você, como advogado da
escola, daria ao diretor.
A) Proibir o acesso da aluna à escola.
B) Marcar uma reunião com os pais da aluna Maria, a fim de compeli-los a descobrir a cabeça da
filha.
C) Permitir o acesso regular da aluna.
D) Proibir o acesso das três alunas.
Resposta – XXIV Exame
Comentários:
A) Tanto o Estatuto da Criança e do Adolescente quanto a Constituição Federal asseguram o direito à
liberdade religiosa. Por isso, seria ilegal e inconstitucional proibir o acesso da aluna à escola.
B) Em respeito ao direito à liberdade religiosa assegurado pela Constituição Federal e pelo ECA, o
diretor não pode compelir os pais a descobrir a cabeça da filha.
C) O ECA garante o direito à liberdade de religião em seus artigos 3º, § único (vedação a todo tipo de
discriminação contra crianças e adolescentes, inclusive por motivo de religião) e 16, inciso III (direito
à liberdade de crença e de culto religioso), tudo em consonância com o artigo 5º, VI da Constituição
Federal. Portanto, a decisão correta é permitir o acesso regular da aluna, portando o lenço branco
enrolado na cabeça se for sua vontade.
D) Em respeito ao direito à liberdade religiosa assegurado pela Constituição Federal e pelo ECA, seria
ilegal e inconstitucional proibir o acesso da aluna praticante da religião afro-brasileira à escola. Não
há fundamento legal nem constitucional para proibir o acesso das outras duas alunas.

Resposta correta: alternativa C.


Questões – XXIII Exame

Os irmãos Fábio (11 anos) e João (9 anos) foram submetidos à medida protetiva de acolhimento
institucional pelo Juízo da Infância e da Juventude, pois residiam com os pais em área de risco, que se
recusavam a deixar o local, mesmo com a interdição do imóvel pela Defesa Civil.
Passados uma semana do acolhimento institucional, os pais de Fábio e João vão até a instituição para
visitá-los, sendo impedidos de ter contato com os filhos pela diretora da entidade de acolhimento
institucional, ao argumento de que precisariam de autorização judicial para visitar as crianças. Os pais
dos irmãos decidem então procurar orientação jurídica de um advogado.
Considerando os ditames do Estatuto da Criança e do Adolescente, a direção da entidade de
acolhimento institucional agiu corretamente?
Questões – XXIII Exame

A) Sim, pois o diretor da entidade de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, podendo


proibir a visitação dos pais.
B) Não, porque os pais não precisam de uma autorização judicial, mas apenas de um ofício do
Conselho Tutelar autorizando a visitação.
C) Sim, pois a medida protetiva de acolhimento institucional foi aplicada pelo Juíz da Infância, assim
somente ele poderá autorizar a visita dos pais.
D) Não, diante da ausência de vedação expressa da autoridade judiciária para a visitação, ou decisão
que os suspenda ou os destitua do exercício do poder familiar.
Resposta – XXIII Exame

Comentários:
O acolhimento institucional é medida de proteção (art. 101, VII, ECA) de natureza
provisória e excepcional (§ 1º do mesmo artigo), e que não implica automaticamente
na perda ou suspensão do poder familiar. Nesse caso, o direito de visitação dos pais
não pode ser impedido.

Resposta correta: alternativa D.


Prof. Napoleão Casado
DIREITO INTERNACIONAL
Crise na Venezuela e reflexos no Direito Internacional

1. Reconhecimento de governo e reconhecimento do Estado (Guaidó x


Maduro)

- Para alguns, é elemento constitutivo do Estado. Mas sua natureza é meramente declaratória.

- Ato unilateral, discricionário, irrevogável e incondicional de cada Estado, mesmo que atualmente admita
condicionantes.

- Reconhecimento de governo # Reconhecimento de Estado


Crise na Venezuela e reflexos no Direito Internacional

2. Guerra e o Direito Internacional

- Guerra é ato ilegal, especialmente após a Carta da ONU (Artigo 2º, Parágrafo 4º, da Carta da ONU).

- Privilégio dos meio alternativos de solução de conflitos (Negociação, Mediação, Bons Ofícios, Arbitragem)
e, por fim, a Corte Internacional de Justiça.

- Respeito à soberania e à autodeterminação dos povos.


Crise na Venezuela e reflexos no Direito Internacional

3. Possibilidades de uso da força no Direito Internacional

A) Legítima defesa, individual ou coletiva, em resposta a um ataque armado (Artigo 51 da Carta da ONU).

B) Ameaça à paz, ruptura da paz ou um ato de agressão (Artigo 39 da Carta da ONU), mas APÓS autorização do
Conselho de Segurança.
- A ideia de legítima defesa preventiva (Guerra dos 6 dias, Segunda Guerra do Iraque).
- A inercia do caso da Síria.
Domínio Público Internacional:
O Direito do Mar (Bens da União – CR/88, art. 20)
Direito do mar

Mar Territorial: 12MN Soberania/Jurisdição plena (inclusive subsolo e espaço aéreo).

Zona Contígua: +12MN

ZEE: 200MN Direito de soberania para fins de exploração de recursos vivos e


não vivos (o excedente deve ser oferecido a outros países).

. Conceito de Linha Base ou de Preamar ou Baixa-mar.


. Importância para o Pré-Sal.
. Conceito de Passagem inocente (contínua e rápida).
. Tribunal do Mar – Sede em Hamburgo.
Migrante: a nova denominação da Lei de Migração

O Estatuto do Estrangeiro foi revogado pela Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017).

MIGRANTE - pessoa que se desloque de país ou região geográfica ao território de outro país ou região
geográfica, em que estão incluídos o imigrante, o emigrante e o apátrida (não se utiliza mais a palavra
ESTRANGEIRO, embora ainda esteja na Constituição em partes de seu texto).
IMIGRANTE
EMIGRANTE
APÁTRIDA
VISITANTE
REFUGIADO
Direitos e Deveres dos Migrantes
CR/88, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade. (INDEPENDENTE DA FORMA DE INGRESSO NO BRASIL – PACOTE MÍNIMO = DIREITOS HUMANOS
FUNDAMENTAIS)

DISTINÇÕES FUNDAMENTADAS
a) NÃO TÊM DIREITOS POLÍTICOS.
b) PARTICIPAÇÃO EM CONCURSOS PÚBLICOS NÃO REGULAMENTADA (SALVO UNIVERSIDADES – ART. 207, CR/88).
c) LIMITES NA AQUISIÇÃO E ARRENDAMENTO DE PROPRIEDADE RURAL (ART. 190, CR/88).
d) LIMITES NA PARTICIPAÇÃO EM EMPRESAS FINANCEIRAS (ART. 192, CR/88) DE SAÚDE (ART. 199, CR/88), DE MÍDIA
(ART. 222, CR/88), DE NAVEGAÇÃO E AVIAÇÃO (ATÉ MP 863/2018, CONVERTIDA NA LEI 13.842/2019).
e) ADOÇÃO DE CRIANÇAS POR ESTRANGEIROS TAMBÉM TEM LIMITES (ART 227, CR/88).
f) DEVER DE COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO EM 30 DIAS.
Direitos e Deveres dos Migrantes

✓ Direito de associação não apenas para fins culturais, mas

Novidades nos direitos dos também para fins sindicais.


migrantes ✓ Direito de Acesso ao SUS e Previdência Social.
✓ Direito de manifestação política.
✓ Acesso à Justiça.
✓ Direitos do Trabalhador.
Questão
(XXVII Exame de Ordem Unificado/FGV) A Lei de Migração, Lei nº 13.445/17, dispõe
sobre os direitos do estrangeiro em território nacional de uma forma mais ampla e
abrangente do que a legislação anterior, revogada. A normativa em vigor dispõe que o
estrangeiro no Brasil terá acesso ao sistema público de saúde e direito à educação
pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da sua condição
migratória.
Isso significa que o acesso à educação pública no Brasil é assegurado

A) somente aos estrangeiros portadores de visto de estudante ou permanente.


B) a todos os migrantes, exceto os refugiados, que são regidos por legislação especial.
C) apenas aos estrangeiros cujos países assegurem reciprocidade aos brasileiros.
D) a todos os migrantes, inclusive os apátridas e os refugiados.
Gabarito Comentado

A) somente aos estrangeiros portadores de visto de estudante ou permanente.


Justificativa: não há tal restrição na Lei de Migração.

B) a todos os migrantes, exceto os refugiados, que são regidos por legislação especial.
Justificativa: embora os Refugiados sejam objeto de lei especial, a Lei de Migração também se aplica a
eles naquilo em que não conflitar com a Lei nº 9.474/1997.

C) apenas aos estrangeiros cujos países assegurem reciprocidade aos brasileiros.


Justificativa: não há tal restrição na Lei de Migração

CORRETA: D) a todos os migrantes, inclusive os apátridas e os refugiados .


Justificativa: o inciso X do Art. 4º da Lei de Migração prevê o acesso à Educação Pública, "vedada a
discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória“. Vale destacar que o princípio de
não discriminação está elencado como um dos princípios da Lei de Migração no seu Art. 3º.
Exclusão do “Estrangeiro” (novidades na Nova Lei de Migração)
CONSEQUÊNCIAS PARA O
INICIATIVA ÓRGÃO COMPETENTE CAUSA MIGRANTE

Entrada ou estada irregular Reentrada condicionada à


DEPORTAÇÃO Autoridades Locais Departamento de Polícia Federal
no território regularização de sua situação

REPATRIAÇÃO Autoridades locais Não há indicação da Situação de impedimento de Não são indicadas quaisquer
ingressar no território consequências pela Lei de
autoridade competente na brasileiro (Art. 45 da Lei de Migração. Obs. Não se repatria
Migração) quem está em condição de
refugio
Lei de Migração. Mas o site
do MJ indica o DPF

Crimes específicos (crimes do Proibição de retorno ao país por


EXPULSÃO Autoridades Locais Ministério da Justiça
TPI e privativos de liberdade) prazo determinado

Executivo, após autorização do Ser julgado pelo Estado


EXTRADIÇÃO Estado estrangeiro Crime praticado no exterior
STF competente

Crimes incluídos na
Poder Executivo, após Ser julgado pelo Tribunal Penal
ENTREGA AO TPI TPI competência do Tribunal
autorização do STF Internacional
Penal Internacional
Questão
Tema: Extradição de Brasileiros
(XIX Exame de Ordem Unificado/FGV) Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após
deixar o cargo que exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em
curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com
brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro,
o governo da Colômbia pede a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime
praticado quando ocupava cargo na federação sul-americana de futebol. Essa extradição:

A) não poderá ser concedida, porque o Brasil não extradita seus nacionais.
B) não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência
econômica.
C) poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.
D) poderá ser concedida se o país de origem do extraditando tiver tratado de extradição
com a França.
Gabarito Comentado
A) não poderá ser concedida, porque o Brasil não extradita seus nacionais.
Justificativa: no inciso LI do art. 5º da CR/88 indica-se os casos em que a extradição do brasileiro pode
acontecer.

B) não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência econômica.
Justificativa: inexistem exceções às hipóteses de extradição pautadas na existência de dependentes.

CORRETA: C) poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.


Justificativa: a extradição do naturalizado é permitida caso o pedido decorra da condenação deste por um
crime comum, praticado antes de sua naturalização.

D) poderá ser concedida se o país de origem do extraditando tiver tratado de extradição com a França.
Justificativa: a França não é parte do pedido de extradição. Em casos de extradição de brasileiro, pelo Brasil,
deve-se observar a existência de tratado entre o Brasil e o país que a solicitar. No caso da Colômbia, temos o
Tratado de Extradição entre o Brasil e a Colômbia, de 1938, promulgado pelo Decreto nº 6.330, de 1940.
Homologação de sentença estrangeira
STJ - Delibação: contenciosidade limitada – análise formal e respeito à ordem pública.

Pressupostos para a homologação


• Prolação por juiz competente.
• Citação do réu ou configuração legal de sua revelia.
• Trânsito em julgado do ato sentencial homologando.
• Autenticação pelo Consulado brasileiro (Convenção da Haia – Apostilamento).
• Tradução juramentada no Brasil.

SENTENÇAS ARBITRAIS ESTRANGEIRAS SÃO HOMOLOGADAS SEGUINDO A CONVENÇÃO DE NOVA YORK.


Questão
Tema: Cooperação Jurídica Internacional

(XXVIII Exame de Ordem Unificado / FGV) Uma das funções da cooperação jurídica
internacional diz respeito à obtenção de provas em outra jurisdição, nos termos das
disposições dos tratados em vigor e das normas processuais brasileiras. Para instruir
processo a ser iniciado ou já em curso, no Brasil ou no exterior, não é admitida, no
entanto, a solicitação de colheita de provas.

A) por carta rogatória ativa.


B) por carta rogatória passiva.
C) a representantes diplomáticos ou agentes consulares.
D) pela via do auxílio direto.
Gabarito Comentado
A) por carta rogatória ativa.
B) por carta rogatória passiva.
Justificativa: como a questão deixa aberta a possibilidade de o processo correr no Brasil ou no exterior, ambas as
modalidades de carta rogatória são potencialmente aplicáveis: a ativa, para a solicitação a um Estado estrangeiro; e
a passiva, quando a solicitação é recebida pelo Estado brasileiro.

CORRETA: C) a representantes diplomáticos ou agentes consulares.


Justificativa: Para que o candidato obtivesse a resposta correta de forma direta (sem realizar o raciocínio "por
eliminação), seria necessário que tivesse conhecimento extremamente específico sobre as reservas feitas pelo
Brasil à parte da Convenção de Haia sobre Provas (Decreto nº 9.039/2017) que trata da obtenção de provas por
representantes diplomáticos e agentes consulares.

D) pela via do auxílio direto.


Justificativa: O auxílio direto está previsto nos Arts. 28 e seguintes do CPC/2015, sendo que o Art. 30, II, prevê
expressamente possibilidade da sua utilização para colheita de provas, com algumas exceções que não estão
claramente presentes no enunciado da questão. Hipóteses: obtenção e prestação de informações sobre o
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais; II - colheita de provas; III - qualquer outra
medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Questão
Tema: Arbitragem Internacional (questão anulada)
(XIX Exame de Ordem Unificado / FGV) A cláusula arbitral de um contrato de fornecimento de
óleo cru, entre uma empresa brasileira e uma empresa norueguesa, estabelece que todas as
controvérsias entre as partes serão resolvidas por arbitragem, segundo as regras da Câmara de
Comércio Internacional - CCI. Na negociação, a empresa norueguesa concordou que a sede da
arbitragem fosse o Brasil, muito embora o idioma escolhido fosse o inglês. Como contrapartida,
incluiu, entre as controvérsias a serem decididas por arbitragem, a determinação da
responsabilidade por danos ambientais resultantes do manuseio e descarga no terminal. Na
eventualidade de ser instaurada uma arbitragem solicitando indenização por danos de um
acidente ambiental, o Tribunal Arbitral a ser constituído no Brasil

A) tem competência para determinar a responsabilidade pelo dano, em respeito à autonomia da


vontade consagrada na Lei Brasileira de Arbitragem.
B) deverá declinar de sua competência, por não ser matéria arbitrável.
C) deverá proferir o laudo em português, para que seja passível de execução no Brasil.
D) não poderá decidir a questão, porque a cláusula arbitral é nula.
Gabarito Comentado
CORRETA: A) Tribunal tem competência.
Resposta correta. Arbitragem produz efeito apenas entre as partes (princípio da relatividade dos efeitos
contratuais). Discussão se limite à atribuição contratual de responsabilidade, não vinculando a responsabilização
pelo poder público. Matéria é arbitrável (exemplo: e se fosse, no mesmo cenário, uma arbitragem entre a empresa
e a seguradora, discutindo se houve negligência da empresa).

B) Tribunal não tem competência, pois a matéria não é arbitrável.


Foi a resposta inicialmente considerada correta pelo gabarito.

C) A sentença arbitral deve ser redigida em português.


Justificativa: o idioma português, seja original ou via tradução juramentada, é um requisito processual (CPC) para
execução da sentença nacional, mas não um requisito de validade do título executivo judicial.

D) Cláusula seria nula.


Justificativa: não há qualquer causa de nulidade. Partes são capazes e o objeto é licito. No mais, o enunciado
demonstra que houve negociação, descartando-se as formalidades aplicáveis nas hipótese de adesão.
Últimas dicas
Convenção da Apostila de Haia
A Apostila é o certificado emitido nos termos da Convenção que autentica a origem de um Documento Público. Os
Cartórios Públicos podem emitir a Apostila. Isso acaba com a “consularização” de documentos nos 112 países
signatários.

Asilo Diplomático
Tema explorado no exame XXVI. Embora historicamente tenha sido concedido em Consulados, a FGV entende que só
deve ser concedido em Embaixadas.

Direito Internacional Privado (ou “qual a lei aplicável?)


A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) é muito cobrada nos Exames. De forma geral, o Direito
Brasileiro dá preferência ao LOCAL de constituição da obrigação, para direitos obrigacionais (e casamento/divórcio), e
ao DOMICÍLIO da(s) parte(s) relevante(s) para direitos de família, sucessão e personalidade (regime de bens,
capacidade, sucessão por morte.
Questão
Tema: Lei Aplicável
(XXV Exame de Ordem Unificado/ FGV) Paulo, brasileiro, celebra no Brasil um
contrato de prestação de serviços de consultoria no Brasil com uma empresa
pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização de investimentos
no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula indicando a
aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo, no Brasil, surge uma questão
envolvendo a capacidade de François para assumir e cumprir as obrigações previstas
no contrato.
Com relação a essa questão, a justiça brasileira deverá aplicar:

A) A lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil.


B) A lei francesa, porque François é residente na França.
C) A lei francesa, país onde os serviços serão prestados.
D) A lei francesa, escolhida pelas partes mediante a cláusula contratual expressa.
Gabarito Comentado

A) A lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil.


Justificativa: percebam que a matéria a ser discutida não é o negócio jurídico em si, mas a capacidade da
pessoa que o celebrou. Desta forma, prevê o art. 7º da LINDB que: “A lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”.
As alternativas A, C e D tratavam do Contrato, e não da Capacidade. A depender do entendimento doutrinário
adotado, a lei brasileira poderia de fato ser aplicada ao contrato por ter sido celebrado no Brasil (presume-se
que entre presentes), mas esta não era a pergunta.

CORRETA: B) A lei francesa, porque François é residente na França.


Gabarito Comentado

C) A lei francesa, país onde os serviços serão prestados.


Justificativa: o local da execução das obrigações não é um elemento de conexão adotado pela LINDB, salvo no
caso de forma essencial de obrigação a ser executada no Brasil, em que será observada tal forma em
à lei estrangeira eventualmente aplicável.

D) A lei francesa, escolhida pelas partes mediante a cláusula contratual expressa.


Justificativa: cumpre destacar que a cláusula de eleição de lei estrangeira só tem aceitação pacífica no Brasil
no caso da eleição da via arbitral para solução de disputas (art. 2º, § 1º, da Lei nº 9.307/96). De qualquer
forma, a cláusula indicaria a cláusula aplicável ao contrato, e não a capacidade dos contratantes. Vale
que esta hipótese não se confunde com a liberdade de eleição do FORO competente, algo que o CPC/15
permite (art. 25).
Prof. Renan Ferraciolli
DIREITO DO CONSUMIDOR
ELEMENTOS SUBJETIVOS
DA RELAÇÃO JURÍDICA
DE CONSUMO
Elementos da relação jurídica de consumo

CONSUMIDOR FORNECEDOR

PRODUTO OU SERVIÇO
Elemento subjetivo: o consumidor

Art. 2º, caput, do CDC: consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.

Finalista
Maximalista: Finalista:
aprofundada:
destinatário destinatário
observar a
Fático. Econômico.
Vulnerabilidade.
Elemento subjetivo: o consumidor

Art. 2º, caput, do CDC: consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.

• Art. 2º, parágrafo único, do CDC: Equipara-se a


consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo.
CONSUMIDORES • Art. 17 do CDC: Para os efeitos desta Seção,
BYSTANDERS OU equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
POR EQUIPARAÇÃO evento.
• Art. 29 do CDC: Para os fins deste Capítulo e do
seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
nele previstas.
PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL
DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
(PNRC)
Objetivos da PNRC

• Atender às necessidades dos consumidores.

• Respeitar sua dignidade, saúde e segurança.

• Proteger seus interesses econômicos.

• Melhorar a qualidade de vida.

• Promover a transparência e harmonia das relações de consumo.


Princípios da PNRC

Para tanto, deverão ser atendidos os princípios constantes dos oito incisos do art. 4º do CDC,
sendo o primeiro deles o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor:

VULNERABILIDADE VULNERABILIDADE VULNERABILIDADE VULNERABILIDADE


FÁTICA TÉCNICA JURÍDICA OU CIENTÍFICA INFORMACIONAL
RESPONSABILIDADE PELO
FATO DO PRODUTO E
DO SERVIÇO
Responsabilidade pelo fato do produto

• Decorrente de dano experimentado pelo consumidor em razão da falta de segurança


legitimamente esperada (art. 12, § 1º, do CDC).
• Devem ser levados em consideração, no entanto, a apresentação do produto, os usos e riscos que
dele se esperam e a época em que foi colocado em circulação.
• Fabricante, produtor, construtor e o importador respondem, independentemente de culpa.
• Excludentes de responsabilidade: não colocou o produto no mercado; o defeito inexiste; ou culpa
EXCLUSIVA do consumidor ou de terceiro (art. 12, § 3º, do CDC).
• O comerciante só será responsabilizado se o produto for fornecido sem a identificação do
fabricante; se tal identificação não for clara; ou se não conservar adequadamente os produtos
perecíveis (art. 13 do CDC).
Responsabilidade pelo fato do serviço

• Praticamente a mesma disciplina do produto.


• Excludentes de responsabilidade são as mesmas, com exceção de não ter colocado o
serviço no mercado, que não é (art. 14, § 3º, do CDC).
• A responsabilidade dos profissionais liberais será apurada mediante verificação de
culpa, ou seja, volta-se ao regime da responsabilidade subjetiva (art. 14, § 4º, do
CDC).
• Prescrição de 5 anos para a pretensão de reparação dos danos causados, contada do
conhecimento do dano e autoria.
RESPONSABILIDADE POR
VÍCIO DO PRODUTO
E DO SERVIÇO
Responsabilidade por vício: prazos decadenciais
Responsabilidade por vício de qualidade do produto
Decorrente da quebra do dever de colocar produtos próprios e adequados ao consumo
pelo fornecedor, que, no caso de vício de qualidade, terá 30 dias para repará-lo e, se não o
fizer, o consumidor poderá escolher (art. 18, § 1º, do CDC):

Substituição do Restituição da Abatimento


produto quantia paga proporcional
Responsabilidade por vício de qualidade do produto

● A responsabilidade é solidária e abrange todos da cadeia


de fornecimento, inclusive o comerciante (art. 18, caput,
do CDC)
● Prazo pode ser reduzido para 7 ou ampliado pra 180 dias
(art. 18, § 2º, do CDC).
● A escolha poderá ser imediata se o vício for muito
extenso ou se o produto for essencial (caso concreto)
(art. 18, § 3º, do CDC).
● O fornecedor imediato será responsabilizado no
fornecimento de produtos in natura (art. 18, § 5º, do
CDC).
PRÁTICAS ABUSIVAS E
PROTEÇÃO CONTRATUAL
Práticas abusivas e proteção contratual
Condutas que fogem do padrão esperado para uma equilibrada e harmônica relação de
consumo, assim como cláusulas que produzem o mesmo resultado.

Rol meramente exemplificativo dos arts. 39 e 51 do CDC.

Dentre elas:

• Venda casada (art. 39, I, do CDC).


• Imposição de limite (art. 39, I, do CDC).
• Exigência de vantagem manifestamente excessiva (art. 39, V, do CDC).
• Isenção de responsabilidade (art. 51, I, do CDC).

Repetitivos STJ:
https://scon.stj.jus.br/SCON/recrep/
Cobrança de dívidas

CDC oferece proteção para o consumidor inadimplente:

• Não será exposto a ridículo.

• Não poderá sofrer ameaça, coação, constrangimento físico ou moral.

• Não poderá interferir no seu trabalho, descanso ou lazer.

• Se cobrado em dobro, tem direito ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de


correção monetária e juros legais, salvo engano justificável.

• Em todos os documentos de cobrança deverá constar o CPF ou CNPJ do fornecedor do


produto ou prestador do serviço.
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Direito do Consumidor Resolução de Questões

(XXIX Exame de Ordem Unificado/FGV) A concessionária de veículo X adquiriu, da montadora,


trinta unidades de veículo do mesmo modelo e de cores diversificadas, a fim de guarnecer seu
estoque, e direcionou três veículos desse total para uso da própria pessoa jurídica. Ocorre que
cinco veículos apresentaram problemas mecânicos decorrentes de falha na fabricação, que
comprometiam a segurança dos passageiros. Desses automóveis, um pertencia à concessionária e
os outros quatro, a particulares que adquiriram o bem na concessionária.

Nesse caso, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC), assinale a afirmativa correta.
Direito do Consumidor Resolução de Questões

A) Entre os consumidores particulares e a montadora inexiste relação jurídica, posto que a


aquisição dos veículos se deu na concessionária.

B) Entre os consumidores particulares e a montadora, por se tratar de falha na fabricação, há


relação jurídica protegida pelo CDC; a relação jurídica entre a concessionária e a montadora,
no que se refere à unidade adquirida pela pessoa jurídica para uso próprio, é de direito comum
civil.

CORRETA: C) Existe, entre a concessionária e a montadora, relação jurídica regida pelo CDC,
mesmo que ambas sejam pessoas jurídicas, no que diz respeito ao veículo adquirido pela
concessionária para uso próprio, e não para venda.

D) Somente há relação jurídica protegida pelo CDC entre o consumidor e a concessionária, que
deverá ingressar com ação de regresso contra a montadora, caso seja condenada em ação
judicial, não sendo possível aos consumidores demandarem diretamente contra a montadora.
Direito do Consumidor Resolução de Questões

(XVIII Exame de Ordem Unificado/FGV) João da Silva, idoso, ingressou com ação judicial para
revisão de valores de reajuste do plano de saúde, contratado na modalidade individual. Alega que
houve alteração do valor em decorrência da mudança de faixa etária, o que entende abusivo. Ao
entrar em contato com a fornecedora, foi informado que o reajuste atendeu ao disposto pela
agência reguladora, que é um órgão governamental, e que o reajuste seria adequado.

Sobre o reajuste da mensalidade do plano de saúde de João, de acordo com entendimento do STJ
firmado em Tema de Recurso Repetitivo, bem como à luz do Código do Consumidor, assinale a
afirmativa correta.
Direito do Consumidor Resolução de Questões

A) Somente seria possível se o plano fosse coletivo, mesmo que isso não estivesse previsto em
contrato, mas se encontrasse em acordo com percentual que não seja desarrazoado ou aleatório,
portanto, não sendo abusivo.

CORRETA: B) Poderia ser alterado por se tratar de plano individual, mesmo que em razão da faixa
etária, desde que previsto em contrato, observasse as normas dos órgãos governamentais
reguladores e o percentual não fosse desarrazoado, o que tornaria a prática abusiva.

C) É possível o reajuste, ainda que em razão da faixa etária, sendo coletivo ou individual, mesmo que
não previsto em contrato e em percentual que não onere excessivamente o consumidor ou
discrimine o idoso.

D) Não poderia ter sido realizado em razão de mudança de faixa etária, mesmo se tratando de plano
individual, sendo correto o reajuste apenas com base na inflação, não havendo interferência do
órgão governamental regulador nesse tema.
Direito do Consumidor Resolução de Questões

(XXIV Exame de Ordem Unificado/FGV) Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao


chegar a casa, verificou que, no painel do veículo, foi acionada a indicação de problema no nível
de óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em toda a área. Osvaldo voltou
imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação do veículo e constatou que
havia uma rachadura na estrutura do motor, que, por isso, deveria ser trocado. Oswaldo
solicitou um novo veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro por buscar
um carro que tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”.

A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, alegando que isso não
descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro de faturamento e outras
medidas administrativas eram altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do
negócio.

No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-lo. Assinale a opção que
apresenta a orientação dada.
Direito do Consumidor Resolução de Questões

CORRETA: A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta dias para
providenciar o reparo, fase que, ordinariamente, deve preceder o direito do consumidor de
pleitear a troca do veículo.

B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a imediata restituição da


quantia paga, sem prejuízo de pleitear perdas e danos em juízo.

C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade da concessionária,


devendo o consumidor ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do fabricante.

D) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de agir, pois está no curso do
prazo para o fornecedor sanar o defeito.
Prof. Clodomiro Bannwart
FILOSOFIA DO DIREITO
Paradigmas JUSNATURALISMO POSITIVISMO PÓS-POSITIVISMO
do Direito
Natureza Sistema Jurídico Princípios
DIREITO

MORAL
POLÍTICA
ÉTICA
RELAÇÃO DIREITO E MORAL

JUSNATUALISMO
POSITIVISMO
JURÍDICO PÓS-POSITIVISMO
DIREITO E MORAL DIREITO E MORAL
DIREITO E MORAL
JUNTOS JUNTOS
SEPARADOS
RAZÃO RAZÃO
TEÓRICA PRÁTICA

CONHECIMENTO AÇÃO

VERDADE JUSTIÇA

ÉTICA/MORAL
EPISTEMOLOGIA POLÍTICA
DIREITO
XI Exame de Ordem Unificado / FGV – RAZÃO PRÁTICA

Boa parte da doutrina jusfilosófica contemporânea associa a ideia de Direito ao conceito de


razão prática ou sabedoria prática. Assinale a alternativa que apresenta o conceito correto de
razão prática.

A Uma forma de conhecimento científico (episteme) capaz de distinguir entre o verdadeiro e o


falso.
B Uma técnica (techne) capaz de produzir resultados universalmente corretos e desejados.
C A manifestação de uma opinião (doxa) qualificada ou ponto de vista específico de um agente
diante de um tema específico.
D A capacidade de bem deliberar (phronesis) a respeito de bens ou questões humanas.
JUSNATURALISMO

COSMOS ARCHÉ TELOS NOMOS


Ordem Princípio Fim Lei
COSMOS
(Natureza)

POLIS
(Política)

ETHOS
(Ética)

NOMOS
(Lei)
MODERNIDADE
Deslocamento
Explicação da dos Direitos
sociabilidade Naturais

NATUREZA NATUREZA - DIVINO

HOMEM CONSCIÊNCIA RACIONAL


DIREITOS SUBJETIVOS
CONTRATO NATURAIS
QUESTÃO SOBRE ROUSSEAU
XXIII Exame de ordem Unificado / FGV

...só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de suas instituições, que é o bem
comum...
Jean-Jacques Rousseau

A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato Social, foi fundamental para o
amadurecimento do conceito moderno de lei e de democracia.

Assinale a opção que melhor expressa essa ideia conforme concebida por Rousseau no livro citado.

A) A soma das vontades particulares.

B) A vontade de todos.

C) O interesse particular do soberano, após o contrato social.


•D
D) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças.
Direito Moderno

Escola
Histórica
POSITIVISMO
JURÍDICO
Escola da
Exegese
HANS KELSEN – 1881-1973

Utilitarismo
ESCOLA HISTÓRICA - HISTORICISMO

DIREITO COMO
VALORIZAÇÃO DO
CONSTRUÇÃO
PASSADO
HISTÓRICA

OPOSIÇÃO AO CRÍTICA AO
HISTORICISMO ILUMINISMO JUSNATURALISMO

SAVIGNY
ESCOLA DA EXEGESE

Valorização da
Desvalorização dos norma imposta pelo
Direitos Naturais Estado
(Legislador)

ESCOLA DA Preserva a intenção


do Legislador
Direito identificado
com o texto da Lei

EXEGESE
Valorização do
argumento de
autoridade
UTILITARISMO

COMMOW LAW Regra da


Jurisprudência e utilidade:
poder do Juiz Bem Comum

NORMA SOBERANO
UTILITARISMO Mandamento,
dever e sanção
Poder
incondicional

Benthan
e Austin
POSITIVISMO JURÍDICO – HANS KELSEN

SEPARA O DIREITO DO
PODER (POLÍTICA) E DA
MORAL

HANS NORMATIVIDADE
(DEVER SER)

KELSEN NORMA FUNDAMENTAL


DECISIONISMO E REALISMO JURÍDICO

POSITIVISMO REALISMO

DECISIONISMO DECISIONISMO
FORMALISTA FACTUAL
IDEALISTA EMPÍRICO
O fim (telos) da Afirma que o
NORMA é a sua Normativismo
aplicação e nega o político. LEGISLADOR TRIBUNAL
esta impõe
DECISÃO.

OBJETIVISMO SUBJETIVISMO
HART
Regras Jurídicas = textura aberta

Regras Jurídicas:
1) Regras de conduta (primárias)
2) Regras de Reconhecimento (secundárias)
NORBERTO BOBBIO
ORDENAMENTO JURÍDICO
1) Norma de comportamento
2) Normas de estrutura

ORDENAMENTO JURÍDICO
LACUNAS
ANTINOMIAS
XXIX Exame de ordem Unificado / FGV – NORBERTO BOBBIO

Costuma-se dizer que o ordenamento jurídico regula a própria produção normativa. Existem normas de comportamento ao lado de normas de
estrutura... elas não regulam um comportamento, mas o modo de regular um comportamento...

BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. São Paulo: Polis; Brasília EdUnB, 1989.

A atuação de um advogado deve se dar com base no ordenamento jurídico. Por isso, não basta conhecer as leis; é preciso compreender o
conceito e o funcionamento do ordenamento. Bobbio, em seu livro Teoria do Ordenamento Jurídico, afirma que a unidade do ordenamento
jurídico é assegurada por suas fontes.
Assinale a opção que indica o fato que, para esse autor, interessa notar para uma teoria geral do ordenamento jurídico, em relação às fontes do
Direito.
A) No mesmo momento em que se reconhece existirem atos ou fatos dos quais se faz depender a produção de normas jurídicas, reconhece-se
que o ordenamento jurídico, além de regular o comportamento das pessoas, regula também o modo pelo qual se devem produzir as regras.
B) As fontes do Direito definem o ordenamento jurídico como um complexo de normas de comportamento referidas a uma dada sociedade e a
um dado momento histórico, de forma que garante a vinculação entre interesse social e comportamento normatizado.
C) Como forma de institucionalização do direito positivo, as fontes do Direito definem o ordenamento jurídico exclusivamente em relação ao
processo Formal de sua criação, sem levar em conta os elementos morais que poderiam definir uma norma como justa ou injusta.
D) As normas, uma vez definidas como jurídicas, são associadas num conjunto específico, chamado de direito positivo. Esse direito positivo é o
que comumente chamamos de ordenamento jurídico. Portanto, a fonte do Direito que institui o Direito como ordenamento é a norma,
anteriormente definida como jurídica.
MIGUEL REALE: TEORIA TRIDIMENSIONAL DO
DIREITO

NORMAS
DIREITO FATOS Dialética Nomogênese
“Implicação
VALORES polaridade”
Prof. Biela Junior
@bielajr

ÉTICA PROFISSIONAL
#quemacreditasemprealcança

@bielajr
#bielajr
#éticanaOABBielaJr
#SaraivaAprovaBielaJr
“Mais uma vez

Quem acredita sempre alcança!

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena...

Acreditar no sonho que se tem...


Ou que seus planos nunca vão dar certo...

Ou que você nunca vai ser alguém”...


DA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO E DO ESTAGIÁRIO – EOAB ARTS. 8 E 9

Para inscrição como advogado é necessário:

I - Capacidade civil, ESTÁGIO PROFISSIONAL. EOAB


II - Diploma ou certidão de graduação em art. 9º - I, III, V, VI e art. 8º - VII
Direito,
III - Titulo de Eleitor e quitação do serviço
militar, se brasileiro, O estágio profissional de advocacia tem duração
IV - Aprovação no Exame da Ordem, de dois anos, prorrogável + 1
V - Não exercer atividade incompatível com a
Advocacia,
VI - Idoneidade moral,
VII - Prestar compromisso perante o Conselho.
ESTAGIÁRIO NO REGULAMENTO GERAL

Art. 29. Os atos de advocacia, previstos no art. 1º do Estatuto, podem ser subscritos
por estagiário inscrito na OAB, em conjunto com o advogado ou o defensor público.

§ 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a


responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de
processos em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer


isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado.
EXAME XXIX

Júnior é bacharel em Direito. Formou-se no curso jurídico há seis meses e não


prestou, ainda, o Exame de Ordem para sua inscrição como advogado,
embora pretenda fazê-lo em breve. Por ora, Júnior é inscrito junto à OAB
como estagiário e exerce estágio profissional de advocacia em certo escritório
credenciado pela OAB, há um ano. Nesse exercício, poucas semanas atrás,
juntamente com o advogado José dos Santos, devidamente inscrito como tal,
prestou consultoria jurídica sobre determinado tema, solicitada por um
cliente do escritório. Os atos foram assinados por ambos. Todavia, o cliente
sentiu-se lesado nessa consultoria, alegando culpa grave na sua elaboração.
Considerando o caso hipotético, bem como a disciplina do Estatuto da
Advocacia e da OAB, assinale a opção correta.
a) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito
disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da
atuação na atividade de consultoria praticada é de José.

b) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito


disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da
atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José.

c) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo


da atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e
José.

d) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo


da atuação na atividade de consultoria praticada é de José.
INSCRIÇÃO PRINCIPAL E SUPLEMENTAR

SUPLEMENTAR
+ de 5 CAUSAS em OUTRO ESTADO.
CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO
CANCELAMENTO LICENCIAMENTO

I. REQUERIMENTO
I. REQUERIMENTO
II. EXCLUSÃO JUSTIFICADO

III. FALECIMENTO II. ATIVIDADE


INCOMPATÍVEL
IV. ATIVIDADE TEMPORÁRIA
INCOMPATÍVEL
DEFINITIVA III. DOENÇA
MENTAL
V. PERDA DOS CURÁVEL
REQUISITOS
ATOS PRIVATIVOS – EOAB, ART. 1º

REGRA EXCEÇÕES

• HC;
• Revisão criminal;
I. Postulação em juízo; • JEC até 20 SM, JEF e JEFZ; salvo na
II. Consultoria, assessoria e interposição de recursos
direção jurídica; * Propositura da ação de alimentos.
III. Atos constitutivos de PJ. • Justiça do Trabalho 1º e 2º, EXCETO
para ação rescisória, cautelar, MS e
recursos para o TST.
* Ato constitutivo de ME, EPP e
EIRELI.
DA INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA – PRERROGATIVAS - LIBERDADE

Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação Salas de sessões dos Tribunais


entre advogados, magistrados e membros do (além dos cancelos);
Ministério Público salas de audiência, cartórios e no
caso de delegacias e presídios -
(mesmo fora do expediente)
De acesso – inc. VI Qualquer recinto onde funcione
repartição judicial e ser atendido
(desde que tenha qualquer
LIBERDADE: servidor).
Entrevistar-se com
art. 7º I, VI, VII, Assembleias ou reuniões
magistrados – inc. VIII
VIII, XII e XX. (com procuração).

Retirar-se do recinto
quando o juiz estiver
atrasado após 30 De permanecer ou retirar-se - inc. VII
min– inc. XX
PRERROGATIVAS DOS ADVOGADOS
Questão da inviolabilidade de escritório

Inviolabilidade do escritório. Inc., II

Quebra da inviolabilidade

Indícios de autoria e materialidade da


prática de crime por parte do advogado.

Decisão Motivada:
Mandado de Busca e Apreensão, específico e pormenorizado
a ser cumprido na presença de representante da OAB.
DIREITOS DO ADVOGADO (PRISÃO)
Crimes inafiançáveis -> tortura, o
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e tráfico ilícito de entorpecentes e
reservadamente, mesmo sem procuração, quando drogas afins, o terrorismo e os
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em definidos como crimes hediondos
estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB,
quando preso em flagrante, por motivo ligado ao Se a OAB não enviar um representante em
exercício da advocacia, para lavratura do auto tempo hábil será mantida a validade da
prisão em flagrante. Todavia, se a OAB não
respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais for avisada, haverá a nulidade do auto.
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença
transitada em julgado, senão em sala de Estado
Maior, com instalações e comodidades Sala de Estado Maior ≠ Cela
condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar;
EXAME XXIX

O advogado João, conselheiro em certo Conselho Seccional da OAB, foi


condenado, pelo cometimento de crime de tráfico de influência, a uma pena
privativa de liberdade. João respondeu ao processo todo em liberdade,
apenas tendo sido decretada a prisão após o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Quanto aos direitos de João, considerando o disposto no Estatuto da


Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) João tem direito à prisão domiciliar em razão de suas atividades profissionais, ou à
prisão em sala de Estado Maior, durante todo o cumprimento da pena que se inicia, a
critério do juiz competente.

b) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior durante o cumprimento integral
da pena que se inicia. Apenas na falta desta, em razão de suas atividades profissionais,
terá direito à prisão domiciliar.

c) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior durante o cumprimento
integral da pena que se inicia. Apenas na falta desta, em razão de suas atividades
profissionais, terá direito à prisão domiciliar.

d) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior apenas durante o transcurso de
seu mandato como conselheiro, mas não terá direito, em decorrência de suas atividades
profissionais, à prisão domiciliar.
LEI 13.245/16. PRERROGATIVAS

Direito de assistir clientes


investigados durante a Assistir = auxiliar, ajudar, prestar socorro.
apuração das infrações Portanto, o advogado possui o direito de estar
EOAB, art. 7º, XXI presente no interrogatório e nos depoimentos
que forem colhidos durante o procedimento
Pode, no curso da de apuração da infração.
apuração, apresentar
razões e quesitos.
Durante os atos praticados, além de estar presente, o
advogado tem o direito de:
• apresentar razões (argumentar e defender seu ponto de
A inobservância desse direito – vista sobre algo que vá ser decidido pela autoridade policial
NULIDADE ABSOLUTA do ou sobre alguma diligência que precise ser tomada); e
interrogatório ou depoimento e • apresentar quesitos (formular perguntas ao investigado,
dos elementos dele decorrentes às testemunhas, aos informantes, ao ofendido, ao perito
(investigatório e probatório).
etc.).
DIREITOS DO ADVOGADO – Exame e vista de processos
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de
processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça,
assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar
apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019)

EOAB, art. 7º § 13 O disposto nos incisos XIII e XIV


do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos e
a procedimentos eletrônicos
Direitos do Advogado – Exame e vista de processos
XIV - examinar, em qualquer instituição
responsável por conduzir investigação, A inobservância aos direitos
implicará responsabilização
mesmo sem procuração, autos de flagrante e criminal e funcional por abuso
de investigações de qualquer natureza, findos de autoridade do responsável
ou em andamento, ainda que conclusos à que impedir o acesso do
advogado com o intuito de
autoridade, podendo copiar peças e tomar
prejudicar o exercício da
apontamentos, em meio físico ou digital; defesa
(Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)
XV - ter vista dos processos judiciais ou Pode ocorrer delimitação de
administrativos de qualquer natureza, em acesso? Sim, no caso de
cartório ou na repartição competente, ou diligências em andamento
como a interceptação telefone
retirá-los pelos prazos legais
DIREITOS DO ADVOGADO – Desagravo Público
Desagravo - é o instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da
advocacia. É uma forma de reparação da ofensa sofrida.

Art. 18, Regulamento: O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente


em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito
ao desagravo público promovido pelo Conselho competente, de ofício, a seu
pedido ou de qualquer pessoa.

Nos casos de urgência e notoriedade (p. ex. da advogada Valéria Santos do RJ),
a Diretoria do Conselho competente, poderá conceder imediatamente o pedido
de desagravo, ad referendum do órgão competente do Conselho.
Direitos do Advogado – Desagravo Público
Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público:
* de Conselheiro Federal ou do Presidente de Conselho Seccional, quando
ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos;
* de advogado, quando a ofensa se revestir de relevância e grave violação às
prerrogativas profissionais, com repercussão nacional.
Ofensa ocorrida no território da Subseção em que esteja vinculado, a sessão de
desagravo pode ser promovida pela Diretoria ou Conselho da Subseção, com
representação do Conselho Seccional.
Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, essa
nota é encaminhada ao ofensor e às autoridades, e registrada nos assentamentos
do inscrito e no Registro Nacional de Violações de Prerrogativas.
O advogado pode depor como testemunha?

EOAB, art. 7º, XIX - recusar-se a depor como


testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de
quem seja ou foi advogado, mesmo quando
autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como
sobre fato que constitua sigilo profissional.

CED, art. 38. O advogado não é obrigado a depor,


em processo ou procedimento judicial, administrativo
ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar
sigilo profissional.
Direitos da advogada

I – Gestante:
III – Gestante, lactante, adotante ou que
a) entrada em tribunais sem ser
der à luz , preferência na ordem das
submetida a detectores de metais e
sustentações orais e das audiências a
aparelhos de raios X;
serem realizadas a cada dia, mediante
b) Reserva de vaga em garagens dos
comprovação de sua condição;
fóruns dos tribunais;

IV – Adotante ou que der à luz, suspensão


II – Lactante, adotante ou que der à luz:
dos prazos processuais quando for a única
acesso a creche, onde houver, ou a local
patrona da causa (30 DIAS), desde que haja
adequado ao atendimento das
notificação por escrito ao cliente. Se for pai
necessidades do bebê;
(8 dias)
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Registra no
Conselho Seccional
Dois tipos de sociedades: A razão social de sociedade
1 – Sociedade simples de A razão social deve ter o nome de unipessoal: deve ser formada pelo
prestação de serviços de pelo menos um advogado nome do seu titular, completo ou
advocacia; responsável pela sociedade, parcial, acrescido da expressão
2 – Sociedade unipessoal podendo permanecer o do sócio “Sociedade Individual de
de advocacia. falecido, desde que prevista tal Advocacia”.
possibilidade no ato constitutivo.

Filial em outro Cons.


Seccional. Art. 15§ 4o Nenhum advogado pode O advogado não pode:
O ato de constituição de filial integrar mais de uma sociedade de 1) integrar mais de uma
deve ser averbado no registro advogados, constituir mais de uma
sociedade de advogados;
da sociedade e arquivado no sociedade unipessoal de advocacia, ou
integrar, simultaneamente, uma 2) constitui mais de uma
Conselho Seccional onde se sociedade unipessoal de advocacia;
sociedade de advogados e uma sociedade
instalar unipessoal de advocacia, com sede ou 3) integrar, simultaneamente,
filial na mesma área territorial do uma sociedade de advogados e uma
respectivo Conselho Seccional. sociedade unipessoal.
EXAME XXVI

O advogado Pasquale integra a sociedade de advogados X, juntamente com três


sócios. Todavia, as suas funções na aludida sociedade apenas ocupam parte de
carga horária semanal disponível. Por isso, a fim de ocupar o tempo livre, o
advogado estuda duas propostas: de um lado, pensa em criar, paralelamente,
sociedade unipessoal de advocacia; de outro, estuda aceitar a oferta, proposta
pela sociedade de advogados Y, de integrar seus quadros.
Considerando que todas as pessoas jurídicas mencionadas teriam sede na mesma
área territorial de um Conselho Seccional da OAB, assinale a afirmativa correta.
A) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a
sociedade de advogados Y. Todavia, não é autorizado que integre simultaneamente a
sociedade de advogados X e a sociedade unipessoal de advocacia.

B) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a


sociedade unipessoal de advocacia. Todavia, não é autorizado que integre
simultaneamente a sociedade de advogados X e a sociedade de advogados Y.

C) Não é permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e


a sociedade de advogados Y. Tampouco é autorizado que integre simultaneamente a
sociedade de advogados X e a sociedade unipessoal de advocacia.

D) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a


sociedade de advogados Y. Também é autorizado que integre simultaneamente a
sociedade de advogados X e a sociedade unipessoal de advocacia.
DOS HONORÁRIOS ADVOCÁTICOS
CONVENCIONADOS ARBITRADOS SUCUMBENCIAIS
ESPÉCIES DE
HONORÁRIOS
ASSISTENCIAIS Advogados de sindicatos e associações
poderão receber, cumulativamente, os
honorários contratados com a entidade
que representam e os honorários de
EOAB, art. 22 § 6º O disposto neste artigo sucumbência assistenciais, devidos
aplica-se aos honorários assistenciais, parte vencida ao vencedor da causa. É
compreendidos como os fixados em ações o que estabelece a Lei 13.725, de 2018
coletivas propostas por entidades de classe
em substituição processual, sem prejuízo aos
honorários convencionais.
EXAME XXVIII

Jorge é advogado, atuando no escritório modelo de uma universidade. Em certa


ocasião, Jorge é consultado por um cliente, pois este gostaria de esclarecer
dúvidas sobre honorários advocatícios. O cliente indaga a Jorge sobre o que
seriam os honorários assistenciais.

Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a opção que


apresenta a resposta de Jorge.
a) Os honorários assistenciais são aqueles pagos diretamente ao advogado que promove
a juntada aos autos do seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de
levantamento ou precatório.

b) Os honorários assistenciais são aqueles devidos ao advogado em periodicidade


determinada, pela prestação de serviços advocatícios de forma continuada, nas
situações que o cliente venha a ter necessidade, como contrapartida à chamada
“advocacia de partido”.

c) Os honorários assistenciais são aqueles fixados pelo juiz ao advogado indicado para
patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da
Defensoria Pública no local da prestação do serviço.

d) Os honorários assistenciais são aqueles fixados em ações coletivas propostas por


entidades de classe em substituição processual.
DOS HONORÁRIOS ADVOCÁTICOS Convencionais
Na falta de estipulação contratual quanto a Compensação de créditos, somente será admissível
forma de pagamento 1/3, 1/3 e 1/3. com previsão contratual ou quando houver autorização
especial do cliente para esse fim (CED, art. 48 §2º)
É lícita retenção do valor atualizado caso
o advogado antecipe despesas, no ato da O pagamento de custas, despesas, peritos, salvo
prestação de contas (mediante disposição em contrário, devem ser custeados pelo
documentos), desde previsto em contrato. cliente.

*Permissão para o uso de cartão de crédito (CED, art. 53).


*Proibição expressa de cobrar honorários abaixo da Tabela.
*Proibição expressa de diminuição dos honorários contratados em
decorrência da solução do litígio por qualquer mecanismo de solução de
conflito extrajudicial (CED, art. 48 § 5º).
EXAME XXVIII

Eduardo contrata o advogado Marcelo para propor ação condenatória de


obrigação de fazer em face de João. São convencionados honorários contratuais,
porém o contrato de honorários advocatícios é omisso quanto à forma de
pagamento. Proposta a ação, Marcelo cobra de Eduardo o pagamento de metade
dos honorários acordados.

De acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.


a) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, metade dos honorários é devida no início do
serviço e metade é devida no final.

b) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de


estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários são devidos integralmente
desde o início do serviço.

c) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários somente são devidos após a
decisão de primeira instância.

d) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, apenas um terço é devido no início do
serviço.
DOS HONORÁRIOS ADVOCÁTICOS

O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode


Pode ser emitida fatura (desde cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o
que prevista no contrato), porém substabelecimento.
ela não pode ser protestada.

É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários


contratados em decorrência da solução do litígio por qualquer
mecanismo adequado de solução extrajudicial.
Só o cheque e a NP podem ser
protestados, depois de infrutífero Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de
o recebimento amigável. CED, art. Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde
52 for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências,
sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários.

Pacto Quota Litis (CED, art. 50). É


possível a participação em bens
particulares, desde que previsto
em contrato.
ADVOCACIA PRO BONO

PERMITIDA
Exercida em favor de instituições
sociais sem fins econômicos e pessoa
Advocacia PRO BONO
física sem recursos para contratar
implica a prestação de advogado, sem prejuízo do próprio
serviços jurídicos: sustento.

• Gratuita
• Eventual
• Voluntária PROIBIDA
* Para fins político-partidários ou
eleitorais, ou instituições que visem a
(Art. 30 do CED)
tais fins;
Para fins de publicidade e captação de
clientes.
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
INCOMPATIBILIDADE IMPEDIMENTO

INCOMPATIBILIDADES
E Proibição total do exercício Proibição parcial do
IMPEDIMENTOS da advocacia exercício da advocacia

(Artigos. 27 a 30
EAOAB)

Não pode advogar em Pode advogar com


hipótese nenhuma restrições

Membros do
Fazenda legislativo contra ou a
favor.
INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
EXCLUSÃO
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
F.I.C (Falsa prova;
I - censura; SUSPENSÃO Inidoneidade;
II - suspensão; F.R.I.C $ (Fraude Crime infamante)
a lei; Retenção
III - exclusão; de autos;
ou 3 Suspensões
IV - multa. Inépcia + 2/3
Profissional;
CENSURA Conduta
Art. 34, EOAB, incisos I
a XVI e XXIX; incompatível; $
* Violação ao CED; ou
* Violação ao EOAB
quando não houver Reincidência)
Multa sanção mais grave Suspensão
prevista.
1 a 10
anuidades
Preventiva
a) De exclusão, para a qual é necessária a manifestação da maioria absoluta dos membros do Conselho
Seccional competente.
b) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e implicará o cancelamento de sua inscrição na
OAB.
c) De exclusão, ficando o pedido de nova inscrição na OAB condicionado à prova de reabilitação.
d) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e o impedirá de exercer a advocacia em todo o
território nacional, pelo prazo de doze a trinta meses.
EXAME XXVIII
Gabriel, advogado, teve aplicada contra si penalidade de suspensão, em razão da prática
das seguintes condutas: atuar junto a cliente para a realização de ato destinado a fraudar a
lei; recusar-se a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele e incidir em erros
reiterados que evidenciaram inépcia
profissional.

Antes de decorrido o prazo para que pudesse requerer a reabilitação quanto à aplicação
dessas sanções e após o trânsito em julgado das decisões administrativas, instaurou-se
contra ele, em razão dessas punições prévias, novo processo disciplinar.

Com base no caso narrado, assinale a opção que indica a penalidade disciplinar a ser
aplicada.
a) De exclusão, para a qual é necessária a manifestação da maioria absoluta
dos membros do Conselho Seccional competente.

b) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e implicará o


cancelamento de sua inscrição na OAB.

c) De exclusão, ficando o pedido de nova inscrição na OAB condicionado à


prova de reabilitação.

d) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e o impedirá de exercer


a advocacia em todo o território nacional, pelo prazo de doze a trinta meses.
SANÇÕES DISCIPLINARES – REABILITAÇÃO / PRESCRIÇÃO

REABILITAÇÃO: após um ano após o cumprimento da pena.


Se a sanção for resultado da prática de crime, a reabilitação disciplinar estará
vinculada à reabilitação criminal.

EOAB, art. 43
Prescrição = 5 anos
PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE

Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três


anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de
ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem
apuradas as responsabilidades pela paralisação.
EXAME XXV

Carlos praticou infração disciplinar, oficialmente constatada em 09 de fevereiro


2010. Em 11 de abril de 2013, foi instaurado processo disciplinar para apuração da
infração, e Carlos foi notificado em 15 de novembro do mesmo ano. Em 20 de
fevereiro de 2015, o processo ficou pendente de julgamento, que só veio a
em 1º de março de 2018.

De acordo com o Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade da infração


disciplinar praticada por Carlos
a) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos entre a
constatação oficial da falta e a instauração do processo disciplinar.

b) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de seis meses entre a


instauração do processo disciplinar e a notificação de Carlos.

c) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de


paralisação para aguardar julgamento.

d) não está prescrita, tendo em vista que não decorreram cinco anos entre
cada uma das etapas de constatação, instauração, notificação e julgamento.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

CONSELHO CONSELHOS
FEDERAL SECCIONAIS
SÃO ÓRGÃOS
DA CAIXAS DE
OAB SUBSEÇÕES ASSISTÊNCIA AOS
ADVOGADOS

Os advogados que exercem mandato,


cargos e funções na OAB, não podem
atuar em processos que tramitem
perante a entidade, salvo em causa
própria (CED, art. 33)
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

• A OAB é serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa.


• Tem natureza jurídica de instituição sui generis.
• Não mantém vínculo com nenhum órgão da Administração Pública,
• Tem imunidade tributária total com relação a rendas, bens e serviços,

EOAB, art. 45 § 6º os atos, as notificações e as decisões dos órgãos da OAB, salvo quando reservados
ou de administração interna, serão publicados no Diário Eletrônico da Ordem dos Advogados do
Brasil, a ser disponibilizado na internet, podendo ser afixados no fórum local, na íntegra ou em
resumo.

O prazo terá início no primeiro dia útil seguinte à publicação, assim considerada o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário.
OAB – CONSELHO FEDERAL
• Órgão supremo da OAB.
• Trata-se do último grau recursal da OAB.
• Dotado de personalidade jurídica própria.
• Sede na Capital Federal

CONSELHO Composição do Conselho Federal

FEDERAL I - dos conselheiros federais, integrantes das delegações de cada


unidade federativa;
II - dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorários
vitalícios.
Art. 54. Compete ao Conselho Federal: - Principais competências já cobradas no Exame de Ordem

IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da


advocacia;
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar
necessários;
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento
geral;
IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste
estatuto e no regulamento geral;
XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais
judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da
profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;
XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública,
mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja
outorgada por lei;
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis;
XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases,
quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;
OAB – CONSELHOS SECCIONAIS

Ex-presidente do Cons. Seccional é membro


honorário vitalício e direito a voz nas sessões.
O Presidente do Instituto dos Advogados local é
membro honorário, somente com direito a voz
CONSELHO nas sessões do Conselho.
SECCIONAL O Presidente do Conselho Federal, os
Conselheiros Federais integrantes da respectiva
delegação, o Presidente da Caixa de Assistência
dos Advogados e os Presidentes das Subseções,
têm direito a voz nas sessões do Cons. Seccional.
(XXV Exame de Ordem Unificado / FGV) Em determinada sessão do Conselho Seccional
da OAB do Estado da Bahia, compareceram Arthur, Presidente do Conselho Federal da
OAB; Daniel, Conselheiro Federal da OAB, integrante da delegação da Bahia, e Carlos, ex-
Presidente do Conselho Seccional da OAB do Estado da Bahia. De acordo com o Estatuto
da OAB, para as deliberações nessa sessão,

a) Arthur tem direito a voz e voto. Daniel e Carlos têm direito somente a voz
b) Daniel tem direito a voz e voto. Arthur e Carlos têm direito somente a voz.
c) Daniel e Carlos têm direito a voz e voto. Arthur tem direito somente a voz.
d) Arthur, Daniel e Carlos têm direito somente a voz.
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;
III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo
Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos
Advogados;
V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;
VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;
X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na
Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;
XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional;
XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus
membros;
XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais
judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal,
vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB;
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;
DAS ELEIÇÕES NA OAB
Mandato
Voto Obrigatório, sob é para 3 31 de janeiro do
pena de 20% de anos
Eleições: ano seguinte ao
multa. quando da eleição dos
ocorrem? Conselhos
Requisitos de Elegibilidade: Seccionais
•Ser advogado inscrito na respectiva Seccional da OAB.
•Exercer efetivamente a profissão, há mais de 3 anos para os Na segunda quinzena do
Cargos de Conselheiro Seccional e nas Subseções; e, para os mês de novembro do
demais cargos exige-se 5 anos como de diretoria e último ano do mandato
presidência do Conselho Federal (Lei n. 13.875, de 20 de
Conselho
setembro de 2019)
Federal
• Estar em dia com as anuidades – adimplente Conselho
•Não exercer atividade incompatível e nem ocupar cargos Seccional
ou funções exoneráveis ad nutum.
•Não ter representação disciplinar em curso, já julgada
procedente por Órgão do Conselho Federal. Subseções
•Não ter sido condenado em definitivo por qualquer infração
disciplinar, salvo se reabilitado pela OAB.
•Não integrar listas, com processo em tramitação, para
Caixa de Assistência
provimento de cargos nos tribunais judiciais ou
administrativos. dos Advogados
PROCESSO DISCIPLINAR
PROCESSO DISCIPLINAR

O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante


representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada.

A representação será formulada ao Presidente do Conselho


Seccional ou ao Presidente da Subseção, ou ainda ao Presidente
do TED, por escrito ou verbalmente, devendo neste último caso
ser reduzido a termo.

O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só


tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a
autoridade judiciária competente.
PROCESSO DISCIPLINAR

O Poder de punir disciplinarmente os inscritos da OAB compete


exclusivamente ao Conselho Seccional, em cuja base tenha
ocorrido a infração.

Os prazos do processo disciplinar são de 15 dias contados em


dias úteis. Os atos, notificações e decisões divulgados por meio
de Diário eletrônico da Ordem dos Advogados do Brasil, o
prazo terá início no primeiro dia útil seguinte à publicação,
assim considerada o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário (Lei 13.688/2018).
AS COMPETÊNCIAS DO TED
Compete ao TED:
I) julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares;
II) responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar.
III) Instauração, instrução e julgamento de processos ético-disciplinares,
IV) suspender, preventivamente, o acusado em caso de conduta suscetível de
acarretar repercussão prejudicial à advocacia.
V) organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos
acerca da ética profissional do advogado.
VI) Atuar como órgão mediador ou conciliador na questões que envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) Partilha de honorários,
c) Controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.
EXAME XXIX

Os sócios de certa sociedade de advogados divergiram intensamente quanto à


solução de questões relativas a conduta disciplinar, relação com clientes e
honorários. Em razão disso, passaram a pesquisar quais as atribuições do Tribunal
de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional da OAB respectivo, que poderiam
ajudar a solver suas dificuldades.

Considerando o caso narrado, bem como os limites de competência do Tribunal


de Ética e Disciplina do Conselho Seccional, previstos no Código de Ética e
Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina responder a consultas realizadas em
tese por provocação dos advogados, atuando apenas diante de situações concretas.

b) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina atuar como um conciliador em pendências


concretas relativas à partilha de honorários entre advogados contratados
conjuntamente.

c) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina ministrar cursos destinados a solver


dúvidas usuais dos advogados no que se refere à conduta ética que deles é esperada.

d) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina coordenar as ações do Conselho Seccional


respectivo e dos demais Conselhos Seccionais, com o objetivo de reduzir a ocorrência
das infrações disciplinares mais frequentes.
Representação contra Processamento / competência para
julgamento
membros do Conselho Federal Conselho Federal /Segunda Câmara

Presidentes dos Conselhos Seccionais Conselho Federal / Segunda Câmara

Membros da Diretoria do Conselho Conselho Federal / Conselho Pleno


Federal,
Membros honorários vitalícios,
Detentores da Medalha Rui Barbosa

Dirigentes de Subseção Conselho Seccional


PROCESSO DISCIPLINAR – Recursos
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões
proferidas por
• Seu Presidente,
• Pelo TED,
• Pela Diretoria da Subseção,
• Pela Diretoria da Caixa. Os recursos têm efeito
SUSPENSIVO, exceto no caso de
Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões eleições, suspensão preventiva e
definitivas proferidas pelo cancelamento de inscrição
Conselho Seccional, quando: obtida com falsa prova.
• A decisão não tenha sido unânime, e;
• Sendo unânime, contrarie o EAOAB, decisão do
Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional, bem
como, o Regulamento Geral, o CED e os provimentos.
EXAME XXIX

O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas decisões, ambas unânimes e


definitivas, em dois processos distintos. Acerca da matéria que é objeto do
processo 1, há diversos julgados, em sentido diametralmente oposto, proferidos
pelo Conselho Seccional Y da OAB. Quanto ao processo 2, há apenas uma decisão
contrária, outrora proferida pelo Conselho Federal da OAB. De acordo com a
situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. Também cabe recurso da
decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a
decisão anterior do Conselho Federal.

b) Não cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com
fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, cabe
recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência
com a decisão anterior do Conselho Federal

c) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com fundamento
na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, não cabe recurso
decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a
decisão anterior do Conselho Federal.

d) Não cabem recursos das decisões proferidas no processo 1 e no processo 2, tendo em vista a
definitividade das decisões emanadas do Conselho Seccional.
PUBLICIDADE PROFISSIONAL NA ADVOCACIA
PUBLICIDADE PROFISSIONAL

• A publicidade é permitida desde que


tenha caráter meramente informativo
e observe a discrição, não podendo
configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão.

• Infrações que envolvam a publicidade


de advocacia realizada de forma ilegal
serão punidas com sanção de censura
(Art. 36, II, EAOAB).
É OBRIGATÓRIO
O advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de
advogados, o número ou os números de inscrição na OAB.

É FACULTATIVO:
Os títulos acadêmicos do advogado e as distinções
honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as
instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades
a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página
eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o Caiu no exame XXVIII
horário de atendimento e os idiomas em que o cliente
poderá ser atendido.
O QUE É PROIBIDO NA PUBLICIDADE DE ADVOGADOS

I. a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;


II. o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
III. as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço
público;
IV. a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou
a indicação de vínculos entre uns e outras;
V. o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou
artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem
assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou
em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI. VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas
assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.
O QUE É PROIBIDO NA PUBLICIDADE DE ADVOGADOS

VII. responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de
comunicação social;
VIII. debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro
advogado;
IX. abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição
que o congrega;
X. divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
XI. insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
XII. vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado,
XIII. bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.
SIGILO PROFISSIONAL
DO SIGILO PROFISSIONAL

Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão.

Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado


tenha tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem
dos Advogados do Brasil.

Inclusive quando no exercício das funções de mediador, conciliador e


árbitro, se submete às regras de sigilo profissional. CED, art. 36 §2º
DO SIGILO PROFISSIONAL

Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação


de reserva que lhe seja feita pelo cliente. Presumindo-se confidenciais as
comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente.

Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais


que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à
vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
EXAME XXVI

Rafaela, advogada, atua como árbitra em certa lide. Lena, também regularmente
inscrita como advogada perante a OAB, exerce atualmente a função de
Ambas, no exercício de suas atividades, tomaram conhecimento de fatos relativos
às partes envolvidas. Todavia, apenas foi solicitado a Rafaela que guardasse sigilo
sobre tais fatos.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.


Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de
Que tomou conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em caso
de defesa própria.

B) Apenas Lena, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomou
conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em caso de defesa
própria.

C) Ambas as advogadas, no exercício da profissão, submetem-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de
que tomaram conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como em
caso de defesa própria.

D) Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que
tomou conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem
justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra. Porém, não se admite a
relativização do dever de sigilo para exercício de defesa própria.
RELAÇÕES COM O CLIENTE
DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
O advogado não deve aceitar procuração CED, Art. 17. A revogação do mandato judicial
de quem já tenha patrono constituído, por vontade do cliente não o desobriga do

REVOGAÇÃO
sem prévio conhecimento deste, salvo pagamento das verbas honorárias
por motivo plenamente justificável ou contratadas, assim como não retira o direito
para adoção de medidas judiciais do advogado de receber o quanto lhe seja
urgentes e inadiáveis. CED, art. 14 devido em eventual verba honorária de
sucumbência, calculada proporcionalmente
em face do serviço efetivamente prestado.
Sobrevindo conflito de interesses entre
seus constituintes e não conseguindo o
advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, EOAB, art. 5º§ 3º O advogado que renunciar

RENÚNCIA
com prudência e discrição, por um dos ao mandato continuará, durante os dez dias
mandatos, renunciando aos demais, seguintes à notificação da renúncia, a
resguardado sempre o sigilo profissional. representar o mandante, salvo se for
CED, art. 20 substituído antes do término desse prazo.
EXAME XXVIII
Maria Lúcia é parte em um processo judicial que tramita em determinada Vara da
Infância e Juventude, sendo defendida, nos autos, pelo advogado Jeremias,
integrante da Sociedade de Advogados Y.

No curso da lide, ela recebe a informação de que a criança, cujos interesses são
debatidos no feito, encontra-se em proeminente situação de risco, por fato que
ocorrera há poucas horas. Ocorre que o advogado Jeremias não se encontra na
cidade naquela data. Por isso, Maria Lúcia procura o advogado Paulo, o qual, após
analisar a situação, conclui ser necessário postular, imediatamente, medida de
busca e apreensão do infante.

Considerando o caso hipotético, assinale a afirmativa correta.


a) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e postular a busca e apreensão,
independentemente de prévio conhecimento de Jeremias ou da Sociedade de
Advogados Y.

b) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e postular a busca e apreensão,


apenas após o prévio conhecimento de Jeremias, não sendo suficiente informar à
Sociedade de Advogados Y, sob pena de cometimento de infração ética.

c) Paulo poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e postular a busca e apreensão,


apenas após o prévio conhecimento de Jeremias ou da Sociedade de Advogados Y, sob
pena de cometimento de infração ética.

d) Paulo não poderá aceitar procuração de Maria Lúcia e postular a busca e apreensão,
mesmo que seja promovido o prévio conhecimento de Jeremias e da Sociedade de
Advogados Y, sem antes ocorrer a renúncia ou revogação do mandato, sob pena de
cometimento de infração ética.
Valeu Pessoal!!!
Não se esqueçam:

QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANÇA !!!

ACREDITE – É HORA DE VENCER!!!


HÁ UM SUPER HERÓI DENTRO DE VOCÊ

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