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Responsabilidade

Extracontratual PROFº. JOÃO


SANTOS
Objetiva

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Fatores do surgimento
◦ Revolução industrial;
◦ Progresso científico;
◦ Explosão demográfica.
1. Noções
Gerais Fases da evolução
◦ Facilitação na produção da prova (a valorização
das circunstâncias);
◦ A admissão da culpa presumida;
◦ A responsabilidade sem culpa;

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2. Teoria do Risco
A teoria do risco como fundamento da responsabilidade civil objetiva;
◦ Origem – França, séc. XIX

Risco – definição, conforme Cavalieri Filho:


◦ [...] é perigo, é probabilidade de dano, importando, isso, dizer que aquele
que exerce uma atividade perigosa deve-lhe assumir os riscos e reparar o
dano dela decorrente.
◦ [...] todo prejuízo deve ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o
causou, independentemente de ter ou não agido com culpa.

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2.1. Modalidades de Risco
a) Risco-proveito
◦ A responsabilidade é dada a quem tira proveito da atividade danosa;

b) Risco profissional
◦ O prejuízo é uma decorrência da atividade ou profissão exercida pela vítima.

c) Risco excepcional
◦ O fato é consequência de um evento excepcional, fora da atividade comum da
vítima;

d) Risco criado
◦ A responsabilidade cai sobre quem cria o risco, em qualquer atividade que
execute;

E) Risco integral
◦ A responsabilidade incide inclusive quando não houver nexo causal;

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3. Incidência da Responsabilidade Civil Objetiva
Acidente de trabalho
◦ CF, art. 7º, XXVIII - é garantia do empregado;
◦ Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Seguro Obrigatório – Lei 6.194/74 (risco integral)


◦ Súmula 246 – O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente
fixada (Segunda Seção, julgado em 28/03/2001, DJe 17/04/2001, p. 149).

◦ Seguro fundado na responsabilidade social, que cobre riscos decorrentes da circulação de


veículos;

◦ Súmula 257 – A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais


Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do
pagamento da indenização (Segunda Seção, julgado em 08/08/2001, DJ 29/08/2001, p. 100).

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3. Incidência da Responsabilidade Civil
Objetiva
Responsabilidade civil do Estado – CF, art. 37, § 6º;
Exploração de lavra – Código de Minas – Dec. Lei 227/67, art. 47;
Meio Ambiente – Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente),
art. 14, § 1º; (risco integral)
Danos nucleares – CF, art. 21, XXIII, c;
Consumidor – CDC, arts. 12, 14, 18, 19 e 20;

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4. Responsabilidade Civil Objetiva no
CC/2002
1. Noções
Abuso de direito como ato ilícito – Art. 927, caput c/c o art. 187 do CC;
Desempenho de atividade de risco – Art. 927, parágrafo único do CC;
◦ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
◦ Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.
◦ Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

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5. Casuística (abuso de direito – responsabilidade objetiva)
RECURSO INOMINADO. MUNICÍPIO DE SANTA MARIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. INSCRIÇÃO EM
CADASTROS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. ABUSO DE DIREITO. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL CONFIGURADO. Tratando-se de responsabilidade civil de
pessoa jurídica de direito público, aplica-se a teoria da responsabilidade civil objetiva, nos
termos do disposto no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, As pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa. Verificado ato comissivo da administração por meio de
seus agentes, basta, nestas hipóteses, a análise acerca da conduta praticada, do dano causado
e do nexo de causalidade entre ambos. No caso dos autos, é incontroverso que a parte autora
teve seu nome indevidamente inscrito em cadastros de restrição ao crédito, nada obstante
não fosse corresponsável pelo pagamento do tributo cobrado. Dano moral - Avalia-se que, em
se tratando de ato administrativo cujas consequências repercutem diretamente na honra
objetiva e subjetiva da parte autora, que teve contra si efetuado registro desabonador de
conduta, entendo que se cuida de... abalo moral objetivamente inconteste, ou seja, o dano
moral in re ipsa. Quantum indenizatório - O montante fixado em sentença (R$ 4.000,00)
mostra-se apto a compensar o abalo sofrido e desestimular práticas ilícitas no âmbito da
administração municipal, sem importar em enriquecimento sem causa. RECURSO INOMINADO
DESPROVIDO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº 71007693583, Segunda Turma Recursal da Fazenda
Pública, Turmas Recursais, Relator: Mauro Caum Gonçalves, Julgado em 25/07/2018).

(TJ-RS - Recurso Cível: 71007693583 RS, Relator: Mauro Caum Gonçalves, Data de Julgamento:
25/07/2018, Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação: Diário da Justiça
do dia 30/07/2018)
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5. Casuística (risco criado)
ACIDENTE DE TRABALHO. ATIVIDADE DE RISCO
EXERCIDA PELO OBREIRO. MOTORISTA DE CARRETA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. APLICAÇÃO DO ART.
927 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. TEORIA DO RISCO
CRIADO. A responsabilidade por acidente de
trabalho prescinde de culpa nos casos em que a
atividade exercida pelo obreiro implicar riscos à
sua integridade física e moral. A responsabilidade pela
atividade é do empregador, pois trata-se, no caso, da
"teoria do risco criado", segundo a qual a integridade do
trabalhador e a garantia de um meio ambiente do trabalho
salutar é cláusula inerente ao contrato de trabalho. Assim,
provado o nexo causal, o dano e sendo a responsabilidade
objetiva, remanesce a obrigação de reparação dos danos
morais sofridos pelo obreiro a cargo da empregadora.
Sentença reformada neste item.

(TRT-7 - RO: 00012160920155070015, Relator:


FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, Data de
Julgamento: 04/02/2019, Data de Publicação: 19/02/2019)

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5. Casuística (risco profissional)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DANO MORAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
VIGILANTE. TEORIA DO RISCO PROFISSIONAL. Demonstrada possível violação ao
art. 927, parágrafo único, do CC, deve ser provido o agravo de instrumento.
Agravo de instrumento de que se conhece e a que se dá provimento. RECURSO DE
REVISTA. DANO MORAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. VIGILANTE. TEORIA DO
RISCO PROFISSIONAL. Esta Corte Superior tem se posicionado no sentido de que
no caso de empregado vigilante, que exerce atividade de risco e foi vítima de
violência - disparos por criminosos contra o local de trabalho-, incide a teoria da
responsabilidade objetiva, em que a responsabilização do empregador prescinde
da comprovação de dolo ou culpa no evento danoso (art. 927, parágrafo único, do
CC). Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.

(TST - RR: 10008530520155020254, Data de Julgamento: 03/10/2018, Data de


Publicação: DEJT 05/10/2018)

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