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Resumo do Rudson.

A obrigação surge do descumprimento da obrigação original.

- A responsabilidade pode ser: administrativa, civil e penal.

- Ubi Societas Ibi Jus: Homens juntos precisam de normas jurídicas.

↪ Lei: Regular o comportamento da sociedade.

↪ CONSTITUIÇÃO, emenda à CF, leis complementares, lei ordinária, etc.

↪ Código Civil é uma lei ordinária (1916 e 2002).

1) O ordenamento jurídico, San Thiago, serve para:

A) proteger o lícito.

B) reprimir o ilícito.

- Todos devem agir de acordo com a lei (obrigação legal) e de acordo com aquilo que se
obrigou (obrigação contratual).

2) Obrigação Legal - ato ilícito

Art.186: Aquele que por ação ou omissão, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

A) ultrapassou sinal vermelho ou passou no pare sem olhar;

B) arremessou uma pedra no vidro de alguém.

Art.927: Quem causar dano por ato ilícito é obrigado de repará-lo.

2.1) Obrigação Contratual:

A) contratante se obriga ao pagamento.

B) contratado se obriga a prestar o serviço.

C) Declarações unilaterais de vontade (ex.: recompensa).

* Diferenças entre a responsabilidade contratual e a extracontratual:

a) contratual: a existência de anterior relação jurídica entre as partes

b) reponsabilidade extracontratual: é inexistente esta particularidade no caso.

Ex: passageiro da Cometa machuca-se em acidente ocorrido. O motorista da Cometa estava


dentro das normas e foi surpreendido por um motorista embriagado, ao qual, para desviar
do condutor embriagado, colide com carro estacionado regularmente.
Conclusão: a responsabilidade da Cometa com o passageiro ferido será CONTRATUAL,
enquanto com o dono do carro estacionado será EXTRACONTRATUAL

Preceitos do Direito, segundo Ulpiano:

A) Viver honestamente;
B) Não ofender ninguém;
C) Dar a cada um o que lhe pertence.

3) Revolução Histórica da Responsabilidade:

A) Vingança Privada: não havia preocupação com a culpa, desproporcional e dano com reação
imediata (bruta e instintiva).

B) Vingança, mas sob domínio público: mantém a preocupação com a vingança e não com a
reparação do dano. (Pena de Talião e Código de Hamurabi).

* Depois de algum tempo há a percepção da conveniência de reparar o dano. Esse processo


seria realizado pelo Estado. Começa a separação entre civil e penal.

C) Lei de Aquiliana: recebimento de dinheiro para reparar o dano e verificação da culpa.


(responsabilidade objetiva extracontratual)

D) Código de Napoleão (1804):

A) Responsabilidade civil totalmente separada da penal.


B) Reforça-se a necessidade da culpa.
C) Prevê-se culpa contratual

4) Código Civil Brasileiro (1916):

Responsabilidade subjetiva (não responsabiliza imediatamente o causador do dano ao


terceiro, sendo levado em conta as circunstâncias do evento danoso).

A) Presunção da culpa.

B) Preocupação em reparar o dano.

C) Fundamento da resp. migra de culpa para dano.

5) Código Civil de 2002:

A) Responsabilidade subjetiva.

B) Responsabilidade objetiva (sempre que a atividade envolver risco). Ex: paraquedas


6) Elementar senso de Justiça. Preceitos do Direito, segundo Ulpiano:

a) Viver honestamente;
b) Não ofender ninguém;
c) Dar a cada um o que lhe pertence.

7) Responsabilidade subjetiva e Responsabilidade objetiva:

A) Resp. subjetiva: dano recuperado se houver prova da culpa.

Ex: Provar que fui vítima através de testemunha, câmera e etc

B) Resp. objetiva: obrigado a reparar com indenização mesmo não tendo culpa

Ex: Comprei suco e passei mal. Poderei processar o Savegnago de forma objetiva.

O Savegnago por sua vez, processará o fornecedor do suco de forma subjetiva.

8) Ato ilícito e lícito:

A) Atos Ilícitos: é obrigado a reparar o dano

Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Abuso de Direito -> Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.

Ex: É permitido possuir animal de estimação, porém se possuo 30, estou abusando de
direito.

B) Atos lícitos: em situações específicas é obrigado a reparar o dano

Art.188:

I - Legítima defesa e exercício regular de um direito reconhecido;

II - Remover o próximo de perigo iminente.

Art.929: se o dono da coisa não for culpado do dano, terá direito a indenização. Se o perigo
ocorreu contra o terceiro, o autor do dano tem direito a regresso.

9) Elementos da Responsabilidade Civil:

A) Conduta (ação e omissão); C) Dano;

B) Culpa (elemento acidental); D) Nexo de Causalidade.


9.1) Conduta:

- Ação: fato de agir, fazer.

Ex: Colidir ao ultrapassar pela contramão, quebrar vidro lançando uma pedra.

- Omissão: é o oposto da ação, ou seja, deixar de agir.

Ex: Enfermeira deixa de dar remédio para paciente, levando a óbito.

- Omissão relevante: quem colocou em risco o bem jurídico. Apenas a omissão relevante
(quando o agente tem o dever de agir) pode gerar a obrigação de reparar o dano.

Ex: nadador que convence o amigo, que não sabe nadar, a atravessar certo canal, enquanto
o acompanha no barco. Porém, vendo-o afogar, não busca salvá-lo.

- Imposição da lei: bombeiro, policial, pai com a pensão alimentícia.

- Assumiu condição de garante (contrato): babá não cuida da criança que se envolve em grave
acidente.

9.2) Culpa: é um elemento acidental.

Pode ser de Responsabilidade subjetiva ou contratual/extracontratual (aquiliana)

- Culpa pode ser de maneira:

a) Art. 18, I: culposo: Quando o agente causa o resultado por imprudência, negligência
e imperícia.

b) Art. 18, II: doloso: Quando há a intenção e o agente quer fazer aquilo.

Modalidades da culpa:

- Imprudência: agir precipitadamente, sem pensar direito

Ex: Avançar o sinal ou exceder o excesso de velocidade.

- Negligência: inobservância de um dever de atenção

Ex: Utilizar o carro com problema nos freios.

- Imperícia: falta de habilidade ou aptidão

Ex: Erro médico em cirurgia ou erro no cálculo de um engenheiro.

Art. 944 - Princípio da reparação integral: a indenização é proporcional a extensão do dano,


independentemente se for dolosa ou culposa.

Art. 944, parágrafo único: havendo grande desproporção entre a indenização e o dano, o juiz
poderá reduzir equitativamente a indenização.

- Culpa concorrente: quando o autor do dano e a vítima estavam errados. Nesse caso, o juiz
analisará o caso e comparará a gravidade da culpa de ambos para determinar quem
indenizará.
9.3) Dano: É um elemento necessário para a responsabilidade civil. Se não há dano, não
haverá responsabilidade civil

O dano é uma lesão ao bem jurídico. Pode ser dividido em:

A) Dano Material (patrimonial):

Também conhecido como “Perdas e danos”, haverá a obrigatoriedade do autor indenizar a


vítima em:

- Dano emergente: Redução do patrimônio e efetivo prejuízo. Necessário reparar para retornar
ao valor patrimonial de antes.

- Lucro cessante: Necessário indenizar com o lucro que a vítima deixou de receber no mês.

Ex: taxista deixa de ganhar seu $ devido ao carro parado na oficina. Juiz pegará a média do
taxista e cobrará o pagamento pelo autor do acidente.

B) Dano Moral (extrapatrimonial): aquele que por omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito (Art. 186).

- Violar a dignidade, imagem, honra e os sentimentos de outra pessoa.

- Não há ressarcimento, mas sim compensação.

- Destinado a situações graves.

C) Dano Moral a Pessoa Jurídica: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Ex: Dano ao nome e imagem, propaganda negativa, informações falsas sobre a saúde
financeira.

* A obrigação de reparar o dano pode ser estendida aos sucessores, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

9.4) Nexo de Causalidade: Vínculo entre a conduta e o dano.

O nexo de causalidade é indispensável.

- Causalidade Múltipla: Várias condições concorrendo para um mesmo evento danoso.

Ex: Eduardo atropela João e lhe causa ferimentos, socorrido, João vem a falecer devido a um
incêndio no hospital.

- Teoria da Equivalência dos Antecedentes: Tudo que concorre é causa.

- Teoria da Causalidade Adequada: Somente a causa mais determinada.

- Teoria da Causalidade Direta ou Imediata: Art. 403, CC: Só terá importância a causa mais
direta ao dano.
- Consausa superveniente: Rompe o nexo e afasta a reparação.

A) rompe o nexo: Acidente com a ambulância que socorria o João.

B) não rompe o nexo: João por falta de socorro, sangra até morrer.

- Concausas preexistentes: Não elimina a relação causal (nexo)

A especial condição Hemofílico de João, fará Eduardo responder.

10) Excludente de responsabilidade:

A) Culpa exclusiva da vítima E) Legítima defesa

B) Caso Fortuito e Força maior F) Estrito cumprimento do dever legal e


exercício regular de direito
C) Fato de terceiro
G) Cláusula de não indenizar
D) Estado de necessidade

A) Culpa exclusiva da vítima:

Se a vítima não tivesse feito tal conduta, o fato não ocorreria.

- Não há nexo causal:

a) sujeito que se joga sobre as rodas do carro;

b) embriagado que atravessa avenida movimentada.

* Não confundir com culpa concorrente

B) Caso Fortuito e Força maior: EXCLUI responsabilidade

Acontecimento que escapa do controle à vontade do devedor com a obrigação por:

a) catástrofe natural: enchentes, tempestades, pandemias e etc

b) ligadas aos seres humanos: guerras, greves, roubos e etc.

Art 393: O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior,
se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único: O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujo efeito
não era possível evitar ou impedir.

Ex: Deixei de transferir $ ao dono do carro na data combinada devido à greve do banco, por
isso, não terei sanções como multa/juros.

IMPORTANTE: Caso Fortuito interno: NÃO exclui responsabilidade

Quando for fato interno à atividade do devedor, exemplos:

a) estouro de pneu do ônibus


b) mal súbito do motorista e etc

C) Fato de terceiro

O autor da conduta foi de terceiro

Ex: Pessoa bate em seu carro estacionado regularmente, arremessando seu veículo ao carro
estacionado à frente.

D) Estado de necessidade

Art. 188, II: A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.

Ex: Caio põe fogo em sua própria casa. Tício seu vizinho, com medo do fogo, derruba o muro
de Caio para o fogo não chegar até sua casa.

E) Legítima defesa: EXCLUI responsabilidade

Art. 188, I: Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito


reconhecido;

Art. 25: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem

IMPORTANTE: ERRO NA LEGÍTIMA DEFESA: NÃO exclui responsabilidade

Ex: Caio para defender-se de Tício, acerta o tiro em Mévio e/ou na casa do vizinho

F) Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito

Art. 188: Nos exemplos:

a) policial arromba porta para cumprimento de dever legal;

b) protesto regular de título de crédito.

G) Cláusula de não indenizar: Proibido no CDC (Art. 25)

Cláusula em contrato que informa “se houver dano não indenizarei”

- Só cabe na responsabilidade contratual

- Só se admite entre partes iguais. Ex: condôminos

Matéria de TGP
1) Existem 2 grandes funções do Direito:

1ª função: direção de condutas

• Normas de Direito Material (D civil, penal, trabalho, eleitoral, comercial)

2ª função: tratamento dos conflitos

• Normas de Direito Processual (disciplinam as soluções dos conflitos que se dá por meio do
processo, onde temos: Processo Civil, penal, tributário, eleitoral, trabalhista...)

O conjunto de regras que disciplina o processo forma o direito processual, por sua vez o
direito processual está vinculado ao direito material.

2) Existem 3 formas de solução do conflito

a) Autotutela -> Fazer justiça com as próprias mãos;

b) Autocomposição -> As partes chegam a um acordo (sozinhas ou por conciliador/mediador);

c) Heterocomposição -> Solucionam o conflito por meio do árbitro ou do Estado pelo juiz.

a) Autotutela: é a busca por justiça com as próprias mãos. No Direito Penal é chamado
“Exercício das próprias razões”. Se no passado era livre, hoje é considerado crime, art 345 CP

Será então, a submissão do mais fraco para o mais forte, o uso da força, ausência de um
julgador e um resultado quase nunca justo. Hoje temos o Estado para solucionar a lide por
meio do juiz.

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
quando a lei o permitir:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à
violência.

OBS: O Estado, em razões excepcionais, permite o indivíduo praticar a Autotutela quando for:

1) Legítima defesa;

2) Desforço imediato na posse;

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.

§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua


própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem
ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

3) Direito de retenção.

Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no


caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido
feitas com expresso consentimento do locador.

b) Autocomposição: as próprias partes chegam a um consenso sozinhas ou por meio de


terceiros, auxiliados por conciliador ou mediador. Aqui não irão impor e sim
colaborar/estimular

Meio de solução de conflito em que “uma ou ambas as partes aceitam


voluntariamente abrir mão, total ou parcialmente, do interesse próprio em benefício
do interesse alheio” (Paula Sarno Braga).

1) Estimulada pela legislação;

Art. 3º. (...)

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.

§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos


deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

2) Conciliação e Mediação;

3) Direitos disponíveis. (nos direitos indisponíveis em regra geral não há Autocomposição,


sendo permitido apenas no Direito Penal, ao qual, é indisponível pois lida com um bem: a
liberdade)

O Direito Penal permitirá a Autocomposição apenas em 2 situações:

• Particularidades no direito penal: L9.099 (Crime de pequeno potencial


ofensivo);
• Acordo de Não Persecução Penal (pacote anticrime -> não ajuizar
ação penal contra quem cometeu crimes sem violência ou grave ameaça)

Obs: a Autocomposição se dará de 3 formas:

• Renúncia (desistência de cobrar o $ devido);

• Submissão (reconhecimento do culpado pelo direito que a outra parte tem de receber);

• Transação (ambas as partes chegam a um acordo por um valor menor para finalizar a lide).

c) Heterocomposição: uma terceira pessoa, que não compõe a lide, dará a solução do caso.
(Aqui haverá a imposição da solução).

Teremos em 2 situações: por meio da jurisdição e da arbitragem

• Definição de arbitragem (Lei 9.307/96): responsável por solucionar o caso, comum em


negócios que envolvam muito dinheiro ou negócios internacionais.

Ex: Uma usina compra turbinas e assina um contrato com a fabricante para que em caso de
problemas, seja solucionado por meio da arbitragem, evitando que chegue a um juiz sem
conhecimento técnico no assunto e que possa levar mais tempo para ser resolvido.

Vantagens da arbitragem:

• Só cabe em direitos disponíveis;

• Livre escolha do árbitro com conhecimento no assunto;

• Maior celeridade (rápido);

• Atos sigilosos;

• Especialidade do Árbitro;

• Título executivo (a decisão do árbitro faz as partes serem obrigadas a cumprir);

• Execução judicial.

• Definição de jurisdição: quando há lide, sem chegar a uma solução por meio da
Autocomposição e sem o interesse de levar ao Tribunal Arbitral, levará o caso ao juiz que dirá
qual é o direito. (O Estado solucionando o conflito e pacificando o desentendimento).

“Atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os


conflitos”. (Ada, Cândido e Antônio Carlos)

3) Exemplo de caso do Direito Processual

Ocorre um acidente de trânsito, onde 1 veículo avançou o sinal de pare, sem a devida atenção
se havia outro veículo próximo. Apenas 2 crianças, menores de 13 anos presenciaram o
acidente para testemunharem.
a) Competência: o dono do veículo culpado mora em Ribeirão. Já o outro envolvido, mora em
Campinas. Cujo o acidente ocorreu em Araraquara.

Qual foro (local) o advogado deve propor a ação? -> Será em Araraquara, conforme lei abaixo:

Art. 53. É competente o foro:

(...)

IV - do lugar do ato ou fato para a ação:

a) de reparação de dano;

b) Prova: presenciaram o acidente apenas os gêmeos Caio e Tício, que têm 13 anos de idade

Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.

§ 1º São incapazes:

III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;

§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,


impedidas ou suspeitas.

§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de


compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.

Definição de independentemente de compromisso: a testemunha tem o


compromisso de falar a verdade e não omitir. Se o fizer, será processada por crime de
falso testemunho, cujo pena mínima é 2 anos. Como no exemplo, são 2 menores de
idade, o juiz poderá atribuir as alegações como verdadeiras, caso seja-lhe conveniente.

c) Legitimidade: por conta do seu trabalho e falta de tempo, o dono do veículo pretende que
sua mãe ingresse com a ação.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento jurídico.

Síntese do caso: o foro será em Araraquara, visto que o acidente ocorrera no município. Os
irmãos, menores de idade, poderão servir como testemunhas, podendo o juiz atribuir como
verdadeiras suas alegações. Já a mãe do autor da ação, não poderá ingressar em nome do
filho, apenas o titular de direito (o filho).

Organograma do caso analisado:


*Definição de Direito Processual: é o conjunto de regras que disciplinam a forma de dar
solução aos conflitos. Tem por objetivo disciplinar o exercício da jurisdição.

4) Evolução do Direito Processual:

a) Fase sincretista: Direito processual confunde-se com o material.

b) Fase autonomista: Direito processual é objeto de ciência autônoma. (Oskar von Bulow,
1868)

c) Fase instrumentalista: Ciência autônoma, porém com relação de instrumentalidade com o


direito material.

5) O processo como instrumento:

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado
para integrar a relação processual.

Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do


executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de
improcedência liminar do pedido.

Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:

(...)

VI - A assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o


subscreve por ordem do juiz.
OBS: O Direito processual é considerado uma norma de direito público, pois há uma
supremacia do interesse público na solução do conflito.

Boa parte das regras do Direito Processual, são Normas cogentes, porém há normas
dispositivas.

• Existência de Normas Cogentes: o particular não pode abrir mão, e transigir. Será imposta
pelo Estado.

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado
para integrar a relação processual;

Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado


(...);

Art. 319. A petição inicial indicará: (...) III - o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido;

Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) II – os fundamentos, em que o juiz
analisará as questões de fato e de direito;

▪ Enunciado do Fórum Permanente de Processualistas Civis: não é admissível acordo


para supressão da 1ª instância.

• Existência de Normas Dispositivas: o particular pode abrir mão, negociar e transigir. Foram
incrementadas estas normas no novo CPC

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,


elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

Ex do art 63: Poderão as partes do acidente, o morador de Ribeirão e o de Campinas, elegerem


outro município para darem sequência em uma eventual futura ação de modo a evitar que a
audiência seja em Araraquara, escolhendo um município próximo das 2 cidades. Para isso,
ambos deverão assinar um documento convencionando a mudança da Competência
Territorial.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam Autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.
6) Fontes do Direito Processual: local onde buscaremos a regra para disciplinar o Direito
Processual. Este processo de buscar é chamado de fonte.

Ex: qual o prazo para contestar? O Juiz sendo parente do réu pode julgar? E etc...

“Canais pelos quais as normas vêm ao mundo jurídico...”

“Formas de expressão do direito positivo”

(Cândido Rangel Dinamarco e Bruno V. C. Lopes)

São fontes do Direito Processual

Constituição Federal Constituições estaduais

Tratados Internacionais Leis estaduais

Lei Complementar Regimento interno dos tribunais

Lei ordinária Negócios jurídicos processuais

Medida provisória (exceto para Processual Precedentes, jurisprudências e súmulas


civil e penal)

OBS: A Constituição Federal é fonte do Direito Processual, onde encontraremos:

• Tutela garantias fundamentais do jurisdicionado: Devido processo legal, acesso à Justiça,


contraditório, motivação e etc
• Organizam a estrutura judiciária nacional: Competência dos tribunais superiores

• Garantias aos membros da magistratura

• Fixa regras para a legislação infraconstitucional

Art. 5ª, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Art. 5ª, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Art. 5ª, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;

Art. 95, Os juízes gozam das seguintes garantias: I – vitaliciedade

(...); II – inamovibilidade (...); III - irredutibilidade de subsídio ...

Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: (...) d) propor a criação de novas varas
judiciárias;

7) Constituição Federal e atribuição de competência legislativa:

Art 22, I: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Aqui vemos que compete apenas à União legislar sobre o ramo Processual, afastando
qualquer possibilidade do Estado ou Município legislarem sobre.

• Quem legisla para todos os Estados? -> União (por meio do Congresso Nacional)

• Quem legisla para o Estado? -> Assembleia Legislativa do Estado

• Quem legisla para o Município? -> Câmara de vereadores

8) São fontes do Direito Processual que podem conter regras de Direito Processual:

a) Tratados internacionais;

b) Lei complementar (maioria absoluta)

LCP 35/79, Loman

LCP 75/93, Lei Complementar do MPF

c) Lei Ordinária (maioria simples):

CPC – Lei 13.105/15


CPP – Dec. Lei 3.689/41

CLT – Dec. Lei 5.452/43

CPPM – Dec. Lei 1.002/69

Lei 9099/95

Leis extravagantes: LACP, Lei do Mandado de Segurança; Lei da Ação Popular, CDC, etc

d) Medida provisória:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

§ 1ª É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

Portanto é vedado ao Presidente baixar medida provisória com regras de medida Processual
Penal e Civil, ou seja, Medida Provisória não é fonte.

e) Constituições estaduais: Criam tribunais do Estado e regulam suas competências.

Ex: O Estado de SP cria TJSP, além de regular as competências do Tribunal do Estado.

f) Leis estaduais: Instituem normas de organização judiciária, criam e distribuem órgãos do TJ


local, classificam comarcas e etc.

Ex: Criar uma Vara a mais em Araraquara para aumentar o número de juízes ou
aumentar o número de Oficiais de Justiça em Américo Brasiliense.

g) Regimento interno dos Tribunais: Competência normativa sobre sua própria organização e
funcionamento.

Ex: Disciplinando como o processo vai tramitar quando chegar ao Tribunal, como se
dará a distribuição no Tribunal e etc.

h) Negócios Jurídicos Processuais: O Estado tem o dever de incentivar às partes à


Autocomposição, sempre quando for oportuno e possível.

Confere às partes o direito de interceder no procedimento, nas hipóteses em que a matéria


discutida admitir Autocomposição. Essa interferência é relevante para adequar o
procedimento à sua conveniência, seja antes ou após o ajuizamento da ação.

O Negócio Jurídico Processual celebrado em momento anterior ao processo aproxima-se da


arbitragem, de forma que a convenção pode ser celebrada através de cláusula contratual ou
de instrumento em separado, avençado simultaneamente ou após o contrato principal.

De outro lado, o Negócio Jurídico Processual firmado durante o curso do processo, pode ser
feito através de um simples acordo extrajudicial protocolizado, ou mesmo de forma oral no
momento da audiência inicial ou de instrução e julgamento, já que independe de homologação
judicial.

▪ As convenções processuais, portanto, caracterizam instrumento de gestão do


processo e disposição de direito processual ou procedimental, antes ou após o
surgimento do litígio (Diogo Assumpção Rezende Almeida)

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,


elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

Ex: No momento em que o juiz de Limeira analisar o caso do acidente de carro,


do morador de Ribeirão e de Campinas, tomará ciência que ambos assinaram
documento elegendo o Foro de Limeira para ingressar com a ação. Portanto, o
juiz buscou no Negócio Jurídico Processual que dizia que aquela ação podia ser
proposta em Limeira.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam Autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.

i) Precedentes, jurisprudência e súmulas: ou seja, as decisões tomadas anteriormente


também são fontes para uma melhor decisão do juiz (chamado de precedentes)

▪ Civil law (é o nosso sistema jurídico. A principal fonte do Direito é a lei escrita) X Common law
(se baseiam pelos costumes e precedentes)

▪ Família romano-germânica X família anglo-americana

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

(...)

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do


Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.


9) Direito Processual no Espaço

Art. 13, CPC. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as
disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o
Brasil seja parte.

Art. 16, CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território
nacional, conforme as disposições deste Código

Art. 1ª, CPP. O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:

Obs: A lei processual estrangeira não se aplica no Brasil, embora o direito material estrangeiro
seja permitido.

Ex: (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) Art. 10. A sucessão por morte ou por
ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer
que seja a natureza e a situação dos bens.

Ex: Se o sujeito falecido morava na Suíça e tinha 3 filhos e bens no Brasil, terá o
Processo de inventário aberto no Brasil atendendo as regras do Direito Processual
brasileiro, pois inventário é um Processo.

Agora, o Direito Material (quanto ficará para cada filho, quem terá prioridade para
herdar? Será a 1ª mulher ou o 1ª filho, o pai e sobrinhos podem receber, etc..) podem
ser a lei da Suíça.

§ 1ª A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei no 9.047, de 1995)

§ 2ª A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Importante: a Lei processual nova não se aplica a processos encerrados (chamado de Decisão
transitada em julgado). Contudo, os processos recentes será regulado pela nova lei processual
vigente, assim como em processos antigos, ainda pendentes. (art 1.046)

Linha do tempo de um processo:


1ª Passo: Petição inicial -> informar ao juiz todos os fatos ocorridos e quem é o réu;

OBS: quando tratamos do juízo local da cidade, estamos falando da Comarca de Araraquara
que contará de várias Varas, como da família, criminal cível e etc. 1 única Vara Cível não dá
conta, por isso temos a 1ª, 2ª, 3ª e etc Vara Cível.

2ª Passo: Despacho para citação do réu -> o juiz determinará que a outra parte seja notificada,
onde o Oficial de Justiça irá até a ré, Ivete Sangalo, como citada para se defender;

OBS: como a Ivete mora em outro Estado, será expedido uma carta precatória (forma como os
juízes se comunicam) para que um juiz de Salvador determine ao Oficial de Justiça local, que
comunique a Ivete.

3ª Passo: Contestação -> a Ivete informará sua versão ao juiz, contestando os fatos do autor;

OBS: se o réu trouxer argumentos que impeçam o juiz avançar ao mérito da causa, será aberto
a possibilidade da réplica ou impugnação (o processo volta ao autor para que o mesmo dê sua
versão).

OBS: em meio a atos ocorridos, o juiz poderá dar início à fase Ordinatória ou Saneamento
(dará uma geral no processo para ver se está tudo “ok” e dar continuidade).

4ª Passo: Fase instrutória ou probatória -> produção de provas, determinada por perícia,
inspeção, suspeita de falsificação de documentos com necessidade de exame
documentoscópio para verificar sua veracidade e uma série de outras provas nesta fase;

OBS: a etapa com maior volume de produção probatória é feita em uma Audiência de
Instrução de Julgamento. Aqui serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.

OBS 2: entre a petição inicial e a contestação, existe uma audiência de conciliação.

OBS 3: todos os atos envolvidos com a produção da prova, dizemos que são atos de uma fase
probatória ou instrutória.

5ª Passo: Sentença -> poderá, a parte insatisfeita da decisão, recorrer levando para a 2ª
instância (TJ-SP) para reavaliar o caso por um colegiado. (Serão 3 desembargadores)
OBS: no TJ a decisão do tribunal não é chamada de sentença e sim de acórdão.

Direito Processual no tempo - > Processos pendentes: quando houver mudança na lei no meio
de um processo pendente, a Doutrina apresentará 3 sistemas para solução:

a) Sistema da Unidade Processual: apesar de constituir uma série de atos, o processo contém
uma unidade, logo, aplica-se a lei antiga para não haver retroação quanto aos atos já
praticados.

Resumo: se a lei nova aparecer no curso do processo, ela não será aplicada neste processo.

b) Sistema da Fase Processual: promove a separação dos atos processuais de acordo com a
fase. E a lei nova poderia ser aplicada às fases ainda não iniciadas (postulatória, ordinatória,
instrutória, decisória, recursal).

Resumo: se a lei nova aparecer no meio de uma fase (instrutória), ela não será aplicada à fase
atual, apenas na que vier a começar.

c) Sistema do Isolamento dos Atos Processuais: “a lei nova não atinge os atos processuais já
praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos atos processuais a praticar, sem limitações
relativas às chamadas fases processuais” (Ada Pellegrini)

Resumo: se a petição inicial era gerida por lei antiga, a lei nova não fará com que eu refaça a
petição inicial. Terei apenas que adaptar-me com as mudanças para as próximas fases deste
processo.

Obs: Além da doutrina, há leis que dão apoio legal:

Art. 2ª A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior. (CPP)

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. (CPC)

Princípios do Direito Processual:

• Verdades fundantes, nortes

• Princípios constitucionais e a tutela constitucional do processo: há um cuidado do Estado


com o processo, que muitas normas e seus princípios que disciplinam o processo, foram
inseridos na Constituição. Então, os principais princípios do Direito Processual são
encontrados na Constituição.

• Princípios infraconstitucionais: abaixo da Constituição, como Lei Complementar, Ordinária e


etc.

Devido Processo Legal. (Due process of law): É a exigência de que o processo tramite de
acordo com as regras legais, de maneira devida, sendo inadmissível a existência de um
processo indevido.
Ex: Se o seu processo tramitar com ofensa às regras que deveriam discipliná-lo, seu processo
foi indevido. Então, se no processo é exigido que haja o Contraditório, mas o mesmo tramitou
sem o contraditório, deixará de ser um Devido Processo Legal, pois houve uma ofensa ao
princípio do Contraditório.

a) Será um princípio base, mãe, sobre o qual todos os outros se sustentam (Nelson Nery Jr.);

b) Também se aplicam em processo legislativo, judicial e administrativo;

c) Sua origem se deu na Carta Magna de 1.215 de João Sem Terra.

d) É o limite ao poder estatal. Leis e decisões judiciais e administrativas só devem ser


produzidas a partir de um processo DEVIDO que obedeça todas às regras daquele processo.
(Se faz necessário conferir as fontes para saber se houve processo indevido)

Devido Processo Legal Processual

• Necessidade de seguir-se um percurso pautado nas formalidades legais (Paula Sarno)

• Direito a ser processado e a processar alguém de acordo com normas previamente


estabelecidas para tanto (Didier)

• CF, art. 5º., LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;

OBS: Por se tratar de um princípio mãe, engloba vários outros princípios, como:

a) Contraditório e ampla defesa;


b) Juiz natural;
c) Igualdade;
d) Paridade de armas;
e) Publicidade;
f) Dever de motivar;
g) Proibição da prova ilícita;
h) Presunção de não culpabilidade (processo penal).
OBS: No Processo Penal se o réu não se defende ou não tem condições financeiras para pagar
um advogado, o juiz nomeará um advogado a ele através da Defensoria Pública do Estado.
Agora, na Justiça Federal, como não há Defensoria Pública da União em Araraquara, designa-se
um advogado que terá o direito de receber a intimação pessoal do processo (recebe em
mãos), diferente da intimação pelo Diário Oficial. Então, se não houver a intimação pessoal ao
advogado, o processo será nulo por ofensa ao Devido Processo Legal.
OBS: O Devido Processo Legal é um direito fundamental, pois todos têm o direito de serem
julgados sem haver ofensa às regras de um processo. Nem sempre esta ofensa será do Estado
x Particular, teremos casos de Particular x Particular. (A Doutrina chama este caso de Eficácia
Horizontal do Direito).

Contraditório e Ampla Defesa:


LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Decompõe-se em duas garantias:
a) Participação: ser ouvido pelo juiz por contestação, interrogatório ou depoimento pessoal ->
audiência; comunicação; ciência de cada ato do processo)
b) Possibilidade de influência na decisão: aquilo que reportamos ao juiz por meio de
testemunhas ou depoimento. O juiz deverá apreciar sua prova, mesmo não concordando com
sua versão.

Obs -> Caso de atenção:


Art. 332: Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
(...)
Síntese: Caso, o autor, contrarie uma súmula do STF ou STJ, o juiz julgará o caso,
independentemente da citação do réu, pois o pedido recairá contra o autor, não havendo a
necessidade de levar o réu para dentro do processo.
Foi preservado o contraditório no caso?
Apesar do art 9ª expressar a importância do contraditório, não se fará necessário se o autor
estiver errado em seu pedido. O juiz não ouvirá o réu, pois bastou ouvir as alegações do autor,
único ouvido na ação.
Art. 9ª Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Exemplo didático de caso:
CAIO, recém-nascido e portador de doença rara, não é admitido como participante do plano
de saúde de seu pai, TÍCIO.
CAIO, então, ingressa com ação pedindo ao Juiz que, antes mesmo de ouvir o plano de saúde,
determine à respectiva Operadora que o aceite como participante do plano.

Pode o Juiz decidir antes de estabelecer o contraditório?


Sim, pois haverá uma tutela provisória de urgência. Aqui temos o direito à vida de Caio,
necessitado de cirurgia.
O Caio que será o autor, pois já possui Personalidade Jurídica, onde será representado por seu
pai, maior de idade. Além de que é o Caio quem necessita de cirurgia. O CPC tem dispositivo
que diz: “ninguém pode pleitear em nome próprio um direito alheio, salvo quando autorizado
por ordenamento jurídico”.
Art. 300: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. (...)
§ 2ª A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
• Fumus boni iuris e periculum in mora (Fumaça do bom direito e perigo de dano) -> O
juiz analisará se o direito é válido e se há o perigo na demora.

Então não há contraditório?


• Nas tutelas provisórias o contraditório é diferido, postergado.
• O julgamento DEFINITIVO não acontece sem que o contraditório se estabeleça em toda sua
plenitude.
Obs: O contraditório e a Ampla defesa consistem na possibilidade de dar a outra parte o
direito de se defender.

Implicações diferentes do Contraditório e Ampla defesa no Processo Civil e no Penal


a) No Processo Civil:
• Houve a citação e a Revelia por parte do réu.
• Código de Processo Civil
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras
as alegações de fato formuladas pelo autor.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344, se:
(...)
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
(...)
Obs: Se o lide for por guarda de criança, onde o pai tramita a ação e a mãe não concorda a
ponto de não contestar a citação, ela não perderá a guarda da criança, mesmo havendo
revelia. Isso porque o tema é direito indisponível.

b) No Processo Penal:
• Houve a citação e a Revelia por parte do réu.
• Código de Processo Penal
Art. 396-A, §2ª: Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias.
Obs: Aqui não há revelia, mesmo se o acusado não contestar por falta de $ para um advogado
ou por falta de interesse. Então, tudo que o MP disser, o juiz não presumirá como verdadeiras
as alegações do Promotor. O MP terá que fazer novamente aquela prova do inquérito policial
dentro da ação penal.

Importante:
• Apesar de entendimentos contrários, no inquérito policial não há contraditório, pois no IPL é
investigação administrativa. Não há acusado, mas investigado.
• Há, naturalmente, direitos do investigado a serem respeitados (direito ao silêncio, advogado,
indicar testemunha que o delegado vai analisar ou apresentar alguma documentação). Porém,
não há contraditório, ou seja, não será intimado para apresentar sua versão, e sim
interrogado.
• Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.

Ordem cronológica:
1ª fase: investigação pelo delegado da PC. Em casos raros o MP pode fazer esta investigação,
caso ocorra elementos que faça o MP preocupar-se com a investigação da polícia. O delegado
reunirá todas as provas do roubo e ouvirá as vítimas. Avaliará o valor dos bens roubados, fará
perícia da arma, ouvirá outras testemunhas e procurará provas de vídeo.
Após terminado o inquérito policial, o delegado fará um relatório e encaminhará ao MP. Se o
inquérito é estadual, será no MP Estadual com a figura do Promotor de Justiça. Se é federal,
será o MPF com a figura do Procurador da República.
2ª fase: o MP analisará o inquérito, podendo tomar 3 atitudes:
a) Devolver ao delegado caso haja algum ponto não analisado pela PC.
b) Caso se convença que o fato não é crime ou não há prova para oferecer denúncia contra o
investigado será arquivado.
c) Se após analisado, estiver tudo em ordem (há provas, materialidade, autorias e etc) dará
início a uma ação penal. Esta ação que tramitará frente ao juiz terá início com a denúncia. É a
peça que o MP escreverá o que ocorreu, informando a pena prevista nos artigos infringidos.
3ª fase: na ação penal, o investigado será citado, terá direito à defesa e audiência para ouvir
testemunhas. Após analisado, o juiz dará sua sentença. (Condenará ou absolverá)

Princípio da igualdade processual ou princípio da paridade de armas: haverá igualdade


processual no acesso à busca pelo direito ferido, assim como mecanismos que tragam
igualdade de prazo no processo.
Art. 5ª: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes (CF):

Art. 7ª: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de


direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório
(CPC).

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento; (CPC)

OBS: É importante fazer a diferenciação de Igualdade formal e material na igualdade de


tratamento

• Igualdade Formal: A lei não pode estabelecer diferença entre os indivíduos

• Igualdade Material: A lei deve estabelecer diferença entre os indivíduos a fim de assegurar-
lhes a igualdade material, substancial. Ex: estacionamento para idoso. Se faz necessário para
haver igualdade de lazer ou compra.

• Nesses casos, busca-se reestabelecer o equilíbrio

• Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de
ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza (Boaventura de Souza Santos)

Exemplo 1- Aposentado X Instituição Financeira: Haverá justiça gratuita do autor insuficiente


de renda para a busca de um equilíbrio no processo. Aqui vemos a igualdade material.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.

Exemplo 2- Revelia de réu solto X Revelia de réu preso:

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:

I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os


daquele, enquanto durar a incapacidade;

II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não
for constituído advogado.

OBS: Enquanto o réu preso revel terá um curador especial para identificar testemunha,
contatá-los, procurar advogado e etc o réu solto não terá esta prerrogativa, pois terá
condições de ir atrás.

Exemplo 3 - Maior de 60 anos X Portador de doença grave X Jovem e sadio


Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos
judiciais:

I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das
enumeradas no art. 6ª, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988

OBS: Devido à grande demanda, haverá prazo diferenciado para as partes abaixo de modo a
igualar o processo:

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1ª

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.

Inafastabilidade da jurisdição ou indeclinabilidade da jurisdição: a lei não afastará a


obrigação do juiz representado pelo Estado na busca de seus direitos feridos. Mesmo que
ocorra lacuna na lei.

Art. 5ª, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito

• Direito fundamental de ação: é o seu direito de provocar a jurisdição e ter acesso à


justiça

• Direito fundamental abstrato de ação: não posso ser impedido de ir ao judiciário. A


minha ação poderá ser provida ou não por decisão do juiz.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.

OBS: A inafastabilidade da jurisdição não será absoluta, pois há uma ressalva: a escolha
voluntária do juízo arbitral.

Art. 3ª Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

§ 1ª É permitida a arbitragem, na forma da lei.

Exemplo: Se no contrato com a Ivete, foi inserido que em caso de necessidade, haverá uma
busca por direito em juízo arbitral, o judiciário não poderá reprimir tal decisão, assim como, se
uma das partes, após assinado o contrato, quiser entrar com a ação frente ao judiciário. Então
não será possível pois o contrato foi assinado e escolhido tal decisão por ambos.
OBS: não há jurisdição condicionada ou Instância administrativa de curso forçado: No Brasil
não há obrigatoriedade de só poder chegar ao judiciário se atendida algumas condições.
Apenas será entendido a obrigatoriedade de primeiro esgotar a esfera administrativa para aí
sim levar ao judiciário.

Exemplo: Se machucado a perna em trabalho, poderei ingressar com pedido doença ou


acidente no INSS. O pedido no órgão será um processo administrativo com suas devidas
sequências. Se eu não concordar com a decisão, posso recorrer dentro do próprio INSS. Só
poderei levar ao judiciário se esgotado todas as etapas acima.

Entendimento do STF: INSS - é necessário prévio requerimento administrativo, não precisa


Exaurimento (esgotar) da via administrativa.

Exceção: Justiça desportiva

Art. 217. § 1ª O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às


competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.

§ 2ª A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da


instauração do processo, para proferir decisão final.

Razoável duração do processo: as partes têm o direito a um prazo razoável do processo para
que não prejudiquem as partes.

Art. 5ª, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Art. 4ª As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do


mérito, incluída a atividade satisfativa.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:

(...)

II - velar pela duração razoável do processo;

1) Não há limite temporal abstrato;


2) Prazo justo seria aquele compatível com:

a) Nível de complexidade do objeto litigioso e

b) Comportamento dos sujeitos do processo


Motivo da Razoabilidade: o processo precisa de um tempo de maturação: contraditório,
coleta de provas, recursos etc

A exigência da razoável duração do processo flexibilizou o devido processo legal?

Não pode deixar abusivo o tempo do processo. Há o interesse de um processo rápido, mas
sem pular cada etapa.

Ex: o juiz não pode julgar sem ouvir o réu. Não devemos fragilizar o Devido Processo Legal.

Publicidade dos atos processuais

a) Publicidade restrita ou interna: se dá para as partes e seus procuradores

• Garante o devido processo legal: as partes e os advogados possuem absoluto conhecimento


sobre o processo por meio da publicidade.

• Não tem exceções na publicidade dos atos processuais

b) Publicidade irrestrita, popular ou externa: não é destinada às partes e seus procuradores.


Serão para outros advogados e população em geral.

• Garante o devido processo legal e o controle da opinião pública

• Tem exceções na publicidade dos atos processuais, quando:

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio (...), filiação,


alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III - em que constem dados protegidos pelo dir. const. à intimidade; (conta bancária
ou dados fiscais, e-mail ou conversas por WhatsApp)

IV - que versem sobre arbitragem, desde que a confidencialidade estipulada na


arbitragem seja comprovada perante o juízo.

Art 5 º, LX CF: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem

Art 93 IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação

Art. 11, CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Parágrafo único: Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 189: Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os
processos:

I -em que o exija o interesse público ou social;

II -que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio (...), filiação, alimentos e
guarda de crianças e adolescentes;

III -em que constem dados protegidos pelo dir. const. à intimidade;

(...)

Motivação das decisões judiciais: a necessidade de que as decisões judiciais sejam


fundamentadas. O juiz é obrigado a dar seu fundamento ao processo.

• Garantia às partes, inclusive para fins de impugnação; efetividade do contraditório

• Função política: aferir, qualquer do povo, a legalidade e a imparcialidade do julgador

• Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade ...

Art. 489, CPC: São elementos essenciais da sentença:

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

Art. 381, CPP: A sentença conterá:

II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;

III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;

IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;

Exceção: Tribunal do júri. (Não são todos os crimes que vão ao Tribunal do Júri, apenas os
dolosos. Os jurados recrutados que decidirão, onde o juiz dará sua sentença posteriormente.
Eles decidirão com “sim” ou “não”)

Juiz natural: impedir a escolha arbitrária ou os juízos de exceção

Art. 5ª, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Art. 5ª, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

• Princípio do Juiz natural:

o Só são órgãos jurisdicionais os estabelecidos pela Legislação


o Ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrência do fato; vedação
ao juízo de exceção
o Não é cabível discricionariedade na escolha do julgador: julgamento pelo juiz
competente. (Nem mesmo o presidente do STF poderá escolher o julgador para o
caso, mesmo se for com boas intenções. Devemos evitar uma ofensa ao princípio do
juiz natural)
• Preocupação maior no processo penal

• Não constitui ofensa a modificação de competência estabelecida em lei:

a) Prorrogação: situação de um juiz não competente ao caso, se tornar competente por


prorrogação. Acontecerá quando a competência for relativa.

b) Derrogação por eleição de foro: quando a competência originária do caso seria em uma
cidade e por convenção das partes escolheram outra cidade para o processo tramitar.

c) Conexão: é a união de 2 ou mais processos de ante do mesmo juízo por conta de uma
existência de um elemento que justifique esta conexão.

Ex de conexão: dupla de ladrões rouba um banco federal. Ao fugir após o roubo fogem em
direção a outra cidade. No meio do caminho, atropelam uma pessoa. Por conta do
atropelamento abandonam o carro e fogem em outro veículo, sendo preso depois. Tivemos,
então, 1 roubo do banco em Araraquara, 1 homicídio pelo atropelamento em S Carlos e 1
roubo de outro carro em S Carlos. Como está tudo embolado em cidades diferentes, será
determinado que tudo tramite em 1 única cidade e não em Araraquara e S Carlos.

• Princípio do promotor natural: terá a mesma ideia do juiz natural. Porém há forte polêmica
quanto à figura do promotor natural.

OBS: Há 2 tipos de competência:

Competência absoluta: se um sujeito ingressar em competência Estadual, quando deveria ser


da Federal, será absoluta. A Justiça Estadual nunca poderá se tornar competente para o caso.
Ela poderá encaminhar para a justiça Federal ou anular o que tenha ocorrido por lá.

Competência relativa: quando é territorial. Ex: Caio por equívoco ingressa em Américo invés de
Araraquara. Como é territorial e relativo, será possível, o juiz que recebeu o processo, torne-se
competente ao caso, mesmo o juiz não sendo competente originalmente, salvo se o réu não
reclamar.

Imparcialidade do juiz: Exigência de que o magistrado não tenha qualquer parcialidade no


julgamento da causa

• Garantias para evitar parcialidade:

a) Inamovibilidade: o juiz não pode ser retirado da Vara municipal de origem para outro local

b) Irredutibilidade de vencimentos: o juiz não pode ter seu salário reduzido

c) Vitaliciedade: juiz não pode ser demitido, salvo por uma sentença judicial transitada em
julgado

• Causas de impedimento e suspeição como obstáculo à imparcialidade:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que ele interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; Ex: indivíduo era
advogado, virou juiz e o processo caiu em suas mãos. Neste caso ele não poderá julgar.

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

• Princípio da demanda, iniciativa da parte ou inércia da jurisdição: é uma forma do juiz


assegurar imparcialidade. Ele não deve buscar o processo e sim as partes.

Duplo grau de jurisdição: está relacionada com a possibilidade da parte de recorrer da decisão
judicial.

OBS: Há uma polêmica quanto a se tratar de um princípio constitucional ou não por não haver
previsão expressa. Há um entendimento de estar implícito na Constituição, pois dispõe que o
réu tem direito de todos os recursos inerentes à defesa. Então se há previsão na legislação
infraconstitucional da apelação, será o Duplo Grau de Jurisdição um princípio implicitamente
previsto na CF.

• Decorre do devido processo legal e da estrutura do Poder Judiciário

• Está previsto implicitamente na CF no ponto em que dispõe ter o réu a garantia do


direito a todos os recursos inerentes à defesa

• Permite controle do ato jurisdicional

• Permite a revisão da decisão – redução de erros

• Não existe quanto às decisões do STF

• Previsto na legislação infraconstitucional

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