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A) proteger o lícito.
B) reprimir o ilícito.
- Todos devem agir de acordo com a lei (obrigação legal) e de acordo com aquilo que se
obrigou (obrigação contratual).
Art.186: Aquele que por ação ou omissão, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
A) Viver honestamente;
B) Não ofender ninguém;
C) Dar a cada um o que lhe pertence.
A) Vingança Privada: não havia preocupação com a culpa, desproporcional e dano com reação
imediata (bruta e instintiva).
B) Vingança, mas sob domínio público: mantém a preocupação com a vingança e não com a
reparação do dano. (Pena de Talião e Código de Hamurabi).
A) Presunção da culpa.
A) Responsabilidade subjetiva.
a) Viver honestamente;
b) Não ofender ninguém;
c) Dar a cada um o que lhe pertence.
B) Resp. objetiva: obrigado a reparar com indenização mesmo não tendo culpa
Ex: Comprei suco e passei mal. Poderei processar o Savegnago de forma objetiva.
Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Abuso de Direito -> Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.
Ex: É permitido possuir animal de estimação, porém se possuo 30, estou abusando de
direito.
Art.188:
Art.929: se o dono da coisa não for culpado do dano, terá direito a indenização. Se o perigo
ocorreu contra o terceiro, o autor do dano tem direito a regresso.
Ex: Colidir ao ultrapassar pela contramão, quebrar vidro lançando uma pedra.
- Omissão relevante: quem colocou em risco o bem jurídico. Apenas a omissão relevante
(quando o agente tem o dever de agir) pode gerar a obrigação de reparar o dano.
Ex: nadador que convence o amigo, que não sabe nadar, a atravessar certo canal, enquanto
o acompanha no barco. Porém, vendo-o afogar, não busca salvá-lo.
- Assumiu condição de garante (contrato): babá não cuida da criança que se envolve em grave
acidente.
a) Art. 18, I: culposo: Quando o agente causa o resultado por imprudência, negligência
e imperícia.
b) Art. 18, II: doloso: Quando há a intenção e o agente quer fazer aquilo.
Modalidades da culpa:
Art. 944, parágrafo único: havendo grande desproporção entre a indenização e o dano, o juiz
poderá reduzir equitativamente a indenização.
- Culpa concorrente: quando o autor do dano e a vítima estavam errados. Nesse caso, o juiz
analisará o caso e comparará a gravidade da culpa de ambos para determinar quem
indenizará.
9.3) Dano: É um elemento necessário para a responsabilidade civil. Se não há dano, não
haverá responsabilidade civil
- Dano emergente: Redução do patrimônio e efetivo prejuízo. Necessário reparar para retornar
ao valor patrimonial de antes.
- Lucro cessante: Necessário indenizar com o lucro que a vítima deixou de receber no mês.
Ex: taxista deixa de ganhar seu $ devido ao carro parado na oficina. Juiz pegará a média do
taxista e cobrará o pagamento pelo autor do acidente.
C) Dano Moral a Pessoa Jurídica: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Ex: Dano ao nome e imagem, propaganda negativa, informações falsas sobre a saúde
financeira.
* A obrigação de reparar o dano pode ser estendida aos sucessores, até o limite do valor do
patrimônio transferido.
Ex: Eduardo atropela João e lhe causa ferimentos, socorrido, João vem a falecer devido a um
incêndio no hospital.
- Teoria da Causalidade Direta ou Imediata: Art. 403, CC: Só terá importância a causa mais
direta ao dano.
- Consausa superveniente: Rompe o nexo e afasta a reparação.
B) não rompe o nexo: João por falta de socorro, sangra até morrer.
Art 393: O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior,
se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único: O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujo efeito
não era possível evitar ou impedir.
Ex: Deixei de transferir $ ao dono do carro na data combinada devido à greve do banco, por
isso, não terei sanções como multa/juros.
C) Fato de terceiro
Ex: Pessoa bate em seu carro estacionado regularmente, arremessando seu veículo ao carro
estacionado à frente.
D) Estado de necessidade
Art. 188, II: A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.
Ex: Caio põe fogo em sua própria casa. Tício seu vizinho, com medo do fogo, derruba o muro
de Caio para o fogo não chegar até sua casa.
Art. 25: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem
Ex: Caio para defender-se de Tício, acerta o tiro em Mévio e/ou na casa do vizinho
Matéria de TGP
1) Existem 2 grandes funções do Direito:
• Normas de Direito Processual (disciplinam as soluções dos conflitos que se dá por meio do
processo, onde temos: Processo Civil, penal, tributário, eleitoral, trabalhista...)
O conjunto de regras que disciplina o processo forma o direito processual, por sua vez o
direito processual está vinculado ao direito material.
c) Heterocomposição -> Solucionam o conflito por meio do árbitro ou do Estado pelo juiz.
a) Autotutela: é a busca por justiça com as próprias mãos. No Direito Penal é chamado
“Exercício das próprias razões”. Se no passado era livre, hoje é considerado crime, art 345 CP
Será então, a submissão do mais fraco para o mais forte, o uso da força, ausência de um
julgador e um resultado quase nunca justo. Hoje temos o Estado para solucionar a lide por
meio do juiz.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
quando a lei o permitir:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à
violência.
OBS: O Estado, em razões excepcionais, permite o indivíduo praticar a Autotutela quando for:
1) Legítima defesa;
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.
3) Direito de retenção.
2) Conciliação e Mediação;
• Submissão (reconhecimento do culpado pelo direito que a outra parte tem de receber);
• Transação (ambas as partes chegam a um acordo por um valor menor para finalizar a lide).
c) Heterocomposição: uma terceira pessoa, que não compõe a lide, dará a solução do caso.
(Aqui haverá a imposição da solução).
Ex: Uma usina compra turbinas e assina um contrato com a fabricante para que em caso de
problemas, seja solucionado por meio da arbitragem, evitando que chegue a um juiz sem
conhecimento técnico no assunto e que possa levar mais tempo para ser resolvido.
Vantagens da arbitragem:
• Atos sigilosos;
• Especialidade do Árbitro;
• Execução judicial.
• Definição de jurisdição: quando há lide, sem chegar a uma solução por meio da
Autocomposição e sem o interesse de levar ao Tribunal Arbitral, levará o caso ao juiz que dirá
qual é o direito. (O Estado solucionando o conflito e pacificando o desentendimento).
Ocorre um acidente de trânsito, onde 1 veículo avançou o sinal de pare, sem a devida atenção
se havia outro veículo próximo. Apenas 2 crianças, menores de 13 anos presenciaram o
acidente para testemunharem.
a) Competência: o dono do veículo culpado mora em Ribeirão. Já o outro envolvido, mora em
Campinas. Cujo o acidente ocorreu em Araraquara.
Qual foro (local) o advogado deve propor a ação? -> Será em Araraquara, conforme lei abaixo:
(...)
a) de reparação de dano;
b) Prova: presenciaram o acidente apenas os gêmeos Caio e Tício, que têm 13 anos de idade
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes:
c) Legitimidade: por conta do seu trabalho e falta de tempo, o dono do veículo pretende que
sua mãe ingresse com a ação.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento jurídico.
Síntese do caso: o foro será em Araraquara, visto que o acidente ocorrera no município. Os
irmãos, menores de idade, poderão servir como testemunhas, podendo o juiz atribuir como
verdadeiras suas alegações. Já a mãe do autor da ação, não poderá ingressar em nome do
filho, apenas o titular de direito (o filho).
b) Fase autonomista: Direito processual é objeto de ciência autônoma. (Oskar von Bulow,
1868)
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado
para integrar a relação processual.
(...)
Boa parte das regras do Direito Processual, são Normas cogentes, porém há normas
dispositivas.
• Existência de Normas Cogentes: o particular não pode abrir mão, e transigir. Será imposta
pelo Estado.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado
para integrar a relação processual;
Art. 319. A petição inicial indicará: (...) III - o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido;
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) II – os fundamentos, em que o juiz
analisará as questões de fato e de direito;
• Existência de Normas Dispositivas: o particular pode abrir mão, negociar e transigir. Foram
incrementadas estas normas no novo CPC
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam Autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.
6) Fontes do Direito Processual: local onde buscaremos a regra para disciplinar o Direito
Processual. Este processo de buscar é chamado de fonte.
Ex: qual o prazo para contestar? O Juiz sendo parente do réu pode julgar? E etc...
Art. 5ª, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 5ª, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 5ª, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: (...) d) propor a criação de novas varas
judiciárias;
Art 22, I: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Aqui vemos que compete apenas à União legislar sobre o ramo Processual, afastando
qualquer possibilidade do Estado ou Município legislarem sobre.
• Quem legisla para todos os Estados? -> União (por meio do Congresso Nacional)
8) São fontes do Direito Processual que podem conter regras de Direito Processual:
a) Tratados internacionais;
Lei 9099/95
Leis extravagantes: LACP, Lei do Mandado de Segurança; Lei da Ação Popular, CDC, etc
d) Medida provisória:
I – relativa a:
Portanto é vedado ao Presidente baixar medida provisória com regras de medida Processual
Penal e Civil, ou seja, Medida Provisória não é fonte.
Ex: Criar uma Vara a mais em Araraquara para aumentar o número de juízes ou
aumentar o número de Oficiais de Justiça em Américo Brasiliense.
g) Regimento interno dos Tribunais: Competência normativa sobre sua própria organização e
funcionamento.
Ex: Disciplinando como o processo vai tramitar quando chegar ao Tribunal, como se
dará a distribuição no Tribunal e etc.
De outro lado, o Negócio Jurídico Processual firmado durante o curso do processo, pode ser
feito através de um simples acordo extrajudicial protocolizado, ou mesmo de forma oral no
momento da audiência inicial ou de instrução e julgamento, já que independe de homologação
judicial.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam Autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.
▪ Civil law (é o nosso sistema jurídico. A principal fonte do Direito é a lei escrita) X Common law
(se baseiam pelos costumes e precedentes)
(...)
Art. 13, CPC. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as
disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o
Brasil seja parte.
Art. 16, CPC. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território
nacional, conforme as disposições deste Código
Art. 1ª, CPP. O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
Obs: A lei processual estrangeira não se aplica no Brasil, embora o direito material estrangeiro
seja permitido.
Ex: (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) Art. 10. A sucessão por morte ou por
ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer
que seja a natureza e a situação dos bens.
Ex: Se o sujeito falecido morava na Suíça e tinha 3 filhos e bens no Brasil, terá o
Processo de inventário aberto no Brasil atendendo as regras do Direito Processual
brasileiro, pois inventário é um Processo.
Agora, o Direito Material (quanto ficará para cada filho, quem terá prioridade para
herdar? Será a 1ª mulher ou o 1ª filho, o pai e sobrinhos podem receber, etc..) podem
ser a lei da Suíça.
§ 1ª A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei no 9.047, de 1995)
Importante: a Lei processual nova não se aplica a processos encerrados (chamado de Decisão
transitada em julgado). Contudo, os processos recentes será regulado pela nova lei processual
vigente, assim como em processos antigos, ainda pendentes. (art 1.046)
OBS: quando tratamos do juízo local da cidade, estamos falando da Comarca de Araraquara
que contará de várias Varas, como da família, criminal cível e etc. 1 única Vara Cível não dá
conta, por isso temos a 1ª, 2ª, 3ª e etc Vara Cível.
2ª Passo: Despacho para citação do réu -> o juiz determinará que a outra parte seja notificada,
onde o Oficial de Justiça irá até a ré, Ivete Sangalo, como citada para se defender;
OBS: como a Ivete mora em outro Estado, será expedido uma carta precatória (forma como os
juízes se comunicam) para que um juiz de Salvador determine ao Oficial de Justiça local, que
comunique a Ivete.
3ª Passo: Contestação -> a Ivete informará sua versão ao juiz, contestando os fatos do autor;
OBS: se o réu trouxer argumentos que impeçam o juiz avançar ao mérito da causa, será aberto
a possibilidade da réplica ou impugnação (o processo volta ao autor para que o mesmo dê sua
versão).
OBS: em meio a atos ocorridos, o juiz poderá dar início à fase Ordinatória ou Saneamento
(dará uma geral no processo para ver se está tudo “ok” e dar continuidade).
4ª Passo: Fase instrutória ou probatória -> produção de provas, determinada por perícia,
inspeção, suspeita de falsificação de documentos com necessidade de exame
documentoscópio para verificar sua veracidade e uma série de outras provas nesta fase;
OBS: a etapa com maior volume de produção probatória é feita em uma Audiência de
Instrução de Julgamento. Aqui serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.
OBS 3: todos os atos envolvidos com a produção da prova, dizemos que são atos de uma fase
probatória ou instrutória.
5ª Passo: Sentença -> poderá, a parte insatisfeita da decisão, recorrer levando para a 2ª
instância (TJ-SP) para reavaliar o caso por um colegiado. (Serão 3 desembargadores)
OBS: no TJ a decisão do tribunal não é chamada de sentença e sim de acórdão.
Direito Processual no tempo - > Processos pendentes: quando houver mudança na lei no meio
de um processo pendente, a Doutrina apresentará 3 sistemas para solução:
a) Sistema da Unidade Processual: apesar de constituir uma série de atos, o processo contém
uma unidade, logo, aplica-se a lei antiga para não haver retroação quanto aos atos já
praticados.
Resumo: se a lei nova aparecer no curso do processo, ela não será aplicada neste processo.
b) Sistema da Fase Processual: promove a separação dos atos processuais de acordo com a
fase. E a lei nova poderia ser aplicada às fases ainda não iniciadas (postulatória, ordinatória,
instrutória, decisória, recursal).
Resumo: se a lei nova aparecer no meio de uma fase (instrutória), ela não será aplicada à fase
atual, apenas na que vier a começar.
c) Sistema do Isolamento dos Atos Processuais: “a lei nova não atinge os atos processuais já
praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos atos processuais a praticar, sem limitações
relativas às chamadas fases processuais” (Ada Pellegrini)
Resumo: se a petição inicial era gerida por lei antiga, a lei nova não fará com que eu refaça a
petição inicial. Terei apenas que adaptar-me com as mudanças para as próximas fases deste
processo.
Art. 2ª A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior. (CPP)
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. (CPC)
Devido Processo Legal. (Due process of law): É a exigência de que o processo tramite de
acordo com as regras legais, de maneira devida, sendo inadmissível a existência de um
processo indevido.
Ex: Se o seu processo tramitar com ofensa às regras que deveriam discipliná-lo, seu processo
foi indevido. Então, se no processo é exigido que haja o Contraditório, mas o mesmo tramitou
sem o contraditório, deixará de ser um Devido Processo Legal, pois houve uma ofensa ao
princípio do Contraditório.
a) Será um princípio base, mãe, sobre o qual todos os outros se sustentam (Nelson Nery Jr.);
• CF, art. 5º., LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
OBS: Por se tratar de um princípio mãe, engloba vários outros princípios, como:
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344, se:
(...)
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
(...)
Obs: Se o lide for por guarda de criança, onde o pai tramita a ação e a mãe não concorda a
ponto de não contestar a citação, ela não perderá a guarda da criança, mesmo havendo
revelia. Isso porque o tema é direito indisponível.
b) No Processo Penal:
• Houve a citação e a Revelia por parte do réu.
• Código de Processo Penal
Art. 396-A, §2ª: Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos
por 10 (dez) dias.
Obs: Aqui não há revelia, mesmo se o acusado não contestar por falta de $ para um advogado
ou por falta de interesse. Então, tudo que o MP disser, o juiz não presumirá como verdadeiras
as alegações do Promotor. O MP terá que fazer novamente aquela prova do inquérito policial
dentro da ação penal.
Importante:
• Apesar de entendimentos contrários, no inquérito policial não há contraditório, pois no IPL é
investigação administrativa. Não há acusado, mas investigado.
• Há, naturalmente, direitos do investigado a serem respeitados (direito ao silêncio, advogado,
indicar testemunha que o delegado vai analisar ou apresentar alguma documentação). Porém,
não há contraditório, ou seja, não será intimado para apresentar sua versão, e sim
interrogado.
• Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Ordem cronológica:
1ª fase: investigação pelo delegado da PC. Em casos raros o MP pode fazer esta investigação,
caso ocorra elementos que faça o MP preocupar-se com a investigação da polícia. O delegado
reunirá todas as provas do roubo e ouvirá as vítimas. Avaliará o valor dos bens roubados, fará
perícia da arma, ouvirá outras testemunhas e procurará provas de vídeo.
Após terminado o inquérito policial, o delegado fará um relatório e encaminhará ao MP. Se o
inquérito é estadual, será no MP Estadual com a figura do Promotor de Justiça. Se é federal,
será o MPF com a figura do Procurador da República.
2ª fase: o MP analisará o inquérito, podendo tomar 3 atitudes:
a) Devolver ao delegado caso haja algum ponto não analisado pela PC.
b) Caso se convença que o fato não é crime ou não há prova para oferecer denúncia contra o
investigado será arquivado.
c) Se após analisado, estiver tudo em ordem (há provas, materialidade, autorias e etc) dará
início a uma ação penal. Esta ação que tramitará frente ao juiz terá início com a denúncia. É a
peça que o MP escreverá o que ocorreu, informando a pena prevista nos artigos infringidos.
3ª fase: na ação penal, o investigado será citado, terá direito à defesa e audiência para ouvir
testemunhas. Após analisado, o juiz dará sua sentença. (Condenará ou absolverá)
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:
• Igualdade Material: A lei deve estabelecer diferença entre os indivíduos a fim de assegurar-
lhes a igualdade material, substancial. Ex: estacionamento para idoso. Se faz necessário para
haver igualdade de lazer ou compra.
• Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de
ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza (Boaventura de Souza Santos)
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não
for constituído advogado.
OBS: Enquanto o réu preso revel terá um curador especial para identificar testemunha,
contatá-los, procurar advogado e etc o réu solto não terá esta prerrogativa, pois terá
condições de ir atrás.
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das
enumeradas no art. 6ª, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988
OBS: Devido à grande demanda, haverá prazo diferenciado para as partes abaixo de modo a
igualar o processo:
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1ª
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.
Art. 5ª, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
OBS: A inafastabilidade da jurisdição não será absoluta, pois há uma ressalva: a escolha
voluntária do juízo arbitral.
Exemplo: Se no contrato com a Ivete, foi inserido que em caso de necessidade, haverá uma
busca por direito em juízo arbitral, o judiciário não poderá reprimir tal decisão, assim como, se
uma das partes, após assinado o contrato, quiser entrar com a ação frente ao judiciário. Então
não será possível pois o contrato foi assinado e escolhido tal decisão por ambos.
OBS: não há jurisdição condicionada ou Instância administrativa de curso forçado: No Brasil
não há obrigatoriedade de só poder chegar ao judiciário se atendida algumas condições.
Apenas será entendido a obrigatoriedade de primeiro esgotar a esfera administrativa para aí
sim levar ao judiciário.
Razoável duração do processo: as partes têm o direito a um prazo razoável do processo para
que não prejudiquem as partes.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-
lhe:
(...)
Não pode deixar abusivo o tempo do processo. Há o interesse de um processo rápido, mas
sem pular cada etapa.
Ex: o juiz não pode julgar sem ouvir o réu. Não devemos fragilizar o Devido Processo Legal.
III - em que constem dados protegidos pelo dir. const. à intimidade; (conta bancária
ou dados fiscais, e-mail ou conversas por WhatsApp)
Art 5 º, LX CF: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem
Art 93 IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação
Art. 11, CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único: Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 189: Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os
processos:
II -que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio (...), filiação, alimentos e
guarda de crianças e adolescentes;
III -em que constem dados protegidos pelo dir. const. à intimidade;
(...)
• Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade ...
Exceção: Tribunal do júri. (Não são todos os crimes que vão ao Tribunal do Júri, apenas os
dolosos. Os jurados recrutados que decidirão, onde o juiz dará sua sentença posteriormente.
Eles decidirão com “sim” ou “não”)
Art. 5ª, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
b) Derrogação por eleição de foro: quando a competência originária do caso seria em uma
cidade e por convenção das partes escolheram outra cidade para o processo tramitar.
c) Conexão: é a união de 2 ou mais processos de ante do mesmo juízo por conta de uma
existência de um elemento que justifique esta conexão.
Ex de conexão: dupla de ladrões rouba um banco federal. Ao fugir após o roubo fogem em
direção a outra cidade. No meio do caminho, atropelam uma pessoa. Por conta do
atropelamento abandonam o carro e fogem em outro veículo, sendo preso depois. Tivemos,
então, 1 roubo do banco em Araraquara, 1 homicídio pelo atropelamento em S Carlos e 1
roubo de outro carro em S Carlos. Como está tudo embolado em cidades diferentes, será
determinado que tudo tramite em 1 única cidade e não em Araraquara e S Carlos.
• Princípio do promotor natural: terá a mesma ideia do juiz natural. Porém há forte polêmica
quanto à figura do promotor natural.
Competência relativa: quando é territorial. Ex: Caio por equívoco ingressa em Américo invés de
Araraquara. Como é territorial e relativo, será possível, o juiz que recebeu o processo, torne-se
competente ao caso, mesmo o juiz não sendo competente originalmente, salvo se o réu não
reclamar.
a) Inamovibilidade: o juiz não pode ser retirado da Vara municipal de origem para outro local
c) Vitaliciedade: juiz não pode ser demitido, salvo por uma sentença judicial transitada em
julgado
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que ele interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; Ex: indivíduo era
advogado, virou juiz e o processo caiu em suas mãos. Neste caso ele não poderá julgar.
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
Duplo grau de jurisdição: está relacionada com a possibilidade da parte de recorrer da decisão
judicial.
OBS: Há uma polêmica quanto a se tratar de um princípio constitucional ou não por não haver
previsão expressa. Há um entendimento de estar implícito na Constituição, pois dispõe que o
réu tem direito de todos os recursos inerentes à defesa. Então se há previsão na legislação
infraconstitucional da apelação, será o Duplo Grau de Jurisdição um princípio implicitamente
previsto na CF.