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NEGÓCIO JURÍDICO
Os fatos jurídicos lato sensu podem ser divididos em: (1) fatos jurídicos stricto sensu, quando decorre de fenômeno
da natureza; (2) atos jurídicos lato sensu, quando provém de conduta humana; e (3) atos-fatos jurídicos, quando a
vontade humana for irrelevante;
• Os atos jurídicos lato sensu podem ser divididos em: (1) atos jurídicos stricto sensu, quando os efeitos jurídicos
decorrerem de lei; e (2) negócios jurídicos, quando os efeitos jurídicos poderem ser modelados pela vontade
humana;
• Os elementos dos negócios jurídicos podem ser: (1) essenciais, quando a sua ausência gerar inexistência ou
invalidade; (2) naturais, quando forem inerentes ao negócio; e (3) acidentais, quando forem facultativos e influírem
na eficácia do negócio;
• Como exemplo de elementos acidentais dos negócios jurídicos, temos o termo (evento futuro e certo), a condição
(evento futuro e incerto) e o encargo (obrigação que influi na eficácia de uma liberalidade);
• A regra geral é o que os negócios jurídicos não dependem de uma forma, ou seja, a regra é que os negócios
jurídicos sejam informais. Todavia, quando houver lei ou pacto expresso, o negócio pode ser formal. É o caso do art.
108 do CC, que exige escritura pública para negócios envolvendo direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30
salários mínimos;
• A nulidade, também chamada de nulidade absoluta, decorre da violação de uma norma de interesse público. Por
isso, ela pode ser reconhecida de ofício e ela nunca convalesce, nem pelo tempo, nem pela vontade;
• A anulabilidade, também chamada de nulidade relativa, decorre da violação de uma norma de interesse privado.
Por isso, ela não pode ser decretada de ofício pelo juiz e ela pode ser convalescer pelo tempo (prazo de decadência)
ou pela vontade do interessado;
• Há dois tipos de defeitos dos negócios jurídicos: (1) os vícios de consentimento, que consistem em problemas
entre a vontade desejada e a vontade declarada; e (2) os vícios sociais, que consistem em problemas relacionados à
vontade de prejudicar terceiros;
• O erro, o dolo, a coação, a lesão e o estado de perigo representam exemplos de vícios de consentimento;
• A simulação e a fraude contra credores ilustram os vícios sociais; • Há dois atos ilícitos: o do art. 186 do CC (dano +
culpa + violação de direito) e o art. 187 do CC (abuso de direito). Não haverá ato ilícito se houver alguma excludente
de ilicitude (legítima defesa, exercício regular de direito e remoção de perigo de dano iminente).
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
CONTRATOS
RESPONSABILIDADE CIVIL
OBRIGAÇÕES
A) A obrigação é composta por três elementos: subjetivo (credor e devedor), objetivo (a prestação) e abstrato
(vínculo jurídico).
B) A obrigação pode ser civil, quando for exigível, ou natural, quando não o for.
d.2) Fiança é um exemplo de responsabilidade (haftung) sem débito (schuld), pois o fiador pode ser constrangido a
pagar a dívida que não é sua; do que dá prova o fato de ele ter direito de regresso contra o afiançado.
E) Conforme concepção mais moderna, a obrigação não é um mero ato, e sim um processo. O professor Clóvis do
Couto e Silva desenvolveu essa noção de obrigação como processo. Ela justifica a existência de deveres anexos,
instrumentais, laterais ou colaterais.
G) Quanto ao objeto, a obrigação pode ser classificada como de dar (coisa certa ou incerta), de fazer e de não fazer
(arts. 233 ao 251, CC).
H) Na obrigação de dar coisa certa, há duas lógicas de justiça que inspiram o legislador e que justificam todas as
regras contidas no Código Civil sobre o assunto: (1) res perit domino, ou seja, a coisa perece para o dono; e (2) quem
causa dano a outrem com culpa tem de indenizar. Logo, perecimentos ou deteriorações fortuitos geram prejuízo ao
dono da coisa, ao passo que perecimento e deteriorações culposas obrigam o culpado a indenizar (pagar perdas e
danos). I – Na obrigação de dar coisa incerta, aplica-se uma lógica de justiça: genus nunquam perit (o gênero nunca
perece). A única exceção é no caso de gênero limitado. - Cuidado: com a fase da concentração, passa-se a aplicar as
regras de obrigação de dar coisa certa, pois a coisa já terá sido individualizada.
J) Quanto à pluralidade de objetos, a obrigação pode ser classificada como simples, composta (que pode ser
cumulativa ou alternativa) e facultativa.
K) Na obrigação alternativa, assim como se dá na obrigação de dar coisa incerta, a regra é a de que o devedor
escolhe a prestação, salvo pacto contrário (arts. 242 e 252, CC). - Uma vez feita a escolha, a parte não pode voltar
atrás por força da regra electa una via altera non datur.
L – Quanto à pluralidade de sujeitos, a obrigação pode ser divisível, indivisível e solidária (arts. 257 a 285, CC).