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14 de Agosto de 2018

Direito Civil - Fatos Jurídicos

· Fatos Jurídicos:

Fatos jurídicos é tudo aquilo que reproduz efeitos jurídicos, podendo


ser por interferência (vontade) humana, a que chamamos de fatos
humanos, e pode ser sem interferência humana, a que chamamos de
fatos naturais.

Fatos jurídicos naturais são aqueles que mesmo sem a vontade


humana, eles eventualmente acontecem e produzem efeitos jurídicos.
Exemplos desses fatos: nascimento com vida automaticamente
transforma o nascituro em uma pessoa, essa que possui direitos, ainda
que tenham que ter um representante; terremotos; enchentes...

Atos jurídicos ou também chamados de fatos jurídicos humanos são


aqueles que a vontade do homem é expressa e pode ser comprovada, ou
seja, que tenha a intenção de produzir efeito jurídico. Exemplo desses
atos: contratos.

No entanto, os atos jurídicos podem ter duas divisões, quais sejam:

a) Ato jurídico lícito: aquele ato praticado em conformidade com a lei,


ou seja, respeitando aquilo que é previsto anteriormente em lei.

b) Ato jurídico ilícito: é aquele ato que mesmo previsto em lei sua
proibição, o homem pratica, e, portanto, o infrator deve ser punido
conforme prescreve a lei.
Dentro de um contrato, houve a intenção negocial, ou seja, a vontade
de se negociar com alguém, fato que produziu efeito jurídico. Já em um
ato meramente lícito não encontramos esse intuito negocial. O que
pode produzir efeito jurídico em um ato lícito é surgir como uma
circunstância acidental.

Dentro do Direito Civil, o ato ilícito só convém ser relevante quando o


ato contrário à lei praticado causar dano e for caso de indenização, já
que a função de punir cabe ao Direito Penal e ao Direito Processual
Penal.

“Há ato ilícito civil em todos os casos em que, com ou sem intenção,
alguém cause danos a outrem, transgredindo uma norma ou agindo
contra o Direito.”

Silvio de Salvo Venosa

Quando houve intenção na prática do dano, dá-se o nome de “dolo”.

Art. 186 “Aquele que, por ação ou omissão voluntaria, por imprudência
ou negligencia, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

O dano pode ser:

Dano material: é aquele fungível, que pode ser restituído. A restituição


é por meio de indenização, e essa pode ser apenas pelo dano causado, o
chamado dano emergente, ou ainda pode ser constatado dano no lucro
futuro, ou seja, no lucro que a pessoa por ter sido vítima desse dano,
deixou de ganhar. Esse lucro é chamado de lucro cessante.

Dano moral: o dano moral antes não era previsto na lei como um ato
ilícito, existia uma discussão acerca desse fato. A partir do código civil
de 2002, passa a ser ato ilícito com direito à indenização pelo dano,
calculada pela jurisprudência ou de acordo com o que for estabelecido.
Exclusão de Ilicitude:

· Legítima Defesa: quando a pessoa age “ilicitamente” (contra as regras


estabelecidas na lei) e dentro dos limites considerados necessários na
tal situação para defender-se ou a algum ente familiar. Ex: Homicídio
de um ladrão, etc. Esses limites são os seguintes:

ü A legitima defesa é um caso de exclusão de ilicitude, porém se houver


um exagero, no sentido da defesa, por exemplo, diversos tiros ou
pauladas, e for constatado que não era necessário a vítima pode passar
a ser ré.

· Estado de Necessidade: quando a pessoa age “ilicitamente” (contra as


regras estabelecidas na lei), mas que por necessidade a ilicitude é
excluída já que se encontrava em uma situação extrema. Ex:
Canibalismo.

· Exercício Regular do direito: quando a pessoa respeita e pratica os


atos lícitos regidos pelo direito.

RESPONSABILIDADE CIVIL

Temos duas teorias acerca da responsabilidade civil:

1. Objetiva:

Ação ou Omissão = seria o fato ocorrido, se a pessoa foi imprudente,


negligente ou imperita, ou se realmente por vontade própria agiu de
forma ilícita.

“Haverá prática de ato ilícito toda vez que houver ação ou omissão que
gere prejuízo para outrem.”

Resultado = deve ser um prejuízo.


Nexo Causal = adaptação do resultado à lei, ou seja, causou um efeito
que gerou um ato jurídico, que seja penalizado de acordo com o que a
lei sugere.

2. Subjetiva

Ação ou Omissão;

Resultado;

Nexo Causal;

+ Culpa em sentido amplo

segundo essa teoria só vai ser considerado ato ilícito a partir do


momento que a culpa for comprovada)

Essa culpa em sentido amplo abrange a figura do dolo (pessoa


considerada culpada pela vontade de provocar prejuízo) e a culpa em
sentido estrito (quando não houve intenção de que tal prejuízo
existisse, no entanto continua sendo culpada já que o resultado foi um
prejuízo e precisa ser, dentro do Direito Civil, indenizado. Logo essa
culpa é em sentido estrito.).

A culpa em sentido estrito pode ser por:

ü Imprudência

ü Imperícia

ü Negligência

CULPA

Culpa exclusiva: quando a culpa parte apenas de quem provocou o


prejuízo.
Culpa concorrente: quando as duas partes, o autor do prejuízo e a
prejudicada tiveram parcela de concorrência de culpa para que o
prejuízo ocorresse. A indenização de cada uma das partes será de
acordo com a parcela de culpa que cada um teve, comprovada e
tutelada pelo juiz.

Os fatos jurídicos ainda são responsáveis por aquisição (origem),


extinção (perda) ou modificação de direitos.

FATO JURÍDICO LÍCITO

Comportamento humano realizado em conformidade com a lei.

· Meramente Lícito

A vontade não interfere aqui, pois o seguimento da lei é obrigatório. No


entanto, isso é diferente de falar que o que cada pessoa escolhe em
praticar o que é legal e ilegal.

Há o livre arbítrio do homem em praticar as ações que lhe achar


correto, no entanto a penalidade, como existe em lei, deve ser e será
aplicada todas as vezes que a regra for descumprida. A consequência,
portanto, não é facultativa.

· Negócio Jurídico

Comportamento do homem realizado em conformidade com a lei, onde


há a intenção da criação de um negócio, portanto, depende da vontade
do homem. Chama-se essa vontade de “vontade qualificada”.

ü Exige licitude

ü Cria, modifica, defende, ou extingue um direito

ü Essa vontade é limitada


ü As consequências de ilicitude do negócio jurídico são previstas em lei
e sancionadas.

Classificação de negócio jurídico:

3. Unilaterais:

Quando depende da vontade de uma só pessoa para produção de


efeitos jurídicos. Sendo eles de suas espécies:

Negócios jurídicos receptícios: aqueles que a vontade deve ser


manifestada para outra parte. Por exemplo: começo ou extinção de um
contrato.

Negócios jurídicos não receptícios: aqueles que a vontade ser


manifestada é irrelevante. Por exemplo: testamento e confissão de
dívida.

4. Bilaterais:

Dependem da manifestação de duas vontades.

O negócio jurídico pode ser:

ü Adquirido

ü Modificado

ü Defendido

ü Extinguido

Sua aquisição pode ser de duas maneiras:

Aquisição derivada
É aquela que há um relacionamento com o antecessor do direito (dono
da propriedade adquirida por exemplo), em uma relação de compra e
venda.

Sempre que houver aquisição derivada de direitos, vai ocorrer


sucessão.

Aquisição originada

Pode ser de duas formas

ü res nullius = coisa de ninguém: nunca houve direito antecessor, ou


seja, dono.

ü res derelicta = coisa abandonada: havia dono, ninguém sabe quem,


ninguém nunca se manifestou sobre a coisa, portanto, depois de um
certo prazo, a pessoa pode se considerar nova dona. Ex: usucapião.

Modificação é quando modifica-se ou o sujeito ou objeto núcleo do


direito. Pode ser:

Objetiva:

Quando o objeto é mudado. Pode ser quantitativo, quando se tem


alteração da quantidade, por exemplo, o tamanho de uma propriedade
é diminuída ou aumentada em regiões de aluviões. (Alagamento). Pode
ser qualitativa quando se tem alteração do objeto sem que sua essência
seja modificada, por exemplo pagamento de contas em cheque, no fim
será transformado em dinheiro, não modificando a essência do
pagamento portanto.

Subjetiva:

Quando o sujeito é mudado. Por exemplo, quando o titular de direitos


sobre uma casa alugada, o locatário, quer ceder a sua posição para um
terceiro. Nesse caso depende da vontade do locador de permitir tal
ação.

Resguarda de Direitos

Proteção de um direito ou reparação de um direito violado. Quando um


direito é ameaçado ou violado cabe ao direito processual resolver e
encontrar uma solução ao conflito por meio de uma decisão que se
chama sentença. É possível ter esse direito de processar alguém
quando viola seu direito, pelo que chamamos de direito de ação.

O conflito de interesses, assim que ele surge, o direito pode-se ver


ameaçado. O direito de agir é o que chamamos de direito de ação. Você
tem o direito de fazer uma ação contra aquele que está violando ou
ameaçando o seu direito. O direito de ação só existe para garantir o
direito material.

Todo direito violado é objeto do direito de ação, e é por meio dele que
se atinge a sanção, ou seja, a pena contra a pessoa ou algo que foi de
encontro ao seu direito e o violou ou ameaçou.

A ação é inicialmente movida pela petição inicial, que apresenta os


acontecimentos, identificando e qualificando o réu e a vítima,
colocando dos fatos, dos direitos e o pedido.

Pode haver recurso de apelação quando classificado em:

· Improcedente: o autor do recurso pode recorrer;

· Procedente: o réu pode recorrer (pois não acha correto tal ação);

· Parcialmente Procedente: os dois podem recorrer.

Uma sentença pode ser anulada ou nula, por erro ou incoerência.

Extinção dos direitos


· Abandono: quando presume-se pela ação o abandono do direito, ou
seja, quando o titular do direito sobre algo, demonstra, por suas ações,
abandonar o direito sob algo. A intenção deve ser implícita. Ex: jogar
uma cadeira fora. Aquela cadeira era, por direito, sua. A partir do ato
de jogá-la fora, você abre mão da posse dela, não sendo mais o titular
de direitos sobre ela.

Ato subjetivo: propósito de abandonar.

Ato objetivo: o ato de deixar a coisa.

· Renúncia:

a) Renúncia propriamente dita: quando um titular de direitos renuncia


a eles por vontade própria sem deixar destinatário para eles. Ex:
renunciar a herança. Tem 4 irmãos, um renuncia. O patrimônio será
dividido entre os 3 apenas, com a parte do que renunciou.

b) Renuncia translativa: quando um titular de direitos renuncia a eles


por vontade própria e destina esses direitos a alguém. Por exemplo, no
mesmo exemplo acima, tem 4 irmãos e um renuncia e destina a
herança (sua parte) para o mais novo. O patrimônio é repartido em 4,
com o mais novo ganhando duas partes.

Inércia: quando acontece a perda de um direito por falta de exercício


do direito. Por exemplo usucapião. Pode haver a perda do direito por
prescrição ou decadência também. É diferente de abandono pois,
dentro do prazo, ainda se pode exercer o direito, existindo ainda.

· Confusão: quando não é possível identificar o titular de direitos, o


direito se extingue.

· Alienação: é todo e qualquer ato de disposição de um direito. Por


exemplo, compra e venda, doação, cessão, troca. Você dispõe de um
direito que era seu para alguma finalidade. Há direitos inalienáveis,
como os personalíssimos, que somente a própria pessoa pode usá-los e
exercitá-los, sem poder dispor deles para outra pessoa.

· Morte: quando o direito se extingue pela morte.

Classificação dos Negócios Jurídicos

Podem ser:

· Unilaterais: são os negócios jurídicos que dependem de apenas uma


vontade.

a) Receptícios: quando precisa da ciência da outra parte para produzir


efeitos. Exemplo: demissão.

b) Não receptícios: quando a ciência da outra parte não importa para


produzir efeitos. Exemplo: testamento.

· Bilaterais: quando as depende da vontade das duas partes. Exemplo:


contrato. As vontades devem se convergir.

· Complexos: quando há mais de duas vontades mas essas vontades se


reduzem a mesma.

· Plurilaterais: quando há mais de uma vontade mas essas vontades são


individualizadas.

Os negócios jurídicos podem ter os seguintes objetivos:

· Gratuito: quando não há benefício para nenhuma das partes (negócio


jurídico unilateral – ex: testamento) ou quando há benefício para
apenas uma das partes (negócio jurídico bilateral – ex: doação)

· Oneroso: quando há benefícios para todas as partes. Ex: compra e


venda
O objetivo do negócio oneroso podem ser dois:

a) Comutativo: quando as prestações são equivalentes, certas e


determinadas. Por exemplo, compra e venda. O valor em dinheiro
corresponde ao valor real de um carro por exemplo (é equivalente,
certo e determinado).

b) Aleatório: quando a prestação de serviço das partes dependem de


acontecimentos incertos e inesperados. Ex: seguradora de carro. Para
haver aperfeiçoamento da prestação de serviços previamente
estipulado deve haver um acidente ou algo com o veículo. Isso é incerto
e inesperado, pois é possível nunca ocorrer, e não tem-se ciência de
como acontecerá, por isso é aleatório.

Há negócios jurídicos que precisam ter uma forma para se


aperfeiçoarem, são os chamados negócios jurídicos solenes ou formais:
são aqueles que necessita do cumprimento da formalidade, se não, o
negócio jurídico é invalido.

Os negócios jurídicos não solenes são os que não precisam de uma


forma expressamente específica, podem adquirir forma livre que
continuará sendo válido.

i. Formal: aquele que terá forma diferente do instrumento público.

ii. Solene: aquele que terá a lei que estabeleça uma forma de um
instrumento público específica. Ex: escritura pública.

Expectativa de Direito

Direito Atual – passa pela ideia de direito adquirido (para poder


exercer na sua plenitude).

1. Direito Futuro – passa a se aperfeiçoar podendo ser perfeita (tem


proteção mas ainda não é plena). Nem todo direito futuro será atual. É
aquele cuja aquisição ainda não se operou, que não pode ser exercido.
· Não produz efeitos jurídicos

· Não é protegido pelo Direito

1.2 Direito deferido: é uma espécie de direito futuro. Haverá


necessidade da prática de determinado pensamento do interessado.
Para sua aquisição há dependência exclusiva de um ato do próprio
sujeito de sua própria aceitação. Ex: aceitação da herança pelos
herdeiros, pois é possível o herdeiro renunciar. O direito futuro não
poderá ser deferido quando não haver faculdade do sujeito.

1.3 Direito Condicional: é um direito futuro e incerto, pois depende de


uma condição para ocorrer. Por exemplo: uma doação será efetuada
para o filho ao se formar na faculdade de direito até 2020.

A condição tem que ser possível de ocorrer (se formar na faculdade de


direito até 2020) e legal. Se a condição se realizar, ou seja, se o filho se
formar na faculdade, a doação será completa, passando a ser um
direito atual do filho, pelo bem doado.

É importante lembra que o objeto que poderá ser doado dependendo


da realização da condição, durante o período para a realização da
condição, não poderá ser vendido ou doado para outra pessoa, pois o
direito está pendente. Após, 2020, no caso do exemplo, se as condições
estabelecidas não forem cumpridas, o bem poderá ser manuseado
como o dono bem entender

Se o evento condicionado não produzir efeito, questiona-se a eficácia


do negócio jurídico e não se transforma em direito atual.

1.4 Termo

É um evento futuro certo. Depende da vontade do sujeito para seu


aperfeiçoamento.
Ex: aluguel de uma casa para a temporada. Durante os dias contratados
e pagos, o contratante poderá usufruir da casa, será titular de direitos
durante esse período. O contrato passa a surtir efeito a partir do
momento de sua formulação, mas vigora apenas na data combinada.

Teoria Tripartida ou Pontiana do negócio jurídico

· Prisma de existência

· Prisma da validade

· Prisma da eficácia

O que é necessário identificar para declarar EXISTÊNCIA do negócio


jurídico?

O negócio jurídico é o único anto jurídico que pressupõe vontade


qualificada (dirigida a uma finalidade que ela pretende) a qual deve ser
certa, livre, séria, plena, consciente e ter uma finalidade específica.

No negócio bilateral encontramos um consentimento das vontades.

O estudo da vontade começa pelo momento de seu surgimento, o


chamado “processo de inteligência”, ou seja, um aspecto subjetivo. A
vontade está restrita ao pensamento, e se se mantiver assim não haverá
produção de efeito jurídico. (Teoria Subjetiva da Vontade)

Por isso, a vontade deve ser externada e veiculada, pois só assim terá
efeitos jurídicos. (Teoria Concreta da Vontade).

Ler Artigos 112 e 113 do Código Civil.

Deverá se analisar a vontade no momento que o negócio jurídico for


realizado. A vontade pode ser tida como fala, palavra escrita, gestos, e
até mesmo, em alguns casos, pelo silêncio. Essas formas são diferentes
de externa-la, pois deve ser formalmente veiculada.
No direito romano, o silêncio não dizia nada, tendo que expressar a
vontade.

No direito canônico a vontade expressa pelo silêncio é possível,


significando concordância.

No direito brasileiro temos uma fusão dos dois direitos. O silencio pode
ser usado como concordância quando não vier na lei a necessidade de
expressar a vontade de uma forma demonstrada verbalmente, mas isso
depende dos costumes e dos usos. Quando a lei exprimir a
manifestação da vontade expressamente o silêncio é excluído. (Artigo
111)

Elementos Essenciais Gerais de Validade

Para o negócio jurídico ter validade é preciso verificar a capacidade do


agente. É necessário ter capacidade negocial, aquela que dá aptidão
para o agente intervir em negócios jurídicos como declarante ou
declaratário.

A lei nos diz sobre as pessoas que não possuem capacidade de


exercício. Os detentores de incapacidade de exercício só podem
praticar os atos da vida civil mediante o instituto da representação,
como regra geral.

Para os absolutamente incapazes o negócio jurídico é nulo, não pode


ser possível relevar uma pessoa que não possui capacidade de celebrar
o negócio jurídico.

Para os relativamente incapazes o negócio jurídico é anulável, pois


deve ser assistido por um tutor ou pelos parentes, já que ainda não
possui a plenitude de exercer o direito e deve ser assistido.

Invalidade:
Quando o ato é nulo, parte de um interesse público, ainda que o
particular queira ou consinta, o que importa é que é uma regra cogente,
não podendo o absolutamente incapaz celebrar ato jurídico por si só.

Quando o ato é anulável, há violação do interesse particular.

Outro integrante do negócio jurídico é o OBJETO.

O objeto deve ser idôneo, ou seja, apto para regular os interesses sobre
os quais recai o negócio jurídico. Segundo o artigo 104 do código civil o
objeto deve ser lícito, determinado e determinável, possível fisicamente
e juridicamente.

O que pode ser objeto do negócio jurídico?

· Tudo, exceto o que for ilícito, o que ferir o interesse público e os bons
costumes.

Ex: comprei um produto pensando que era cocaína, paguei o valor, e ao


usar, não era cocaína. O objeto “cocaína” é ilícito, portanto não pode
haver uma ação ou seja, não pode esse objeto ser objeto de um negócio
jurídico.

É necessário que o objeto seja possível fisicamente para que seja


concretizado, dentro das leis humanas e naturais, assim como também
é necessário que o objeto seja possível juridicamente. Por exemplo:

Empréstimo Comodato e Mútuo

O empréstimo comodato é aquele que empresta um bem infungível e


no final do processo o mesmo bem será devolvido, sem nenhum tipo de
alteração, e o empréstimo mútuo é aquele que empresta um bem
fungível.

Não é possível juridicamente o empréstimo comodato de dinheiro,


portanto esse objeto seria impossível.
Deve ser determinado no momento da realização do negócio jurídico. E
se não for determinado deve ser ao menos determinável, ou seja,
possível de se determinar. Chamamos de identificação embrionária,
que são mecanismos de identificação do objeto pela “raíz”. Ex: safra de
feijão que ainda não foi colhida. Não se é possível determinar a
quantidade do objeto, mas é possível determinar qual objeto será
objeto do negócio jurídico.

A ausência de qualquer uma das características do objeto, o tonam


invalido para ser usado no mundo jurídico.

Elementos Acidentais Gerais – Eficácia

Condição: é um evento futuro incerto

Termo: é um evento futuro e certo. A única incerteza que pode-se haver


é no sentido de quando ele ocorrerá. Existem duas expressões dentro
desse elemento acidental geral que são usadas na pratica:

· Ad quo = utilizado quando começa-se o exercício do direito.

· Ad quem = utilizado quando finaliza-se o exercício do direito.

Ex: locação de apartamento de férias.

Aluguel foi contratado para ser usado dos dias 1 de julho até o dia 30
de julho.

O início do exercício do direito foi o dia 1, portando ad quo 1 de julho.


O fim do exercício do direito foi o dia 30 de julho, portanto ad quem 30
de julho.

Disponível em: http://carolp1211.jusbrasil.com.br/artigos/373314805/direito-civil-fatos-juridicos

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