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Fatos jurídicos e Negócios Jurídicos

Bom pessoal, neste primeiro momento vamos abordar tópicos importantes que podem cair na
sua prova sobre Fatos jurídicos.

Dentro deste tema separei alguns assuntos relevantes:


• Conceito de fatos jurídicos
• Classificação dos fatos jurídicos
• Negócio jurídico
• Classificação do negócio jurídico
• Elementos dos negócios jurídicos
• Nulidade e Anulabilidade

Conceito de fato jurídico


É qualquer evento ou acontecimento, proveniente da natureza.
Pode ser também aqueles acontecimentos que decorre de uma conduta humana (ATO).

ATO = todo fato que decorre de uma conduta humana.

Quando um fato será jurídico?

Quando aquele evento ou acontecimento desperta o interesse da ciência jurídica, que por sua
vez irá regulamentar os efeitos oriundos produzidos por aqueles fatos.

Classificação dos Fatos Jurídicos


Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos:

Grupo dos fatos naturais

Grupo dos fatos humanos.

Em sentido estrito, o fato jurídico seria um acontecimento natural, podendo ser ordinário,
como o nascimento, a maioridade, a morte; ou extraordinário, como caso fortuito ou de força
maior, que são eventos imprevisíveis e inevitáveis (exemplos: terremotos e tempestades).

Vejamos um quadro de fixação:

“A persistência é o caminho do êxito”


@treinando_direitoo
Fatos humanos: são acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangendo tanto os
atos ilícitos como os ilícitos.
Atos ilícitos: são os que tem relevância para o direito por gerarem obrigações e deveres para
quem os prática, estes são tratados nos seguintes artigos do Código Civil, vejamos:

“A persistência é o caminho do êxito”


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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,


ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes

Atos lícitos (ato jurídico em sentido amplo): a consequência da prática de um ato lícito é a
obtenção do direito, o que acarreta a produção de efeitos jurídicos desejados pelo agente.
Dividem-se ato jurídico em sentido estrito e no negócio jurídico. Porém o Código Civil
destinou apenas um artigo para os atos lícitos, sendo ele:

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios
jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título
anterior.

Negócio Jurídico
É um ato de autonomia de vontade, com a qual o particular regula por si os próprios interesses,
logo, podemos afirmar que a sua essência é autorregulação dos interesses particulares
reconhecida pelo ordenamento jurídico.
Exemplo: Contrato de compra e venda, fazer um testamento, locar uma casa etc.

“A persistência é o caminho do êxito”


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Do esquema gráfico apresentado, o Código Civil dedica especial tratamento aos negócios
jurídicos (art. 104 a 184 do CC).

Sendo assim, não basta a simples leitura dos dispositivos ora citados para acertar as questões
da OAB, necessita-se de um estudo amplo para um entendimento eficaz.

Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa é o resultado gerado.
Nestes casos o componente psíquico pouco importa, ou seja, não é relevante que o ato-fato
jurídico tenha sido cometido por um incapaz, pois não haverá invalidade.

Exemplo disto é um louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção de encontrar um
tesouro, mas o encontrou. Para o ordenamento jurídico importa que ele o ache, e
independentemente do agente ser capaz e da intenção dele, ainda assim serão aplicadas as
normas do artigo 1264 do CC.

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo


dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário
do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

Classificação dos negócios jurídicos


São atos praticados cuja atuação da vontade e para cujos efeitos a lei reserva um espaço mais
amplo dentro do qual a vontade pode atuar.
O negócio jurídico são os contratos em suas infinitas espécies. O sujeito que deseja vender um
bem e se alia a outro, que quer adquiri-lo, e ambos celebram um contrato de compra e venda,
podendo livremente dispor sobre o objeto, o preço, a forma, o tempo e o lugar do pagamento
etc.

• Quanto às vantagens
Os negócios jurídicos podem ser gratuitos, onerosos, bifrontes e neutros.

• Quanto a forma
Os negócios jurídicos podem ser solenes e não solenes.
Solene; requer para que a sua existência uma forma especial prescrita em lei (ex.: testamento).

Não solene: não exige forma legal para que ocorra a sua efetivação (ex.:compra e venda de
bem móvel).

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• Quanto aos efeitos
Eles podem ser constitutivos ou declaratórios;

Constitutivo: a eficácia opera efeitos ex nunc, ou seja, a partir do momento da conclusão (ex.:
compra e venda).

Declaratório: a eficácia opera efeitos ex tunc, ou seja, retroage e se efetiva a partir do


momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade (ex.: divisão do
condomínio, partilha, reconhecimento de filhos etc.).

Elementos do negócio jurídico


O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais. Os três
apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao passo que
a vontade é um elemento subjetivo. A conjugação dos elementos objetivos com o elemento
subjetivo atribui vida ao ato negocial.

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Os elementos acidentais (condição, termo e encargo) não são necessários para um negócio
jurídico exista e seja válido, porém, podem subordinar a eficácia do negócio jurídico a uma
determinada situação

Nulidade e Anulabilidade
Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância
dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios.

O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade.

Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o rejeita, ferindo de nulidade,


evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
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III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial
para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,
sem cominar sanção.

Entretanto, ocorre a anulabilidade quando a ofensa atinge o interesse particular de


pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta-se
a estas, promover a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos prazos
legais, ou o confirmar.

Anulabilidade, é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados
por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício
social. Visa, à proteção do consentimento ou refere-se à incapacidade do agente.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é


anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo,
lesão ou fraude contra credores.

Sobre os prazos decadenciais para se pleitear a anulação do negócio jurídico, vejamos a


questão no art. 178 do CC.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se
a anulação do negócio jurídico,
contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou
lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Anulação do negócio jurídico, no caso dos vícios de permissão ou social, decai em quatro
anos. Contudo, quando se tratar de coação moral, o início deste prazo começa a partir do fim
da coação (art. 178, I do CC). Se uma pessoa coagir seu vizinho a assinar um contrato, nesse
caso, enquanto o vizinho estiver vivendo ao seu lado, a coação não terá terminado e,
consequentemente, não teremos o início do prazo decadencial para anulação.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem
estabelecer prazo para pleitear- se a anulação, será este de dois
anos, a contar da data da conclusão do ato.

Caso tenha uma situação de previsão de anulabilidade do ato e o Código Civil não mencione
um prazo, como no art. 496 do CC, o prazo será de 2 anos.

“A persistência é o caminho do êxito”


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Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se
os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento
do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.

Seguem outros artigos sobre a invalidade do negócio jurídico:

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao


estado em que antes dele se achavam,
e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o
equivalente.
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio
jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de
um negócio jurídico não o prejudicará
na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação
principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Então, oabeiros e oabeiras, não falei sobre Prescrição e Decadência, pois será o tema do
próximo resumo, espero que façam bom proveito e qualquer dúvida estarei disposição
para ajudá-los.

Um beijo até mais.

“A persistência é o caminho do êxito”


@treinando_direitoo

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