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DIREITO CIVIL II

ATIVIDADES ESTRUTURADAS
Em direito civil, a atividade substitutiva consistirá na elaboração de trabalho acadêmico
individual, correspondente grosso modo ao conteúdo que seria ministrado nas semanas
respectivas: Fatos e Atos Jurídicos e Atos Jurídicos não Negociais e Atos Negociais.

FATOS E ATOS JURÍDICOS

O fato jurídico em sentido amplo pode ser definido como um fato que obteve
uma consequência ou efeito jurídico, ou seja, deve passa por um juízo de valorização
pelo ordenamento jurídico, que considera o fato relevante ou não. Um fato que não tem
efeito jurídico é apenas um acontecimento sem relevância para o direito.

Os fatos jurídicos em sentido amplo possuem duas classificações: fatos naturais


ou fatos jurídicos stricto sensu e fatos humanos ou atos jurídicos lato sensu. Os fatos
naturais dividem-se em: ordinários, acontecimentos importantes que ocorrem ao longo
da vida, e extraordinários, acontecimentos que são fruto de força maior. Os atos
jurídicos em sentido amplo são ações humanas, e são divididos entre lícitos, quando os
atos praticados estão em conformidade com o ordenamento jurídico e produzem efeitos
jurídicos voluntário, e ilícitos, quando os atos praticados estão em desacordo com o
ordenamento jurídico e geram efeitos jurídicos involuntários.

Os atos lícitos dividem-se em três categorias: ato jurídico em sentido estrito ou


meramente lícito e negócio jurídico, estes que exigem manifestação de vontade, e o ato-
fato jurídico. No caso do ato jurídico em sentido estrito o efeito da manifestação de
vontade é predeterminado na lei, já no negócio jurídico, a manifestação de vontade visa
diretamente alcançar um fim prático permitido pela lei. O ato-fato jurídico tem como
principal característica a consequência do ato, o fato resultante, sem levar em
consideração a vontade de praticá-lo.

ATOS JURÍDICOS NÃO NEGOCIAIS E ATOS NEGOCIAIS

Os atos jurídicos lícitos podem ser divididos em dois grupos: atos jurídicos não
negociais, que correspondem aos atos jurídicos stricto sensu, que são apenas a mera
manifestação da vontade predeterminada pela lei, e os atos jurídicos negociais, ou seja,
o negócio jurídico.

O negócio jurídico pode ser definido como ato jurídico lícito que decorre de
comportamentos humanos convergentes que trazem consequências jurídicas de acordo
com a lei. Possui uma declaração expressa de vontade e modifica as relações jurídicas
no âmbito do Direito Privado.

Quanto à finalidade negocial, esta pode ser aquisição, conservação, modificação


ou extinção de direitos. Ocorre a aquisição de um direito com a sua incorporação ao
patrimônio e à personalidade do titular. Pode ser originária, quando se dá sem a
interferência do anterior titular, ou derivada, quando decorre da transferência de outra
pessoa. A aquisição também pode ser gratuita, quando o adquirente tem vantagem, ou
onerosa, quando é exigida uma contraprestação do adquirente. Quanto a sua extensão, a
aquisição pode ser a título singular, quando ocorre com bens específicos, ou título
universal, quando o adquirente sucede os bens em sua totalidade.

Na conservação de direitos, existem as medidas preventivas, que podem ser de


caráter extrajudicial, assim como de natureza judicial, e as medidas repressivas, que
visam restaurar um direito violado. A modificação de direitos pode ser subjetiva ou
objetiva. É objetiva quando diz respeito ao objeto, podendo ser quantitativa ou
qualitativa, e é subjetiva quando concerne à pessoa do titular. A extinção de direitos
pode ser objetiva, subjetiva ou concernentes ao vínculo jurídico.

Sobre a classificação do negócio jurídico:

a) Quanto à manifestação de vontade, os negócios jurídicos podem ser: unilaterais,


quando há apenas uma manifestação de vontade; bilaterais, quando há duas
manifestações de vontade; e plurilaterais, quando há mais de duas manifestações
de vontades;
b) Quanto às vantagens, os negócios jurídicos podem ser: gratuitos, quando há
apenas vantagens; onerosos, quando há sacrifício para obter uma vantagem;
neutro, quando não há atribuição patrimonial; e bifrontes, quando podem ser
onerosos e gratuitos, segundo a vontade das partes;
c) Quanto ao tempo para produzirem efeitos, os negócios jurídicos podem ser inter
vivos, quando os efeitos gerados são durante a vida dos interessados, e podem
ser mortis causa, quando regulam relações de direito após a morte do sujeito;
d) Quanto à sua existência, os negócios jurídicos podem ser principais, quando
existirem por si mesmo, sem depender de outros, ou acessórios, se a sua
existência depende de um negócio jurídico principal;
e) Quanto à formalidade, os negócios jurídicos podem ser solenes, que exigem
cumprimento da formalidade para existirem, e não solenes, que não dependem
da formalidade;
f) Quanto ao número de atos necessários, os negócios jurídicos podem ser simples,
quando há apenas um único ato; complexos, quando há a fusão de vários atos
sem eficácia independente que se completam, emitidas pelo mesmo sujeito, para
celebrar o negócio jurídico. Não se confunde com o negócio jurídico coligado,
este que se compõem de vários outros negócios jurídicos interdependentes
(multiplicidade de negócios).
g) Quanto ao modo de obtenção do resultado, o negócio jurídico pode ser fiduciário
ou simulado. O negócio jurídico fiduciário é aquele em que alguém transfere a
gestão de uma propriedade para um terceiro satisfazer às finalidades negociadas,
e, ao fim, restituir a titularidade ou transferi-la a um terceiro. Já o negócio
simulado é o que tem aparência contrária à realidade, as declarações de vontade
são falsas, portanto, não é válido.
h) Quanto ao conteúdo, os negócios jurídicos podem ser patrimoniais e
extrapatrimoniais. Os negócios jurídicos patrimoniais apresentam-se como
negócios reais, questões suscetíveis de aferição econômica. Os negócios
jurídicos extrapatrimoniais são atinentes aos direitos personalíssimos e ao direito
de família.
i) Quanto aos efeitos, o negócio jurídico pode ser constitutivo, quando sua eficácia
opera a partir do momento da conclusão, ou declarativo, quando sua eficácia só
é efetiva a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a
declaração de vontade.
j) Quanto ao exercício dos direitos, os negócios de disposição implicam no
exercício de amplos direitos sobre o objeto, e o negócio de simples
administração concernem sobre o exercício de direitos restritos sobre o objeto,
sem que haja alteração em sua substância.

Quanto aos elementos do negócio jurídico, dividem-se em três categorias:


essências, que são imprescindíveis para à existência do ato negocial, sendo
subdivididos em gerais, estes sendo capacidade do agente, licitude do objeto e
declaração de consentimento, e particulares, formas e solenidades previstas por
lei. Os elementos naturais, que são os próprios efeitos decorrentes do negócio
jurídico, e por fim os elementos acidentais, sendo estes cláusulas acessórias,
condições modos ou termos que modificam algumas de suas consequências
naturais.

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