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Objeto Da Relação

Jurídica
O Objecto
  objecto da relação jurídica é tudo aquilo sobre que
incidem os poderes d titular ativo da relação. É corrente
identificar-se o objecto da relação jurídica com o objecto
do Direito subjetivo, que constitui o lado ativo da mesma
relação.
 Diferente do objecto é o conteúdo do Direito subjetivo,
que se traduz no conjunto de poderes ou faculdades que
este comporta.
Exemplo:
No direito de propriedade, o conteúdo é o
conjunto de poderes ou faculdades que cabem
ao proprietário. O objecto será o bem sobre o
qual recaem esses mesmos poderes.
Modalidades de objecto da relação
jurídica
 Objeto imediato – é aquilo sobre que diretamente recai o direito,
sem que se interponha qualquer elemento mediador.
Ex. quando alguém se refere as suas joias, estas são o objeto imediato
da relação de propriedade.
 Objeto mediato – é aquilo sobre indiretamente recai o direito.
Ex. num contrato de compra e venda de uma joia, esta é o objeto
mediato da relação jurídica (constituindo a entrega da joia o seu objeto
imediato).
Podem ser objetos da relação jurídica:

Pessoas;
Prestações;
Coisas;
Direitos.
Pessoas
 No Direito Moderno, as pessoas só podem ser objecto da relação jurídica nos
determinados poderes-deveres ou poderes funcionais, que não são verdadeiros
direitos subjetivos.
Exemplos desta figura:
 O poder paternal;
 O poder tutelar.
Os direitos inseridos no poder paternal ou no poder tutelar não conferem qualquer
domínio sobre a pessoa do filho ou do pupilo, no interesse dos pais ou do tutor. São
meramente direitos que conferem poderes destinados a habilitarem os pais e os
tutores ao cumprimento dos deveres que lhes são impostos por lei.
Prestações

 Denomina-se prestação à conduta a que o devedor está obrigado.


Ex. num contrato de empreitada o empreiteiro tem a obrigação de
realizar a obra contratada enquanto que o dono da obra assume a
obrigação de pagar o respetivo preço.
 Artigo 762º do Código Civil
 (Princípio geral)
 O devedor cumpre a obrigação quando realiza a prestação a que está
vinculado.
Coisas

Artigo 202º do Código Civil


(Noção)
1. Diz-se coisa, tudo aquilo que pode ser
objecto de relações jurídicas.
Coisas Corpóreas - São as coisas físicas, isto é, aquelas que podem
ser apreendidas pelos sentimentos.
Ex. casas, barcos, automóveis, etc.
Coisas incorpóreas – são aquelas cuja existência é desencadeada pelo
espirito humano, ganhando, depois, relevância social.
Ex. Um determinado autor pode adaptar a sua obra literária ao cinema e
daí auferir lucros, mas pode também mantê-la inédita ou impedir que
depois de publicada seja posteriormente reproduzida com modificações.
Assim, apenas a obra na sua conceção ideal é o objecto de direitos.
FACTO JURÍDICO

 O facto jurídico é todo o ato humano ou acontecimento natural juridicamente


relevante.
 Tais efeitos jurídicos traduzem-se na constituição, modificação ou extinção de
uma situação jurídica.
Classificação dos factos jurídicos

 Facto jurídico voluntário ou ato jurídico –


acontecimento ou evento da vida social voluntário e que
produz efeitos jurídicos. Exemplos: casamento, doação…
 Facto jurídico involuntário – acontecimento ou evento
da vida social involuntário e que produz efeitos jurídicos.
Exemplos: nascimento, morte…
 Os factos jurídicos voluntários ou atos jurídicos, podem
ser classificados em:
 Ato
jurídico lícito – são aqueles que estão conforme a lei.
Exemplos: casamento, compra e venda, doação…
 Atojurídico ilícito – são aqueles que são contrários à
ordem pública e que implicam uma sanção para o seu
autor conforme a lei. Exemplos: roubo, homicídio…
 Os ato
 s jurídicos lícitos podem ser:
 Negócio jurídico – é o ato jurídico lícito, assente numa ou mais declarações de
vontade dirigidas à produção de determinados efeitos. Exemplos: casamento,
contrato de compra e venda.
 Simples ato jurídico – são accoes humanas lícitas cujos efeitos jurídicos, embora
eventualmente concordantes com a vontade dos seus atores, não são porém
determinados pelo conteúdo desta vontade, mas direta e imperativamente daquela
eventual ou normal concordância. Exemplo: escrever um livro dá lugar aos
direitos de autor, independentemente da vontade do escritor.
Classificação dos negócios jurídicos

 Negócio jurídico bilateral ou contrato – temos pelo menos duas declarações


negociais, e os que as caracteriza é que expressam interesses contrapostos, mas
que convergem num resultado comum (mútuo consenso).
Note-se que a figura do contrato, tal e qual conhecemos hoje, é relativamente recente.
 Negócio jurídico unilateral – uma ou varias declarações de vontade, mas num
mesmo sentido, não há interesses contrapostos.
exemplo: testamento.
Negócios jurídicos onerosos e negócios
jurídicos gratuitos
 Negócios jurídicos onerosos – são aqueles em que há
prestações patrimoniais para ambas as partes. Exemplo:
compra e venda.
 Negócios jurídicos gratuitos – são aqueles em que há
prestação patrimonial apenas por uma parte, ou seja, uma
das partes efetua uma atribuição patrimonial a favor de
outra, sem contrapartida. Exemplo: doação.
Negócios jurídicos entre vivos e negócios
jurídicos mortis- causa
 Negócios jurídicos entre vivos – são aqueles que se
destinam a produzir os seus efeitos em vida das partes.
Exemplos: contrato de compra e venda, casamento…
 Negócios jurídicos mortis causa – são aqueles que se
destinam a produzir os seus efeitos só após a morte das
partes ou de alguma delas. Exemplo: testamento.
Formação dos Negócios Jurídicos

1. Manifestação da vontade: um dos pressupostos básicos, a manifestação da


vontade é indispensável para a formação do negócio jurídico. Para o mundo do
direito, apenas a vontade que se exterioriza, ou seja, que se manifesta, é
considerada suficiente para compor o negócio jurídico.
2. Finalidade Negocial: a finalidade negocial é o objetivo de adquirir, conservar,
modificar ou extinguir algum direito. A existência do negócio jurídico depende
da manifestação de vontade das partes em estabelecer uma relação negocial; e
3. Idoneidade do objeto: o objeto do negócio jurídico deve ser idôneo, ou seja,
honesto. Assim, numa compra e venda de um celular, caso este seja furto de um
roubo, este perderá sua idoneidade e não poderá configurar como objeto do
negócio jurídico
Negócios jurídicos consensuais ou não solenes e negócios
jurídicos solenes ou formais

 Negócios jurídicos consensuais ou não solenes – são todos aqueles


que não têm forma determinada por lei. Exemplo: quando alguém
vai a uma livraria comprar um livro está a celebrar um contrato de
compra e venda que, no caso, se apresenta como um negócio
jurídico consensual.
 Negócios jurídicos solenes ou formais – são todos aqueles que têm
forma determinada por lei. Exemplo: a compra e venda de uma casa,
terá que respeitar a forma escrita e celebrado por escritura pública.
DECLARAÇÃO NEGOCIAL (217 e
segs. Do CC.
 A declaração de vontade é um comportamento que alguém adota de acordo com
os usos, convecções, ou vontade dos interessados, que exterioriza a vontade
negocial – que se dirige à produção de efeitos práticos, com intenção que o direito
os tutele.
 Exemplo: num contrato de compra e venda, temos um comprador (“eu compro”) e
um vendedor (“eu vendo”) – temos de analisar cada declaração negocial por si.
Da declaração “eu compro” o declaratário é o vendedor e o declarante é o
comprador. Da declaração “eu vendo” o declarante é o vendedor e o declaratário é
o comprador.
Princípios fundamentais dos contratos

 Princípio da liberdade contratual – faculdade que as partes têm de fixar


livremente o conteúdo dos contratos, de escolher livremente o outro contraente,
ou de incluírem nestes as cláusulas que bem entender;
 Princípio da consensualidade – traduz a ideia de que a perfeição do contrato se
alcança pelo simples acordo de vontade;
 Princípio da boa-fé – traduz-se na imposição às partes de uma conduta honesta e
conscienciosa, afim de não resultarem afetados os legítimos interesses de cada
um;
 Princípio da força vinculativa – segundo o qual, uma vez celebrado, o contrato
plenamente válido e eficaz, constitui lei imperativa entre as partes.
Garantia

É a suscetibilidade de tornar efetivos os poderes do sujeito


ativo da relação jurídica, que poderá, assim, reagir no caso
de violação ou de ameaça de violação do seu direito
subjetivo.
 Exemplo: o credor tem a possibilidade de recorrer ao
tribunal e executar o património do devedor, para, à custa
dele, obter satisfação do seu crédito.
Modalidades de garantia de obrigações

 Garantia geral – artigo 601º CC – é constituída pelo conjunto de


bens do devedor que respondem por determinadas dívidas. O
património do devedor responde, assim, por determinadas dívidas.
 Garantia especial – trata-se de garantias concedidas por lei, por
negócio jurídico ou por sentença, a alguns credores relativamente ao
património do devedor, que podem ser de natureza real ou pessoal.

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