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TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS

1. Conceitue fato jurídico (em geral) e dê três exemplos.


Fato jurídico pode ser entendido como todo acontecimento, seja ele natural ou
decorrente de ação humana, que tenha o potencial de criar, modificar, conservar ou
extinguir relações jurídicas. Eles são a matéria-prima para que o Direito opere, uma vez
que geram consequências jurídicas. E aquilo que gera aquisição, modificação ou
extinção de direitos e deveres. É o fato real, o acontecimento da vida, associado à sua
relação com o homem e a sua relevância para o Direito. Exemplos: Carlos Roberto
Gonçalves os divide em ordinários (nascimento e morte) e extraordinários (caso fortuito
e força maior). A título de exemplo, imagine que um sítio pegou fogo em razão das
condições climáticas da região e o proprietário havia feito um seguro para o sítio. Um
fato da natureza – o incêndio – gerará o pagamento da indenização ao proprietário do
sítio.
2. Responda e justifique: o que mais acontece na vida cotidiana são fatos jurídicos ou
não jurídicos?
Quando o fato não repercute juridicamente a doutrina o determina como fato material ou a
jurídico. Assim, para que um fato seja classificado como material ou jurídico deve-se analisar as
circunstâncias do caso concreto e dos efeitos produzidos. Entretanto, quando o fato se enquadra
nas normas abstratas do ordenamento jurídico é um fato jurídico, uma vez que gera efeitos
tutelados pelo Direito. Justifique :.....

3. Considerando que a classificação dos fatos jurídicos em diferentes espécies se


baseia na maior ou menor presença da vontade humana, é importante compreender
esse conceito. PERGUNTA: explique a diferença de vontade expressa (manifestada
expressamente) e vontade tácita (manifestada tacitamente).
A vontade pode ser manifestada de várias formas.
Manifestação expressa: A manifestação expressa é a declaração explícita da vontade
de praticar o ato ou negócio jurídico seja por gestos, seja por escrito, por telefone,
verbalmente etc. A primeira forma de manifestação de vontade é essa, a expressa.
Manifestação Tácita: É aquela que resulta de uma conduta incompatível com a
recusa em praticar o ato ou negócio jurídico. O fato do prestador de serviço dar início
ao serviço significa que ele aceitou o contrato, mesmo com o preço abaixo do que ele
queria. A manifestação tácita é admitida sempre que a lei ou a natureza do negócio ou
as circunstâncias não exijam manifestação expressa. Há situações em que a lei exige a
manifestação expressa, ou seja, para a lei não basta a manifestação tácita. Exemplo,
contrato de fiança, é um contrato que a lei exige que seja feito por escrito, não só é
expresso como tem que ser escrito. Contrato de compra e venda de imóvel tem que ser
escrito e dependendo do valor tem que ser na escritura pública.
4. Agora, dê os conceitos e um exemplo de cada uma das classificações dos fatos
jurídicos (listados abaixo):
4.1. Fato jurídico em sentido estrito (stricto sensu); O fato jurídico stricto sensu é o
fato da natureza, aquele que independe de vontade humana. Por exemplo, o
nascimento com vida.
Ato ilícito;

São considerados ilícitos por serem praticados contrariando o Ordenamento Jurídico.


Dessa forma, embora repercutam no Direito, causam efeitos jurídicos involuntários,
mas determinados na norma.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito


reconhecido;

II - A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de


remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
Os atos ilícitos (que desrespeitam a lei) não são considerados atos jurídicos pela
doutrina vigente. Isso ocorre porque eles vão contra o dispositivo normativo, enquanto
os atos lícitos conformam-se à norma.

Ato jurídico em sentido estrito (stricto sensu);

O ato jurídico stricto sensu, ou de senso estrito, é toda ação humana, voluntária e
consciente que acarreta consequências jurídicas pré-determinadas por lei. O efeito
jurídico, pois, é automático e inevitável, não podendo o indivíduo evadir-se dele. Por
exemplo: se um pai reconhece legalmente um filho, ele não pode excluir as
consequências legais de tal ato, tal qual a tipificação do filho como um de seus herdeiros
necessários. O ato jurídico de sentido estrito, portanto, tem efeitos decididos por força
legal, não por vontade do indivíduo.

Negócio jurídico unilateral;

No unilateral, o negócio jurídico se aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade,


como acontece em testamentos, renúncias a herança ou promessas de recompensa. O
negócio unilateral ainda pode ser dividido em:

 Receptício, em que a declaração de vontade tem que se tornar conhecida do


destinatário para produzir efeitos, como por exemplo, no caso de uma revogação
de mandato, e
 Não receptício, em que é irrelevante o conhecimento do conteúdo da
declaração de vontade por parte de outras pessoas, como acontece com o
testamento.

4.2.
Negócio jurídico bilateral; O negócio jurídico só se perfaz com duas manifestações de
vontade, coincidentes sobre o objeto. Este objeto pode ser:

 Simples, quando apenas uma das partes se beneficia, como no caso do


comodato, ou
 Sinalagmático, em que existe uma reciprocidade de direitos e obrigações.

Por fim, o negócio jurídico pode ser plurilateral, ou seja, envolve mais de duas partes,
como acontece com os consórcios de veículos, por exemplo.

4.3.
4.4. Negócio jurídico plurilateral.

ESCADA PONTEANA (referência ao prof. Pontes de Miranda): A ANÁLISE DOS


NEGÓCIOS JURÍDICOS EM TRÊS PLANOS (OU DEGRAUS): existência, validade
e eficácia.
Existência Elementos ▪ Agente ▪ Vontade ▪ Objeto ▪ Forma Eficácia Fatores ▪ Condição ▪ Termo
▪ Encargo Validade Requisitos ▪ Agente capaz. ▪ Vontade livre. ▪ Objeto lícito, possível,
determinado ou determinável. ▪ Forma prescrita ou não defesa em lei.

5. Os negócios jurídicos são analisados em razão de seus elementos: agente, vontade,


forma e objeto. Conceitue cada um desses elementos. Ou seja, diga o que é cada um
deles. Cuidado para não dar apenas exemplos no lugar do conceito: a tarefa é para
conceituar; apenas exemplificar não responde a tarefa!
E temos os agentes, que também podem ser chamados de partes. As partes são justamente
as pessoas responsáveis pela prática de suas condutas, aquelas que podem celebrar acordos
de vontade. O ponto de partida do negócio jurídico é o agente, portanto, este é o primeiro
elemento essencial do negócio.
OBJETO:
E como elemento, pense que em quaisquer negócios jurídicos que praticamos, acabamos nos
comprometendo a realizar obrigações como: consertar algo, entregar alguma coisa e mesmo
dar dinheiro em contraprestação. O objeto do negócio jurídico, como elemento, é justamente
a prestação (de dar, fazer ou não fazer) à qual nos comprometemos quando nos vinculamos a
algum negócio. E você, nesse momento, pode se perguntar: e o que seria, por exemplo, um
veículo vendido em determinado negócio? Ora, o veículo é o objeto da prestação de dar,
assumida pelo vendedor. Para chegar a esse entendimento sempre raciocine do seguinte
modo: o objeto do negócio jurídico é a prestação de dar, fazer ou não fazer e o objeto da
prestação é justamente a coisa, se houver.
VONTADE
E deverá ser, de algum modo, manifestada ou declarada, para que passe a influenciar
o mundo jurídico. Não basta ao agente do negócio jurídico ter alguma vontade, apenas, e
jamais levá-la ao mundo por meio de sua manifestação através da fala, da escrita, de algum
gesto ou de algum modo. Portanto, quando pretendemos que nossa vontade seja reconhecida
pelo Direito, devemos manifestá-la.
FORMA
E toda vez que realizamos alguma negociação com outra pessoa e sobretudo quando firmamos
um negócio jurídico com esta, o fazemos por meio de alguma forma: seja pela forma verbal,
acompanhada ou não por um aperto de mãos ou mesmo pela estaria pretendendo que o
mesmo deixasse de produzir seus efeitos, certamente. Contudo, como poderia algo inexistente
produzir efeitos? 28 U1 - Do fato ao negócio jurídico forma escrita, mediante a assinatura de
um instrumento contratual qualquer

6. Diferencie – em comparação – Termo e Condição;


Condição: O art. 121 do Código Civil preconiza que “considera-se condição a cláusula que,
derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto” (BRASIL, 2002). Para estudarmos a condição, vamos dividi-la em
resolutiva e suspensiva. Na condição resolutiva, as partes agregam ao negócio um fator de
eficácia segundo o qual, se ocorrer um evento futuro e incerto, o negócio será resolvido
(encerrado/terminado). O art. 127 do Código Civil é claro ao dizer que “se for resolutiva a
condição, enquanto está se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercesse desde
a conclusão deste o direito por ele estabelecido” (BRASIL, 2002). Ou seja, o negócio jurídico
produzirá efeitos até ocorrer a condição resolutiva. Já na condição suspensiva, o negócio
jurídico não produzirá efeitos (estará suspenso) enquanto não verificada a ocorrência de um
evento futuro e incerto. Sobre esse assunto, o art. 125 do Código Civil nos diz que:
“subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto está se não
verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa” (BRASIL, 2002). Aqui, o negócio
jurídico não produzirá efeitos até ocorrer a condição.
Termo: termo, outro fator de eficácia, compreenda que as partes podem acordar sobre o
momento de início dos efeitos do negócio jurídico, assim como podem pactuar acerca do
momento final dos efeitos. Perceba que o termo é um evento futuro e certo (pois se fosse
incerto, seria uma condição). Enquanto não chegar o momento definido como termo, o
negócio não produzirá os efeitos (se for o termo inicial/suspensivo) e quando chegar o
momento do termo, o negócio deixará de produzir efeitos (se o termo for final/ resolutivo). É
importante saber o que dispõe o autoexplicativo art. 131, do Código Civil: “o termo inicial
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito” (BRASIL, 2002).

7.
8. Conceitue os elementos eficácias a seguir listados:
8.1. Termo inicial ou a quo;
8.2. Termo final ou ad quem;
8.3. Condição suspensiva; Já na condição suspensiva, o negócio jurídico não produzirá
efeitos (estará suspenso) enquanto não verificada a ocorrência de um evento futuro e
incerto. Sobre esse assunto, o art. 125 do Código Civil nos diz que: “subordinando-se a
eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto está se não verificar, não
se terá adquirido o direito, a que ele visa” (BRASIL, 2002). Aqui, o negócio jurídico não
produzirá efeitos até ocorrer a condição.
8.4. Condição resolutiva; Em condição resolutiva, as partes agregam ao negócio um
fator de eficácia segundo o qual, se ocorrer um evento futuro e incerto, o negócio
será resolvido (encerrado/terminado). O art. 127 do Código Civil é claro ao dizer que
“se for resolutiva a condição, enquanto está se não realizar, vigorará o negócio
jurídico, podendo exercesse desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido”
(BRASIL, 2002). Ou seja, o negócio jurídico produzirá efeitos até ocorrer a condição
resolutiva
8.5. Encargo. O encargo pode ser entendido como uma obrigação imposta a uma das
partes, sujeitando o início dos efeitos do negócio ao cumprimento dessa obrigação.
Algo interessante sobre o encargo e que o diferencia da condição, é o disposto no art.
136 do Código Civil que diz que “o encargo não suspende a aquisição nem o exercício
do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, U1 - Do fato ao
negócio jurídico 49 pelo disponente, como condição suspensiva” (BRASIL, 2002). Ou
seja, o encargo, salvo quando houver previsão expressa em contrário, não suspenderá
a aquisição e nem o exercício do direito. Mas, o que isso quer dizer? Significa que o
encargo é uma obrigação a ser cumprida, e, se não for, a parte perderá o direito,
apenas.

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