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Aula teórica 1 TGDC II

Tratado II e V - manuais

Princípio da autonomia privada - "nós fazemos aquilo que queremos, celebramos o contrato
que quisermos, não posso ser obrigado a celebrar um contrato" - 1305.ºCC. Distingue o direito
público do privado.

Não há um princípio na CRP atual (apenas na de 1922), que diga que cada um está livre de
fazer aquilo que quer.

Facto juridico - é o acontecimento real/ social ao qual o direito associa a produção de efeitos
juridicos. ex: nascimento facto juridico, efeito juridico é a criação de direitos de personalidade.

No entanto, um terramoto apenas é um facto juridico caso produza efeitos juridicos, caso não
produza, não é.

Ato juridico - ponto de partida dos franceses; corresponde a factos juridicos que dependem da
manifestação da vontade humana. ex.: terramoto não é um ato juridico. Um contrato de
compra e venda, é um ato juridico.

Negócio juridico - ponto de partida dos almães; o ato juridico divide-se em dois. O ato juridico
em sentido estrito, e o negocio juridico. Art.295.ºCC.

Diferença entre ato juridico e negócio juridico - no ato juridico há liberdade de celebração e no
negocio juridico há liberdade de celebração (liberdade de o fazer) e liberdade de estipulação
(com o conteudo que eu quiser, é determinado pelas partes). art.405.ºCC - conteúdo dos
negócios.

ex de ato jurídico: a confirmação, num pedido de anulação, porque determina-se que o vício é
sanado.

ex de negocio juridico: todos os contratos.

Contrato - ponto de partida dos ingleses e italianos; negócio juridico (liberdade de celebração
e estipulação), que tem duas partes.

Testamento: não é um contrato.

- Casamento, é contrato?

- Pedro Pais Vasconcelos, diz que não pode ser.


- A questão da partilha do dinheiro poderia torna-lo um contrato, porém o nucleo do
casamento é o dever de auxilio.

- Portanto, o que se retira daqui é que o casamento é um ato juridico, não um negócio
juridico.

Modalidades dos negócios juridicos:

- Negocios unilaterais: ex.: testamento

- Negocios bilaterais: ex.: contrato de compra e venda

- o que distingue estes dois tipos de negocio distinguem-se pelo numero de pessoas
envolvidas, e pelos interesses envolvidos.

- Os negocios bilaterais podem envolver mais do que duas pessoas, pois o antonio
pode vender um terreno a 6 pessoas e essas 6 pessoas serem coproprietarias desse negocio.

- a distinção está nos efeitos juridicos decorrentes da manifestação da vontade.

- se tivermos 2 efeitos juridicos, o negocio será bilateral.

- Negocios multilaterais: ex.: contrato juridico com 3 ou mais pessoas.

- se o negocio tiver 3 ou mais efeitos juridicos, será multilateral.

- Negocios intervivos e mortis causa. Diferença: no de mortis causa os efeitos juridicos


decorrentes daquela manifestação de vontade apenas ocorrem depois da morte de quem o
declara. ex.: testamento. Seguro de vida não é um negocio mortis causa, pois apenas de fazer
efeitos apenas apos se morrer, paga-se enquanto estamos vivos, então também produz
efeitos.

- Negocios formais ou consensuais: (art.219.ºCC) os negocios juridicos serão consensuais na


medida em que os efeitos juridicos dependam apenas de uma manifestação de vontade
juridica oral. Serão formais se dependerem de uma forma especial juridica (na lei) para poder
ser celebrado.

- Negocios obrigacionais e reais. Os obrigacionais são os estudados em obrigações; os reais são


estudados em reais. A diferença entre as situações juridicas reais e obrigacionais é que nas
obrigacionais existe um crédito. No negocio real, este negocio será real quanto aos seus
efeitos, portanto é aquele que pressupoe a transmissão do direito de propriedade. Os
negocios reais quanto à constituição são aqueles que os efeitos juridicos apenas ocorrem
mediante a entrega da coisa. (Negocios reais quod efectum - quanto aos efeitos; negocios reais
quod constitutionem- depende da tradição da coisa)

Exemplo de negocio real: mandato, advogado. São obrigados a atuar de determinada forma.

exemplo de negocio real quod efectum: um contrato de compra e venda, porque há


transmissão do direito real.
exemplo de direito real quod constitutionem: doações de bens futuros. Por exemplo, alguem
dizer que quando for rico, irá doar-te um carro. Isto não é para ser levado a sério dentro da lei
portuguesa. (947.ºCC - doação de bens móveis, é um exemplo de negocio juridico quod
constitutionem)

- Negocios onerosos e negocios gratuitos - onerosos, há o pagamento de uma prestação, nos


gratuitos não há. exemplo de negocios onerosos: compra e venda. exemplo de negocios
gratuitos: doação.

- Negocios sinalagmáticos e não sinalagmáticos- ex.: a compra e venda. Porque? os efeitos


juridicos numa parte são o oposto na outra parte. Um tem o direito de exigir a coisa, e o outro
tem o dever de pagar.

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