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receptícios
unilaterais
Voluntários bilaterais
ou contrato
simples atos jurídicos
Factos jurídicos
quase negócios
jurídicos
Involuntários
operações jurídicas
ou atos materiais
Regime do negócio jurídico- é um facto jurídico (estes são todos os factos juridicamente relevantes). É
através dos negócios jurídicos que as pessoas conseguem satisfazer as necessidades e interesses, é
através destes que se gera a riqueza, particularmente através do contrato.
Todos os negócios jurídicos seguem um princípio internacional de ius congens que é o pacta sunt
servanda, significa que todo o contrato tem que ser cumprido na sua integra e pontualmente (respeitar
todos os pontos dele e clausulas nele existentes).
O facto jurídico é um evento da vida social que é relevante, a constituição dessa relação jurídica depende
da verificação de inúmeros fatores, mas as mais importantes são:
-A vontade da parte de se vincular juridicamente
-Da manifestação dessa vontade.
As partes que celebram um negócio jurídico pretendem produzir certos efeitos jurídicos, para essa
submissão ao negócio jurídico a parte tem que ter vontade destinada à sua vinculação jurídica. Existindo
essa vontade, os efeitos jurídicos produzem-se e ficam vinculados.
Todavia nem sempre os efeitos jurídicos produzem-se a título definitivo, acontece nas situações em que:
-As partes por vontade sua decidem adiar ou não assumir em definitivo a produção de efeitos
jurídicos, por exemplo condicionar a validade de um contrato a algum tipo de acontecimento externo às
partes (não depende da vontade das mesmas).
-Quando a ordem jurídica assim determina, nas situações em que o negócio jurídico apresenta
desde a criação certas deficiências que o tornam invalida, neste caso a ordem jurídica recusa dar
proteção aos efeitos do negócio jurídico.
O negócio tem que ser celebrado dentro do quadro da ordem jurídica privada. Ex: quando uma parte é
incapaz, em que não teve capacidade de formar a sua vontade, aí a ordem jurídica pode limitar os seus
efeitos. Outra situação e quando o objeto da ordem jurídica não e permitido.
-a vontade em termos privados, tem que ser dirigida a produção de efeitos jurídicos, tem que ser
exteriorizada segundo a intenção daquilo que deve acontecer segundo aquele negocio. A vontade é o
elemento interno de cada sujeito, ou seja, o elemento subjetivo, e a manifestação da vontade é
elemento objetivo.
Declaração de vontade- art.º 217 CC.
-a garantia em termos legais, da produção de efeitos jurídicos tem que ser consagrada pela ordem
jurídica ou seja pelo direito objetivo.
-Não existe a declaração, que não chegou a ser prestada, nada foi manifestado;
ou
-Existe a declaração, mas não existe com caráter negocial (por exemplo num leilão, uma pessoa ao
levantar o braço está a manifestar a vontade de licitar por norma, e se por exemplo uma pessoa levanta
a mão sem querer, por exemplo para cumprimentar alguém e é considerado que esta a licitar existe uma
declaração sem carater negocial, pois não era esse o objetivo)
Art.º 246 CC- é necessário determinar em que circunstância é que aconteceu quando isto acontece para
não haver responsabilidade.
Não são negócios jurídicos os chamados compromissos de honra, ou negócios por obsiquidade e por
favor. Certos tipos de favores que não se qualificam como negócios jurídicos. Pois o negócio jurídico visa
a produção de efeitos jurídicos, e a vontade nesse sentido implica a consciência de criar uma vinculação
jurídica da parte do declarante.
A vontade e declaração de vontade são necessários para a realização de negócio jurídicos, porém nem
sempre, pois há certos tipos de contratos que exigem um ato material a acompanhá-lo, um ato de
entrega da coisa, ou pagamento da coisa, para a declaração produzir efeitos. Por exemplo o Art.º 1129
CC.
Não basta a declaração jurídica. Se nunca entregar a coisa o negócio jurídico nunca vai produzir efeitos.
São deste tipo o contrato mútuo (Art.º 1142CC), contrato depósito (Art.º 1185 CC), comodato (Art.º
1129 CC) e os contratos reais, são contratos que versam sobre direitos reais.
Elementos essenciais- caracterizam o respetivo tipo negocial que é escolhido pelas partes e
admitido pela lei, que o individualizam face aos outros tipos negociais. Por exemplo são
elementos essenciais de um contrato compra e venda os requisitos enunciados no Art.º 874 CC
em comparação com o Art.º 940 CC. São os mais importantes, porque existem sempre.
Elementos acidentais- são estipulações das partes que não integram o respetivo tipo negocial,
mas que contém cláusulas complementares ou assessórias, por exemplo condições, prazos,
cláusulas exclusivas ou limitativas ou cláusulas arbitrais. São elementos acidentais ao negócio,
as partes podem querer integrar estes elementos naturais no negócio jurídico. Na maior parte
dos negócios jurídicos não existem.
Existem negócios que são oponíveis a terceiros, tem força erga omnis, porque se opõe a todos. E esses
normalmente são direitos reais sujeitos a registo, para além da declaração negocial, todos podem
conhecer esse negócio. Mas a regra é de que os negócios produzem apenas efeitos inter partes e isto
significa eu não podem ser celebrados por representantes, em vez das próprias partes ( o representante
não passa a ser a parte, emite apenas a declaração em nome da parte).
Esta oponibilidade a terceiros depende do conteúdo do negócio, isto é, sobre que incide bem como do
conhecimento que o terceiro tem sobre o negócio.
Um sujeito só pode conformar relações jurídicas de forma unilateral quando se trata do exercício de um
direito já constituído, quando o ato afeta só o património próprio.
Não é possível estabelecer ou conformar relações por ato unilateral, relações que favorecem uma
pessoa, pois neste caso é exigido o consentimento prévio do outro ou a aceitação.
Ex.: doação (art.º 940 CC), testamento (art.º 2179 CC).
Mas também por via contratual não é possível favorecer terceiros contra a sua vontade, são apenas
favorecidos desde que o queiram, art.º 443 e 447 CC.
Não pode ainda haver contratos que produzam efeitos em desfavor de um terceiro, alheio ao negócio,
estes são nulos em relação as partes e ineficazes para os terceiros que não intervieram.
Negócios jurídicos unilaterais – há apenas uma declaração de vontade ou de várias mas que
sejam todas do mesmo lado, e não dependem da aceitação ou concordância de uma segunda
parte ou terceira para ter efeitos jurídicos, no entanto pode ser necessário que a outra parte
conheça o conteúdo da declaração ou que esta chegue ao seu poder e por subdividem-se em 2:
Negócios jurídicos bilaterais ou contratos- são os negócios mais importantes, em grande parte
contratos celebrados no direito das obrigações. Podemos encontrar 2 situações dentro dos
negócios jurídicos bilaterais, que podem ser:
-imperfeitos: inicialmente há apenas uma obrigação para uma das partes podendo
surgir posteriormente obrigação para a outra parte também.
-Contratos unilaterais: criam obrigações para apenas uma das partes contraentes. Um caso
exemplar é a doação, art.º 949 nº1 CC e art.º 957 nº1 CC.
NOTA: dentro dos contratos bilaterais sinalagmáticos temos contratos de execução imediata
(executam se num único ato de cumprimento no caso de uma troca, cessa a obrigação
depois de efetuada a troca), de execução continuada (exige uma obrigação duradoura , no
caso do arrendamento , contrato de trabalho ) , de execução periódica ( tem uma obrigação
com uma certa periodicidade , no caso de restaurantes com fornecedores por exemplo de
semana a semana, por exemplo só em certos dias já expectáveis).
Negócios jurídicos onerosos e gratuitos- nos onerosos cada uma das partes envolvidas faz uma
certa atribuição patrimonial, existe uma contraprestação que tem valor patrimonial, é
necessário que o negócio seja mais beneficiante para uma parte em face de outra, isto para
cumprir o princípio da liberdade contratual por exemplo.
Nos gratuitos existem liberalidades em que uma parte atribui a outra algo em prejuízo dela
própria, sem haver contraprestação.
Tem duas subespécies:
-Negócios jurídicos aleatórios – consta dos negócios gratuitos ou onerosos, em que as partes
aqui se sujeitam a um negócio, em que não se sabe por parte das partes se ganham ou não, por
exemplo nos casos de jogos de apostas. Existe um risco inerente. Por exemplo: as seguradoras
(existe o risco depois de fazer a celebração do contrato de seguro, existir um acidente no caso é
a seguradora tem que indemnizar terceiros.)
-Negócios jurídicos parciários- consta também dos negócios onerosos e gratuitos e traduz-se
pelo risco que se tem num certo empreendimento no que diz respeito aos lucros esperados.
Negócios jurídicos entre vivos e os negócios mortis causa- Os entre vivos produzem os seus
efeitos em vida das partes enquanto os mortis causa destinam-se a produzir os seus efeitos
depois da morte das partes ou uma delas. Os negócios mortis causa são negócios com
irrevogabilidade a todo o tempo. Entre vivos- art.º 406 nº1 CC.
Negócios jurídicos formais ou solenes e negócios não formais ou não solenes- Em Portugal
vigora o princípio da liberdade de forma, ao abrigo do art.º 219 CC e art.º 217 nº1 CC mas por
regra os negócios não estão sujeitos a exigência de forma. Para aquele que é exigida forma por
ser uma exceção e a forma não for respeitada, há uma nulidade conforme o art.º 220 CC. Pode
ser exigida pelo legislador uma forma para existir segurança jurídica como acontece no caso da
escritura pública no caso da compra e venda de uma casa.
Negócios jurídicos consensuais e reais- no negócio consensual o contato fica perfeito com o
simples acordo das partes, isto é, o consenso das partes. No negócio real é preciso para além do
acordo, ainda um ato material.
Para existir negócio jurídico tem que haver uma declaração de vontade, em que o declarante escolherá o
meio mais razoável de exprimir a vontade.
-Expressa- quando for feita por palavras escrita ou qualquer meio direto de declaração ou manifestação
de vontade. Ex: gestos ou sinais. Destina-se única ou principalmente a exteriorizar uma certa vontade
negocial, art.º 217 nº1 CC.
-Tácita, quando a vontade se deduz de factos que com toda a probabilidade a revelam, factos com os
quais se pode deduzir a vontade da parte. art.º 217 nº1 e 2 parte CC.
Ex: estacionar o carro no parque pago, visa diretamente imobilizar o carro, e ainda que não diretamente
aceita também o pagamento do preço do parqueamento, existe a vontade tacita.
-Por meios de atribuição de valor declarativo ao silêncio, distingue-se da modalidade tácita e expressa
porque na tácita tem manifestação de vontade, já no silencio não existe qualquer manifestação de
vontade, a lei parte do princípio de que o silêncio não tem qualquer valor declarativo, nem mesmo de
recusa ou de aceitação do negócio. Isto é, por via de regra, o silencio não vale juridicamente, apenas nos
casos expressamente previstos, art.º 218 CC, na lei, através de uso ou convenção.
Aquilo que esta em causa não é a ausência da vontade, estamos sim perante a ausência da manifestação
da vontade. Esta questão poderia levar a certos abusos, não se pode usar o silencio de forma abusiva,
regulado na própria lei no art.º 224 nº2 e 3 CC, pode-se responsabilizar.
Ainda art.º 334 CC, fala do abuso de direito. Ou seja, circunstância em que uma pessoa tem um
determinado direito, mas de má-fé ou abusivamente usa dele. Aplica-se em todas as áreas do direito
privado.
-A vontade da ação: para o efeito o declarante tem que ter uma ação, tem de agir. Uma ação em sentido
jurídico, é uma ação quando e comandada pela vontade do declarante, e essa vontade tem que ser
dirigida a execução da própria ação. Os movimentos reflexos não são considerados ações comandadas
pela vontade, nem a coação física.
-A vontade (ou consciência) da declaração: existe quando o declarante tem a consciência de que o seu
comportamento ou manifestação significam uma declaração negocial. Art.º 217 nº1 CC.
Se algum destes pontos faltar ou se for deficiente, ou se o elemento objetivo não obedecer à exigências
legais, a declaração negocial é atingida por esse facto e, conforme os casos, é não existente ou inválida
(nula ou anulável).
Art.º 219 CC- não obstante em matéria de declaração negocial o princípio seja o da liberdade, existem
exceções em que o legislador requer uma forma para motivos de interesses de segurança jurídica como
na compra e venda de um imóvel por exemplo que requer um documento autenticado isto é a escritura
pública. Deste modo, os declarantes não são obrigados a adotar uma forma, facto que não exclui que
dentro do princípio da liberdade de forma eles sejam livres de adotar alguma.
Consequência da violação da não liberdade de forma- nulidade, art.º 220 CC.
Art.º 222 nº1 CC- se estivermos a falar da adoção da forma de uma forma voluntária, não requerida por
lei e o declarante decidiu adotar, as declarações anteriores e simultâneas são válidas.
Art.º 223 CC- nº1- não há exceção, existe a possibilidade das partes determinarem uma forma.
nº2- se existir fundamento para as partes quererem se vincular desde o primeiro
momento, a forma é irrelevante.
O formalismo legal refere-se apenas às declarações negociais no sentido do art.º 217 do CC, mas não às
intervenções de natureza não negocial ou não jurídico-privada.
As razões para o legislador, que este visa a proteger ao obrigar as partes a recorrerem a uma destas
formas:
⁃ A ponderação da decisão, evitar que as partes tenham soluções precipitadas;
⁃ Pela clareza no momento exato da conclusão de um negócio, se for um contrato feito
verbalmente a prova do momento de início é difícil;
⁃ A clareza do próprio conteúdo, as clausulas redigidas a escrito são mais claras.
⁃ O maior motivo como contrato escrito também se previne litígios.
⁃Publicidade para terceiros, principalmente nos autênticos que são publicados e disponível para
todos.
⁃ Controlo dos interesses da comunidade para terceiros.
As partes podem fazer estipulações a parte do contrato, no CC podemos ver no artº 221º CC.
NOTA: clausulas acessórias integram os elementos acidentais dos negócios, podem constar dos
negócios se as partes optarem por as integrar, por exemplo ao comprar um telemóvel quando nos
vendem o seguro do telemóvel.
Art.º 286 CC, cancela todos os efeitos já produzidos, porque não respeitava a exigência de forma. A
exigência de forma sem a qual o negócio não é válido, implica uma redução da fluência e da celeridade.
Quando a lei exige uma determinada forma, art.º 219 CC, entende-se por isso que a declaração negocial
tem que se fazer acompanhar de um documento autenticado.
Quando a lei exige observância de forma legal, parte-se do princípio de que este documento, necessário
para o efeito, inclui tudo aquilo que as partes contraentes quiseram regular entre si.
As partes podem fazer estipulações, acordos complementares ou adicionais fora do documento temos
que saber se estas estão abrangidas ou não pelo âmbito da forma legal, ao abrigo do art.º 221 CC.
A declaração negocial feita por uma das modalidades previstas no art.º 217 CC, de forma tácita ou
expressa, e de acordo com a forma escrita ou convencionada nos termos do art.º 219, 222 e 223 CC, a
declaração negocial ainda não produz sem mais os efeitos pretendidos.
É relevante também o momento da sua eficácia e o momento da sua emissão.
2 grupos
Exteriorização Receção
Expedição Conhecimento
Teoria da Exteriorização-quando a declaração é formulada, que defende que para que a declaração
comece a produzir efeitos basta a exteriorização da vontade.
Teoria da Expedição-depois de exteriorizada é expedida pelo declarante, para que esta tenha efeitos
tem que ser expedida para o declaratário.
Teoria da Receção- só produz efeitos quando chega ao poder do seu destinatário em termos que
normalmente lhe permitam tomar conhecimento.
Teoria do Conhecimento-quando o destinatário toma conhecimento da declaração que lhe foi dirigida.
Nem todas as declarações negociais apresentam estas 4 fases. Por exemplo nos negócios unilaterais não
receticios, não se verificam as fases do destinatário. Por exemplo no testamento, a partir da expedição o
testamento ganha eficácia.
Pode existir ausência das fases como também a coincidência de todas as fases. Ex.: uma pessoa entra
numa loja e quer comprar um determinado bem, esta a emitir e a exteriorizar a sua vontade e
praticamente no mesmo momento existe a receção e conhecimento do destinatário, e por isso podem se
verificar todas ao mesmo tempo.
Qual é a posição adotada pelo Código Civil? Com base art.º 224 CC e art.º 226 CC vem conhecer uma
maior importância à doutrina da receção.
O código civil dispõe que, ao abrigo do seu artigo 217, que a declaração negocial ganha existência
jurídica no momento da sua emissão. Por isso, tendo sido emitida e assim ganho existência, torna-se
eficaz nos termos do art.º 224 CC.
Artigo 224º CC
Nº1- teoria do conhecimento, porque tem que chegar ao seu poder (do destinatário), para aquelas que
tem destinatário. Para os que não tem destinatário é a teoria da exteriorização.
Nº2- se se adotar a teoria do conhecimento e se a declaração não tiver sido recebida pelo destinatário,
ela não produz efeitos. Ou seja, é um desvio da chegada ao poder do destinatário.
Nº3- clarifica-se o conceito de chegada ao poder. Constitui um complemento do nº1 do artigo. trata-se
também neste número que as de3clarações tornam-se ineficazes quando o destinatário não tem culpa
de não perceber a declaração como nos casos de analfabetismo.
Artigo 226º CC
Nº1- exemplo de incapacidade- regime do maior acompanhado. Antes de morrerem ou antes de ficarem
incapazes emitem uma declaração, um segundo momento onde ou morrem ou são declaradas
incapacitadas.
Nº2- se feita uma declaração, e se estiver em causa uma declaração sobre a disposição de um direito
qualquer, se o declarante deixa de ter esse direito na sua disposição entre o momento em que é feita a
declaração e o momento em que vai ser conhecida por ele, então a declaração é ineficaz.
A conclusão dos contratos em Portugal é sempre feita ao abrigo da liberdade contratual, ao abrigo do
art.º 405 CC. Este artigo permite que as partes façam muitas coisas no âmbito dos contratos.
A liberdade contratual é um princípio básico de direito privado, consagrado nos art.º 405 e 406 CC, e por
isso as declarações negociais mais importantes são aquelas que conduzem à conclusão de um contrato.
Art.º 232 CC- diz-nos que estamos em face de conclusão de um contrato quando as partes tiverem
chegado a um acordo entre elas sobre todas as cláusulas julgadas necessárias.
O acordo é obtido, ou seja, o contrato é concluído, mediante uma declaração negocial, a proposta
contratual e uma outra declaração negocial, a aceitação dessa proposta.
São as duas declarações negociais, nos termos do art.º 217 e 218 CC.
A conclusão do contrato faz-se mediante uma proposta, formulada pelo proponente, e a aceitação dessa
proposta, proveniente do aceitante que conduz ao acordo entre ambos.
A proposta contratual tem que ser distinguida de certos atos ou comportamentos preliminares ou
preparatórios que a antecedem, designadamente do convite a contratar.
Uma proposta tem que ser clara e completa relativamente a todos os elementos essenciais no negócio
jurídico, e o convite a contratar é alguém que tem vontade de contratar, mas ainda não esta em cima da
mesa todos os detalhes relevantes de um negócio jurídico. É difícil muitas vezes distinguir quando
estamos na presença de uma ou de outra, o código civil não define nenhuma.
-Ex de proposta contratual: quando alguém chega a uma bomba de gasolina e pega na
mangueira e começa a encher o carro, quando encho o carro estou a aceitar uma proposta contratual,
não há qualquer dúvida de que quem disponibilizou a bomba tem alguma duvidas do negócio. Estou a
aceitar uma proposta contratual feita de forma tacita que é feita pelo dono das bombas de combustível.
-Ex de convite a contratar: a publicidade por exemplo de um supermercado que tem algo, mas
não garante que quando nos chegamos lá para comprar ainda exista o tal produto e na quantidade que
queremos.
Pode acontecer que num momento exista uma não aceitação e uma contraproposta. E aquele que era
inicialmente o proponente passa a ser aceitante e o que era aceitante passa a proponente se existir uma
contraproposta.
A contrário- é sempre necessária uma proposta e uma aceitação da proposta.
Constitui elemento essencial de cada proposta contratual a sua suscetibilidade de ser aceite, por isso
tem que ser concretas e determinada e que permita ao destinatário responder de forma objetiva com
apenas um ‘sim’.
Tendo-se tornado eficaz, nos termos dos art.º 224 a 226 CC, a proposta fica à espera de ser aceite ou
não. Para este efeito é irrevogável, durante certo tempo, necessário para que se possa dar a sua
aceitação ou rejeição.
A irrevogabilidade da proposta resulta do art.º 230 CC. Decorre deste artigo que todas as propostas são,
em princípio irrevogáveis a não ser que existam exceções, previstas no nº1 do mesmo artigo. todavia, a
proposta nunca pode ser revogada depois de ter sido aceite, art.º 406 nº1 2º parte.
Sendo a proposta irrevogável, resta-nos saber por quanto tempo a proposta se mantém para poder ser
aceite pelo seu destinatário, isto é o prazo, uma vez que a proposta não poderá vincular eternamente o
proponente.
É no art.º 228 CC, que prevê 4 hipóteses diferentes para este caso.
Nº3- acumula os prazos da al.b do mesmo artigo. 3 dias para ir, 3 para vir e 5 desta, no total 11 dias.
Estes prazos existem para fomentar a segurança no tráfico jurídico e para proteger as expectativas
criadas pelo lado do destinatário. Mas se não aceitar a proposta dentro do prazo esta caduca e extingue-
se e por isso o proponente fica completamente desvinculado da mesma como se não existisse mais.
E por isso, em consequência de uma aceitação tardia e fora do prazo, a formação de um contrato fica
dependente de uma nova proposta e uma nova aceitação, art.º 229 nº2 CC.
Se, por algum motivo, a aceitação tiver sido expedida dentro do prazo e o proponente só receber depois
de caducado, o proponente tem a oportunidade de escolher se aceita ou não que aquele negócio se
realize.
A conclusão do contrato pressupõe, deste modo, sempre uma proposta e a sua aceitação, devendo a
aceitação ocorrer e tornar-se eficaz, em princípio, dentro do prazo em que a proposta de contrato obriga
o proponente. Assim, é no momento da eficácia da aceitação que o contrato acaba por ficar concluído.
Mas, enquanto o proponente está vinculado à sua proposta, suscetível de ser aceite, o destinatário está
livre (art.º 405 CC) de aceitar ou não, a não ser que exista um dever jurídico de aceitar. Portanto, como
princípio, o destinatário de uma proposta de contrato tem a escolha entre aceitar ou não a mesma.
Contudo, há exceções em que não é necessário que a aceitação seja levada ao conhecimento do
proponente. O art.º 234 CC, é a regra de exceção que dispensa a declaração de aceitação, contudo não
dispensa que existe um comportamento exterior que mostre a vontade de aceitar, esta conduta é uma
declaração negocial tácita não recepticia.
Depois de se ter aceitado, a aceitação é irrevogável. Se no fi da conclusão do contrato quiserem as duas
partes por mútuo acordo revogar é possível, art.º 406 nº1, 2º parte do CC.
Cláusulas Contratuais Gerais- são elaboradas por uma das partes anteriormente sem dar conhecimento
a outra parte, e destinadas a serem aceites pela outra.
Deste modo, atualmente, devem de ser comunicadas na íntegra aos aderentes do contrato, cabendo a
quem as estabeleceu um dever de informação, se existirem cláusulas especificamente acordadas,
prevalecem sobre estas gerais.
São proibidas toas as cláusulas contrárias à boa-fé.
A culpa in contrahendo- o início das negociações com vista à conclusão de um contrato estabelece um
relação jurídica pré-contratual entre as partes que dá origem a deveres de lealdade e obrigações. Tem
que se adotar um comportamento que não venha a prejudicar o bom andamento das negociações.
Se, se observar este tipo de comportamentos, e se ocorrerem danos pode haver uma obrigação de
indemnizar ao abrigo do art.º 227 CC. Este artigo visa proteger o processo de formação do contrato em
todas as suas fases. Viola-se aqui o princípio da liberdade contratual e pressupõe culpa.
É uma obrigação extracontratual.
As declarações negocias nem sempre são prestadas e recebidas pelas próprias partes, isto é, a
declaração pode ser formulada ou recebida por outros que agem em vez das partes ou de uma delas.
É o que acontece no caso da representação, em que há um representante que participa no tráfico
jurídico negocial em e em nome de outrem, o representado, e os efeitos dos negócios por ele concluídos
produzem-se, direta e imediatamente, na esfera jurídica do representado, ou seja, os efeitos jurídicos
são sempre suportados pelo representado.
Os poderes de representação podem resultar de duas formas:
-Da lei, temos uma representação legal.
-De um negócio jurídico, temos uma representação voluntária também chamada de
procuração, art.º 262 a 269 CC.
De acordo com a origem da representação variam também as suas funções.
É regulada no art.º 258 a 269 do CC, é uma figura jurídica do direito dos negócios jurídicos.
Para feitos de nulidade e anulabilidade, como o representante é que emite a declaração negocial
própria, o art.º 259 nº1 CC, determina que em princípio é na sua esfera que se devem verificar a falta ou
vicio de vontade bem como o conhecimento ou ignorância de determinados factos que podem interferir
nos efeitos jurídicos do negócio.
Em modo normal, os negócios jurídicos produzem os efeitos pretendidos logo a serem concluídos, mas
nem sempre é assim. Em certas ocasiões, muito embora o negócio seja perfeitamente válido, os efeitos
não se produzem desde logo de forma estável ou não se produzem, na sua integra.
Estes condicionalismos afetam os negócios desde a sua celebração e às vezes em relação a terceiros.
Condição
Tem a sua definição no art.º 270 nº1 CC, nomeadamente que é um acontecimento incerto e futuro, ao
qual as partes subordinam a produção ou a resolução dos efeitos do negócio jurídico. No primeiro caso,
a produção de efeitos, a condição chama-se suspensiva e no segundo caso no que toca a resolução dos
efeitos a condição diz-se resolutiva.
A condição é um elemento querido pelas partes que é acrescentado ao negócio jurídico.
Nem todos os negócios jurídicos admitem condições.
Termo
Vem regulado no art.º 278 e 279 CC. A lei não oferece nenhuma noção a respeito desta.
Aos negócios a termo aplicam-se, com as necessárias adaptações, as disposições dos art.º 272 e 273 CC.
A eficácia relativa tem por objetivo a proteção da confiança de terceiros e, em simultâneo, a proteção do
tráfico jurídico em geral.
Um desses casos é:
Falta de publicidade
Os casos de ineficácia relativa a terceiros são precisamente os casos em que um negócio devia ter sido
publicitado, respetivamente registado, mas não foi. Art.º 168 nº3 CC.
Um caso muito comum é o regime encontrado pelo Código do Registo Predial.
Estão sujeitos a registo, os factos jurídicos que importem a constituição, a aquisição ou a modificação do
direito de propriedade ou um direito real limitado sobre um prédio.
Os factos sujeitos a registo podem ser invocados entre as próprias partes ou seus herdeiros, ainda que
não registados.
O terceiro só aparece em processos aquisitivos que tenham por objeto um imóvel. Neste tipo de
negócios, os factos ou direitos não registados não são oponíveis a terceiros que participam num
processo aquisitivo quando a um imóvel não registado.
Exemplo: se A inscrito no registo predial como proprietário de um imóvel, o vender a B na forma legal
devida (escritura pública), este é, devido ao princípio da consensualidade o novo proprietário do imóvel.
Há eficácia imediata entre as partes e efeito erga omnes em relação a todos em geral. Mas se B não
registar a sua aquisição, A continua inscrito no registo como sendo o proprietário. Sem ser registada, se
for adquirido por C, que é terceiro para feitos de registo, e este regista o imóvel. Sem ser registada, a
propriedade de B não é oponível a terceiros adquirentes, não produzindo efeitos em relação a eles.
Esta ineficácia, pode ter graves consequências para quem adquire por meio de contratos sujeitos a
registos, mas não regista a sua aquisição como devia fazer, visto que se a segunda aquisição for registada
em primeiro lugar, fica prejudicada a aquisição feita anteriormente, mas não registada.
O direito inscrito em primeiro lugar e não o direito adquirido em primeiro lugar, prevalece sobre o que
lhes seguirem relativamente aos mesmos bens por ordem de data dos registos. Pode perder-se um
direito adquirido que apenas possuía eficácia relativa.
Quando a declaração se torna eficaz e o contrato tem-se por concluído, pode dar lugar a dúvidas quanto
ao seu conteúdo e alcance. Pode acontecer que sejam vários os sentidos daquela declaração negocial ou
pode existir uma lacuna, e neste caso teria que se integrar a lacuna existente com recurso à integração.
No que toca a integração, se a declaração não apresentar um sentido obscuro, mas sim lacunas, lacunas
essas em principio desconhecidas pelas partes, aplicar-se-á, se o recurso às normas supletivas não for
suficiente, a regra do art.º 239 CC. se existir um disposição legal especial, este artigo já não se aplica.
No caso de as partes conhecerem as lacunas, trata-se do caso abrangido pelo art.º 232 CC, segundo o
qual o contrato não se concluiu ainda.
A integração das lacunas nunca pode substituir ou alargar o objeto do negócio jurídico em causa. Ela tem
de manter-se dentro do âmbito negocial traçado pelas partes.
Por regra, o negócio jurídico é válido e sendo válido produza os seus efeitos, a não ser que se verifique
uma ineficácia que os limites ou os afete.
Os efeitos da mesma podem vir a ser prejudicas ab início por razões que se encontram na génese do
negócio jurídico, chamando-se a estas invalidades. A invalidade praticamente impede a ordem jurídica
de dar proteção aos efeitos pretendidos.
Um negócio jurídico é inválido quando não está em conformidade com as exigências legais que foram
estabelecidas para ele dentro da ordem jurídica.
Nos casos de ineficácia provocada por invalidade, aplica-se o disposto nos art.º 285 a 293 CC.
Nos casos de ineficácia em sentido restrito aplicam-se as regras de enriquecimento sem causa, art.º 473
e ss CC.
Regime geral de nulidade e anulabilidade- art.º 285, 286 a 293 CC- é apenas na falta de um regime
especial que se aplicam a nulidade e anulabilidade do negócio jurídico.
Nulidade
Incide sobre:
-Negócios celebrados sem capacidade negocial de gozo e situações afins: visto que a capacidade é o
pressuposto mais importante aquando da participação no tráfico jurídico negocial.
-Negócios celebrados contra a lei: quando não se respeitar os limites legais que são impostos quando
aos respetivos negócios jurídicos, visto que a autonomia privada só pode ser exercida nos limites da lei.
Art.º 294 CC- regra fundamental. Não é nulo só apenas por ser contra a lei mas também pode ser devido
a uma fraude à lei.
-Negócios com conteúdo desaprovado pela ordem jurídica: a norma do art.º 294 CC é concretizada pelo
art.º 280 CC.
-Negócios celebrados sem observância de forma legal: a não ser que esteja outra sanção
expressamente prevista na lei, art.º 220 CC, mesmo que as partes queiram cumprir. A forma nem
sempre provoca a nulidade do negócio por exemplo num contrato de arrendamento ou no direito do
trabalho. Se for nula pode ser invocada ao abrigo do art.º 286 CC ou por quem provocou a invalidade.
-Negócios celebrados com falta de vontade: na sua maioria são nulos. Normalmente a vontade e a sua
manifestação costumam coincidir, mas existem situações em que esta coincidência não existe e por isso
não temos uma vontade igual à que parece ser manifestada. Esta falta é o resultado de uma divergência
entre a vontade real e a vontade declarada.
As figuras da falta de vontade são seis:
1- Simulação
2- Reserva mental
3- Declaração não séria
4- Falta de consciência da declaração
5- Coação física
6- Erro na declaração
Encontram-se reguladas nos art.º 240 a 250 CC. Algumas são intencionais/ voluntárias e outras são não
intencionais/ não voluntárias.
Vontade Declaração
Divergência
Forçada Ignorada
Simulação, o declarante faz uma declaração ao manifestar uma vontade, mas não quer o declarado,
precisamente porque lhe falta a vontade, porém o declaratário sabe disso e está de acordo com isso pois
o intuito é de enganar terceiros.
Exemplo
Quando declarante e declaratário, intencionalmente, não querem concluir o preciso negócio X
de que falam e que ostentam, mas querem celebrar, isso sim, um negócio Y, um negócio
diferente. Há falta de vontade quanto ao primeiro negócio X, que ninguém quer celebrar. Desde
modo, o negócio X é simulado, porque quanto a este, estamos perante uma mentira.
Caso prático:
Um devedor quer esconder bens a um credor e finge vender uma casa a um amigo. Na
verdade, ele não vendeu nada e o amigo nada comprou também pois ambos se entenderam
que seria para enganar o credor. Entretanto, o amigo doa por ato verdadeiro a casa à sua
namorada. Aquela venda entre eles era nula visto ser simulada, o amigo era um adquirente
simulado e ao doar a casa estava a praticar doação de coisa alheia (art.º 956 nº1 CC)
igualmente nula. Tendo em conta isto não pode transmitir a propriedade e a namorada não a
pode adquirir. O devedor invoca a nulidade da aquisição da namorada com base no regime
geral do art.º 286 CC.
Resolução:
Em princípio não haverá nenhum problema por invocar a nulidade pelo credor pois o regime
geral estabelece que qualquer interessado pode arguir a nulidade. Todavia, no momento da
conclusão do contrato de doação da casa, a namorada confiava que o namorado era o
proprietário da casa, a situação altera-se.
Visto o art.º 243 nº1 CC, o terceiro é a namorada e é alheia ao negócio pois não sabia do
sucedido negócio simulado. Deste modo, o art.º 243 nº2 CC defende o terceiro (namorada do
amigo), contra os simuladores e afasta o art.º 286 CC e cria um regime especial ao retirar aos
simuladores a legitimidade para invocar a nulidade. Neste caso não pode o devedor arguir a
nulidade.
Visto que o negócio simulado é sempre sujeito a nulidade, esta constitui-se uma exceção e a lei
escolhe proteger o terceiro adquirente de boa-fé contra o negócio, segundo o art.º 291 CC,
porem todos os requisitos deste tem que ser preenchidos. Visto que a namorada estava de boa-
fé, em princípio ficaria com o imóvel, pois desconhecia do vicio entre o devedor e o amigo,
porém tem que registar o imóvel antes que seja interposta uma ação de arguir a nulidade. Se
for interposta antes uma ação, a namorada do amigo já não está protegida ao abrigo do artigo
291 CC, e também porque não foi a título oneroso, mas sim a título gratuito.
As partes não celebram apenas o negócio que não querem celebrar, o caso de simulação
absoluta, mas celebram às escondidas do negócio simulado concluir um outro negócio,
diferente, que querem celebrar de verdade sem que se saiba, neste caso falamos de uma
simulação relativa.
Estas situações são reguladas no art.º 241 nº1 CC, sustentando este artigo que a validade do
negócio dissimulado não fica prejudicada pela nulidade do negócio simulado, ficando
preservado como se tivesse sido celebrado abertamente, tendo em conta que a validade
depende apenas ao regime que ele respeita e as invalidades que ele próprio atinge como por
exemplo o fim ou o conteúdo ilícito, inobservância de forma legal, entre outros, e é por isso
tratado de forma autónoma ao contrário do negócio simulado que é sempre nulo.
Caso prático:
António casado, tem uma amante ao qual gostaria de oferecer uma valiosa estatueta de
marfim. Ele sabe que se tivesse amante não o pode fazer pois é casado, pois é um caso de
adultério nos temos do artigo 953 e 2196 CC. Para evitar riscos, António entrega ao amigo
Bernardo a estatueta e explica-lhe a situação e este doa à amante. Na verdade, o António é
uma pessoa fictícia (simulada). Tempos duas doações simuladas e por isso nulas. Mas estas
nulidades não afetam a verdadeira doação de Antónia á sua amante. Por ser um caso de
adultério pois violou uma indisponibilidade relativa.
A simulação relativa objetiva, respeita a natureza do negócio ou ao seu valor. Quando se finge
contratos de compra e venda que encobrem doações.
Recorre-se à figura da falsa demonstrativo, ou seja, atende-se a vontade real dos simuladores
apenas existente no negócio dissimulado, e conjuga-se esta solução com o aproveitamento da
forma do negócio simulado. Recorrer a esta figura é uma distorção de lei pois esta respeita um
desvio no que toca ao significado das palavras empregues em relação a um negócio que se quer
celebrar. Por isso esta serve para salvar o negócio dissimulado.
Desta forma, as consequências da nulidade do negócio dissimulado no caso da falta de
observância de forma legal são:
-em relação as partes do negócio, temos o negócio dissimulado.
-em relação a terceiros, não existe proteção do artigo 243 contra terceiros.
Reserva mental, o declarante faz uma declaração ao manifestar a sua vontade, mas novamente esta lhe
falta porque ele não quer o declarado, só que agora o intuito não é enganar terceiros, mas sim enganar a
outra parte do negócio.
Prevista no art.º 244 CC.
Declaração não séria, o declarante faz uma declaração ao manifestar uma vontade, mas esta falta-lhe
porque não quer o declarado, todavia, o declarante não visa enganar ninguém pois espera que todos
conheçam a falta de seriedade da declaração.
Art.º 245 nº1 CC, neste caso, as declarações têm que ser ao mesmo tempo não sérias e não
enganadoras. Se faltarem estes requisitos ou um deles, está-se em face de reserva mental.
A consequência desta é a não produção de efeitos, que não significa que não tenha outros efeitos
jurídicos, podendo verificar-se embora não possuam natureza negocial.
Para que o declarante seja obriga a indemnizar o declaratário são necessários 3 pressupostos:
-O declarante tomou a declaração a sério.
-Esta atitude de tomar a sério foi originada por circunstâncias que a declaração foi feita.
-A atitude do declaratário é justificada pelas circunstâncias do caso.
Verificando-se estres 3 requisitos e o nexo de causalidade entre eles, indemniza-se o declaratário pelos
danos sofridos e causados pela confiança que ele depositou na declaração negocial, uma indemnização
pelo dado de confiança.
Falta de consciência da declaração, com efeito, quando falta a vontade de ação não há um
comportamento consciente, voluntário, reflexo ou, na hipótese de coação física, absolutamente forçado,
embora exteriormente pareça estar-se perante uma declaração.
Art.º 246 CC, a falta de consciência da declaração não é voluntária, o declarante nem sequer se
apercebe, e no caso da coação física a declaração é forçada, embora aqui o declarante saiba o que esta a
fazer.
Consequências: a declaração não produz quaisquer efeitos devido não existência de um negócio jurídico.
Quando falta a vontade de fazer uma declaração no sentido do art.º 217 CC.
Na segunda parte do artigo está presente o dano de confiança, é preciso haver nexo de causalidade
entre o dano e a atuação, para existir uma indemnização.
Negócios usurários
Art.º 282 e ss CC. Não se aplica a todas as situações, mas só em situações que exista a vulnerabilidade
de um face ao outro. Este artigo implica uma limitação ao princípio da liberdade contratual no que
respeita a liberdade da fixação do conteúdo do contrato.
O artigo não permite que se desvinculem mediante a situação de uma inferioridade.
Exemplo: fazer um empréstimo de 1000€ por exemplo, e aplicam-se uma taxa de juros muito maior ao
que seria o normal, o expectável e o legal.
Art.º 281 CC- se o fim não for comum, e se só for para uma dar partes e não a ambas, a consequência é a
anulabilidade e não a nulidade.
A proteção conferida pelo artigo é meramente aparente pois quem for vítima deste negócio não é
propriamente a pessoa mais indicada para anular o negócio lesivo, embora seja a pessoa em cujo
interesse a lei estabelece a anulabilidade.
Alem da anulabilidade, com base no art.º 282, o artigo 238º nº1 prevê a hipótese de o lesado requerer
uma modificação dos negócios usurários segundo juízos de equidade.
-Diga aquilo que realmente queria dizer, atribuindo embora às palavras que emprega um
significado ou sentido diferentes dos que ela objetiva e efetivamente tem, trata-se de um erro sobre o
conteúdo da declaração.
Em ambos os casos, existe uma diferença entre o realmente pretendido e a manifestação da vontade. A
distinção entre estas duas nem sempre é fácil, mas a lei submete as duas ao mesmo regime e assim o
problema de delimitação não tem grande relevância.
Usa-se a definição do erro sobre o conteúdo para separar do dissenso oculto. Como já sabemos que há
dissenso oculto quando as partes, sem se aperceberem disso não chegam a um acordo sobre todas as
cláusulas consideradas essências e por isso nenhum contrato fica concluído de acordo com o art.º 232
CC.
Existem situações, porém, em que é possível atribuir a ambas as declarações um sentido ou conteúdo
objetivo comum, mas este não está em sintonia com ambas as vontades. A este tipo de casos de
dissenso oculto deve aplicar-se, quanto às declarações, o regime de erro na declaração: o contrato
considera-se concluído, mas o declarante cuja vontade real difere do conteúdo objetivo comum que foi
atribuído à sua declaração pode anular com base em erro, nos termos do art.º 247 CC.
Exemplo: quem vem de Coimbra, encomenda no Porto um prato de bacalhau dourado, mas no Porto a
confeção é diferente da de Coimbra e por isso recebe algo diferente do que pediu. As partes pensavam
que estavam de acordo com o conteúdo, mas que afinal existiu um erro e não era isso que queria.
Consequência do erro: a declaração negocial se torna anulável para o declarante, mas a anulação deste
só acontece desde que existam também do lado do declaratório os pressupostos necessários para o
efeito, ou seja, a lei só concede ao declarante a anulação, na medida em que o declaratário dispõe de
dados objetivos que lhe permitem conclusões a respeito do condicionalismo de decisão do lado do
declarante.
Para que a anulação proceda, não se exige a desculpabilidade do erro, nem o conhecimento ou a
possibilidade da existência do erro por parte do declaratário, isto é , a declaração negociável pode ser
anulável mesmo que o declaratário não conheça o erro.
A anulação por parte do declarante, pode conferir ao declaratário um direito de indemnização, somente
nos temos do art.º 227 CC.
Uma subespécie de erro na declaração é o erro na transmissão da declaração, regulado nos dois
números do artigo 250, onde prevê este artigo a transmissão da declaração do declarante para o
declaratário por meio de um terceiro.
O erro na transmissão da declaração não tem, portanto, relevância autónoma e desencadeará o efeito
anulatório, apenas nos termos do art.º 247º CC.
Para que o erro seja relevante, exija-se sempre que o declaratário assuma a essência do motivo:
• Ou porque conhecia o motivo (art.º 251º, 252º/2 CC);
• Ou porque havia de o conhecer (art.º 251º, 252º/2 CC);
• Ou porque o declaratário reconheceu por acordo como declarante a essencialidade do motivo (art.º
252º/1 CC).
Os requisitos, do erro relativo ao destinatário da declaração seja qual for a modalidade, tem sempre a
intenção de acautelar o interesse do declaratário (na subsistência do negócio). Traduzem-se numa
limitação da relevância invalidaste do erro protegendo essencialmente a confiança que ao declaratário.
Temos ainda:
Erro de cálculo ou de escrita, art.º 249 CC, são erros aritméticos.
Por exemplo: temos uma lista de produtos e cada um tem o preço a frente, o que aconteceu foi que no
total ficaram a faltar 15€, é um erro de calculo ou de escrita, não origina a anulabilidade do negócio, mas
sim a retificação desde que não seja abusiva.
Como sabemos, o negócio jurídico só pode desempenhar as suas funções quando a vontade, se forma
de uma maneira esclarecida, assente em bases corretas e livre de influências exteriores, caso contrário,
ela está viciada.
Tendo ocorrido um vicio, está em causa o lado interno da declaração, na formação da vontade.
Temos várias formas de vícios de vontade: (não há divergência entre a vontade e a declaração)
-Erro sobre os motivos – art.º 252-252-247 CC.
-Dolo – art.º 253 e 254 CC.
-Coação moral – art.º 255 e 256 CC.
(-incapacidade acidental – art.º 257 CC).
Estes vícios da vontade dão origem à anulabilidade. Aqui já não se fala entre uma divergência entre a
vontade e a declaração. A anulabilidade, porém, não é atribuída sem se verificarem certos pressupostos
que variam de acordo com o tipo de vicio de vontade em causa.
Este tipo de erro verifica-se quando alguém, sem se aperceber disso, acaba por dizer uma coisa que não
quer, ou por se ter enganado no meio declarativo ou por se ter enganado sobre o conteúdo (significado)
das suas palavras.
O erro recai sobre a vontade, portanto verifica-se um vicio na vontade. O erro sobre os motivos poder
ser designado como erro-vicio.
O regime geral do erro sobre os motivos está regulado no art.º 252 CC.
Este é uma ideia e representação inexata sobre a verificação de uma circunstância presente que era
determinante para a declaração negocial sem a qual a declaração negocial não teria sido emitida no
contexto que foi, e por isso, o declarante ao ter a vontade de celebrar tal negócio parte de pressupostos
errados e em virtude disso toma uma decisão errada, que manifesta corretamente atras da sua
declaração negocial. E por isso, conseguimos perceber que o erro sobre os motivos recai sobre o lado
interno/subjetivo da declaração negocial e sobre os elementos determinantes da formação da vontade.
Em princípio, este erro não tem consequências, porem existem certas exceções em que se conduz à
anulabilidade do erro sobre os motivos:
-O erro sobre a pessoa do declaratário, previsto na 1ª parte do art.º 251 CC que remete para o
art.º 247 CC, que só é anulável se forem preenchidos os requisitos deste artigo.
-Erro sobre o objeto do negócio, fim da 1ª parte do art.º 251 CC.
-O erro sobre as circunstâncias que constituem a base do negócio, art.º 252 nº2 CC que remete
para o art.º 437 a 439 CC que são as circunstâncias vigentes, que fala da alteração das circunstâncias.
A relevância do erro sobre o objeto do negócio jurídico ou as suas qualidades depende, nos termos dos
artigos 247º e 251º do Código Civil, da reunião de três requisitos.:
1º - Que a vontade declarada esteja viciada por erro sobre o objeto do negócio ou as suas qualidades e,
por isso, seja divergente da vontade que o declarante teria tido sem tal erro.
2º - Que, para o declarante, seja essencial o elemento sobre o qual incidiu o erro, de tal forma que não
teria celebrado o negócio jurídico se se tivesse apercebido do erro.
3º - Que o declaratário conhecesse ou não devesse ignorar a essencialidade do elemento sobre o qual
incidiu o erro para o declarante.
O erro que incide sobre o objeto da declaração, é um erro na declaração, podemos estar perante um
erro incidental, em que se recair sobre o negócio 89em si, a anulação atinge todo o negócio e se recair
sobre certos aspetos do negócio, abrange somente estes.
Abrange o erro que incide sobre as circunstâncias que constituem a base do negócio de facto e de direito
que se forem conhecidas por ambas as partes foram tomadas em consideração por elas na celebração
do ato que determinam o os termos concretos do conteúdo do negócio, art.º 427/nº1 CC.
Da remissão do art.º 252/nº2 CC, resulta que o erro sobre a base do negócio é relevante desde que:
Se o erro for relevante na base do negócio ou é anulável ou é modificável (se as partes estiverem de
acordo pode ser pedido) no entanto essa modificação ser feita sobre juízos de equidade.
4º Dolo
Para que exista um dolo ativo ou omissivo, o dolus malus, são necessários os seguintes pressupostos:
Há dolo sempre que o meio enganoso é empregue com a consciência de que, com ele o declarante é
determinado a fazer uma declaração que não teria emitido sem aquele engano, na maior parte das vezes
o enganado sofrerá um prejuízo. Há um nexo de causalidade entre o dolo e a declaração.
Os efeitos do dolo são enunciados no art.º 254 CC.
Só é relevante para efeitos de anulação, o dolo anterior ou simultânea da declaração, desde que
realmente a tivesse determinado, ou seja, desde que tivesse sido o elemento causal.
Se o dolo for bilateral, a anulabilidade subsiste, e o negócio é duplamente anulável.
O dolo ilícito viola sempre o princípio da boa-fé, art.º 227 CC, e assim, o autor do dolo incorre em
responsabilidade pré-contratual, que o obriga a indemnizar os danos decorrentes da sua negociação
desleal. No caso de induções negligentes em erro, aplica-se o regime do dolo em si.
5ª Coação moral
Falta ao coagido liberdade exterior, mas embora ceda a ameaça é um colaborador consciente na própria
lesão, podendo estar em causa aqui o estado de necessidade.
A ameaça deve ser ilícita, que pode referir-se ao fim prosseguido (atos ilegais) ou ao meio empregue
(chantagem).
Pode ainda acontecer que a coação seja ilícita, mas que o coagido não se intimide com ela o que não
leva a declaração negocial e por isso já não se aplica o disposto no art.º 255 CC. E por isso, basta a
simples ameaça de um mal cujo receio de concretização seja determinante para a declaração.
Quando o negócio jurídico é inválido ficam afetados os efeitos jurídicos a cuja produção o negócio se
destinada.
Consequência da invalidade:
-nulidade: não produção de efeitos jurídicos volitivos ou pretendidos desde o inicio.
-anulabilidade: produção de todos os efeitos volitivos ou pretendidos, mas apenas de natureza
provisória e sujeitos à anulação.
Se for reconhecida a invalidade por via judicial, tem efeitos retroativos as duas invalidades.
-Para o caso da anulação do negócio, quanto ao efeito retroativo, são retransmitidos todos os
direitos imediatamente, e quanto ao efeito restitutivo a prestação efetuada no cumprimento do contrato
anulável tem que ser restituída imediatamente.
Uma vês que os efeitos da anulação se retrotraem ao momento da celebração do negócio, em principio,
tudo se passa como se o negócio nunca tivesse sido celebrado.
-Para o caso da nulidade, o negócio não produziu desde a sua celebração os efeitos volitivos
pretendidos. Temos dois efeitos, retroativo e restitutivo, que é necessário a um determinado momento
restituir-se tornar como estava antigamente antes do negócio ser celebrado. A restituição é pelo objetivo
em si, chama-se restituição natural, ou seja, se comprar uma casa tenho que restituir uma casa, se for
dinheiro tem que se restituir o dinheiro. A restituição é integral (na sua totalidade).
Se não for possível restituir de forma natural, e se existir perda da coisa, ou outro motivo que já não
tenha a coisa na sua totalidade, através de uma avaliação pecuniária poderá fazer-se um ajuste.
Se não existir culpa nem negligência por danos eventualmente causados por motivos alheios como por
exemplo as catástrofes naturais, depende se estava de boa-fé ou não e neste caso não será
responsabilizado pelos danos da coisa em causa. Art.º 1269 CC.
Aplica-se tudo isto aos adquirentes todos do negócio.
-Nulidade: invocável a todo o tempo por qualquer interessado que se mostre como interessado
e que o prove como tal e pode ser declarada oficiosamente pelo tribunal pois pode coincidir com
interesses públicos.
Art.º 291 CC- se aplicarmos o art.º 286 CC, havendo 10 sujeitos, por exemplo, que tinham sido partes
nos negócios subsequentes da compra e venda de um imóvel, toda esta cadeira teria sido destruída. Este
artigo coloca um travão até onde se pode destruir o negócio. Nem sempre pode ser destruído um
negócio nulo.
Os negócios que caiem dentro deste artigo são negócios a titulo oneroso.
Se fosse de má-fé, o artigo 291 não protege. Apenas protege os que estão de boa-fé que não sabiam do
vicio, se souberem do vicio este artigo já não protege os terceiros adquirentes.
partes. Se elas decidirem que pretendem o negócio mesmo com o vicio podem querer continuar a
celebrar o negócio. Confirma e sana o vicio.
Não é necessário ser expressamente, pode também ser tacitamente ao abrigo do número 3.
-Art.º 292, redução, se num determinado negócio, se se verificar problemas com determinadas
cláusulas, tem que se verificar todas as cláusulas. Quando a clausula é nula, art.º 280, não se anula todo
o negócio por causa de uma clausula.
29/03
CASO PRATICO:
A diz a B por telefone que lhe vende o rebanho por 200.000€. B diz ‘’ já te respondo’’ sem chegar a
responder a A. No dia seguinte B apresenta-se na quinta de A com o respetivo cheque e uma camioneta
alugada a fim de transportar o rebanho. A que, entretanto, receberá uma proposta de compra de C por
preço superior e recusa a venda a B. QUID IURIS?
Resposta:
A proposta de A é válida. É um negócio de compra e venda, identificou-se o objeto e o preço. A resposta
de B não constitui nenhuma declaração negocial. Pode ser uma declaração de vontade pois ele falou
sobre o assunto, mas não foi negocial.
Uma proposta feita telefonicamente ganha eficácia assim que o B ouviu a proposta. Art.º 228 CC, a
resposta no caso de B teria que ser dada imediatamente, não fazendo nenhuma aceitação nem rejeição
nem uma contraproposta, a mesma perde a eficácia pois B não respondeu logo, por isso, a partir do
momento em que B desliga deixa A de estar vinculado a proposta.
A alínea c) do artigo 288º interpreta-se à contrário. Na alínea c diz que é a pessoa ausente, mas no caso
a pessoa não é ausente e sim presente pois foi por chamada telefónica. A alínea c não se aplica, pois, só
trata de pessoas ausentes, deduz-se que se a pessoa for presente a resposta tem que ser imediata.
Em relação a proposta de C, o negócio será válido pois não estava já vinculado a proposta de A.
Caso prático:
A 2 de março, A envia uma carta a B dizendo ‘’ vendo-te o meu mercedes por 20.000€’’. A carta foi
recebida a 4 de março. B concorda com a compra por carta enviada nesse mesmo dia. Entusiasmado
compra produtos de limpeza de carros gastando 100€, no mesmo dia A entrega o carro a C por preço
superior.
RESPOSTA:
A proposta ganhou eficácia quando foi recebida e conhecida por B, a partir desse momento é
irrevogável, art.º 230 al. a CC, dia 4 de março ganhou eficácia.
Com base no art.º 228 al. c CC, temos os 3 dias iniciais do envio da proposta alínea b), mais os 5 dias
estabelecidos na alínea c), mais os 3 dias de envio da resposta alínea b). De 2 a 13 de março, A esta
vinculado a proposta.
A violou os deveres da responsabilidade contratual face a B celebrando outro contrato com C, ou seja, A
deveria ter esperado até findo o prazo por uma resposta de B. A deverá ser responsabilizado pela
responsabilidade pré contratual. Podia pedir indemnização pelo dinheiro que gastou.
absoluta
relativa
simulação inocente
fraudulenta
Divergências
intencionais
enganosas reserva mental
erro
divergencias coação fisica
não intencionais falta de consciência na declaração
Vícios na formação da vontade- vícios que provocam uma vontade que foi formulado com base em
circunstâncias erradas, em coação física por exemplo. Situações em que o sujeito está viciado na forma
como pensou fazer o negócio.
Coisa distinta será vícios da formulação- mostra o quadro acima, a vontade real e a vontade declarada
são divergentes. Tem que existir uma divergência entre a vontade real e declarada, o segundo
pressuposto tem que existir um acordo entre o declarante e declaratário, e o terceiro pressuposto tem
que ter o intuito de enganar terceiros.
Resposta:
05/04
O negócio dissimulado é quando na verdade queremos fazer negócios, mas fazemos outro negócio.
A simulação pode ser absoluta e realtiva , na relativa temos negócios simulados e dissimul.ados.
Casos práticos
Indique se existe algum negócio jurídico e classifique-o:
a- António e Maria felizes pelo seu filho João ter entrado no curso de direito oferecem-lhe um
terreno de que são proprietários no Algarve.
b- António, vítima de covid, receando pelo termo da vida decide deixar uma valiosa joia de família
a Joana, sua namorada de sempre e para sempre. Fê-lo através de testamento.
c- Francisco, Manuel, Vicente e Xavier, amigos de longa data decidem constituir uma sociedade
por quotas de denominaram FMVX, LDA
d- Ana vende a Maria os seus sapatos de verniz azuis.
15/02
Correção:
a- É um facto jurídico voluntário. É um negócio jurídico bilateral unilateral/ imperfeito. Existe a
obrigação a partir do momento que está a doar, mas João pode aceitar ou não.
A comprou a B um quadro emoldurado da Paula Rego que este último tinha na sua sala. Todavia, na
data aprazada A foi surpreendido pelo facto de a pintura ser entregue sem a respetiva moldura.
Quid júris.
Estamos perante um contrato jurídico de compra e venda, negócio bilateral sinalagmático de execução
imediata.
No caso não diz as cláusulas presentes.
Objeto da relação jurídica- o quadro, são coisas que se remete ao artigo 210 CC.
Art.º 882 nº1 CC. A moldura estava inserida no negócio, e por isso na entrega do quadro teria que ser
entregue a moldura.
A solução seria a mesma se fosse negócio gratuito, no caso de doações ? art 237º cc ,se o que receberia
a doação nao tivesse visto a moldura antes, não saberia que a moldura vinha incluída, dai existir duvida
no caso. Mas se quem recebe a doação visse o quadro no momento em que o doador se compromete a
doar , aplica-se o artigo 955 CC. No caso de não ver , não teria que ter a moldura mas no caso de saber
teria que incluir a moldura.
15/03
Caso prático
A faz uma proposta negocial para a aquisição do bem X, B aceita e envia para A a carta, este recusa-se a
receber a carta da aceitação. Quid Iuris
O A tem conhecimento por outras vias, logo o negócio tem se como concluído de acordo com a doutrina
do conhecimento. Se, neste caso, A não tiver conhecimento, de acordo com o nº2 do art.º 224º do CC, a
aceitação também é eficaz, este por sua culpa não haja recebido a aceitação, esta será eficaz, o negócio
será dado como concluído. Se o A for analfabeto, recebe a carta, mas não a consegue interpretar, aí a
declaração é ineficaz (nº3 do art.º 224º do CC).
Caso prático
A faz a proposta a b por escrito no dia 10 de fevereiro, b recebe e aceita no dia 13. A recebe a aceitação
dia 22. Quid iuris?
Caso prático
A propõe a B a compra do seu cão, dia 10, b recebe a carta dia 12, contudo por gostar muito do seu cão
rejeita no mesmo dia, no dia seguinte depois de refletir e face aos 5 mil euros oferecidos decide aceitar.
A recebe ambas as cartas no mesmo dia, dia 14.
Quid iuris?
E se a só receber a aceitação no dia seguinte, dia 15?
Resposta: art.º 235 nº1 CC.
Prevalece a aceitação pois recebeu no mesmo dia.
A partir do momento em que se recebe a rejeição, provoca a caducidade da proposta, e a aceitação fica
sem efeito quando recebe. A proposta deixa de ser valida e A deixa de estar vinculado a essa proposta. O
contrato poderá celebrar-se mediante uma nova proposta e um novo contrato.
-Art.º 228 CC
-Quando é rejeitada.
-Art.º 225 CC
-Art.º 230 CC
-Art.º 231 CC
Caso prático
Um cidadão sueco encomenda um produto na noruega a ser entregue na suécia, sendo o preço
estipulado em coroas. O sueco pensa pagar em coroas suecas enquanto o norueguês pensa pagar em
coroas norueguesas.
Eficácia ex tunc- a anulabilidade e a nulidade tem eficácia ex tunc, ou seja, produzem efeitos retroativos.
Eficácia ex nunc- não tem efeitos retroativos.
Art.º 291 CC- se aplicarmos o art.º 286 CC, havendo 10 sujeitos, por exemplo, que tinham sido partes
nos negócios subsequentes da compra e venda de um imóvel, toda esta cadeira teria sido destruída. Este
artigo coloca um travão até onde se pode destruir o negócio. Nem sempre pode ser destruído um
negócio nulo.
Os negócio que caiem dentro deste artigo são negócios a titulo oneroso.
Se fosse de má-fé, o artigo 291 não protege. Apenas protege os que estão de boa-fé que não sabiam do
vicio.
Caso prático
M vendeu a O, com reserva mental e cumprindo a forma legal em janeiro 2013, O doou a P o imóvel
em documento particular em fevereiro de 2014 e o P vendeu a S pela forma legalmente prescrita que
procedeu ao imediato registo em marco de 2015, S desconhecia qualquer vicio anterior.
10/05