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Olá
maralhal !!
Manual de estudo
Teoria Geral do Direito Civil………………………….DR.Carlos Alberto da Mota Pinto
2° semestre
Facto jurídico
Todo o acto humano ou acontecimento natural jurídicamente relevante
que se traduz na produção de efeitos jurídicos).
Receptícios
Lícitos
Unilaterais
Ilícitos Não receptícios
Negócios jurídicos
(efeitos ex-voluntate)
Voluntários Unilaterais
(actos jurídicos) Bilaterais
(Contratos) Sinalagmáticos
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António Filipe Garcez José
Actos ilícitos
Os factos jurídicos voluntários contrários à ordem pública e por ela
reprovados.
Actos lícitos
Os factos jurídicos voluntários conformes à ordem pública e por ela
consentidos.
Negócios jurídicos
São factos jurídicos voluntários, cujo núcleo essencial é integrado por
uma ou mais declarações de vontade, a que o ordenamento jurídico
atribui efeitos jurídicos concordantes com o conteúdo da vontade das
partes, tal como este é objectivamente apercebido.
(os efeitos dos negócios jurídicos produzem-se ex voluntate) Ex: o testamento e os contratos
Negócios unilaterais
ARTIGO 457º
(Princípio geral)
A promessa unilateral de uma prestação só obriga nos casos previstos na lei.
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Contratos unilaterais
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Os que geram apenas obrigações para uma das partes (ex: a doação)
Quase-negócios jurídicos
Os simples actos jurídicos que se traduzem na manifestação exterior de
uma vontade.
(ex: a interpelação do devedor)
ARTIGO 805º
(Momento da constituição em mora)
1. O devedor só fica constituído em mora depois de ter sido judicial ou extrajudicialmente interpelado
para cumprir.
ARTIGO 1324º
(Tesouros)
1. Se aquele que descobrir coisa móvel de algum valor, escondida ou enterrada, não puder
determinar quem é o dono dela, torna-se proprietário de metade do achado; a outra metade pertence
ao proprietário da coisa móvel ou imóvel onde o tesouro estava escondido ou enterrado.
2. O achador deve anunciar o achado nos termos do nº 1 do artigo anterior, ou avisar as autoridades,
excepto quando seja evidente que o tesouro foi escondido ou enterrado há mais de vinte anos.
3. Se o achador não cumprir o disposto no número anterior, ou fizer seu o achado ou parte dele
sabendo quem é o dono, ou ocultar do proprietário da coisa onde ele se encontrava, perde em
benefício do Estado os direitos conferidos no nº 1 deste artigo, sem exclusão dos que lhe possam
caber como proprietário.
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AQUISIÇÃO DE DIREITOS
Aquisição de direitos
É a criação de um laço de pertinência de um direito, a uma pessoa.
Constituíção de direitos
É a criação de um direito (ex-novo) que não existia anteriormente. (implica
sempre uma aquisição)
Aquisição originária
Quando o direito adquirido não depende da existência ou da extensão
de um direito anterior.
Ex: ocupação de coisas móveis (arts. 1318° e segs.) , a usacapião (arts. 1287° e segs)
ARTIGO 1318º
(Coisas susceptíveis de ocupação)
Podem ser adquiridos por ocupação os animais e outras coisas móveis que nunca tiveram dono, ou
foram abandonados, perdidos ou escondidos pelos seus proprietários, salvas as restrições dos
artigos seguintes.
ARTIGO 1287º
(Noção)
usucapião.
A posse do direito de propriedade ou de outros direitos reais de gozo, mantida por
certo lapso de tempo, faculta ao possuidor, salvo disposição em contrário, a
aquisição do direito a cujo exercício corresponde a sua actuação: é o que se chama
usucapião
Aquisição derivada
Quando o direito adquirido se funda ou se filia na existência de um
direito na titularidade de outra pessoa.
Ex: a aquisição de direito de propriedade, ou de outro direito real, por força de um contrato, a
aquisição de um crédito ou de uma relação contratual por cessão, aquisição de direitos por sucessão
"mortis causa", etc.
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Compra de imóvel
Translativa Doação ou sucessão mortis causa
Cessão da posição contratual
Ex: aquisição do domínio de um prédio por compra, doação ou sucessão "mortis causa", legítima
ou testamentária.
SUBSECÇÃO IV
Cessão da posição contratual
ARTIGO 424º
(Noção. Requisitos)
1. No contrato com prestações recíprocas, qualquer das partes tem a faculdade de transmitir a
terceiro a sua posição contratual, desde que o outro contraente, antes ou depois da celebração do
contrato, consinta na transmissão.
2. Se o consentimento do outro contraente for anterior à cessão, esta só produz efeitos a partir da sua
notificação ou reconhecimento.
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Ex: o proprietário dum prédio que constitui uma servidão ou outro direito real (de gozo ou de
garantia) a favor de outrém.
Subcontrato (ex: sublocação, arts. 1060° e segs)
É uma aquisição derivada constitutiva, pois um contratante, concede a
outro a possibilidade de usar a posição contratual que para o primeiro
resulte de um contrato principal, ao qual este último continua ligado.
Secção VI
Sublocação
ARTIGO 1060º
(Noção)
A locação diz-se sublocação, quando o locador a celebra com base no direito de locatário que lhe
advém de um precedente contrato locativo.
Sucessão
É o subingresso de uma pessoa na titularidade das relações jurídicas de
outrém ( total ou parcialmente)
Herdeiro
Aquele que sucede na totalidade ou numa quota parte do património do
"de cujus"
Legatário
Aquele que sucede em relações jurídicas determinadas.
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ARTIGO 243º
(Inoponibilidade da simulação a terceiros de boa fé)
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1. A nulidade proveniente da simulação não pode ser arguida pelo simulador contra terceiro de boa
fé.
2. A boa fé consiste na ignorância da simulação ao tempo em que foram constituídos os respectivos
direitos.
3. Considera-se sempre de má fé o terceiro que adquiriu o direito posteriormente ao registo da acção
de simulação, quando a este haja lugar.
Inoponibilidade das nulidades e anulabililides a terc. de boa fé
ARTIGO 291º
(Inoponibilidade da nulidade e da anulação)
3. A declaração de nulidade ou a anulação do negócio jurídico que respeite a bens imóveis, ou a
bens móveis sujeitos a registo, não prejudica os direitos adquiridos sobre os mesmos bens, a
título oneroso, por terceiro de boa fé, se o registo da aquisição for anterior ao registo da acção de
nulidade ou anulação ou ao registo do acordo entre as partes acerca da invalidade do negócio.
2. Os direitos de terceiro não são, todavia, reconhecidos, se a acção for proposta e registada dentro
dos três anos posteriores à conclusão do negócio.
3. É considerado de boa fé o terceiro adquirente que no momento da aquisição desconhecia, sem
culpa, o vício do negócio nulo ou anulável.
Esta é mais uma excepção ao princípio geral da aquisição derivada: "nemo plus juris…."
MODIFICAÇÃO DE DIREITOS
Modificação de direitos
Tem lugar, quando alterado ou mudado um elemento de um direito,
permanece a identidade do referido direito.
Modificação subjectiva
Quando tem lugar uma substituíção do respectivo titular, permanecendo
a identidade objectiva do direito.
Modificação subjectiva em actos "inter vivos":
Cessão de créditos
Modificação do lado activo
Sub-rogação de créditos
Assunção de dívida
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Assunção cumulativa
Modificação do lado passivo
Co-assunção de dívida Por adjunção (Multiplicação de
sujeitos)
Adesão à dívida
Modificação objectiva
Se muda o conteúdo ou o objecto do direito, permanecendo este
idêntico.
Mudança de conteúdo
Ex: concessão pelo credor ao devedor de uma prorrogação do prazo
para o cumprimento.
Mudança de objecto
Ex: não cumprindo o devedor culposamente a obrigação, o seu dever de
prestar é substituído por um dever de indemnizar
EXTINÇÃO DE DIREITOS
Extinção de direitos
Tem lugar quando desaparece a relação de pertinência entre um direito
e a pessoa do seu titular.
Extinção objectiva
Se o direito desaparece, deixando de existir para o seu titular ou para
outra pessoa qualquer. ( ex: destruíção do objecto do direito, se um direito de crédito é
exercido e cobrado, etc)
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ARTIGO 298º
(Prescrição, caducidade e não uso do direito)
1. Estão sujeitos a prescrição, pelo seu não exercício durante o lapso de tempo estabelecido na lei,
os direitos que não sejam indisponíveis ou que a lei não declare isentos de prescrição.
2. Quando, por força da lei ou por vontade das partes, um direito deva ser exercido
dentro de certo prazo, são aplicáveis as regras da caducidade, a menos que a lei se
refira expressamente à prescrição.
3. Os direitos de propriedade, usufruto, uso e habitação, enfiteuse, superfície e servidão não
prescrevem, mas podem extinguir-se pelo não uso nos casos especialmente previstos na lei, sendo
aplicáveis nesses casos, na falta de disposição em contrário, as regras da caducidade.
Caducidade Prescrição
Admitem-se estipulações Regime inderrogável (art. 300°)
convencionais (art. 330°)
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Negócio jurídico
Negócios jurídicos
São actos jurídicos constitudos por uma ou mais declarações de
vontade, dirigidas à realização de certos efeitos práticos, com intenção
de os alcançar sob tutela do direito, determinando o ordenamento
jurídico a produção dos efeitos jurídicos conformes à intenção
manifestada pelo declarante ou declarantes.
3 teorias
Crítica :
Esta teoria não fornece o correcto critério, pois a ser correcta, só os
juristas completamente informados sobre o ordenamento podiam
celebrar negócios juridicos
Crítica:
Esta concepção também é inaceitável, pois então o negócio jurídico não
se distinguiria dos compromissos ou convenções celebradros sob o
império da cortesia, da moral, praxes sociais , etc.
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Crítica:
Decisivo para existir negócio jurídico é a vontade de os efeitos práticos
queridos, serem jurídicamente vinculativos Ponto de vista correcto !!!
Negócios bilaterais
Há duas ou mais declarações de vontade, de conteúdo oposto, mas
convergente na sua comum pretensão de produzir resultado jurídico
unitário (embora com um significado para cada parte)..
Negócios unilaterais
ARTIGO 457º
(Princípio geral)
A promessa unilateral de uma prestação só obriga nos casos previstos na lei.
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SECÇÃO IV
Revogação e caducidade do mandato
SUBSECÇÃO I
Revogação
ARTIGO 1170º
(Revogabilidade do mandato)
1. O mandato é livremente revogável por qualquer das partes, não obstante convenção em
contrário ou renúncia ao direito de revogação.
2. Se, porém, o mandato tiver sido conferido também no interesse do mandatário ou de
terceiro, não pode ser revogado pelo mandante sem acordo do interessado, salvo ocorrendo
justa causa.
TÍTULO IV
DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
CAPÍTULO I
Disposições gerais
ARTIGO 2179º
(Noção de testamento)
1. Diz-se testamento o acto unilateral e revogável pelo qual uma pessoa dispõe, para depois
da morte, de todos os seus bens ou de parte deles.
2. As disposições de carácter não patrimonial que a lei permite inserir no testamento são
válidas se fizerem parte de um acto revestido de forma testamentária, ainda que nele não
figurem disposições de carácter patrimonial.
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Os contratos
ARTIGO 230º
(Irrevogabilidade da proposta)
1. Salvo declaração em contrário, a proposta de contrato é irrevogável depois de ser
recebida pelo destinatário ou de ser dele conhecida.
2. Se, porém, ao mesmo tempo que a proposta, ou antes dela, o destinatário receber a
retractação do proponente ou tiver por outro meio conhecimento dela, fica a proposta sem
efeito.
3. A revogação da proposta, quando dirigida ao público, é eficaz, desde que seja feita na
forma da oferta ou em forma equivalente.
Várias doutrinas:
Doutrina da aceitação
O contrato está perfeito quando o destinatário da proposta declarou
aceitar a oferta que lhe foi feita.
Doutrina da expedição
O contrato está perfeito quando o destinatário expediu, por qualquer
meio a sua aceitação.
Doutrina da recepção
O contrato está perfeito quando a resposta contendo a aceitação
chega à esfera de acção do proponente.
Doutrina da percepção
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SUBSECÇÃO III
Perfeição da declaração negocial
ARTIGO 224º
(Eficácia da declaração negocial)
1. A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu
poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta na
forma adequada.
2. É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não foi por
ele oportunamente recebida.
3. A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua, não poder ser
conhecida é ineficaz.
Contratos unilaterais
Geram obrigações apenas para uma das partes ( ex: doação )
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ARTIGO 428º
(Noção)
1. Se nos contratos bilaterais não houver prazos diferentes para o cumprimento das
prestações, cada um dos contraentes tem a faculdade de recusar a sua prestação enquanto
o outro não efectuar a que lhe cabe ou não oferecer o seu cumprimento simultâneo.
2. A excepção não pode ser afastada mediante a prestação de garantias.
A faculdade de resolução com fundamento em inadimplemento (não
cumprimento de um contrato) ou mora, existe nos contratos bilaterais,
resolução tácita (art. 801°/2 e art. 808°) e pode ter lugar em contratos
unilaterais , resolução do comodato (art. 1140°) , mútuo oneroso
(art. 1150°)
Impossibilidade do cumprimento
ARTIGO 801º
(Impossibilidade culposa)
1. Tornando-se impossível a prestação por causa imputável ao devedor, é este responsável
como se faltasse culposamente ao cumprimento da obrigação.
2. Tendo a obrigação por fonte um contrato bilateral, o credor, independentemente do direito
à indemnização, pode resolver o contrato e, se já tiver realizado a sua prestação, exigir a
restituição dela por inteiro.
ARTIGO 808º
(Perda do interesse do credor ou recusa do cumprimento)
1. Se o credor, em consequência da mora, perder o interesse que tinha na prestação, ou
esta não for realizada dentro do prazo que razoavelmente for fixado pelo credor, considera-
se para todos os efeitos não cumprida a obrigação.
2. A perda do interesse na prestação é apreciada objectivamente.
ARTIGO 1140º
(Resolução)
Não obstante a existência de prazo, o comodante pode resolver o contrato, se para isso tiver
justa causa.
CAPÍTULO X
Mandato
SECÇÃO I
Disposições gerais
ARTIGO 1157º
(Noção)
Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais actos
jurídicos por conta da outra.
ARTIGO 1158º
(Gratuidade ou onerosidade do mandato)
1. O mandato presume-se gratuito, excepto se tiver por objecto actos que o mandatário
pratique por profissão; neste caso, presume-se oneroso.
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2. Se o mandato for oneroso, a medida da retribuição, não havendo ajuste entre as partes, é
determinada pelas tarifas profissionais; na falta destas, pelos usos; e, na falta de umas e
outros, por juízos de equidade.
Testamento
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ARTIGO 946º
(Doação por morte)
1. É proibida a doação por morte, salvo nos casos especialmente previstos na lei.
2. Será, porém, havida como disposição testamentária a doação que houver de produzir os
seus efeitos por morte do doador, se tiverem sido observadas as formalidades dos
testamentos.
Dois tipos:
ARTIGO 1700º
(Disposições por morte consideradas lícitas)
1. A convenção antenupcial pode conter:
a) A instituição de herdeiro ou a nomeação de legatário em favor de qualquer dos
esposados, feita pelo outro esposado ou por terceiro nos termos prescritos nos lugares
respectivos;
b) A instituição de herdeiro ou a nomeação de legatário em favor de terceiro, feita por
qualquer dos esposados.
2. São também admitidas na convenção antenupcial cláusulas de reversão ou
fideicomissárias relativas às liberalidades aí efectuadas, sem prejuízo das limitações a que
genericamente estão sujeitas essas cláusulas.
Negócios híbridos
Por um lado
têm características de negócio "mortis causa", pois só se verifica a
transferência dos bens parra o instituído, depois da morte do
disponente;
Por outro lado
Têm características de negócio "inter vivos", pois restringem ao
disponente os seus poderes de disposição, não podendo este revogá-
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Duas hipóteses :
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Uniforme
Documento escrito
Simplificado
Art. 219°
Princípio da liberdade declarativa ou liberdade de forma
SUBSECÇÃO II
Forma
ARTIGO 219º
(Liberdade de forma)
A validade da declaração negocial não depende da observância de forma especial, salvo
quando a lei a exigir.
Quando nos casos em que a lei prescrever uma certa forma, esta não
for observada, a declaração é nula.
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Negócios formais
ARTIGO 363º
2. Autênticos
são os documentos exarados, com as formalidades legais, pelas autoridades públicas
nos limites da sua competência ou, dentro do círculo de actividades que lhe é
atribuído, pelo notário ou outro oficial público provido de fé pública; todos os outros
documentos são particulares.
3 Os documentos particulares
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são havidos por autenticados, quando confirmados pelas partes, perante notário, nos
termos prescritos nas leis notariais.
Negócios reais
São os negócios em que se exige, além das declarações de vontade
das partes, formalizadas ou não, a prática anterior ou simultânea de um
certo acto material, (entrega da coisa).
Depósito
SECÇÃO I
Disposições gerais
ARTIGO 1185º
(Noção)
Depósito é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra uma coisa, móvel ou imóvel,
para que a guarde, e a restitua quando for exigida.
Exemplos :
Depósito
Negócios reais Comodato
Mútuo
Penhor
Negócios obrigacionais,reais,familiares,sucessórios
Princípio da liberdade contratual (art° 405°)
Disposições gerais
ARTIGO 405º
Liberdade contratual
1. Dentro dos limites da lei, as partes têm a faculdade de fixar livremente o conteúdo
dos contratos, celebrar contratos diferentes dos previstos neste código ou incluir
nestes as claúsulas que lhes aprouver.
2. As partes podem ainda reunir no mesmo contrato regras de dois ou mais negócios,
total ou parcialmente regulados na lei.
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Negócios reais (ex: venda ou doação de coisa certa e determinada, negócio constitutivo de
hipotaca, renúncia à hipoteca)
O princípio da liberdade contratual sofre considerável limitação, derivada
do princípio da tipicidade ou do "número clausus" , pois nao é permitida
a constituíção com valor real , de restrições ao direito de propriedade,
senão nos casos previstos na lei (art. 1306°).
ARTIGO 1306º
("Numerus clausus")
1. Não é permitida a constituição, com carácter real, de restrições ao direito de propriedade
ou de figuras parcelares deste direito senão nos casos previstos na lei; toda a restrição
resultante de negócio jurídico, que não esteja nestas condições, tem natureza obrigacional.
2. O quinhão e o compáscuo constituídos até à entrada em vigor deste código ficam sujeitos
à legislação anterior.
SECÇÃO II
Negócios unilaterais
ARTIGO 457º
(Princípio geral)
A promessa unilateral de uma prestação só obriga nos casos previstos na lei.
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Importância da distinção :
Negócios patrimoniais
A vontade manifestada ou declarada, triunfa sobre a vontade real,
psicológica do declarante, por exigência de tutela da confiança do declaratário e dos
interesses do tráfico
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ARTIGO 1145º
(Gratuidade ou onerosidade do mútuo)
1. As partes podem convencionar o pagamento de juros como retribuição do mútuo; este presume-se
oneroso em caso de dúvida.
2. Ainda que o mútuo não verse sobre dinheiro, observar-se-á, relativamente a juros, o disposto no
artigo 559º e, havendo mora do mutuário, o disposto no artigo 806º.
Mútuo oneroso
Mútuo para cuja retribuíção foram convencionados juros.
Mútuo usurário
Quando foram estipulados juros anuais que excedem os juros legais,
acrescidos de 3 ou 5 por cento, conforme exista ou não garantia real
(art. 1146°)
ARTIGO 1146º
(Usura)
1. É havido como usurário o contrato de mútuo em que sejam estipulados juros anuais que excedam
os juros legais, acrescidos de 3% ou 5%, conforme exista ou não garantia real.
2. É havida também como usurária a cláusula penal que fixar como indemnização devida pela falta de
restituição de empréstimo, relativamente ao tempo de mora, mais do que o correspondente a 7% ou a
9% acima dos juros legais, conforme exista ou não garantia real.
3. Se a taxa de juros estipulada ou o montante da indemnização exceder o máximo fixado nos
números precedentes, considera-se reduzido a esses máximos, ainda que seja outra a vontade dos
contraentes.
4. O respeito dos limites máximos referidos neste artigo não obsta à aplicabilidade dos artigos 282º a
284º.
(Redacção do Dec.-Lei 262/83, de 16-6)
ARTIGO 282º
(Negócios usurários)
1. É anulável, por usura, o negócio jurídico, quando alguém, explorando a situação de necessidade,
inexperiência, ligeireza, dependência, estado mental ou fraqueza de carácter de outrem, obtiver
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ARTIGO 283º
(Modificação dos negócios usurários)
1. Em lugar da anulação, o lesado pode requerer a modificação do negócio segundos juízos de
equidade.
2. Requerida a anulação, a parte contrária tem a faculdade de opor-se ao pedido, declarando aceitar
a modificação do negócio nos termos do número anterior.
ARTIGO 284º
(Usura criminosa)
Quando o negócio usurário constituir crime, o prazo para o exercício do direito de anulação ou
modificação não termina enquanto o crime não prescrever; e, se a responsabilidade criminal se
extinguir por causa diferente da prescrição ou no juízo penal for proferida sentença que transite em
julgado, aquele prazo conta-se da data da extinção da responsabilidade criminal ou daquela em que a
sentença transitar em julgado, salvo se houver de contar-se a partir de momento posterior, por força
do disposto no nº 1 do artigo 287º.
Contratos aleatórios
Neste contratos as partes submetem-se à possibilidade de perder ou
ganhar. (a onerosidade consiste na circunstância de ambas as partes estarem sujeitas ao risco de
perder)
Negócios parciários
São uma subespécie dos negócios onerosos
Negócios parciários
Caracterizam-se pelo facto de uma pessoa prometer certa prestação em
troca de uma qualquer participação nos porventos que a contraparte
obtenha por força daquela prestação.
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Utilidade da distinção :
Exemplos de disposições:
ARTIGO 1922º
(Administração de bens)
Será instituido o regime de administração de bens do menor previsto nos artigos 1967º e seguintes:
a) Quando os pais tenham sido apenas excluídos, inibidos ou suspensos da administração de todos
os bens do incapaz ou de alguns deles, se por outro título se não encontrar designado o
administrador;
b) Quando a entidade competente para designar o tutor confie a outrem, no todo ou em parte, a
administração dos bens do menor.
Artigo 153º
(Suprimento da inabilidade)
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1. Os inabilitados são assistidos por um curador, a cuja autorização estão sujeitos os actos de
disposição de bens entre vivos e todos os que, em atenção às circunstâncias de cada caso, forem
especificados na sentença.
2. A autorização do curador pode ser judicialmente suprida.
ARTIGO 154º
(Administração dos bens do inabilitado)
1. A administração do património do inabilitado pode ser entregue pelo tribunal, no todo ou em parte,
ao curador.
2. Neste caso, haverá lugar à constituição do conselho de família e designação do vogal que, como
subcurador exerça as funções que na tutela cabem ao protutor.
3. O curador deve prestar contas da sua administração.
Actos de disposição
São os que dizendo respeito à gestão do património administrado,
afectam a sua substância, alteram a forma ou a composição do capital
administrado, atingem o fundo, a raíz, o casco dos bens.
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2 elementos :
Elemento externo :
o comportamento declarativo ou a …
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Elemento interno :
Vontade negocial
A intenção de realizar certos efeitos práticos, com ânimo de que sejam
jurídicamente tutelados e vinculantes.
3 subelementos :
Vontade de acção
Consiste na voluntariedade (consciência e intenção) do comportamento
declarativo.
Vontade de declaração
Consiste em o declarante ter consciência e vontade que o seu
comportamento declarativo tenha significado negocial vinculativo,
produza efeitos negociais no campo do direito.
Vontade negocial
Consiste na vontade de celebrar um negócio jurídico de conteúdo
coincidente com o significado exterior da declaração.
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Os termos da distinção
O critério da distinção entre declaração tácita e declaração expressa
consagrada pela lei (art. 217°) …
SECÇÃO I
Declaração negocial
SUBSECÇÃO I
Modalidades da declaração
ARTIGO 217º
(Declaração expressa e declaração tácita)
1. A declaração negocial pode ser expressa ou tácita: é…
expressa,
quando feita por palavras, escrito ou qualquer outro meio directo de manifestação da
vontade, e …
tácita,
quando se deduz de factos que, com toda a probabilidade, a revelam.
2. O carácter formal da declaração não impede que ela seja emitida tacitamente, desde
que a forma tenha sido observada quanto aos factos de que a declaração se deduz.
Declaração expressa
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Declaração tácita
Quando do seu conteúdo directo se infere um outro.
Critério de interpretação dos negócios jurídicos no C. Civil
(art. 236°)
SUBSECÇÃO IV
Interpretação e integração
ARTIGO 236º
Sentido normal da declaração
1. A declaração negocial vale com o sentido que um declaratário normal, colocado na
posição do real declaratário, possa deduzir do comportamento do declarante, salvo se
este não puder razoavelmente contar com ele.
2. Sempre que o declaratário conheça a vontade real do declarante, é de acordo com ela que vale a
declaração emitida.
teoria objectiva :
ARTIGO 218º
(O silêncio como meio declarativo)
O silêncio vale como declaração negocial, quando esse valor lhe seja
atribuído por lei, uso ou convenção.
O silêncio não vale como declaração negocial, excepto quando esse valor
lhe seja atribuído por lei, convenção ou uso.
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António Filipe Garcez José
Protesto
Contradeclaração, do autor dum certo comportamento declarativo, que
visa impedir que lhe seja imputado, por interpretação, um certo sentido
que não corresponde ao seu intuito.
Reserva
O protesto, quando consiste na declaração de que um certo
comportamento não significa renúncia a um direito próprio, ou
reconhecimento de um direito alheio.
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Forma legal
O formalismo imposto pela lei.
ARTIGO 223º
(Forma convencional)
1. Podem as partes estipular uma forma especial para a declaração;
presume-se, neste caso, que as partes se não querem vincular senão
pela forma convencionada.
2. Se, porém, a forma só for convencionada depois de o negócio estar concluído ou no momento da
sua conclusão, e houver fundamento para admitir que as partes se quiseram vincular desde logo,
presume-se que a convenção teve em vista a consolidação do negócio, ou qualquer outro efeito, mas
não a sua substituição.
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António Filipe Garcez José
O Código Civil …
estatui, em princípio, que as estipulações acessórias anteriores ao
negócio ou contemporâneas dele, devem revestir a forma exigida pela
lei para o acto, sob pena de nulidade (art. 221°)
ARTIGO 221º
(Âmbito da forma legal)
1. As estipulações verbais acessórias anteriores ao documento legalmente exigido para a
declaração negocial, ou contemporâneas dele, são nulas, salvo quando a razão determinante
da forma lhes não seja aplicável e se prove que correspondem à vontade do autor da
declaração.
2. As estipulações posteriores ao documento só estão sujeitas à forma legal prescrita para a
declaração se as razões da exigência especial da lei lhe forem aplicáveis.
condições :
ARTIGO 394º
(Convenções contra o conteúdo de documentos ou além dele)
1. É inadmissível a prova por testemunhas, se tiver por objecto quaisquer convenções
contrárias ou adicionais ao conteúdo de documento autêntico ou dos documentos
particulares mencionados nos artigos 373º a 379º, quer as convenções sejam anteriores à
formação do documento ou contemporâneas dele, quer sejam posteriores.
2. A proibição do número anterior aplica-se ao acordo simulatório e ao negócio
dissimulado, quando invocados pelos simuladores.
3. O disposto nos números anteriores não é aplicável a terceiros.
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SUBSECÇÃO III
Documentos particulares
ARTIGO 373º
(Assinatura)
1. Os documentos particulares devem ser assinados pelo seu autor, ou por outrem a seu
rogo, se o rogante não souber ou não puder assinar.
2. Nos títulos emitidos em grande número ou nos demais casos em que o uso o admita,
pode a assinatura ser substituída por simples reprodução mecânica.
3. Se o documento for subscrito por pessoa que não saiba ou não possa ler, a subscrição só
obriga quando feita ou confirmada perante notário, depois de lido o documento ao
subscritor.
4. O rogo deve igualmente ser dado ou confirmado perante notário, depois de lido o
documento ao rogante.
ARTIGO 379º
(Valor dos telegramas)
Os telegramas cujos originais tenham sido escritos e assinados ou somente assinados, pela
pessoa em nome de quem são expedidos, ou por outrem a seu rogo, nos termos do nº 4 do
artigo 373º, são considerados para todos os efeitos como documentos particulares e estão
sujeitos, como tais, ao disposto nos artigos anteriores.
ARTIGO 364º
(Exigência legal de documento escrito)
1. Quando a lei exigir, como forma da declaração negocial, documento autêntico, autenticado
ou particular, não pode este ser subtituído por outro meio de prova ou por outro documento
que não seja de força probatória superior.
2. Se, porém, resultar claramente da lei que o documento é exigido apenas para prova da
declaração, pode ser substituído por confissão expressa, judicial ou extrajudicial, contanto
que, neste último caso, a confissão conste de documento de igual ou superior valor
probatório.
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… excepto…
ARTIGO 220º
(Inobservância da forma legal)
A declaração negocial que careça da forma legalmente prescrita é nula, quando outra não
seja a sanção especialmente prevista na lei.
… mas … há … um mas…
ARTIGO 334º
(Abuso do direito)
É ilegítimo o exercício de um direito, quando o titular exceda
manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons
costumes ou pelo fim social ou económico desse direito.
R:
Claro!!. Será verdadeiramente escandalosa, excedendo manifestamente
os limites impostos pela boa fé, bons costumes, fim social ou económico
desse direito (art. 334°), a arguição da nulidade, com fundamento em
vício de forma, por um contratante que a provocou !!! .
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António Filipe Garcez José
A "Doutrina" divide-se…
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ARTIGO 289º
(Efeitos da declaração de nulidade e da anulação)
1. Tanto a declaração de nulidade como a anulação do negócio têm efeito retroactivo,
devendo ser restituído tudo o que tiver sido prestado ou, se a restituição em espécie não for
possível, o valor correspondente.
2. Tendo alguma das partes alienado gratuitamente coisa que devesse restituir, e não
podendo tornar-se efectiva contra o alienante a restituição do valor dela, fica o adquirente
obrigado em lugar daquele, mas só na medida do seu enriquecimento.
3. É aplicável em qualquer dos casos previstos nos números anteriores, directamente ou por
analogia, o disposto nos artigos 1269º e seguintes.
ARTIGO 479º
(Objecto da obrigação de restituir)
1. A obrigação de restituir fundada no enriquecimento sem causa compreende tudo quando
se tenha obtido à custa do empobrecido ou, se a restituição em espécie não for possível, o
valor correspondente.
ARTIGO 482º
(Prescrição)
O direito à restituição por enriquecimento prescreve no prazo de três anos, a contar da data
em que o credor teve conhecimento do direito que lhe compete e da pessoa do responsável,
sem prejuízo da prescrição ordinária se tiver decorrido o respectivo prazo a contar do
enriquecimento.
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ARTIGO 223º
(Forma convencional)
1. Podem as partes estipular uma forma especial para a declaração; presume-se, neste
caso, que as partes se não querem vincular senão pela forma convencionada.
2. Se, porém, a forma só for convencionada depois de o negócio estar concluído ou no
momento da sua conclusão, e houver fundamento para admitir que as partes se quiseram
vincular desde logo, presume-se que a convenção teve em vista a consolidação do negócio,
ou qualquer outro efeito, mas não a sua substituição.
ARTIGO 224º
(Eficácia da declaração negocial)
1. A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu
poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta na
forma adequada.
2. É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não foi por
ele oportunamente recebida.
3. A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua, não poder ser
conhecida é ineficaz.
A proposta contratual
Só existirá proposta contratual se for suficientemente precisa, dela
resultar a vontade de o seu autor se vincular e houver consciência de se
estar a emitir uma verdadeira declaração negocial.
Depois de recebida pelo destinatário ou dele ser connhecida, é
irrevogável. A proposta contratual mantém-se durante os prazos
referidos no art. 228°/1
.
ARTIGO 228º
(Duração da proposta contratual)
1. A proposta do contrato obriga o proponente nos termos seguintes:
a) Se for fixado pelo proponente ou convencionado pelas partes um prazo para a aceitação,
a proposta mantém-se até o prazo findar;
b) Se não for fixado prazo, mas o proponente pedir resposta imediata, a proposta mantém-
se até que, em condições normais, esta e a aceitação cheguem ao seu destino;
c) Se não for fixado prazo e a proposta for feita a pessoa ausente ou, por escrito, a pessoa
presente, manter-se-á até cinco dias depois do prazo que resulta do preceituado na alínea
precedente.
2. O disposto no número anterior não prejudica o direito de revogação da proposta nos
termos em que a revogação é admitida no artigo 230º.
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A retractação
A proposta só fica sem efeito, se o destinatário receber uma retractação
do proponente ou dela tiver conhecimento, antes de receber a proposta
ou ao mesmo tempo que esta. (art. 230°/2)
ARTIGO 230º
(Irrevogabilidade da proposta)
1. Salvo declaração em contrário, a proposta de contrato é irrevogável depois de ser
recebida pelo destinatário ou de ser dele conhecida.
2. Se, porém, ao mesmo tempo que a proposta, ou antes dela, o destinatário receber a
retractação do proponente ou tiver por outro meio conhecimento dela, fica a proposta sem
efeito.
3. A revogação da proposta, quando dirigida ao público, é eficaz, desde que seja feita na
forma da oferta ou em forma equivalente.
Rejeição da proposta
Uma proposta é rejeitada, se foi aceite com aditamentos, limitações ou
outras modificações.
Se a modificação for suficientemente precisa, a aceitação vale, em
princípio, como nova proposta.
Artigo 235º
(Revogação da aceitação ou da rejeição)
1. Se o destinatário rejeitar a proposta, mas depois a aceitar, prevalece a aceitação, desde
que esta chegue ao poder do proponente, ou seja dele conhecida, ao mesmo tempo que a
rejeição, ou antes dela.
2. A aceitação pode ser revogada mediante declaração que ao mesmo tempo, ou antes
dela, chegue ao poder do proponente ou seja dele conhecida.
ARTIGO 227º
(Culpa na formação dos contratos)
1. Quem negoceia com outrem para conclusão de um contrato deve, tanto nos preliminares
como na formação dele, proceder segundo as regras da boa fé, sob pena de responder
pelos danos que culposamente causar à outra parte.
2. A responsabilidade prescreve nos termos do artigo 498º.
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ARTIGO 498º
(Prescrição)
1. O direito de indemnização prescreve no prazo de três anos, a contar da data em que o
lesado teve conhecimento do direito que lhe compete, embora com desconhecimento da
pessoa do responsável e da extensão integral dos danos, sem prejuízo da prescrição
ordinária se tiver decorrido o respectivo prazo a contar do facto danoso.
2. Prescreve igualmente no prazo de três anos, a contar do cumprimento, o direito de
regresso entre os responsáveis.
3. Se o facto ilícito constituir crime para o qual a lei estabeleça prescrição sujeita a prazo
mais longo, é este o prazo aplicável.
4. A prescrição do direito de indemnização não importa prescrição da acção de reivindicação
nem da acção de restituição por enriquecimento sem causa, se houver lugar a uma ou a
outra.
Dano da confiança
É o dano a ser ressarcido pela responsabilidade pré-contratual,
resultante de lesão do interesse contratual negativo
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Hermenêutica negocial
seguintes questões :
Doutrina geral
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SUBSECÇÃO IV
Interpretação e integração
ARTIGO 236º
(Sentido normal da declaração)
1. A declaração negocial vale com o sentido que um declaratário normal, colocado na
posição do real declaratário, possa deduzir do comportamento do declarante, salvo se este
não puder razoavelmente contar com ele.
2. Sempre que o declaratário conheça a vontade real do declarante, é de acordo com ela
que vale a declaração emitida.
Artigo 236°/2
Sempre que o declaratário conheça a vontade real do declarante, é
de acordo com ela que vale a declaração emitida.
ARTIGO 246º
(Falta de consciência da declaração e coacção física)
A declaração não produz qualquer efeito, se o declarante não tiver a consciência de fazer
uma declaração negocial ou for coagido pela força física a emiti-la; mas, se a falta de
consciência da declaração foi devida a culpa, fica o declarante obrigado a indemnizar o
declaratário.
ARTIGO 247º
(Erro na declaração)
Quando, em virtude de erro, a vontade declarada não corresponda à vontade real do autor,
a declaração negocial é anulável, desde que o declaratário conhecesse ou não devesse
ignorar a essencialidade, para o declarante, do elemento sobre que incidiu o erro.
ARTIGO 237º
(Casos duvidosos)
Em caso de dúvida sobre o sentido da declaração, prevalece, nos negócios gratuitos, o
menos gravoso para o disponente e, nos onerosos, o que conduzir ao maior equilíbrio das
prestações.
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Dúvida insanável
Quando a dúvida é insanável, por aplicação analógica com o artigo
224°/3, ela é ineficaz
SUBSECÇÃO III
Perfeição da declaração negocial
ARTIGO 224º
(Eficácia da declaração negocial)
1. A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu
poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta na
forma adequada.
2. É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não foi por
ele oportunamente recebida.
3. A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua,
não poder ser conhecida é ineficaz.
ARTIGO 238º
(Negócios formais)
1. Nos negócios formais não pode a declaração valer com um sentido que não tenha
um mínimo de correspondência no texto do respectivo documento, ainda que
imperfeitamente expresso.
2. Esse sentido pode, todavia, valer, se corresponder à vontade real das partes e as razões
determinantes da forma do negócio se não opuserem a essa validade.
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ARTIGO 2187º
O erro na forma não pode ser corrigido por via interpretativa e o testamento será nulo
ARTIGO 239º
(Integração)
Na falta de disposição especial, a declaração negocial deve ser integrada de harmonia
com a vontade que as partes teriam tido se houvessem previsto o ponto omisso, ou
de acordo com os ditames da boa fé, quando outra seja a solução por eles imposta .
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