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Direito - Unip - 2023

Michelly Rezende Ferraz

Fatos e negócios jurídicos


FATO JURÍDICO HUMANO LÍCITO

Atos praticados de acordo com o


ordenamento jurídico.
Mestre Marcus Vasconcellos ● Ato jurídico
● Negócio Jurídico

FATO: Qualquer acontecimento que FATO JURÍDICO ATOS ILÍCITOS


interessa ou não ao direito. Praticados com violação e desacordo
Ex¹: Nascimento de uma criança = Fato Jurídico
com o ordenamento jurídico.
Ex²: Mosca voando = Fato não jurídico
Código Civil > TÍTULO III > Dos Atos Ilícitos

Fatos jurídicos: Naturais e Humanos Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
FATOS JURÍDICOS NATURAIS
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
Independem da ação humana para
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
produzir efeitos jurídicos. impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
- Fato jurídico Natural Originário
- Fato jurídico Natural A) Penal - Crime
B) Administrativo - Multas, etc
Extraordinário
C) Civil - Indenização danos, prejuízo

FATO JURÍDICO NATURAL ORDINÁRIO (COMUM)

Acontecem diariamente Atos Jurídicos


Ex¹: Nascimento
Ex²: Morte
Conceito: É aquele que decorre da

Ex³: Maioridade manifestação de vontade do agente,


mas cuja às consequências estão pré
FATO JURÍDICO EXTRAORDINÁRIOS (INCOMUM) determinadas em lei, de modo que
São eventos não habituais não podem ser alteradas pelas
Ex¹: Chuva de neve em SP vontades das partes.
Ex²: Terremoto
Ex¹: Reconhecimento de paternidade
Ex²: Pagamento integral de dívida

FATOS JURÍDICOS HUMANOS


Dependem da manifestação de
Negócios Jurídicos
vontade humana
Conceito: É toda manifestação de
- Fato Jurídico Humano Lícito
- Fato Jurídico Humano ilícito
vontades, cujos efeitos jurídicos
são desejados pelos agentes.
( Finalidade negocial)

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Ex¹: Contrato
Ex²: Casamento
Ex³: Testamento

CLASSIFICAÇÃO DE DIREITOS - Silvio Venosa


Finalidade negocial: Aquisição, conservação,
modificação ou extinção
● Direito Atual
● Direito Futuro
● Direito Eventual
● Expectativa de Direito
● Direito Potestativo

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Negócio Jurídico
2.2 Quanto às vantagens
patrimoniais dos envolvidos

1 . Conceito: É toda manifestação de vontades, cujos I - Negócio Jurídico GRATUITO: São


efeitos jurídicos são desejados pelos agentes.
(Finalidade negocial)
aqueles em que apenas uma das
Ex¹: Contrato partes têm benefício, não existindo
Ex²: Casamento
contraprestação
Ex³: Testamento
Ex: Doação pura e simples
2. Classificações dos negócios jurídicos (Doutrinas)

II - Negócio Jurídico ONEROSO: São


2.1 QUANTO ÀS MANIFESTAÇÕES DE
aqueles em que há uma
VONTADE O silêncio não significa nada para o
contraprestação, ambas às partes
direito.

1- UNILATERAIS: São aqueles que possuem vantagens e obrigações

exigem uma única manifestação de entre si.


Ex¹: Compra e venda
vontade
Ex²: Locação
Ex¹: Promessa de recompensa
Ex²: Testamento
A) Comutativo: Obrigações certas e
determinadas
2- BILATERAIS: São aqueles que B) Aleatório: Aquele em que a
exigem duas manifestações de prestação de uma das partes está
vontade coincidentes sobre as vinculada a um risco
obrigações
Ex¹: Casamento II - Negócio Jurídico BIFRONTE: Pode
Ex²: Contrato de Doação
ser ONEROSO ou GRATUITO
Ex³: Locação
conforme às vontades das partes.
A - Negócio Jurídico Simples: Ex¹: Deposito

Uma parte têm obrigação e a outra


têm benefício. 2.3 QUANTO AOS EFEITOS NO

B - Negócio Jurídico Sinalagmático TEMPO

As partes possuem obrigações


A - NEGÓCIO JURÍDICO “INTER VIVOS”:
recíprocas.
Efeitos são produzidos estando às partes
ainda vivas.
3 - PLURILATERAL: Três ou mais
B- NEGÓCIO JURÍDICO “CAUSA
manifestações de vontades.
MORTIS”: Efeitos são produzidos após a
Ex¹: Contrato de sociedade
Ex²: Consórcio
morte do agente.

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2.4 QUANTO A SOLENIDADE São aqueles que dependem de uma condição


especial dê uma das partes, de modo que não
podem ser cumprido por terceiros
A - NEGÓCIO JURÍDICO FORMAL (SOLENE):
- Não pode ser qualquer um (ou qualquer
É aquele que deve obedecer a uma
coisa no lugar) têm que ser aquele específico.
forma prescrita em LEI para ter validade.
Ex¹: Compra e venda de bem imóvel
2.7 QUANTO AO MOMENTO O
Ex²: Escritura pública
APERFEIÇOAMENTO

B - NEGÓCIO JURÍDICO INFORMAL


(FORMA LIVRE): A - CONSENSUAL
É aquele que se torna perfeito com a
Basta manifestação do consentimento.
manifestação de vontades das partes
Ex¹: Compra e venda de bem móvel

Art. 107. A validade da declaração de vontade não Da compra e Venda


dependerá de forma especial, senão quando a lei art. 482 A compra e venda, quando pura
expressamente a exigir. considerar-se á obrigatória e perfeita desde que as
partes acordarem no objeto e no preço.
2.5 QUANTO À AUTONOMIA (Após o acordo de vontade, o contrato se torna
perfeito)

A - NEGÓCIO JURÍDICO PRINCIPAL


São aqueles que possuem existência B - REAL
Para se tornar perfeito, exige além da
própria, não dependendo de outro.
manifestação de vontade, a entrega do bem
(Exige devolução / Entrega)
B- NEGÓCIO JURÍDICO ACESSÓRIO
É aquele cuja existência depende de um
O comodato
negócio jurídico principal. O destino do Art. 579 O comodato é o empréstimo gratuito de
acessório sempre será o principal. coisas não infungíveis. Perfaz-se com a tradição do

Ex: objeto. (Só se torna perfeita se haver tradição,

Contrato de locação - Principal “Entrega”

Fiança/Fiador - Acessório

2.6 QUANTO ÀS CONDIÇÕES


PESSOAIS DOS NEGOCIANTES

A - NEGÓCIO JURÍDICO IMPESSOAL


Não dependem de condição pessoal dos
envolvidos, podendo a prestação ser
cumprida por obrigado ou terceiro
(Tanto faz a pessoa, poderia mandar alguém)

B - NEGÓCIO JURÍDICO PERSONALÍSSIMOS

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II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;


(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

Elementos ou Requisitos (Vigência)

III - aqueles que, por causa transitória ou


permanente, não puderem exprimir sua vontade;

do negócio Jurídico (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)


(Vigência)

Para ter negócio jurídico, precisa cumprir IV - os pródigos.

esses requisitos de existência: - Absolutamente incapazes


- Agente: Capaz, seja pessoa física ou Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
jurídica pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
- Vontade: Do agente
2015) (Vigência)
- Objeto: Bem
- Forma: Escrita / Verbal Pessoa Jurídica:
Todos são necessários para que o negócio Têm capacidade na forma de seu ato
jurídico exista. constitutivo
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
Requisitos de validade
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
- Agente Capaz
autorização ou aprovação do Poder Executivo,
- Vontade Livre (Sem vícios; De livre e averbando-se no registro todas as alterações por que
espontânea vontade) passar o ato constitutivo.
- O objeto têm que ser lícito, possível e
determinado Vontade Livre
- A forma têm que ser prescrita ou não Consentimento, pode ser:
defesa em lei Expresso: Escrito ou verbal
não defesa = não proibida Tácito: É o comportamento implícito do
agente que importe na concordância ou
Agente capaz anuência (O comportamento revela a vontade
Capacidade para a prática dos atos da vida do agente)
civil
SIlêncio
Pessoa Natural: Em regra: Silêncio não é consentimento
- Capazes Exceção: É consentimento desde que os usos
- Relativamente incapazes (De o autorizarem e não seja necessária
maneira assistida é válido) declaração de vontade.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
de 2015) (Vigência) necessária a declaração de vontade expressa.

I - os maiores de dezesseis e menores de


Objeto
dezoito anos;
A) Licito: Não Contrariar a lei e ordem pública
B) Possível: Pode ser realizado (Realizável)

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Obs: Impossibilidade pode ser:


Física: Ninguém têm possibilidade de realizar
Jurídica: Está prevista em Lei
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva.

Forma:
A) Prescrita em Lei
B) Não defesa em lei (Não proibida em
lei)
Como regra o negócio jurídico não é solene,
exceto em casos que a lei determina que o
negócio é solene
Art. 107. A validade da declaração de vontade não
dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura


pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

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Elementos acidentais dos


Classificações de condição:
A) Condições Possíveis
A condição tem que ser realizável; são

negócios aqueles que podem ser cumpridos


fisicamente e juridicamente.
B) Condições Impossíveis
Elementos acidentais são aqueles que
São aquelas em que não podem ser
têm o objetivo de modificar uma ou
cumpridas fisicamente ou juridicamente
algumas consequências do negócio
obs: condição impossível, é um negócio
jurídico, ou seja, afetam os efeitos do
invalido.
negócio jurídico.
O código civil apresenta 3 elementos
Classificações de condição:
acidentais.
I) Condição é a cláusula que subordina o
A) Potestativas
efeito do negócio jurídico a evento futuro Dependem da vontade humana. (Unilateral)
e incerto Ex¹: Darei o carro, se eu quiser
ex 1: Venderei o carro se chover amanhã.
(Evento futuro e incerto).
B) Meramente Potestativas
São aquelas que dependem da vontade de
ex 2: Se passar em medicina, ganha o
duas pessoas. (Bilateral)
carro. (Evento futuro e incerto).
Ex¹: Dou carro caso passar no vestibular MED

A consequência só vai se realizar quanto Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não
o evento acontecer e se acontecer. contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes;
entre as condições defensivas se incluem as que privarem
de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitaram ao puro
Classificações de condição:
arbítrio de uma das partes.

A) Condições lícitas
São aquelas que estão de acordo com o
Mista
ordenamento jurídico, não contrariando a lei,
a ordem pública e os bons costumes.
Elemento Natural
Obs: Os exemplos acima, são condições lícitas.
Elemento Vontade
Dependem ao mesmo tempo de um ato de
B) Condições ilícitas
vontade e elemento
São aquelas contrárias à lei, à ordem pública e
aos bons costumes.
Se você passar no vestibular (E. Vontade) e no
Obs: Se a condição é ilícita, o negócio jurídico
dia estiver chovendo (E. Natural)
é invalido

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Classificações de condição:

A) Condições Suspensivas
São aquelas que, enquanto não se
verificarem, impedem que o negócio produza
efeitos.
Enquanto não acontece, fica PENDENTE.
Art. 509. A venda feita a contento do comprador
entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que
a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita,
enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.

B) Condições Resolutivas
Referem-se ao evento FUTURO e INCERTO
que, se ocorrer extingue-se o negócio jurídico.
Ex¹: Te darei o terreno, mas caso se separe, o
terreno voltará a minha posse

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Termo
D) Prazos fixados em horas, serão contados de
minuto a minuto.

Termo é o elemento acidental que faz com E) Considera-se MEADO do mês,


que a eficácia do negócio jurídico fique obrigatoriamente o dia 15 de qualquer mês.
subordinada a um evento futuro e certo.
Ex: Carro aos 24 anos Termo Legal:
É aquele que é fixado pela norma jurídica
Termo Inicial:
Início dos efeitos do negócio jurídico Termo Convencional:
Termo Final É aquele fixado e implementado pelas partes
Aquele que põe fim ao efeitos do negócio
jurídico Termo ≠ Condição

Termo I: 02/03/2023 Termo Certo:


Prazo: Período entre TI e TF Sabe que o evento ocorrerá e quando
Termo F: 02/03/2024 ocorrerá.

Obs: Não confundir termo e prazo, isso porque Termo Incerto (Indeterminado):
o prazo é o intervalo de tempo entre termo Sabe-se que o evento ocorrerá, mas não se
inicial e termo final. sabe quando.
ex: Dou um carro pra você quando seu pai
Algumas regras de contagem de prazo: morrer

A) Salvo disposição legal ou convencional em


contrário, computam-se os prazos excluindo o
dia do começo e incluindo um dia no
vencimento.

B) Se o dia do vencimento cair no feriado,


considera-se prorrogado o prazo, até o
próximo dia útil (Final)

C) Prazo em meses e anos expiram no dia


igual do número de início, ou no dia imediato
se faltar correspondência.

Ex: 31/03/2023 -------------------- 01/07/2023


3 meses
Obs: Contagem de prazo, dias e meses são
contagens diferentes.

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Encargo
É o elemento acidental do negócio jurídico
que traz um ônus (Obrigação) relacionado a
uma liberalidade.
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma
pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens
ou vantagens para o de outra.

Ex: Te darei um terreno, mas em três anos


você terá que construir a sede.

Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por


inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora.
Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá
notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo
razoável para que cumpra a obrigação assumida.

O encargo não suspende a aquisição nem o


exercício do direito, diferente da condição.

Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou


impossível, salvo se constituir o motivo determinante da
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

Não escrito o encargo ilícito ou impossível


será considerada doação pura e simples.

Ex: Julia doou um terreno para Mario com o


encargo de construir uma pista de pouso para
ovnis.
Impossível: O Código entende como não
escrito/ não válido.

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Interpretação dos
negócios jurídicos
Regras para interpretação de negócios
jurídicos

1) Nas declarações de vontade, se atenderá


mais à intenção nelas previstas do que ao
sentido literal da linguagem.
> Teoria Subjetiva da Interpretação

2) Os negócios jurídicos devem ser


interpretados conforme a boa fé e os usos do
lugar de sua celebração.
> Não às interpretações amplas

3) Os negócios jurídicos benéficos e a


renúncia se interpretam restritivamente
> Doação de terreno e acabou esquecendo o
trator no lugar.

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Defeitos (Vícios) Do
ERRO SUBSTANCIAL
art. 138
É aquele que incide sobre a causa do negócio,

Negócio Jurídico
de modo que sem o erro o negócio não seria
realizado.
O erro foi a causa do negócio.
São aquelas situações que contaminam o OBS: Contudo o erro não prejudica a validade
negócio jurídico celebrado, tornando passível do negócio jurídico, a quem a manifestação
de ser anulável. de vontade, se dirige, se oferecer para
executar na conformidade da vontade real da

Vícios manifestação

A - CONSENTIMENTO ERRO ACIDENTAL (Elemento secundário)


1. Erro É aquele que desrespeita os elementos
2. Dolo secundários não essenciais dê negócios
3. Coação jurídicos, de modo que mesmo que a pessoa
4. Estado de Perigo conheça a verdade o negócio jurídico será
5. Lesão realizável.
Erro acidental NÃO torna o negócio anulável.
B - SOCIAL
1. Fraude contra credores Art. 140. O falso motivo não gera anulação do
negócio jurídico. Gera anulação quanto

Vícios > Consentimento > Erro expressa como motivo iminente.

Erro Ex 1: João comprou um estabelecimento


comercial e colocou no contrato que fez a
Trata-se do engano da falsa noção da compra pois em frente iria abrir uma
realidade, em relação ao objeto do negócio, a rodoviária.
uma pessoa que ou a um direito, a uma Ex²: Cláudio também comprou um
pessoa, ou a um direito, e que afeta a vontade estabelecimento comercial
de quem celebrou negócio jurídico.
dar preferência dizendo que não terá
Ex 1: Jorge entra em loja de artigos de couro e rodoviária
compra casaco de couro pensando que que anulável pois houve motivo falso com motivo
era verdadeiro mas na verdade era sintético. determinante

Ex 2: Carlos comprou uma sala comercial de Obs: Art. 141.


Arthur, mas na verdade era de seu amigo Compra pela internet, erro substancial é
Mario. anulável
São situações substanciais. erro for a causa

Erro é unilateral; Se errar sozinho.

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Vícios > Consentimento > Dolo


Não tinha ciência do dolo do 3° → Não anula o
negócio, mas o terceiro responde por perdas e
danos.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


Dolo voluntária, negligência ou imprudência,
É o emprego de um artifício malicioso para violar direito e causar dano a outrem, ainda
enganar alguém, em benefício próprio
que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Para a anulação do Dolo ele deve ser a razão
OBS: A Doutrina faz uma diferença entre dolo
do dolo.
bom e dolo mau.
Art. 145. São os negócios jurídicos
A - Bom “DOLUS BONUS”
anuláveis por dolo, quando este for a sua É o dolo tolerável, aceito nos meios
causa. comerciais

ex¹: Cliente pede um casaco de couro B - Mau “DOLUS MALUS”


legitimo, mas entregam um sintético Dolo com ação maliciosa, com intuito de
Ex²: Entrega do carro com banco de couro e enganar alguém.
entregam sem
(Não é dolo essencial na verdade é dolo DOLO POSITIVO - COMISSIVO é praticado
acidental) por ação

DOLO ACIDENTAL ≠ DOLO ESSENCIAL DOLO NEGATIVO - OMISSIVO é praticado


pela omissão

Fundamentado por dolo omissivo


Dolo Acidental Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o
É aquele que em que o negócio jurídico será silêncio intencional de uma das partes a
celebrado, independentemente do artifício respeito de fato ou qualidade que a outra parte
malicioso, embora dê outro modo haja ignorado, constitui omissão dolosa,
(NÃO é anulável) provando-se que sem ela o negócio não se
teria celebrado.
Se o dolo é acidental, caberá perdas e danos,
mas não NÃO haverá anulação do negócio.
OBS:
O dolo poderá ser praticado pelo negociante
- Dolo recíproco é aquele em que
ou por um terceiro.
ambas as partes agem dolosamente,
uma tentando prejudicar a outra.
Negociante que foi beneficiado tinha ciência
- Dê ambas às partes agirem com dolo,
ou não do dolo
nenhuma delas poderá alegá-lo para
Se tinha ciência do dolo do 3° → É anulável
anular o negócio jurídico.

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Coação
Ex¹: Ou você paga ou tomo provençais
cabíveis em ação judicial (Ameaça ao
É uma pressão física ou moral visando forçá-lo exercício)
a assumir uma obrigação que não lhe
interessa. Temor reverencial: Receio de desagradar
pessoa querida ou a que se deve obediência
COATOR: Aquele que pratica a coação
COATO/COAGIDO/PACIENTE: É quem sofre a
coação
Estado de Perigo
Art. 156. Configura-se o estado de perigo
Art. 151. A coação, para viciar a declaração
quando alguém, premido da necessidade de
da vontade, há de ser tal que incuta ao
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de
paciente fundado temor de dano iminente e
grave dano conhecido pela outra parte,
considerável à sua pessoa, à sua família, ou
assume obrigação excessivamente onerosa.
aos seus bens.
Eminência; Eminente
Requisito: Fundado temor de dano iminente e Ex 1: Quanto um filho é sequestrado e para

considerável emprestar a quantia de 100 mil lhe cobram o


apartamento de 1 milhão.
Ex²: Seu filho está morrendo mas salvo se me
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em
pagar 500 mil
conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as
Requisitos para a configuração do Estado de
demais circunstâncias que possam influir na `Perigo:
gravidade dela. 1 - Situação de perigo conhecida pela outra
O juiz tem que levar em consideração para parte
tomar uma decisão, pela ótica do paciente. 2 - Onerosidade excessiva

EX: A coação poderá ser exercida por terceiros Consequência: ESSE NEGÓCIO É ANULÁVEL
que não integram o negócio jurídico.

Lesão
Na coação por 3° deve-se entender se o
negociante beneficiado estava ciente ou não.
Ciência: É anulável, se tiver perdas e danos Art. 157. Ocorre a lesão quando uma
todos respondem.
pessoa, sob premente necessidade, ou por
Sem ciência: Não anula, mas o 3° responde
inexperiência, se obriga a prestação
por perdas e danos.
manifestamente desproporcional ao valor

Art. 153. Não se considera coação a da prestação oposta.


Ex: João tem terreno de 1 milhão de reais mas
ameaça do exercício normal de um direito,
está à beira da falência, Aristeu oferece 150 mil
nem o simples temor reverencial.
pelo terreno.
Não é coação
Se torna anulável
PREMENTE ; OBRIGAÇÃO

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Havendo lesão, em regra, o negócio jurídico é


anulável.
Ex: Aristeu oferece mais 800 mil (Código
prefere suplementar o negócio

Exceção: Não haverá anulação se for


oferecido suplemento, ou a parte favorecida
reduzir preceito.

FRAUDE CONTRA CREDORES


Atuação maliciosa do devedor, em Estado de
envolvência ou na iminência de se tornar
insolvente que se dispõe de maneira gratuita
ou onerosa do seu patrimônio, para afastar as
possibilidades de seus bens responderem por
dívida anterior.

Insolvente: Quem não tem condições de


pagar credor prejudicado.
Anulação do negócio jurídico.

Negócio fraudulento
Oneroso: 2 elementos
A - Sentença prejudicar
B - Prejuízo ao credor
(“eventus Mauro"): é a própria insolvência, que
constitui ato prejudicial ao credor.
Gratuito > Prejuízo > eventus damni

OBS: A ação anulatória do negócio jurídico


praticado como fraude contra credores, se
chama Ação Pauliana ou Ação Probatória

4 anos contados a partir da celebração do


negócio (Proposta, no prazo ; Proposta pelo
credor)

Somente os credores que já o eram no


momento negócio fraudulento, poderão
promover a ação probatória.

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Invalidade do negócio jurídico


III - os instrumentos particulares forem
antedatados, ou pós-datados.

Negócio jurídico não produz efeitos § 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé


Nulidade em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
A) NULIDADE ABSOLUTA
Nulo, não produz efeitos

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: Simulação ocorre quanto às partes combinam
o negócio jurídico, mas objetivam na verdade
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
reduzir outro negócio, com ou sem projeção
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu de terceiro.
objeto; Havendo simulação: NEGÓCIO JURÍDICO

III - o motivo determinante, comum a ambas as NULO

partes, for ilícito;


Comodato: Gratuito, mas recebe aluguel
IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei PROIBIÇÃO: Doação de patrimônio para
considere essencial para a sua validade; amante.

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;


Procedimento e efeitos (Simulação, negócio
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
invadido)
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Ação declaratória de nulidade (Proposta na


Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: adição)

I - agente capaz; Prazo= Ação imprescritível

II - objeto lícito, possível, determinado ou


Legitimidade:
determinável;
A- Qualquer pessoa interessada
III - forma prescrita ou não defesa em lei. B- Ministério Público

A decisão judicial tem eficácia "ERGA OMNES"


Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas
contra todos.
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Nulidade > Relativa
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos Anulável
quando: Negócio poderá ser anulado ou mantido a

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a depender da vontade das partes

pessoas diversas daquelas às quais realmente se


conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou


cláusula não verdadeira;

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Hipóteses
Art. 171. Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:

I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação,


estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.

pai e filha, ascendente para descendente é


anulável, se não pegou autorização do
cônjuge

Procedimentos e efeitos
Proposta anulatória, ação
Legitimidade pessoa interessada
Prazo
Art. 173. O ato de confirmação deve conter
a substância do negócio celebrado e a
vontade expressa de mantê-lo.

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Invalidade do negócio jurídico Art. 173. O ato de confirmação deve conter


a substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo
Art. 178. É de quatro anos o prazo de
decadência para pleitear-se a anulação do O ATO DE CONFIRMAÇÃO
negócio jurídico, contado: (CONVALIDAÇÃO) PODE SER REVOGADO?
NÃO, a confirmação do negócio não pode
I - no caso de coação, do dia em que ela
ser revogada.
cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, O menor entre 16 e 18 anos (Relativamente


estado de perigo ou lesão, do dia em que se incapaz) não se exime dê uma obrigação,
realizou o negócio jurídico; invocando a sua idade, se dolosamente ele a
ocultou quanto inquirido pela outra parte ou
III - no de atos de incapazes, do dia em que
se no ato dê se obrigar, declarou-se maior
cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que Ex: Jovem dê 17 anos vai fazer um negocio
determinado ato é anulável, sem estabelecer e se declara capaz e realiza, após
prazo para pleitear-se a anulação, será este de arreprendimento ele diz que o negocio é
dois anos, a contar da data da conclusão do anulavel pois ele é menor dê idade e não
ato. possui capacidade
Ainda sim NÂO é anulavel pois ninguém
(EXEMPLO Art. 496. É anulável a venda de
pode agir da própria torpeza (Má fé)
ascendente a descendente, salvo se os
outros descendentes e o cônjuge do
OBS¹: A invalidade parcial dê um negócio
alienante expressamente houverem
jurídico não o prejudicará na parte válida se
consentido.)
esta for separavel
Em hipotese alguma o Ministério público se Art. 184. Respeitada a intenção das partes,
mete se o ato é anulavel, apenas quanto é a invalidade parcial de um negócio jurídico
NULO não o prejudicará na parte válida, se esta for
separável; a invalidade da obrigação
Negócio jurídico pode ser confirmado para
principal implica a das obrigações
partes?
acessórias, mas a destas não induz a da
CONVALIDAÇÃO
obrigação principal.
Art. 172. O negócio anulável pode ser Ex: Comprar sapato e jaqueta achando que
confirmado pelas partes, salvo direito de os dois eram couro legitimo, mas a jaqueta
terceiro. na verdade era couro sintetico, é
parcialmente anulavel/separavel.

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Direito - Unip - 2023
Michelly Rezende Ferraz

OBS²: Anulado o negocio juridico , às partes


serão restituidas ao estado anterior ao
negocio. Se isto não for possivel caberá
indenização a parte prejudicada.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico,
restituir-se-ão as partes ao estado em que
antes dele se achavam, e, não sendo
possível restituí-las, serão indenizadas com
o equivalente.

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Direito - Unip - 2023
Michelly Rezende Ferraz

Atos ilicitos
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular
de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.

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