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SUMÁRIO

01.Filosofia grega: Sócrates, Platão e Aristóteles................................................................................................ 2

02.Filosofia medieval: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino | Renascença: Nicolau

Maquiavel......................................................................................................................................................................................... 5

03.Contratualistas: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau ............................. 7

04. Iluministas: Montesquieu e Immanuel Kant | Utilitaristas: Jeremy Betham e John

Stuart Mill ......................................................................................................................................................................................... 9

05. Positivismo jurídico: positivismo exegético, Hans Kelsen e Hart.................................................. 11

06. Norberto Bobbio, Miguel Reale e Ronald Dworkin............................................................................... 14

07. Hannah Arendt, Gustav Radbruch, John Rawls........................................................................................17

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso
intensivo para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno acompanhe as aulas
acompanhado da legislação pertinente.
Bons estudos, Equipe CEISC.

Atualizado em novembro de 2020.


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ROTEIRO DE ESTUDOS – 1ª FASE OAB INTENSIVO
FILOSOFIA DO DIREITO
Prof. Douglas Azevedo

01. Filosofia grega: Sócrates, Platão e Aristóteles


Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Filosofia grega
Iniciam debates sobre democracia, política, ética.

Sócrates
 470 a.C
Revolução na maneira de pensar na época.
Sócrates fazia oposição aos sofistas.

 Sofistas
Retóricos que exerciam poder de convencimento, sem compromisso com a verdade.
Para eles, todo conhecimento era relativo.
O homem era a medida de todas as coisas.

Sócrates criou um método para buscar a verdade nas coisas, baseado no diálogo.
Buscava conhecimento.
Quem escreveu os pensamentos de Sócrates foi Platão em 428 a.C..

“Só sei que nada sei.”

Platão
 428 a.C.
Opositor da democracia, que na visão dele era um modelo falho.
→ Elabora uma teoria de justiça, na qual compara, por analogia, a alma do homem
com o funcionamento de uma cidade.

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→ Justiça
O corpo do homem só funciona quando suas “partes” –a razão, o espírito e os apetites
estão funcionando de forma harmoniosa. Quando a razão governa tudo, em especial o
apetite (os impulsos, as vontades). Só assim o homem é justo – quando há esta perfeição.
No âmbito social, só há justiça na cidade se cada um exerce uma função conforme sua
aptidão.
* Para todos verem: esquema

Filósofos

Protetores

Produtores

♦ O filósofo-rei governa a cidade; os protetores a protegem de ameaças e os


produtores fazem as demais funções. Só há justiça, assim, se o todo funciona de
forma harmoniosa.

Aristóteles
 384 a.C.
Sucessor do Platão.
Vai além do pensamento platônico, rompendo em alguns aspectos. Estuda os seguintes
temas:
* Para todos verem: esquema

Política

Justiça Ética

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→ Política
O homem é um ser político.
Tendência natural a viver em coletivo.
Política seria a arte de governar a pólis.

→ Ética
O agir do ser humano possui uma finalidade.
Finalidade era a Eudaimonia, ou seja, a felicidade, por meio das virtudes, agindo de forma
virtuosa.
→ Virtude: espécie de meio termo, equilíbrio, nas ações.

→ Justiça
* Para todos verem: esquema

Justiça geral Jusitça distributiva Justiça comutativa

• Leis • Vertical • Horizontal


• Estado e • Entre os
indivíduo indivíduos
• Igualdade • Igualdade
proporcional ao absoluta
mérito

→ Equidade
Aplicação da lei mesmo em caso de lacunas. Proporcionalidade nas decisões

“Devemos tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais na medida da


sua desigualdade.”

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02. Filosofia medieval: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino | Renascença:
Nicolau Maquiavel
Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Filosofia medieval
Jusnaturalismo teológico.

Santo Agostinho
 354 • 430
Patrística: firmar dogmas da Igreja Católica.

→ Dicotomia
Combate de ideias entre a cidade de Deus e cidade dos homens.
Conduzir as ações para chegar perto da cidade de Deus.
* Para todos verem: esquema

Cidade de Cidade dos


Deus homens
• Dever ser • Ser

Aproxima um pouco razão e fé.


O papel do Estado é criar leis e estruturas para aproximação da salvação divina.

São Tomás de Aquino


 1225 • 1274
“Criatianizou” as ideias de Aristóteles para provar a existência de Deus.

→ Justiça: conceito igual ao de Aristóteles.


Justiça é considerada a virtude suprema, já o Direito procura realizar justiça. O Direito
não se limita em ser apenas lei, é mais do que isso.
O Estado deve existir subordinado à Igreja.
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“Na justiça distributiva a pessoa recebe tanto mais bens comuns, quanto mais
destacada é a sua posição na comunidade. Na justiça corretiva, por outro lado, é
preciso igualar coisa com coisa, de maneira aritmética, de sorte que as perdas
sofridas por alguém em virtude de um ato danoso possam ser reparadas, retificando-
se também o injusto enriquecimento de um em detrimento de outro”.

Renascentismo
Maquiavel
 1469 • 1527
 O Príncipe
Separação da moral da política.
Para atingir um determinado fim, o indivíduo poderá fazer o que bem entender.
Realismo político.

“Os fins justificam os meios”

→ O governante deve ter 2 qualidades


* Para todos verem: esquema

Virtú Fortuna
• Inteligência, • Oportunismo
capacidade

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03. Contratualistas: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau
Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Contratualistas
* Para todos verem: esquema

Estado de natureza Estado e Direito

Contrato social

Thomas Hobbes
 1588 • 1679

→ Estado de natureza
Momento hipotético onde não havia regras, liberdade total.
Hobbes considerava o estado de natureza ruim.

 Contrato social
Momento no qual as pessoas renunciam à sua liberdade.
Surge o Estado e o Direito.

“O homem é o lobo do homem”

John Locke
 1635 • 1704

→ Estado de natureza
Já existiam direitos naturais como vida, propriedade privada, defesa.
Locke considerava o estado de natureza bom.

→ Contrato social
Criar a estrutura do Estado, criar leis, julgadores qualificados, sistema de coação.

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 Direito de defesa em caso de um governo ruim: resistir e retirar o governante do
poder.
 Ideia de separação dos poderes.

Jean-Jacques Rousseau
 1712 • 1788

→ Estado de natureza
O homem vivia sem regras, sem restrições à liberdade.
Para Rousseau, o estado de natureza era ótimo.

“O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.”

→ Contrato social
As pessoas rompem a alienação e criam um governo/democracia participativo.

 Vontade geral
A vontade de todos é a soma de interesses particulares, enquanto a vontade geral refere-
se ao interesse comum.

“O que cada homem quer em comum com todos os demais não reclamando para si
mais do que ele pode querer ao mesmo tempo para todos os outros”

Com fundamento nesse interesse a sociedade deve ser governada, havendo somente
uma lei que exige um consentimento unânime: o pacto social. O pacto social vem
fundamentar uma “igualdade moral e legítima, substituindo uma desigualdade física
entre os homens. Assim, todos os homens tornam-se iguais por convenção e direito”.

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04. Iluministas: Montesquieu e Immanuel Kant | Utilitaristas: Jeremy Betham e
John Stuart Mill
Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Iluministas

Montesquieu
O espírito das leis.
As leis derivam das condições locais: morais (costumes).
 Combate o acúmulo de poder na mão de uma pessoa.

→ Separação dos poderes


* Para todos verem: esquema

Judiciário Executivo

Legislativo

 Um poder limita e fiscaliza o outro.

→ Liberdade para o Montesquieu


Agir conforme a lei.
Se todo mundo agir conforme a lei, todos estarão cumprindo sua liberdade.

Immanuel Kant
* Para todos verem: esquema

Ética Moral
• Como o indivíduo • Costumes
deve se
comportar.

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→ Categoria universal: imperativo categórico.
* Para todos verem: esquema

Imperativos hipotéticos
• Age pensando no resultado (inclinações)

Imperativo categórico
• Age conforme a razão. Busca universalizar a ação.

A ação é mais importante que o resultado, levando em conta a boa vontade. Seguir o
imperativo é, para Kant, ser livre, pois estamos seguindo uma lei que escolhemos
imputar a nós mesmos. Se seguimos nossas inclinações, não somos livres.

Utilitaristas
Corrente consequencialista e pragmática, voltada para o resultado.

Jeremy Betham
Princípio da utilidade: lógica de quantidade - agir conforme a tendência da ação em
gerar felicidade/bem estar e em reduzir a dor/sofrimento.
Buscar o bem estar para a maior quantidade de pessoas - pode prejudicar minorias.

John Stuart Mill


Lógica da qualidade além da quantidade. Existem prazeres mais “elevados”.
Humaniza o utilitarismo.
Liberdade do indivíduo: pode fazer o que quiser, desde que não prejudique o outro.

“Melhor ser um Sócrates doente do que um tolo satisfeito”.

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05. Positivismo jurídico: positivismo exegético, Hans Kelsen e Hart
Prof. Douglas Azevedo
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Positivismo jurídico

→ Positivismo exegético
Entende o direito como ciência.
* Para todos verem: esquema

Direito Lei

Hans Kelsen
Era positivista, mas não era positivista exegético.
Entendia o direito como ciência, buscava captar uma base universal do direito.

→ Hierarquia das normas (Pirâmide de Kelsen)


* Para todos verem: esquema

CF

Leis

Atos
normativos

→ Norma fundamental
O que está acima da Constituição.
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Não é um documento escrito, é um documento pressuposto, hipotético.
Fundamenta e legitima o ordenamento jurídico.

→ Interpretação
É ato cognoscitivo, composto por dois momentos:
*Para todos verem: esquema

Conhecimento Verdade

Hart
Em alguns momentos, aceita a moral.
* Para todos verem: esquema

Regras Sociedade primitivas


primárias

Regras de fazer e não fazer

Regras Sociedades mais complexas.


secundárias
Julgamento: quem pode julgar os outros.

Alteração: como poderá ser modificada uma regra primária.

Reconhecimento: como reconhecer que uma regra primária é


aceita no ordenamento jurídico.

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“A linguagem natural e, por consequência, a linguagem jurídica, não se apresenta
sempre de forma inequívoca, clara. Os signos linguísticos – e os signos jurídicos, em
particular – vão apresentar sempre uma infinita possibilidade de sentidos, que não
se esgotam num processo de clarificação sintático ou semântico.” (KOZICKI)

“Simplesmente este mundo não é o nosso mundo; os legisladores humanos não


podem ter tal conhecimento de todas as possíveis combinações e circunstâncias
que o futuro pode trazer. Esta incapacidade de antecipar acarreta consigo uma
relativa indeterminação de finalidade” (HART)

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06. Norberto Bobbio, Miguel Reale e Ronald Dworkin
Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Norberto Bobbio, Miguel Reale e Ronald Dworkin

Norberto Bobbio
* esquema

Teoria do ordenamento jurídico

Unidade Coerência Completude

Leis de cada ente Capaz de responder


Só uma ordem
federativo em toda e qualquer
jurídica
sintonia (antinomias) situação

→ Lacunas
 Próprias: espaços vazios no sistema
 Impróprias: comparação do sistema real x ideal
 Formas de resolver lacunas próprias:
* Para todos verem: esquema

Heterointegração Autointegração

• Busca-se em ordenamento • Dentro do ordenamento


diverso • Analogia, princípios gerais do
• Direito natural, internacionais, direito, interpretação extensiva
costumes, doutrina

→ Antinomias
Duas normas válidas e vigentes incompatíveis entre si no mesmo tempo e espaço.

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 Aparentes/solúveis
* esquema

Critério cronológico
• É aquele no qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece
a norma posterior
Critério hierárquico
• É aquele pelo qual, entre duas normas incompatíveis,
prevalece a hierarquicamente superior
Critério da especialidade
• É aquele pelo qual, entre duas normas incompatíveis, uma
geral e outra especial, prevalece a segunda-feira

 Reais/insolúveis
Incompatibilidade “impossível” de resolver.

Reale
Dialética da complementaridade.
→ Teoria tridimensional do direito
* Para todos verem: esquema

Norma

Valor Fato

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Norma, fato e valor se correlacionam de tal modo que cada um deles se mantém
irredutível ao outro e distinto, mas se exigindo mutualmente, o que resulta na origem
da estrutura normativa como momento de realização do direito.

Dworkin
→ Direito como integridade
Legitimar uma decisão judicial que considere todos os aspectos fáticos, normativos e
morais relevantes para a solução do caso. Com isso, cria condições para impedir a
discricionariedade do intérprete, pois a magnitude da tarefa não deixa margem a
escolhas arbitrárias.

→ Romance em cadeia
Dworkin faz uma metáfora envolvendo direito a literatura ao falar da interpretação.
Nesse sentido, e dentro da ideia do direito como integridade, cada juiz deverá escrever
o seu capítulo da melhor maneira possível. A decisão não pode ser o resultado de
subjetivismos dos intérpretes, mas sim apresentar coerência e apresentarem
justificações principiológicas.
* Para todos verem: quadro

Regras Princípios
Mandado de determinação (menos Mandado de otimização (aplicar ao
abstrato) máximo possível)
Aplicados na dimensão do
peso/importância – prevalecem em
Aplicados ao modelo do tudo ou nada
detrimento à outro em alguns casos –
(aplica ou não aplica - subsunção)
logo, não são mais importantes só
naquele caso.
É possível numerar todas as exceções de
uma regra (Que já vem previstas na Aplicam-se por ponderação
própria regra. Ex: legítima defesa)
Uma regra exclui a outra Um princípio não é exceção a outro

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07. Hannah Arendt, Gustav Radbruch, John Rawls
Prof. Douglas Azevedo
@prof.douglasazevedo

Hannah Arendt, Gustav Radbruch, John Rawls

Hannah Arendt
→ Apátridas em contextos de totalitarismo:
A importância do direito a se ter direitos, o que muitas vezes implica pertencer a uma
determinada comunidade que o aceite e garanta seus direitos.
→ Banalidade do mal:
Aponta como o mal é banal, simples.

Gustav Radbruch
Críticas a obediência cega as leis positivas.

John Rawls
→ Liberal
Cada um seguir seu interesse

→ Influência contratualista
Pessoas se juntam para decidir os princípios básicos da sociedade.

→ Véu da ignorância
Para não impor sua vontade, deve estar vestindo um “Véu da ignorância”, portanto,
buscarão uma maneira que todos se beneficiem ao máximo.

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