Economia Contribuição Grande produção intelectual no período de formação da Sociologia. Formulou um método próprio para a Sociologia, visando analisar objetos de estudos específicos. Seu pensamento foi uma oposição ao Positivismo Ao contrário de Durkheim, cujos estudos se preocupavam com os fenômenos aparentes, visíveis, Weber se ocupava do aspecto subjetivo da ação dos indivíduos. O pensamento de Weber contribuiu para a formação da Escola de Chicago, onde se desenvolveu muitos estudos de Sociologia. Seus estudos concentraram-se nos fenômenos típicos do Século XIX, como Política e Religião. Suas obras de maior destaque são: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – 1904 - Ética Econômica das Religiões – 1917 Ciência e Política: Duas Vocações – 1919 Economia e Sociedade – escritos realizados entre 1917 e 1920, publicados postumamente - 1922 Segundo Weber, toda ciência possui limitações; para saná- las é preciso criar conceitos abstratos, teóricos e científicos para aproximar da realidade. Para isso, desenvolveu o conceito de Tipo Puro Ideal, e apontou 4 tipos ideais de Ação Social. A ênfase na importância da ação do indivíduo sobre os fenômenos sociais e das suas motivações, visava compreender o sentido da ação humana. Ação Social racional com relação a fins – depende de nossa escolha, é compreendida pelo indivíduo e feita conforme intenções prévias, com uma finalidade. Ex.: • quando um aluno se esforça para ser aprovado nos exames, passar em um concurso; • quando um comerciante tenta descobrir quais os produtos mais procurados pela clientela; • Etc. Ação Social racional com relação a valores – quando os princípios morais agem sobre a finalidade da ação. Ex.:
• valores éticos – quando alguém procede de forma honesta em qualquer
aspecto do dia a dia;
• valores estéticos – quanto agimos preocupados com a aparência, seja
nossa ou das pessoas de nossas relações, seja do ambiente, etc;
• valores religiosos – agimos em obediência à nossa fé religiosa –
batismo, frequência ao templo, recusa a certas práticas reprovadas pela religião, etc. Ação Social afetiva - sentimentos que levam à ação, independente dos fins ou dos valores. Ex.: • vingança, prazer, defesa dos entes queridos, ato de “lavar” a honra, etc. Ação Social tradicional – o indivíduo age influenciado pela tradição. Ex.: • os hábitos arraigados em nossa cultura nos leva a agir de determinada maneira – comportamento à mesa, modo como tratamos as visitas, relações sociais etc. Em outras palavras, a Ação Social é a conduta humana dotada de sentido O sentido da ação é dado por essas motivações. Esta ação somente é social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a reação dos outros. Esse fato gera uma interdependência entre os indivíduos, ao mesmo tempo em que é imprevisível para o agente o resultado de sua ação. Diferenças em relação aos Fatos Sociais de Durkheim e a Ação Social em Weber:
• Os fatos sociais são os elementos da coesão e também da
transformação social, porém não dependem do indivíduo; • A ação social, ao contrário, é individual, podendo ser compartilhada ou não.
Como podem as ações sociais individuais levarem a transformações?
O motivo da ação é individual, mas se for compartilhado pelos outros membros da sociedade, fica estabelecida a Relação Social. Pela intensidade com que ocorram as relações sociais, o cientista concebe as tendências gerais da sociedade. Os caracteres essenciais de uma ação propriamente social, estão situados nos sujeitos, na sua percepção e compreensão da conduta dos outros. Estudando o Capitalismo moderno, Weber estudou as diversas características das atividades econômicas ao longo da história e concluiu que o capitalismo típico seria: • Organização econômica racional; • Trabalho livre; • Mercado real. O capitalismo não é um sistema injusto e anárquico, como sustentava Marx; é simplesmente o resultado da modernização, que traz consigo um modo de desenvolver atividades com organização racional e eficiência. O Calvinismo e a Ética Protestante
A maior influência no desenvolvimento de uma ética protestante veio do
calvinismo – religião protestante desenvolvida pelo francês João Calvino, que ajudou a expandir a Reforma de Lutero, a partir da Suíça. A expansão do calvinismo foi maior na Holanda, Escócia e Estados Unidos, onde os Puritanos, deram impulso ao desenvolvimento que está na raiz do capitalismo americano. Para Weber, a ética burguesa se localiza na ética econômica puritana. A obra de maior destaque nesse aspecto é A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, estudo no qual demonstra que entre os adeptos da Reforma Protestante estavam homens de negócio e empresários bem sucedidos. Esse fator determinou o desenvolvimento do capitalismo com mais amplitude nos países onde a Reforma se expandiu. Para ele, os valores do Protestantismo – disciplina, poupança, austeridade, vocação, dever e a propensão ao trabalho – atuaram de maneira decisiva sobre os indivíduos. Nas famílias protestantes os filhos eram educados para o ensino especializado e para o trabalho fabril, para a busca do lucro. O PAPEL DO ESTADO O Estado é a única instituição legítima a usar a violência. “O Estado é a instituição política que, dirigida por um Governo soberano, reivindica o monopólio do uso legítimo da força física em determinado território, subordinando os membros da sociedade em que nele vivem” WEBER. Mas a sociedade é dinâmica e não matéria inerte. A dominação do Estado é permeada por outros tipos de dominação. DOMINAÇÃO Em Weber, a dominação é a probabilidade de se obter obediência a um determinado mandato – o domínio sobre a sociedade, exercido pelo Estado, por exemplo. Mas existem outras formas de legitimidade ou de aceitação do domínio. Pode-se resumir a dominação da seguinte forma: Poder + submissão = obediência Poder + obediência = dominação As duas equações apontam para o mesmo resultado: somente existe dominação se houver a relação de obediência a um poder. O Estado Moderno, instituição político-administrativa surgida entre os séculos XIV e XIX, somente pode ser assim considerado se for possível contemplar nele as seguintes categorias: Território definido; Instituições legítimas; Monopólio legítimo da violência. Ex.: aplicação da justiça, sistema prisional, força armada nacional etc. Para compreender as formas de dominação existentes, Weber concebeu três tipos de dominação: 1) Dominação burocrático-racional (legal) – exercida pelos Estatutos, pela frieza formal, pela impessoalidade. Ex.: a dominação governamental, do Estado sobre a sociedade, fundamentada na lei (Constituição) 2) Dominação tradicional – elemento de dominação não necessariamente pautado na lei, mas no hábito cultural, tradicional, histórico, que se perpetua durante muito tempo – machismo, violência doméstica, patriarcalismo etc. 3) Dominação carismática – mística, religiosa. O carisma é um poder mágico atribuído a alguém ou algo. Exemplo são os grandes líderes como Napoleão, Hitler, Fidel Castro etc. BUROCRACIA Funções da administração pública, guiada por normas, atribuições específicas, esferas de competência bem delimitadas e critérios de seleção de funcionários. Seria o aparato técnico-administrativo, composto por profissionais especializados que se encarregavam de diversas tarefas importantes dentro do sistema. Características da Burocracia: • Funcionários que ocupam cargos burocráticos – servidores públicos; • Contratados em virtude de competência técnica e qualificações específicas; • Cumprem tarefas determinadas por normas e regulamentos escritos; • Remuneração é baseada em salários estipulados em dinheiro; • Sujeitos a regras hierárquicas e códigos disciplinares que estabelecem as relações de autoridade. TIPO IDEAL
Método criado para compreender a sociedade:
A ciência não é uma cópia da realidade. Ela se baseia em tipos ideais – modelos que servem como meio de compreensão dos fenômenos. O tipo ideal é criado pelo cientista, uma hipótese, fundamentada nos aspectos mais significativos do fenômeno a ser estudado. Ex.: • Feudalismo • Capitalismo Esses fenômenos nunca ocorrem exatamente da forma como são descritos pelos cientistas que o estudam.