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MAX WEBER – 1860 - 1920

Formou-se em Direito e doutorou-se em


Economia
Contribuição
Grande produção intelectual no período de
formação da Sociologia.
Formulou um método próprio para a Sociologia, visando analisar objetos de
estudos específicos. Seu pensamento foi uma oposição ao Positivismo
Ao contrário de Durkheim, cujos estudos se preocupavam com os fenômenos
aparentes, visíveis, Weber se ocupava do aspecto subjetivo
da ação dos indivíduos.
O pensamento de Weber contribuiu para a formação da Escola de
Chicago, onde se desenvolveu muitos estudos de Sociologia.
Seus estudos concentraram-se nos fenômenos típicos do Século XIX,
como Política e Religião. Suas obras de maior destaque são:
 A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – 1904
-
 Ética Econômica das Religiões – 1917
 Ciência e Política: Duas Vocações – 1919
 Economia e Sociedade – escritos realizados entre 1917 e 1920,
publicados postumamente - 1922
Segundo Weber, toda ciência possui limitações; para saná-
las é preciso criar conceitos abstratos, teóricos e científicos
para aproximar da realidade.
Para isso, desenvolveu o conceito de Tipo Puro Ideal, e
apontou 4 tipos ideais de Ação Social. A ênfase na
importância da ação do indivíduo sobre os fenômenos sociais
e das suas motivações, visava compreender o sentido da
ação humana.
Ação Social racional com relação a fins – depende de nossa
escolha, é compreendida pelo indivíduo e feita conforme intenções
prévias, com uma finalidade. Ex.:
• quando um aluno se esforça para ser aprovado nos exames,
passar em um concurso;
• quando um comerciante tenta descobrir quais os produtos mais
procurados pela clientela;
• Etc.
Ação Social racional com relação a valores – quando os princípios
morais agem sobre a finalidade da ação. Ex.:

• valores éticos – quando alguém procede de forma honesta em qualquer


aspecto do dia a dia;

• valores estéticos – quanto agimos preocupados com a aparência, seja


nossa ou das pessoas de nossas relações, seja do ambiente, etc;

• valores religiosos – agimos em obediência à nossa fé religiosa –


batismo, frequência ao templo, recusa a certas práticas reprovadas
pela religião, etc.
Ação Social afetiva - sentimentos que levam à ação, independente
dos fins ou dos valores. Ex.:
• vingança, prazer, defesa dos entes queridos, ato de “lavar” a
honra, etc.
Ação Social tradicional – o indivíduo age influenciado pela
tradição. Ex.:
• os hábitos arraigados em nossa cultura nos leva a agir de
determinada maneira – comportamento à mesa, modo como
tratamos as visitas, relações sociais etc.
Em outras palavras, a Ação Social é a conduta humana dotada de
sentido
O sentido da ação é dado por essas motivações. Esta ação somente
é social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a
reação dos outros. Esse fato gera uma interdependência entre os
indivíduos, ao mesmo tempo em que é imprevisível para o agente o
resultado de sua ação.
Diferenças em relação aos Fatos Sociais de Durkheim e a Ação Social
em Weber:

• Os fatos sociais são os elementos da coesão e também da


transformação social, porém não dependem do indivíduo;
• A ação social, ao contrário, é individual, podendo ser compartilhada ou
não.

Como podem as ações sociais individuais levarem a transformações?


O motivo da ação é individual, mas se for compartilhado pelos
outros membros da sociedade, fica estabelecida a Relação
Social. Pela intensidade com que ocorram as relações sociais,
o cientista concebe as tendências gerais da sociedade. Os
caracteres essenciais de uma ação propriamente social, estão
situados nos sujeitos, na sua percepção e compreensão da
conduta dos outros.
Estudando o Capitalismo moderno, Weber estudou as diversas
características das atividades econômicas ao longo da história e concluiu
que o capitalismo típico seria:
• Organização econômica racional;
• Trabalho livre;
• Mercado real.
O capitalismo não é um sistema injusto e anárquico, como sustentava
Marx; é simplesmente o resultado da modernização, que traz consigo um
modo de desenvolver atividades com organização
racional e eficiência.
O Calvinismo e a Ética Protestante

A maior influência no desenvolvimento de uma ética protestante veio do


calvinismo – religião protestante desenvolvida pelo francês João Calvino,
que ajudou a expandir a Reforma de Lutero, a partir da Suíça.
A expansão do calvinismo foi maior na Holanda, Escócia e Estados
Unidos, onde os Puritanos, deram impulso ao desenvolvimento que está
na raiz do capitalismo americano.
Para Weber, a ética burguesa se localiza na ética
econômica puritana.
A obra de maior destaque nesse aspecto é A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo, estudo no qual demonstra que entre os adeptos da Reforma
Protestante estavam homens de negócio e empresários bem sucedidos.
Esse fator determinou o desenvolvimento do capitalismo com mais amplitude nos
países onde a Reforma se expandiu.
Para ele, os valores do Protestantismo – disciplina, poupança, austeridade,
vocação, dever e a propensão ao trabalho – atuaram de maneira decisiva sobre os
indivíduos.
Nas famílias protestantes os filhos eram educados para o ensino especializado e
para o trabalho fabril, para a busca do lucro.
O PAPEL DO ESTADO
O Estado é a única instituição legítima a usar a violência. “O Estado é a instituição
política que, dirigida por um Governo soberano, reivindica o monopólio do uso
legítimo da força física em determinado território, subordinando os membros da
sociedade em que nele vivem” WEBER. Mas a sociedade é dinâmica e não matéria
inerte. A dominação do Estado é permeada por outros tipos de dominação.
DOMINAÇÃO
Em Weber, a dominação é a probabilidade de se obter obediência a um determinado
mandato – o domínio sobre a sociedade, exercido pelo Estado, por exemplo.
Mas existem outras formas de legitimidade ou de aceitação do domínio.
Pode-se resumir a dominação da seguinte forma:
Poder + submissão = obediência
Poder + obediência = dominação
As duas equações apontam para o mesmo resultado: somente existe
dominação se houver a relação de obediência a um poder.
O Estado Moderno, instituição político-administrativa surgida entre os séculos
XIV e XIX, somente pode ser assim considerado se for possível contemplar nele
as seguintes categorias:
 Território definido;
 Instituições legítimas;
 Monopólio legítimo da violência. Ex.: aplicação da justiça, sistema
prisional, força armada nacional etc.
Para compreender as formas de dominação existentes, Weber concebeu três
tipos de dominação:
1) Dominação burocrático-racional (legal) – exercida pelos Estatutos, pela
frieza formal, pela impessoalidade. Ex.: a dominação governamental, do
Estado sobre a sociedade, fundamentada na lei (Constituição)
2) Dominação tradicional – elemento de dominação não
necessariamente pautado na lei, mas no hábito cultural,
tradicional, histórico, que se perpetua durante muito tempo –
machismo, violência doméstica, patriarcalismo etc.
3) Dominação carismática – mística, religiosa. O carisma é um
poder mágico atribuído a alguém ou algo. Exemplo são os
grandes líderes como Napoleão, Hitler, Fidel Castro etc.
BUROCRACIA
Funções da administração pública, guiada por normas,
atribuições específicas, esferas de competência bem
delimitadas e critérios de seleção de funcionários.
Seria o aparato técnico-administrativo, composto por
profissionais especializados que se encarregavam de
diversas tarefas importantes dentro do sistema.
Características da Burocracia:
• Funcionários que ocupam cargos burocráticos – servidores
públicos;
• Contratados em virtude de competência técnica e
qualificações específicas;
• Cumprem tarefas determinadas por normas e regulamentos
escritos;
• Remuneração é baseada em salários estipulados em dinheiro;
• Sujeitos a regras hierárquicas e códigos disciplinares que
estabelecem as relações de autoridade.
TIPO IDEAL

Método criado para compreender a sociedade:


A ciência não é uma cópia da realidade. Ela se baseia em tipos ideais –
modelos que servem como meio de compreensão dos fenômenos.
O tipo ideal é criado pelo cientista, uma hipótese, fundamentada nos
aspectos mais significativos do fenômeno a ser estudado. Ex.:
• Feudalismo
• Capitalismo
Esses fenômenos nunca ocorrem exatamente da forma
como são descritos pelos cientistas que o estudam.

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