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OS CLASSICOS DA

SOCIOLOGIA

MAX WEBER
1864-1920
1. CONTEXTO HISTÓRICO
DURKHEIM
ESTADO NACIONAL UNIFICADO

DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA

FRANÇA CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS

UNIVERSALIDADE

POSITIVISMO - racionalismo

CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS NATURAIS


WEBER FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA

CAPITALISMO TARDIO

ALEMANHA CIÊNCIAS HUMANAS

DIVERSIDADE

IDEALISMO – subjetividade interpretativa

CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS NATURAIS


DURKHEIM WEBER

POSITIVISMO IDEALISMO

HISTÓRIA = DIVERSIDADE DAS


HISTORIA = PROCESSO FORMAÇÕES SOCIAIS; NASCIMENTO
UNIVERSAL E DO DESENVOLVIMENTO DA
SOCIEDADE MODERNA

GENERALIZAÇÃO – ESPECIFICIDADE –
COMPARAÇÃO INDIVIDUALISMO
METODOLÓGICO
IDELISMO ALEMÃO
 Papel determinante do sujeito sobre o
objeto no processo do conhecimento.
 O conhecimento só existe pela força
humana
 Tudo o que o sujeito conhece são suas
ideias, suas representações do mundo, sua
consciência (caráter interpretativo ou
hermenêutico).
2. OBJETO DA SOCIOLOGIA

PRESENÇA DO OUTRO
AÇÃO SOCIAL
SIGNIFICADO

SER AFETADA
PELO OUTRO
FUNÇÃO DA SOCIOLOGIA

Investigar a ação social e ressaltar os


elementos mais gerais de cada fase do
processo histórico da sociedade

Sociologia: Ciência compreensiva

A realidade é “o encontro entre homens e os valores


aos quais eles se vinculam e os quais se articulam de
modos distintos no plano subjetivo”.
WEBER

AÇÃO SOCIAL : MOTIVAÇÃO, SENTIDO E


VALORES

RELAÇÃO SOCIAL : O SENTIDO TEM QUE


SER COMPARTILHADO

Os valores são socializados e internalizados de


formas diferentes, dependendo da relação do
indivíduo com o meio social.
WEBER

A ---- B A ---- B A ---- B A ---- B

A B

A ---- B A ---- B A ---- B A ---- B

SOCIEDADE: É UMA TOTALIDADE CONSTITUÍDA DE


UMA MULTIPLICIDADE DE INTERAÇÕES SOCIAIS
WEBER

TIPOLOGIA DA AÇÃO
SOCIAL

TIPOLOGIAS
TIPOLOGIA DA
DOMINAÇÃO LEGITIMA
TIPOLOGIA DA AÇÃO SOCIAL

Determinada por um costume


AÇÃO TRADICIONAL arraigado”, rotineiro, cotidiano.
Ex: Trocas de presentes no Natal

Determinada por afetos e estados


AÇÃO AFETIVA sentimentais atuais”, irracionais
Ex: Torcida de futebol, política

Determinada pela crença consciente em


AÇÃO RACIONAL COM
RELAÇÃO A VALORES valores (éticos, estéticos, religiosos,
familares), incorporados à nossa
hierarquia de valores. Ex. trabalho
voluntário
Determinada por expectativas, condições
AÇÃO RACIONAL COM ou meios para alcançar fins próprios,
RELAÇÃO A FINS ganhos racionalmente perseguidos.
Ex: Empresa Capitalista
Sociedades antigas

Esses tipos de
tradição e afetividade são
ação se
dominantes : família e
apresentam
religião.
com
intensidade
diferenciada Sociedades modernas
em diferentes
sociedades:
racionalidade em relação
aos valores e aos fins
TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO

Por que um determinado


indivíduo ou conjunto de
indivíduos detém a
capacidade de dirigir a
A sociedade?
QUESTÃO
DO
PODER Por que ao Estado é dado
o direito de estabelecer e
aplicar as leis e controlar
os meios de controle
social ?
O Estado ou alguém detém a
capacidade de dominar a sociedade
porque são reconhecidos como
legítimos pelos indivíduos.
TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO LEGÍTIMA

Refere-se à autoridade pessoal do


DOMINAÇÃO
governante, investida por força do
TRADICIONAL
costume.

É baseada no carisma. Ou seja, na


DOMINAÇÃO capacidade excepcional de liderança de
CARISMÁTICA alguém

DOMINAÇÃO
Baseada no direito que se liga a
RACIONAL- aspectos racionais e técnicos de
LEGAL administração
TRADICIONAL PATRIMONIALISMO

FORMAS CARISMÁTICA CARISMA


TÍPICAS
DE
DOMINAÇÃO

RACIONAL- BUROCRACIA
LEGAL
Culto à personalidade
Não há distinção entre o
público e o privado
Compromissos de fidelidade
e honra
PATRIMONIALISMO
Nepotismo - compadrio
Relações sociais de poder:
familiares
Ex: Coronelismo político
“O Brasil é um Estado Patrimonial”
(Raymundo Faoro)
Surgimento num momento de uma
ruptura: utilizado na subversão ou
na abolição de um regime
tradicional ou legal
CARISMA Fanatismo de seus seguidores :
relações sociais quase que
religiosas
Dificuldades na sucessão: não há
continuidade
Ex: Eva Peron, Vargas, Hitler,
Fidel Castro, Donald Trump, etc.
Caráter estatutário : todos devem
basear seu comportamento em
estatutos e normas
Racionalidade técnica : os cargos
são preenchidos por competência,
BUROCRACIA
a promoção é por mérito e tempo
de serviço
Relações sociais formais :
impessoalidade

Distinção entre o público e


o privado
RELIGIÃO E CAPITALISMO

“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904)


ÉTICA PROTESTANTE ESPIRITO DO CAPITALSIMO

ETICA DA SALVAÇÃO RACIONALIDADE


ETICA CALVINISTA BUSCA RACIONAL DO LUCRO
ASCETISMO (FREAR OS VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO
PRAZERES DO MUNDO)
Valoriza o trabalho , a restrição DISCIPLINA
ao consumo e a busca de
riqueza. PARCIMÔNIA

DISCRIÇÃO

POUPANÇA

LUCRO
arnaldolemos@uol.com.br
Pontos importantes:

 Estudou de forma comparativa as grandes


religiões mundiais buscando entender os
processos de evolução ou transformação social.
 O processo de transformação social caracteriza-se
por um longo processo em que as forças da razão
(a ciência e a técnica) vão substituindo as forças da
religião => RACIONALIZAÇÃO (Teoria do
“desencantamento do mundo”)
Educação
 Instrumento que propicia ao homem a preparação necessária para
o exercício de atividades funcionais, adequadas às exigência das
mudanças ocasionadas pela racionalização que o homem irá se
deparar socialmente.
 Difusão do fundamento da racionalidade, da submissão à lei e da
preparação de indivíduos para gerenciar as atividades burocráticas
do Estado.
 Aspectos importantes: a constituição pautada no Direito Racional
(racionalização da vida) e a constituição da Administração Racional
(embasada no modelo burocrático).
 Formação do Estado moderno: constituição de uma
administração burocrática racional – substituição de
trabalhadores sem qualificação, por trabalhadores qualificados,
com orientação política fundamentada em normas racionais.
Educação
Libertação e  Com a racionalização
preparação para que o
indivíduo compreenda Torna-se meio determinante de
seu papel no conjunto estratificação social, uma
harmônico do forma distinta onde busca-se
contexto social. obter privilégios sociais

Educação sistemática: conjunto de conteúdos e regras


direcionadas para a qualificação de pessoas que
demonstrem reais possibilidades de gerenciar o Estado, as
empresas e a política, de maneira racional.
Educar na forma da racionalização:
 Essencial para o Estado, que necessita se respaldar no Direito
nacional e na burocracia e para a empresa capitalista, que se
fundamenta no lucro, e na relação custo/benefício.
 Necessidade de profissionais especializados, para alcançar este fim.

“Mais que profissionais da empresa ou da administração pública, o


capitalismo e o Estado capitalista forjaram um novo homem: um
homem racional, tendencialmente livre de concepções mágicas, para o
qual não existe mais lugar reservado à obediência que não seja a
obediência ao direito racional. Para este homem, o mundo perdeu o
encantamento. Não é mais o mundo do sobrenatural e dos desígnios
de Deus ou dos imperadores. É o mundo do império da lei e da
razão. Educar num mundo assim, certamente não é o mesmo que
educar antes dessa grande transformação, provocada pelo advento do
capitalismo moderno.” (RODRIGUES, 2001, 65-66, grifos nossos).
arnaldolemos@uol.com.br
Finalidades da educação (WEBER, 1982, p.482).
 1. Despertar o carisma - capacidade de demonstrar qualidades
excepcionais - características dos heróis guerreiros da antiguidade
e do mundo medieval, educados para adquirir uma “nova alma”,
renascer);
 2. Preparar o aluno para uma conduta de vida - Pedagogia do
cultivo: formar o homem culto, cujo ideal de cultura seja
condicionado ao meio social para o qual está sendo preparado);
 3. Transmitir conhecimento especializado (Pedagogia do
treinamento: que ocorre com a racionalização da vida social, o
aumento do processo de burocratização do aparelho estatal,
dominação política e do corporativismo capitalista privado.
 A educação deixa gradualmente de ter como objetivo a formação
do homem para o exercício da cidadania no contexto social,
para formar o especialista funcional que o capital precisa.
Tipos ideais de Educação
 Educação carismática: “[...] despertar e testar uma capacidade
considerada como um dom de graça exclusivamente pessoal, pois
não se pode ensinar nem preparar um carisma” (WEBER, 1982, p.
482). Ex: Mágicos (ou feiticeiros) e heróis guerreiros.
 Educação especializada: “tentativas especializadas de treinar o
aluno para finalidades úteis à administração – na organização das
autoridades públicas, escritórios, oficinas, laboratórios industriais,
exércitos disciplinados” (WEBER, 1982, p. 482). Este treinamento
pode ser realizado com qualquer pessoa.
 Educação humanística: “a pedagogia do cultivo, finalmente
procura educar um tipo de homem, cuja natureza depende do ideal
de cultura da respectiva camada decisiva. E isto significa educar um
homem para certo comportamento interior e exterior” (WEBER,
1982, p. 483). Ex: Guerreiros no Japão, cujo objetivo é formar um
cavalheiro e um cortesão estilizado.
Características importantes:
 Coexistência histórica nas sociedades da educação racional-
legal, da Educação carismática e da Educação que visa à
formação do homem culto.
 Dilema capitalista: formação do homem culto versus a
formação do especialista.

“Historicamente, os dois pólos opostos no campo das finalidades


da educação são: despertar o carisma, isto é, qualidades heróicas e
dons mágicos, e transmitir o conhecimento especializado. O
primeiro tipo corresponde à estrutura carismática do domínio, o
segundo corresponde à estrutura (moderna) de domínio,
racional e burocrático. Os dois tipos não se opõem, sem ter
conexões entre si.” (WEBER, 1982, p.482).
Características importantes:
 Sistema Feudal: valorização dos bens artísticos e culturais. A
propriedade desses bens se constituía o divisor entre a classe
dominante e a dominada.
 Sistema Capitalista: dominação racional-legal; a educação
como importante instrumento de “seleção social”; marca da
civilização ocidental – RACIONALIZAÇÃO.

“Toda a burocracia busca aumentar a superioridade dos que são


profissionalmente informados, mantendo secretos os seus
conhecimentos e intenções” (WEBER, 1997, p.269).
“Naturalmente, essas certidões ou diplomas fortalecem o
'elemento estamental' na posição do funcionário”.
(WEBER,1982, p.233).
Conceito de Educação
 Educação é o instrumento necessário para um processo
amplo de socialização.
 Conceito amplo que engloba a educação religiosa, familiar,
carismática, filosófica, literária, política e especializada.
 Contradição: a educação permite a formação de uma classe
privilegiada, cujos membros, além das vantagens
econômicas, adquirem vantagens sociais (monopólio de
determinados postos hierárquicos, salário compatível com
a posição social e não com o trabalho que se realiza).
 A medida em que se ganha em especialização e
produtividade, perde-se o conteúdo ético e valorativo da
educação.
Implicações
 “Depressão intelectual”: a racionalização e a
liberdade, submetidos ao pleno desenvolvimento
da especialização, burocratização e a
racionalização da vida – minimização da
formação humanística (caráter mais integral), pela
Educação racionalizada (Pedagogia do
treinamento), usada como mecanismo de
ascensão social e de consecução de status pessoal.
 O capitalismo reduz tudo, inclusive a Educação, à
mera busca por riqueza material e ascensão
social.
A universidade
 Não se constitui local apropriado para expor pontos de
vista pessoais dos docentes.
 Na área pedagógica, o professor não deve emitir
julgamentos, evitando assim, que seus conceitos pessoais
influenciem na formação dos alunos.
 A pedagogia do treinamento é imposta pela
racionalização da vida, com a finalidade de criar diversas
possibilidades de desenvolvimento de competências e
habilidades, para a obtenção de poder e dinheiro.
 A racionalização é implacável e impossível de ser
vencida, assim como a Educação especializada e a lógica
do treinamento.
Referências:
 LEMOS FILHO, Arnaldo. O pensamento sociológico de Max
Weber. In: LEMOS FILHO, Arnaldo. Sociologia Geral e do
Direito. 3 ed. Campinas: Alínea, 2008.
 SELL, Carlos Eduardo. Max Weber e a Sociologia da Educação.
Contrapontos, Itajaí, ano 2, n. 5, p. 237-250, maio/ago. 2002.
 SELL, C. E. Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx. 2
ed. Itajaí: Ed. da Univali, 2002.
 SILVA, José Augusto Medeiros; AMORIM, Wellington Lima.
Estudo de Caso: O pensamento sociológico de Max Weber e a
Educação. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada,
Blumenau, v.6, n.1, p.100-110, Tri I. 2012.
 RODRIGUES, A. T. Sociologia da educação. Rio de Janeiro:
DP &A, 2000.

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