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IESP – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E PROFISSIONAL

CNPJ: 28.470.682/0001-15

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA

PROFESSORA: PATRÍCIA RODRIGUES

DISCIPLINA: ÉTICA NA PSICOPEDAGOGIA

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores,
descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar,
verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."

(Jean Piaget)
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
DISCIPLINA: Ética na Psicopedagogia
Carga horária total: 30hDatas: 13/11

Local: Tururu, Escola Cecilia Siqueira

EMENTA
Ética: definição, campo, objetivo e seus intérpretes; Moral: definição e a questão da
modernidade; Cidadania: conceito, bases históricas e questões ideológicas.

OBJETIVO
Compreender a ética como uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão,
é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma
espécie de “consciência moral”, estando constantemente avaliando e julgando suas ações para
saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

CONTEUDOS
• Ética: definição, campo, objetivo e seus intérpretes;
• Moral: definição e a questão da modernidade;
• Cidadania: conceito, bases históricas e questões ideológicas;
• Psicopedagogia e os perfis de psicopedagogos; Psicopedagogia e seus conceitos de
ética.
• Código de Ética da Psicopedagogia

REFERÊNCIAS

http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-
%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf

ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia. www.abpp.com.br


BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática.
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007

CÓDIGO DE ÉTICA E ESTATUTO DA ABPp. disponível em www.abpp.com.bracesso em


setembro de 2009

SCOZ, Beatriz J.L., RUBINSTEIN, Edith, ROSSA, Eunice M. M. BARONE,


Leda M. C. Psicopedagogia-O caráter interdisciplinar na formação e atuaçãoprofissional.
Porto Alegre: Artmed, 1987

BUBINSTEIN, Edith (org.) Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. SãoPaulo: Casa
do Psicólogo, 1999

PORFíRIO, Francisco. "O que é ética?"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/o-que-e-sociologia/o-que-e-etica.htm. Acesso em 12 de
novembro de 2021.
O QUE É ÉTICA E MORAL?

A palavra ética deriva do termo ethos, presente no idioma grego antigo. Ethos tem duas
variantes: êthos (caráter) e éthos (costume). O termo moral deriva da tradução latina para o
termo éthos, que virou moris. Em geral, ética e moral são bem parecidas. A moral consiste em
um código de conduta, costumes morais e hábitos de um determinado local, enquanto a ética
pretende ser a racionalização dessa moral.

A moral é criada socialmente, enraíza-se nas sociedades por meio do hábito e da


tradição e diz o que pode ou não ser feito. Já a ética dedica-se a refletir sobre as ações morais,
determinando o que é certo ou errado, o que deve ser mantido como um processo moral
legítimo e o que deve ser retirado desse processo, para a melhor convivência entre as pessoas
de uma determinada sociedade. Para saber mais sobre o assunto, leia o texto
específico: Diferença entre ética e moral.

O QUE É SER ÉTICO?

Ser ético é agir de acordo com a ética e com a moral. Nesse sentido, o que é
moralmente correto é estabelecido por convenção de acordo com cada sociedade, pois o que
é certo em algumas sociedades pode ser errado em outras. Em outras palavras, ser ético pode
ser respeitar códigos de conduta.

Porém, por mais que existam códigos de conduta diferentes, alguns elementos devem
ser sempre respeitados por alguém que pretenda agir eticamente, do contrário, cai-se no que
chamamos de relativismo moral, isto é, aceitar qualquer prática, por mais que seja absurda,
por entender que aquela prática está inserida em um contexto cultural e em um determinado
código de conduta moral.

Algumas situações cotidianas e corriqueiras podem ilustrar o que é agir de maneira ética,
sendo elas mais simples ou mais complexas. Veja alguns exemplos:

• Não obter benefício próprio por meio de ações incorretas, como furar uma fila no banco
para ganhar mais tempo;

• Não se apropriar da propriedade alheia, independentemente do valor em questão;

• Não se utilizar de cargos públicos, políticos ou não, ou de cargos em empresas privadas


para obter vantagem pessoal ilícita;

• Respeitar a vida e a individualidade das pessoas.

ÉTICA PROFISSIONAL

A ética profissional nada mais é que a aplicação das normas morais e de conduta social
aprovadas em convenções sociais no campo das profissões. Todo profissional deve agir
eticamente, respeitando o seu campo de trabalho, as normas de conduta da profissão, os
colegas de trabalho e todas as pessoas que estão à sua volta.
Um médico, por exemplo, deve respeitar os códigos de conduta estabelecidos dentro
do campo da medicina, bem como deve respeitar a vida e a individualidade dos seus
pacientes. Do mesmo modo, um professor deve agir conforme aquilo que o dever docente
estabelece, além de manter total respeito à individualidade e à pessoa do estudante. Um
advogado deve agir de acordo com a ética para com o júri e para com o seu cliente, não
utilizando estratégias ilícitas para defender seu cliente e nem desrespeitando o direito à
defesa e ao sigilo do cliente.

CIDADANIA: CONCEITO, BASES HISTÓRICAS E QUESTÕES


IDEOLÓGICAS

A cidadania conhecida na antiguidade clássica não é a mesma cidadania por que


lutamos hodiernamente e a que almejamos concretizada nas gerações futuras. A cidadania
deixou de ser simplesmente o direito de votar e ser votado. Cidadania é muito mais que isto.
É ter educação de qualidade, saúde, informação, poder de participação na condução das
políticas públicas e igualdade de oportunidades.
Neste sentido, ao longo dos tempos restou claro que a cidadania apresenta forte
interligação com a conquista dos direitos humanos, sendo que o estudo de ambos deve ser
feito de forma conjunta a possibilitar melhor compreensão do tema.
Cabe, portanto, a nós conhecer o passado para entender o presente e encontrar
instrumentos para melhorar o futuro. É essa viagem que se pretende e a que se convida o
leitor.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE CIDADANIA

A palavra “cidadania” provém do latim civitatem que significa cidade. Isto nos remete
a expressão grega polis, cidades-estados antigas; tipo de organização a que é atribuído, pela
maioria dos historiadores, o conceito tradicional de cidadania. Nesta fase cidadania se
restringia à participação política de determinadas classes sociais. Cidadão era o que morava
na cidade e participava de seus negócios.
Não é incorreto afirmar que na Grécia antiga, cidadania era confundida com o próprio
conceito de naturalidade, visto que cidadãos eram somente os nascidos em solo Grego e só
esses podiam exercer e usufruir dos direitos políticos. E assim era devido ao regime
aristocrático dominante.
O mesmo ocorria em Roma, onde se via claramente a exclusão dos romanos não
nobres e de estrangeiros, que não detinham nenhuma espécie de direitos.
Nota-se, portanto, que tanto na Grécia quanto em Roma a cidadania mostrava-se
como um direito de poucos, havendo uma discrepância entre o discurso teórico e a aplicação
prática na sociedade.
Na Idade Média, com o advento das mudanças trazidas pelo feudalismo logo no
primeiro período, isto é, o que sucedeu à queda do Império Romano, a preocupação política
cedeu espaço à questão religiosa e a ideia de cidadania foi relegada a segundo plano. A
sociedade de estamentos apresentava uma organização que incluía a nobreza, o clero e os
camponeses, tendo referidas classes, direitos e privilégios distintos.
Tal situação só se modificou com o surgimento dos estados nacionais. Neste período
denominado historicamente como Baixa Idade Média, reaparece a noção de estado
centralizado e com ele a clássica visão da cidadania, ligada aos direitos políticos.
Contudo, as mudanças sociais advindas das novas necessidades materiais aliada ao
fenômeno da cristianização passou a exigir uma reformulação do conceito de cidadania que
já não atendida às demandas, surgindo daí a semente do ideal de igualdade.
Com o iluminismo vivenciamos um período de transição e de transformações políticas,
econômicas, artísticas, contribuindo também para o despertar do ideal de liberdade.
Movidos por esta chama filósofos como Locke e Rousseau defenderam a democracia
liberal, distante do direito divino e que tinha por base a razão. Merece destaque as idéias de
Rousseau que preconizava ainda um caráter universal para os direitos. Muito influenciaram
essas idéias nas lutas políticas da época, sendo alicerce para os movimentos de
independência de colônias americanas e de revoluções tais como a Francesa e a Inglesa.
Entretanto, neste período, diante do fato de que a sociedade ideal apontava desigualdades
sociais, a cidadania também foi tolhida, de certa forma, de seu sentido mais amplo.
Os séculos XIX e XX foram responsáveis por progressos significativos que
repercutiram no conceito de cidadania.
A Revolução Francesa e a Revolução Americana inseriram no contexto mundial um
novo tipo de Estado, carregando consigo os ideais de liberdade e igualdade e embora
tivessem uma origem burguesa auxiliaram na busca pela inclusão social. Aliado a tudo isto
despontavam as lutas sociais. A cidadania passa, por fim, a manter íntima vinculação com o
relacionamento entre a sociedade política e seus membros.
As duas guerras mundiais foram decisivas para a mudança de ideologia sobre a
cidadania e o medo advindo das atrocidades praticadas e alicerçadas pela legalidade fez
com que órgãos internacionais e a própria sociedade civil passassem a entender cidadania
como algo indissociável dos direitos humanos.
O conceito de cidadania passou a ser vinculado não apenas à participação política,
representando um direito do indivíduo, mas também o dever do Estado em ofertar condições
mínimas para o exercício desse direito, incluindo, portanto, a proteção ao direito à vida, à
educação, à informação, à participação nas decisões públicas.
Mesmo diante de todos estes avanços ainda hoje se percebe as inúmeras violações
aos direitos humanos e a ausência de cidadania plena a considerável parcela da população
que se diz excluída, em especial, nos países subdesenvolvidos e emergentes.
Podemos assim, abeberando-nos da lição de Norberto Bobbio9+0, assegurar que a
cidadania é uma luta diária, e que hoje não basta apenas elencar e fundamentar direitos é
preciso efetivá-los. Este é o desafio de nosso tempo.
Para tanto, a informação é instrumento indispensável nesta empreitada, porque
somente conhecendo seus direitos é que o cidadão terá condições para reivindicá-los. Daí o
papel fundamental da educação, a mais fecunda de todas as todas as medidas financeiras,
nas palavras de Rui Barbosa.
Cidadania no conceito moderno deixa de ser apenas o direito destinado ao indivíduo
de participar ativa e passivamente do processo político. É mais que isto, é também o dever
do Estado para com cidadão, dever de ofertar o mínimo existencial para garantir-lhe a
dignidade.

PSICOPEDAGOGO E O TRABALHO NA SOCIEDADE, RESPONSABILIDADE E ÉTICA

Quando somos autorizados a implantar uma assistência que tem um


objetivo de diagnosticar, intervir e prevenir problemas de aprendizagem,
assumimos um papel não só de orientador, mas de aprendiz.
A sociedade hoje vive em um mundo em que novas informações surgem
todos os dias. As crianças de hoje nascem em meio a uma tecnologia
que cria um imediatismo constante, o que gera uma ansiedade.
Crianças ansiosas e deprimidas sempre se tornam pautas em matérias
científicas, revistas, jornais e programas televisivos. Amanhã se torna
muito tempo e a aprendizagem que é algo constante e se exige tempo
começa a virar problema de saúde.
Saber diagnosticar uma dificuldade de aprendizagem ou intervir para
que as dificuldades não aconteçam exige do Psicopedagogo uma postura firme. De acordo
com o artigo 1º do Código de ética do Psicopedagogo em uma aprendizagem deve-se
considerar o sujeito, a família, a escola, a sociedade, o contexto sócio-histórico, utilizando
procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referencias teóricos, isto é os estudos
devem ser constantes e não se deve analisar um contexto isolado, a aprendizagem não
acontece isoladamente, o perfil ético do Psicopedagogo está ligado à promoção,
compreensão, pesquisas e mediação de conflitos que estejam relacionados aos processos de
aprendizagem.
Devem-se estabelecer princípios a serem seguidos para promoção da aprendizagem, tanto
no papel institucional como no clinico, seguindo o código de ética e buscando uma supervisão
psicopedagógica. É importante que o Psicopedagogo tenha conhecimento do que está
aplicando “achismos” não devem fazer parte do profissional. Se a aprendizagem é um
processo amplo que contempla vários fatores, o Psicopedagogo também deve ter um
conhecimento amplo que tem como sua natureza um caráter inter e transdisciplinar.
Percebe-se que a atuação do Psicopedagogo diante da sociedade segue em passos largos,
mas se torna necessário saber como e quando atuar respeitando um perfil ético e também a
um conhecimento pautado em conhecimentos científicos.

A Psicopedagogia pode abranger diferentes cenários. Nesse sentido, segundo o § 2º do


Código de Ética da Psicopedagogia (2011, p. 1), “a intervenção psicopedagógica na Educação
e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável
entre o institucional e o clínico”.
Assim, nota-se que o psicopedagogo pode atuar nessas duas áreas, oferecendo
atendimento em clínicas e também no contexto institucional, como em escolas e empresas.
Conforme Bossa (2011) na perspectiva clínica, o atendimento é voltado à terapia e visa a
recuperação; nesse caso, o atendimento é feito em consultórios, enquanto no campo
institucional, ela tem enfoque preventivo e seu objetivo consiste em facilitar a construção do
conhecimento.
De modo mais específico, na Psicopedagogia clínica, o trabalho está voltado para o
sujeito, o processo de aprendizagem e sua história pessoal, ou seja:
A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos
cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e pedagógicos que interferem na
aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatem o prazer de aprender em sua
totalidade, incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores
educacionais e demais especialistas que transitam o universo educacional do aluno (Bossa,
2011, p. 67).
Com base nisso, percebe-se que o foco da Psicopedagogia está sempre voltado para a
aprendizagem. No caso da clínica, ela dá enfoque para o diagnóstico dos problemas
relacionados com o processo de aprendizagem. Na perspectiva da Psicopedagogia
institucional, especialmente no ambiente escolar, ela pretende “auxiliar professores,
coordenadores pedagógicos e gestores a refletir sobre o papel da educação diante das
dificuldades de aprendizagem” (Claro, 2018, p. 88).
No âmbito escolar, o papel do psicopedagogo é o de desenvolver um amplo trabalho na
prevenção de obstáculos de aprendizagem. Portanto, o profissional deve pensar, desenvolver
e aplicar ações que:
✓ Fomentem interações interpessoais; ·Incentive os sujeitos da ação educativa a atuarem
considerando integradamente as bagagens intelectual e moral;
✓ Estimulem a postura transformadora de toda a comunidade educativa para, de fato, inovar
a prática escolar; contextualizando-a;
✓ Enfatizem o essencial: conceitos e conteúdos estruturantes, com significado relevante, de
acordo com a demanda em questão;
✓ Orientem e interajam com o corpo docente no sentido de desenvolver mais o raciocínio do
aluno, ajudando-o a aprender a pensar e a estabelecer relações entre os diversos
conteúdos trabalhados;
✓ Reforcem a parceria entre escola e família;
✓ Lancem as bases para a orientação do aluno na construção de seu projeto de vida, com
clareza de raciocínio e equilíbrio; ·
✓ Incentivem a implementação de projetos que estimulem a autonomia de professores e
alunos;
✓ Atuem junto ao corpo docente para que se conscientize de sua posição de “eterno
aprendiz”, de sua importância e envolvimento no processo de aprendizagem, com ênfase
na avaliação do aluno, evitando mecanismos menores de seleção, que dirigem apenas ao
vestibular e não à vida (Di Santo, 2007, p. 2).
Portanto, o psicopedagogo no contexto escolar tem o papel de auxiliar na formação do
aluno para o seu sucesso escolar e também para a vida, por meio de métodos e técnicas
capazes de reduzir os índices de fracasso escolar e solucionar problemas do processo
educativo. Nesse contexto, a ação psicopedagógica consiste na interpretação “do processo de
aprendizagem, bem como da aplicabilidade de conceitos teóricos que lhe deem novos
contornos e significados, gerando práticas mais consistentes, que respeitem a singularidade de
cada um” (Nogaro et al., 2014, p. 169). E este trabalho deve sempre estar atrelado à ação da
comunidade e equipe escolar.

CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA

O Código de Ética tem o propósito de estabelecer parâmetros e orientar os profissionais da


Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios, normas e valores ponderados à boa conduta
profissional, estabelecendo diretrizes para o exercício da Psicopedagogia e para os
relacionamentos internos e externos à ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia.
A revisão do Código de Ética é prevista para que se mantenha atualizado com as expectativas
da classe profissional e da sociedade.

Capítulo I – Dos princípios

Artigo 1º: A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa


do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o
contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes
referenciais teóricos.

Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada com a
aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e
as suas dificuldades.

Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da
aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.

Artigo 2º: A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos,


instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis
na intervenção.
Artigo 3º: A atividade psicopedagógica tem como objetivos:

a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e social;


b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.

Artigo 4º: O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a


organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que concerne
às questões psicopedagógicas.
Capítulo II – Da formação

Artigo 5º: A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-


graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.

Capítulo III – Do exercício das atividades psicopedagógicas

Artigo 6º:
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados e/ou pós-
graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” - e os profissionais com direitos
adquiridos anteriormente à exigência de titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É
indispensável ao psicopedagogo submeter-se à supervisão psicopedagógica e recomendável
processo terapêutico pessoal.

Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo
de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste Código de Ética.

Parágrafo 2º
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus responsáveis legais
e o profissional, a fim de que:
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando condições
socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e tempo despendido;
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.

Artigo 7º: O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a


confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e não
revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e instituições sob
seu atendimento.

Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas e/ou
instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento.

Parágrafo 2º
O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no
exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade judicial.

Artigo 8º: Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante


concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.
Artigo 9º: Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não será
franqueado a pessoas estranhas ao caso.

Artigo 10: O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os


componentes de diferentes categorias profissionais, observando para esse fim, o seguinte:
a) trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
b) reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-
os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.

Capítulo IV – Das responsabilidades

Artigo 11: São deveres do psicopedagogo:

a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem da


aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela atitude crítica e
pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros da
competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu parecer ao
cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e
estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da classe e a
manutenção do conceito público.

Capítulo V – Dos instrumentos

Artigo 12: São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de
estudo – a aprendizagem. Sua escolha decorrerá de formação profissional e competência
técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não reconhecidos como
psicopedagógicos.
Capítulo VI – Das publicações científicas

Artigo 13: Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes


normas:

a) as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não ao seu


autor;
b) em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos autores e seguir
normas científicas vigentes de publicação. Em nenhum caso o psicopedagogo se valerá da
posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob
sua orientação;
c) em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências bibliográficas utilizadas, bem
como esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações extraídas de cada autor, de
acordo com normas e técnicas científicas vigentes.

Capítulo VII – Da publicidade profissional

Artigo 14: Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com
exatidão e honestidade.
Capítulo VIII- Dos honorários
Artigo 15: O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deverá considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada e o
tempo despendido.

Capítulo IX – Da observância e cumprimento do Código de Ética


Artigo 16
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.
Parágrafo único

Constitui infração ética:

a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;


b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas;
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática psicopedagógica;
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si;
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou solicitar que
outros profissionais assinem seus procedimentos.

Artigo 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos princípios éticos
da classe e advertir infrações se necessário.

Artigo 18
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho Nacional da ABPp,
devendo ser aprovado em Assembleia Geral.

Capítulo X – Das disposições gerais


Artigo 19
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos Nacional e Estaduais
da ABPp.

O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da ABPp do biênio
1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996, passa por nova
reformulação feita pelas Comissões de Ética triênios 2008/2010 e 2011/2013, submetida para
discussão e aprovado em Assembleia Geral em 05 de novembro de 2011.

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