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CNPJ: 28.470.682/0001-15
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores,
descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar,
verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."
(Jean Piaget)
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
DISCIPLINA: Ética na Psicopedagogia
Carga horária total: 30hDatas: 13/11
EMENTA
Ética: definição, campo, objetivo e seus intérpretes; Moral: definição e a questão da
modernidade; Cidadania: conceito, bases históricas e questões ideológicas.
OBJETIVO
Compreender a ética como uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão,
é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma
espécie de “consciência moral”, estando constantemente avaliando e julgando suas ações para
saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
CONTEUDOS
• Ética: definição, campo, objetivo e seus intérpretes;
• Moral: definição e a questão da modernidade;
• Cidadania: conceito, bases históricas e questões ideológicas;
• Psicopedagogia e os perfis de psicopedagogos; Psicopedagogia e seus conceitos de
ética.
• Código de Ética da Psicopedagogia
REFERÊNCIAS
http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-
%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf
BUBINSTEIN, Edith (org.) Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. SãoPaulo: Casa
do Psicólogo, 1999
A palavra ética deriva do termo ethos, presente no idioma grego antigo. Ethos tem duas
variantes: êthos (caráter) e éthos (costume). O termo moral deriva da tradução latina para o
termo éthos, que virou moris. Em geral, ética e moral são bem parecidas. A moral consiste em
um código de conduta, costumes morais e hábitos de um determinado local, enquanto a ética
pretende ser a racionalização dessa moral.
Ser ético é agir de acordo com a ética e com a moral. Nesse sentido, o que é
moralmente correto é estabelecido por convenção de acordo com cada sociedade, pois o que
é certo em algumas sociedades pode ser errado em outras. Em outras palavras, ser ético pode
ser respeitar códigos de conduta.
Porém, por mais que existam códigos de conduta diferentes, alguns elementos devem
ser sempre respeitados por alguém que pretenda agir eticamente, do contrário, cai-se no que
chamamos de relativismo moral, isto é, aceitar qualquer prática, por mais que seja absurda,
por entender que aquela prática está inserida em um contexto cultural e em um determinado
código de conduta moral.
Algumas situações cotidianas e corriqueiras podem ilustrar o que é agir de maneira ética,
sendo elas mais simples ou mais complexas. Veja alguns exemplos:
• Não obter benefício próprio por meio de ações incorretas, como furar uma fila no banco
para ganhar mais tempo;
ÉTICA PROFISSIONAL
A ética profissional nada mais é que a aplicação das normas morais e de conduta social
aprovadas em convenções sociais no campo das profissões. Todo profissional deve agir
eticamente, respeitando o seu campo de trabalho, as normas de conduta da profissão, os
colegas de trabalho e todas as pessoas que estão à sua volta.
Um médico, por exemplo, deve respeitar os códigos de conduta estabelecidos dentro
do campo da medicina, bem como deve respeitar a vida e a individualidade dos seus
pacientes. Do mesmo modo, um professor deve agir conforme aquilo que o dever docente
estabelece, além de manter total respeito à individualidade e à pessoa do estudante. Um
advogado deve agir de acordo com a ética para com o júri e para com o seu cliente, não
utilizando estratégias ilícitas para defender seu cliente e nem desrespeitando o direito à
defesa e ao sigilo do cliente.
A palavra “cidadania” provém do latim civitatem que significa cidade. Isto nos remete
a expressão grega polis, cidades-estados antigas; tipo de organização a que é atribuído, pela
maioria dos historiadores, o conceito tradicional de cidadania. Nesta fase cidadania se
restringia à participação política de determinadas classes sociais. Cidadão era o que morava
na cidade e participava de seus negócios.
Não é incorreto afirmar que na Grécia antiga, cidadania era confundida com o próprio
conceito de naturalidade, visto que cidadãos eram somente os nascidos em solo Grego e só
esses podiam exercer e usufruir dos direitos políticos. E assim era devido ao regime
aristocrático dominante.
O mesmo ocorria em Roma, onde se via claramente a exclusão dos romanos não
nobres e de estrangeiros, que não detinham nenhuma espécie de direitos.
Nota-se, portanto, que tanto na Grécia quanto em Roma a cidadania mostrava-se
como um direito de poucos, havendo uma discrepância entre o discurso teórico e a aplicação
prática na sociedade.
Na Idade Média, com o advento das mudanças trazidas pelo feudalismo logo no
primeiro período, isto é, o que sucedeu à queda do Império Romano, a preocupação política
cedeu espaço à questão religiosa e a ideia de cidadania foi relegada a segundo plano. A
sociedade de estamentos apresentava uma organização que incluía a nobreza, o clero e os
camponeses, tendo referidas classes, direitos e privilégios distintos.
Tal situação só se modificou com o surgimento dos estados nacionais. Neste período
denominado historicamente como Baixa Idade Média, reaparece a noção de estado
centralizado e com ele a clássica visão da cidadania, ligada aos direitos políticos.
Contudo, as mudanças sociais advindas das novas necessidades materiais aliada ao
fenômeno da cristianização passou a exigir uma reformulação do conceito de cidadania que
já não atendida às demandas, surgindo daí a semente do ideal de igualdade.
Com o iluminismo vivenciamos um período de transição e de transformações políticas,
econômicas, artísticas, contribuindo também para o despertar do ideal de liberdade.
Movidos por esta chama filósofos como Locke e Rousseau defenderam a democracia
liberal, distante do direito divino e que tinha por base a razão. Merece destaque as idéias de
Rousseau que preconizava ainda um caráter universal para os direitos. Muito influenciaram
essas idéias nas lutas políticas da época, sendo alicerce para os movimentos de
independência de colônias americanas e de revoluções tais como a Francesa e a Inglesa.
Entretanto, neste período, diante do fato de que a sociedade ideal apontava desigualdades
sociais, a cidadania também foi tolhida, de certa forma, de seu sentido mais amplo.
Os séculos XIX e XX foram responsáveis por progressos significativos que
repercutiram no conceito de cidadania.
A Revolução Francesa e a Revolução Americana inseriram no contexto mundial um
novo tipo de Estado, carregando consigo os ideais de liberdade e igualdade e embora
tivessem uma origem burguesa auxiliaram na busca pela inclusão social. Aliado a tudo isto
despontavam as lutas sociais. A cidadania passa, por fim, a manter íntima vinculação com o
relacionamento entre a sociedade política e seus membros.
As duas guerras mundiais foram decisivas para a mudança de ideologia sobre a
cidadania e o medo advindo das atrocidades praticadas e alicerçadas pela legalidade fez
com que órgãos internacionais e a própria sociedade civil passassem a entender cidadania
como algo indissociável dos direitos humanos.
O conceito de cidadania passou a ser vinculado não apenas à participação política,
representando um direito do indivíduo, mas também o dever do Estado em ofertar condições
mínimas para o exercício desse direito, incluindo, portanto, a proteção ao direito à vida, à
educação, à informação, à participação nas decisões públicas.
Mesmo diante de todos estes avanços ainda hoje se percebe as inúmeras violações
aos direitos humanos e a ausência de cidadania plena a considerável parcela da população
que se diz excluída, em especial, nos países subdesenvolvidos e emergentes.
Podemos assim, abeberando-nos da lição de Norberto Bobbio9+0, assegurar que a
cidadania é uma luta diária, e que hoje não basta apenas elencar e fundamentar direitos é
preciso efetivá-los. Este é o desafio de nosso tempo.
Para tanto, a informação é instrumento indispensável nesta empreitada, porque
somente conhecendo seus direitos é que o cidadão terá condições para reivindicá-los. Daí o
papel fundamental da educação, a mais fecunda de todas as todas as medidas financeiras,
nas palavras de Rui Barbosa.
Cidadania no conceito moderno deixa de ser apenas o direito destinado ao indivíduo
de participar ativa e passivamente do processo político. É mais que isto, é também o dever
do Estado para com cidadão, dever de ofertar o mínimo existencial para garantir-lhe a
dignidade.
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada com a
aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e
as suas dificuldades.
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da
aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.
Artigo 6º:
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados e/ou pós-
graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” - e os profissionais com direitos
adquiridos anteriormente à exigência de titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É
indispensável ao psicopedagogo submeter-se à supervisão psicopedagógica e recomendável
processo terapêutico pessoal.
Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo
de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste Código de Ética.
Parágrafo 2º
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus responsáveis legais
e o profissional, a fim de que:
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando condições
socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e tempo despendido;
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.
Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas e/ou
instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento.
Parágrafo 2º
O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no
exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade judicial.
Artigo 12: São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de
estudo – a aprendizagem. Sua escolha decorrerá de formação profissional e competência
técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não reconhecidos como
psicopedagógicos.
Capítulo VI – Das publicações científicas
Artigo 14: Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com
exatidão e honestidade.
Capítulo VIII- Dos honorários
Artigo 15: O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deverá considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada e o
tempo despendido.
Artigo 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos princípios éticos
da classe e advertir infrações se necessário.
Artigo 18
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho Nacional da ABPp,
devendo ser aprovado em Assembleia Geral.
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da ABPp do biênio
1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996, passa por nova
reformulação feita pelas Comissões de Ética triênios 2008/2010 e 2011/2013, submetida para
discussão e aprovado em Assembleia Geral em 05 de novembro de 2011.