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VI Modulo

Tema: Ética e Deontologia Profissional

Conceitos Básicos:
Não há dúvida de que as discussões sobre a ética e deontologia profissional atestam a relevância
da questão da actualidade dos trabalhadores.

Historicamente a palavra ética vem da palavra grega ethos, que significa carácter ou costume.
Portanto, a ética é um ramo da filosofia que estuda aquilo que é considerado correcto e
adequado, o de saber como devemos viver.

Por outro lado, a deontologia profissional é definida como sendo, é o conjunto de regras éticas e
jurídicas pelas quais um determinado profissional deve pautar o seu comportamento. Ademais, a
deontologia de uma determinada profissão inclui, assim, as regras éticas e jurídicas no caso dos
profissionais existe uma preocupação do legislador em regulamento destes profissionais através
da lei.

Relevância da ética e Deontologia

No mundo profissional, o uso da ética no exercício das actividades é vista como sendo uma das
qualidades indispensáveis para o sucesso dos profissionais no ramo do trabalho, portanto, a ética
profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo a sociedade contra
determinados abusos por parte dos profissionais, todavia, a ética favorece a confiança da
sociedade na profissão, também, favorece um bom ambiente de trabalho.

Códigos de conduta

É um acordo explícito entre os membros de um determinado grupo social (uma profissão, uma
empresa, uma associação) e visa explicar como aquele grupo pensa e define a sua própria
identidade e como se compromete a realizar os seus objectivos particulares de uma forma
compatível com os princípios universais da ética. É composto por normas de conduta. - A ética
profissional favorece um bom ambiente de trabalho.
Características de um código de conduta

Características de um código de conduta - Define comportamentos a adoptar; - Explicita


claramente as condutas a evitar; - Reflecte e define os princípios éticos a adoptar; - Facilita a
tomada de decisões por parte dos membros do grupo.

Características de um bom profissional

 Iniciativa  Respeito  Solidariedade  Honestidade  Lealdade  Obediência  Pontualidade 


Assiduidade  Responsabilidade  Humildade  Optimismo  Valorização profissional.

Segredo profissional

- O fundamento ético do sigilo profissional é o princípio da confiança. O dever de sigilo é, por


isso, pressuposto e contrapartida da confiança do cliente.

- A regra é a absoluta confidencialidade dos factos que se tenha conhecimento, directa ou


indirectamente. No exercício das suas funções ou por causa delas.

- A simples implantação de um código de comportamento não assegura que se apreciem e se


pratiquem os valores e normas que nele se estabe lecem. O Código de conduta é algo que se pode
aprender, enquanto a rectidão moral e a competência profissional se adquirem com esforço,
dentro de uma comunidade de aprendizagem e graças a contínuos exercícios de ensaio e erro, de
equívocos e melhorias.

Princípios deontológicos

 Independência  Confiança  Segredo profissional  Honestidade  Solidariedade Profissional 


Responsabilidade.

O profissional do século XXI e seus desafios

Permanecendo o que somos, não nos podemos tornar aquilo que precisamos ser. Jamais, na
história da humanidade, o ser humano foi tão testado e posto à prova. E em plena era de
globalização e da informatização só terá espaço todo aquele que souber, exactamente, o que
deseja alca nçar e usar toda a sua força e inteligência para abrir novos caminhos e chegar aonde
deseja. Será necessário que o profissional de hoje saiba:  Definir as suas metas.  Buscar novos
conhecimentos.  Usar a comunicação como diferencial.  Fazer o seu marketing pessoal com
simplicidade e ousadia.  Relacionar-se bem com colegas, superiores e clientes.  Buscar sempre
a excelência profissional.

Ética, Direitos Humanos e Cidadania

            É possível afirmar que a questão dos Direitos Humanos não é apenas uma questão social,
política ou jurídica. Existe uma relação muito estreita entre os Direitos Fundamentais a todo e
qualquer indivíduo e a Ética.
Do ponto de vista jurídico, podemos dizer que ao Poder Judiciário compete impedir que os
Direitos Humanos sejam violados; se, do ponto de vista Político e Social podemos afirmar que é
preciso considerar quais políticas públicas e de Estado são as "melhores" para garantir o acesso a
estes Direitos Fundamentais, também podemos dizer que existe um compromisso Ético na
questão dos Direitos Humanos: a luta por tais Direitos deve ser entendida como uma poderosa
ferramenta de transformação social, com o objetivo de construir uma sociedade justa e solidária;
no fundamento dos direitos humanos, existe uma determinada ética, uma determinada concepção
do homem, uma determinada concepção do que é bem e daquilo que é mal.
            Considerar os Direitos Humanos como um desdobramento da ética significa, de modo
direto e evidente, falar em valores como o direito à vida, a paz, a dignidade humana, a justiça
social, o desenvolvimento, a Democracia e, porque não dizer, o direito a felicidade. Além disso,
uma cultura de Direitos Humanos também pressupõe uma discussão em torno de questões
axiológicas e valorativas como a tolerância, o diálogo, a cidadania, o respeito a diversidade, entre
outros.
            As nossas lutas não são apenas sociais e coletivas, mas individuais, e  visam o
reconhecimento de nossa condição humana, da nossa dignidade e das nossas potencialidades. Ao
se privar contingentes humanos de seus direitos básicos se está  negando-lhes a cidadania  e 
tornando-os  política, socialmente  e individualmente impotentes. Por isso somos todos
chamados a uma  participação ética, ativa e co-responsável, na garantia dos Direitos
Fundamentais à existência humana.
            Desta forma, é preciso pensar não só Políticas Públicas que garantam o acesso de todos
aos Direitos asegurados pela Constituição Federal, como também uma cidadania, eticamente
comprometida com a realidade e a transformação social. Uma Política de Direitos Humanos,
com base na ética e na participação cidadã, que garanta aos indivíduos a condição de ser no
plano econômico, um cidadão sadio, no plano político, um cidadão participante, no plano
intelectual, um cidadão consciente das relações de poder, e no plano da ética um cidadão
comprometido com a realidade social.

Ética, Cidadania e Justiça Social: Educar para os Direitos Humanos

            Em 2011 realizamos um Curso de Extensão intitulado ÉTICA, CIDADANIA E


JUSTIÇA SOCIAL: EDUCAR PARA OS DIREITOS HUMANOS que teve como eixo central o
princípio de articular a ideia de uma cidadania, eticamente comprometida com a realidade social,
consciente de seus direitos e deveres, sobretudo no que diz respeito a equidade, igualdade e
justiça social.
            Em meio a tantos problemas e crises vivenciados pela nossa sociedade – crise política,
crise econômica, crise social, corrupção, violência etc. – constatamos que a ética vem ganhando
espaço nos mais diferentes setores da sociedade, seja na área empresarial e comercial, na área
profissional, na pesquisa, na área médica, ambiental (hoje em dia fala-se em ética empresarial,
ética profissional, conselhos de ética, comitês de ética em pesquisa, bioética, ética ambiental, só
para citar alguns casos mais relevantes), ou seja, estamos presenciando, se assim podemos nos
exprimir, o surgimento de uma “cultura de ética no País”.
            Por outro lado, o homem é um ser social dotado de direitos fundamentais: direitos
políticos, sociais, econômicos, civis. Não caberia aqui uma análise detalhada de cada um destes
aspectos que garantem ao indivíduo, pelo menos em tese, sua condição de cidadão no sentido
contemporâneo do termo. Comumente associasse cidadania a consciência de direitos e deveres
em um estado democrático.
            Diante da complexidade dos problemas que envolvem a sociedade atual faz-se necessário
conscientizar os indivíduos do processo do qual fazem parte, por isso, trabalhamos com um
conceito de cidadania que se concretiza na efetiva participação da realidade social e no gozo dos
direitos individuais e sociais, sendo que neste último aspecto, nos limitamos a trabalhar com a
ideia de cidadania civil (afirmação de valores cívicos como igualdade, liberdade, respeito,
solidariedade, diálogo) e cidadania social (que compreende a justiça social como exigência ética
da sociedade para o bem viver).
            Este curso teve como base teórica alguns pressupostos e ideias filosóficas, para se tratar
de temas como a ética, o conceito de cidadania e de justiça social. Tomamos como base, de
início, as ideias do filósofo grego Aristóteles. Em sua obra A Política, Aristóteles trabalha, no
Livro III, com o conceito de cidadão. Para o filósofo grego, o cidadão é, sobretudo, o indivíduo
que participa da coisa pública (res pública); é cidadão aquele que possui uma participação efetiva
e está sempre em relação com o Estado. E é o mesmo Aristóteles quem nos permite associar o
conceito de cidadania com a ética, pois o cidadão virtuoso está sempre em busca da prosperidade
do Estado. Na República perfeita, diz o filósofo, o cidadão é aquele que pode e quer, livremente,
obedecer e governar, simultaneamente, em conformidade com os preceitos da virtude. 
            Complementamos essa relação entre a virtude dos indivíduos (e mais especificamente do
cidadão) e a organização social com o Livro IV de A República de Platão, falando das virtudes
necessárias a uma boa organização social, a saber: a sabedoria, a coragem, a temperança e a
justiça. Esta última virtude, a justiça, foi o ponto de ligação para podermos relacionar os três
aspectos essenciais deste curso: a ética, a cidadania, e a justiça social. Incluímos nesta discussão
a obra Ética à Nicômaco, de Aristóteles, onde o filósofo apresenta, no Livro V, uma discussão
mais pormenorizada sobre o conceito de justiça, sobretudo o conceito de justiça política.
            Sob uma perspectiva mais atual e contemporânea, fizemos uma análise das teorias da
filósofa alemã Hannah Arendt, destacando sua trajetória como teórica-política, trazendo valiosas
contribuições filosóficas no que diz respeito à ética, como resultado de uma prática livre e ativa
do indivíduo na esfera pública, onde este exerce a sua cidadania. Como uma autêntica filósofa
aristotélica, Arendt salienta em sua obra Responsabilidade e Julgamento, como o homem público
com uma alta capacidade de bem julgar, alcança a justiça social. Nesta obra, Arendt reflete sobre
a importância da liberdade do pensar individual, pondo no querer e no julgar as características de
uma responsabilidade coletiva. Em sua obra A Condição Humana, no capítulo que aborda a ação
como elemento concretizante do ser humano, Arendt nos conduz por um fio reflexivo sobre a
capacidade única de o homem ser um ente ativo e capaz de influenciar no viver da coletividade.
             Com base nestas ideias, este curso pretendeu promover a interação entre a Universidade
e a comunidade parintinense, contribuindo com o seu desenvolvimento, no sentido de
conscientizar as pessoas sobre o seu papel de cidadão ativo e transformador da realidade social,
com ideias que possam orientar suas ações no mesmo sentido de uma práxis filosófica, uma ação
consciente que pressupõe a teoria e a reflexão, articulando a participação acadêmica com a
comunidade parintinense, assegurando relações transformadoras entre a universidade e a
sociedade.

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