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SEGURANÇA PÚBLICA,
SOCIEDADE, DIREITOS E
CIDADANIA

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Sumário
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1. Segurança Pública

A segurança pública é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e


o cumprimento de deveres, constituindo sua alteração ilegítima uma violação de
direitos básicos, geralmente acompanhada de violência, que produz eventos de
insegurança e criminalidade. É um processo, ou seja, uma sequência contínua de
fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa
regularidade, que compartilha uma visão focada em componentes preventivos,
repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um processo sistêmico, pela necessidade
da integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem
interagir a mesma visão, compromissos e objetivos. Deve ser também otimizado,
pois dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos.
Sendo a ordem pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade
pública, em consonância com as leis, os preceitos e os costumes que regulam a
convivência em sociedade, a preservação deste direito do cidadão só será amplo se
o conceito de segurança pública for aplicado.
A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e
repressiva, mas como um sistema integrado e otimizado envolvendo instrumento de
prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos, saúde e social. O processo de
segurança pública se inicia pela prevenção e finda na reparação do dano, no
tratamento das causas e na reinclusão na sociedade do autor do ilícito.

2. Sociedade
As sociedades também podem ser organizadas de acordo com a sua estrutura
política. A fim de crescer em tamanho e complexidade, existem sociedades de
bandos, tribos, chefias, e sociedades estatais. Estas estruturas podem ter diferentes
graus de poder político, dependendo dos ambientes cultural, geográfico e histórico
nos quais essas sociedades estão inseridas. Assim, uma sociedade mais isolada
com o mesmo nível de tecnologia e cultura que as outras sociedades tem mais
probabilidade de sobreviver do que uma em estreita proximidade com outras
sociedades que possam interferir em seus recursos. Uma sociedade que é incapaz
de oferecer uma resposta eficaz para outras sociedades que concorram com ela
normalmente é subsumida pela cultura da sociedade concorrente.

3. Cidadania
Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um
Estado.[1] Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma
vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro
cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e práticas que dá à pessoa a
possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Um
cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente
desenvolvido para agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade.

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4. Ética e Cidadania
Ética e cidadania são dois conceitos fulcrais na sociedade humana. A ética e
cidadania estão relacionados com as atitudes dos indivíduos e a forma como estes
interagem uns com os outros na sociedade.
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. A palavra
“ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Cidadania
significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está sujeito
no seu relacionamento com a sociedade em que vive. O termo cidadania vem do
latim, cívicas que quer dizer “cidade”. Um dos pressupostos da cidadania é a
nacionalidade, pois desta forma ele pode cumprir os seus direitos políticos. No Brasil
os direitos políticos são orquestrados pela Constituição Federal. O conceito de
cidadania tem se tornado mais amplo com o passar do tempo, porque está sempre
em construção, já que cada vez mais a cidadania diz respeito a um conjunto de
parâmetros sociais. A cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania
formal e substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade de um indivíduo
e ao fato de pertencer a uma determinada nação. A cidadania substantiva é de um
caráter mais amplo, estando relacionada com direitos sociais, políticos e civis. O
sociólogo britânico T.H. Marshall afirmou que a cidadania só é plena se for dotada
de direito civil, político e social. Com o passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu
uma evolução no sentido da conquista dos direitos políticos, sociais e civis. No
entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, tendo em conta os milhões que
vivem em situação de pobreza extrema, a taxa de desemprego, um baixo nível de
alfabetização e a violência vivida na sociedade. A ética e a moral têm uma grande
influência na cidadania, pois dizem respeito à conduta do ser humano. Um país com
fortes bases éticas e morais apresenta uma forte cidadania. Ética, geralmente, é um
valor social que identifica, qualifica e guia princípios universais e crenças e ações
humanas. A palavra "ética" vem do grego ethos e significa aquilo que pertence ao
"bom costume", "costume superior", "portador de caráter" ou "modo de ser". Trata-se
de uma disciplina da filosofia que estuda a conduta humana. Na filosofia clássica, a
ética não se resumia à moral (entendida como "costume", ou "hábito", do latim mos,
mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de
viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada
quanto em público. A ética incluía a maioria dos campos de conhecimento que não
eram abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na
retórica. Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados
antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até
mesmo educação física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente
ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida. Um exemplo desta visão
clássica da ética pode ser encontrado na obra Ética, de Spinoza. Os filósofos
tendem a dividir teorias éticas em três áreas: metalética, ética normativa e ética
aplicada. Porém, com a crescente profissionalização e especialização do
conhecimento que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram
objeto de estudo da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como
disciplinas científicas independentes. Assim, é comum que atualmente a ética seja
definida como "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas
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sociedades humanas" e busca explicar e justificar os costumes de um determinado


agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus
dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que
estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga-se
do ponto de vista do Bem e do Mal. Ética, como um conceito, diferencia-se da moral
pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a costumes e hábitos recebidos, a
ética, ao contrário, busca fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a
lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum
indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as
normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro
lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética. O
estudo da ética dentro da filosofia, pode-se dividir em sub-ramos, após o advento da
filosofia analítica no século XX, em contraste com a filosofia continental ou com a
tradição filosófica. Estas subdivisões são: Meta ética, sobre a teoria da significação e
da referência dos termos e proposições morais e como seus valores de verdade
podem ser determinados Ética normativa, sobre os meios práticos de se determinar
as ações morais Ética aplicada, sobre como a moral é aplicada em situações
específicas Ética descritiva, também conhecido como ética comparativa, é o estudo
das visões, descrições e crenças que se tem acerca da moral Ética Moral, trata-se
de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito
coletivo como no âmbito individual. Termo Em seu sentido mais abrangente, o termo
"ética" implicaria um exame dos hábitos da espécie humana e do seu caráter em
geral, e envolveria até mesmo uma descrição ou história dos hábitos humanos em
sociedades específicas e em diferentes épocas. Um campo de estudos assim seria
obviamente muito vasto para poder ser investigado por qualquer ciência ou filosofia
particular. Além disso, porções desse campo já são ocupadas pela história, pela
antropologia e por algumas ciências naturais particulares (como, por exemplo, a
fisiologia, a anatomia e a biologia),se considerarmos que o pensamento e a
realização artística são hábitos humanos normais e elementos de seu caráter. No
entanto, a ética, propriamente dita, restringe-se ao campo particular do caráter e da
conduta humana à medida que esses estão relacionados a certos princípios –
comumente chamados de "princípios morais". As pessoas geralmente caracterizam
a própria conduta e a de outras pessoas empregando adjetivos como "bom", "mau",
"certo" e "errado". A ética investiga justamente o significado e escopo desses
adjetivos tanto em relação à conduta humana como em seu sentido fundamental e
absoluto. Outras definições já houveram quem definisse a ética como a "ciência da
conduta". Essa definição é imprecisa por várias razões. As ciências são descritivas
ou experimentais, mas uma descrição exaustiva de quais ações ou quais finalidades
são ou foram chamadas, no presente e no passado, de "boas" ou "más" encontra-se
obviamente além das capacidades humanas. E os experimentos em questões
morais (sem considerar as consequências práticas inconvenientes que
provavelmente propiciariam) são inúteis para os propósitos da ética, pois a
consciência moral seria instantaneamente chamada para a elaboração do
experimento e para fornecer o tema de que trata o experimento. A ética é uma
filosofia, não uma ciência. A filosofia é um processo de reflexão sobre os
pressupostos subjacentes ao pensamento irrefletido. Na lógica e na metafísica ela
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investiga, respectivamente, os próprios processos de raciocínio e as concepções de


causa, substância, espaço e tempo que a consciência científica ordinária não
tematiza nem critica. No campo da ética, a filosofia investiga a consciência moral,
que desde sempre pronuncia juízos morais sem hesitação, e reivindica autoridade
para submeter a críticas contínuas as instituições e formas de vida social que ela
mesma ajudou a criar. Quando começa a especulação ética, concepções como as
de dever, responsabilidade e vontade – tomadas como objetos últimos de aprovação
e desaprovação moral – já estão dadas e já se encontram há muito tempo em
operação. A filosofia moral, em certo sentido, não acrescenta nada a essas
concepções, embora as apresente sob uma luz mais clara. Os problemas da
consciência moral, no instante em que essa pela primeira vez se torna reflexiva, não
se apresentam, estritamente falando, como problemas filosóficos. Ela se ocupa
dessas questões justamente porque cada indivíduo que deseja agir corretamente é
constantemente chamado a responder questões como, por exemplo, "Que ação
particular atenderá os critérios de justiça sob tais e tais circunstâncias?" ou "Que
grau de ignorância permitirá que esta pessoa particular, nesse caso particular,
exima-se de responsabilidade?" A consciência moral tenta obter um conhecimento
tão completo quanto possível das circunstâncias em que a ação considerada deverá
ser executada, do caráter dos indivíduos que poderão ser afetados, e das
consequências (à medida que possam ser previstas) que a ação produzirá, para
então, em virtude de sua própria capacidade de discriminação moral, pronunciar um
juízo. O problema recorrente da consciência moral, "O que devo fazer?", é um
problema que recebe uma resposta mais clara e definitiva à medida que os
indivíduos se tornam mais aptos a aplicar, no curso de suas experiências morais,
aqueles princípios da consciência moral que, desde o princípio, já eram aplicados
naquelas experiências. Entretanto, há um sentido em que se pode dizer que a
filosofia moral tem origem em dificuldades inerentes à natureza da própria
moralidade, embora permaneça verdade que as questões que a ética procura
responder não são questões com as quais a própria consciência moral jamais tenha
se confrontado. O fato de que os seres humanos dão respostas diferentes a
problemas morais que pareçam semelhantes ou mesmo o simples fato de que as
pessoas desconsideram, quando agem imoralmente, os preceitos e princípios
implícitos da consciência moral produzirão certamente, cedo ou tarde, o desejo de,
por um lado, justificar a ação imoral e pôr em dúvida a autoridade da consciência
moral e a validade de seus princípios; ou de, por outro lado, justificar juízos morais
particulares, seja por uma análise dos princípios morais envolvidos no juízo e por
uma demonstração de sua aceitação universal, seja por alguma tentativa de provar
que se chega ao juízo moral particular por um processo de inferência a partir de
alguma concepção universal do Supremo Bem ou do Fim Último do qual se podem
deduzir todos os deveres ou virtudes particulares. Pode ser que a crítica da
moralidade tenha início com uma argumentação contra as instituições morais e os
códigos de ética existentes; tal argumentação pode se originar da atividade
espontânea da própria consciência moral. Mas quando essa argumentação torna-se
uma tentativa de encontrar um critério universal de moralidade – sendo que essa
tentativa começa a ser, com efeito, um esforço de tornar a moralidade uma disciplina
científica – e especialmente quando a tentativa é vista, tal como deve ser vista afinal,
como fadada ao fracasso (dado que a consciência moral supera todos os padrões
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de moralidade e realiza-se inteiramente nos juízos particulares), pode-se dizer então


que tem início a ética como um processo de reflexão sobre a natureza da
consciência moral. Ética na filosofia pré-socrática A especulação ética na Grécia não
teve início abrupto e absoluto. Os preceitos de conduta, ingênuos e fragmentários –
que em todos os lugares são as mais antigas manifestações da nascente reflexão
moral –, são um elemento destacado na poesia gnômica dos séculos VII e VI a.C.
Sua importância é revelada pela tradicional enumeração dos Sete Sábios do século
VI, e sua influência sobre o pensamento ético é atestada pelas referências de Platão
e Aristóteles. Mas, desde tais pronunciamentos não-científicos até à filosofia da
moral, foi um longo percurso. Na sabedoria prática de Tales, um dos Sete, não se
distingue nenhuma teoria da moralidade. No caso de Pitágoras, que se destaca
entre os filósofos pré-socráticos por ser o fundador não apenas de uma escola, mas
de uma seita ou ordem comprometida com uma regra de vida que obrigava a todos
os seus membros, há uma conexão mais estreita entre as especulações moral e
metafísica. A doutrina dos pitagóricos de que a essência da justiça (concebida como
retribuição equivalente) era um número quadrado indica uma tentativa séria de
estender ao reino da conduta sua concepção matemática do universo; e o mesmo se
pode dizer de sua classificação do bem ao lado da unidade, da reta e semelhantes e
do mal ao lado das qualidades opostas. Ainda assim, o pronunciamento de preceitos
morais por Pitágoras parece ter sido dogmático, ou mesmo profético, em vez de
filosófico, e ter sido aceito por seus discípulos, numa reverência não-filosófica, como
o ipse dixit do mestre. Portanto, qualquer que tenha sido a influência da mistura
pitagórica de noções éticas e matemáticas sobre Platão, e, por meio deste, sobre o
pensamento posterior, a escola não é considerada uma precursora de uma
investigação socrática que busca uma teoria da conduta completamente racional. O
elemento ético do "obscuro" filosofar de Heráclito (c. 530-470 a.C.) – embora
antecipasse o estoicismo em sua concepção de uma lei do universo, com a qual o
sábio buscará se conformar, e de uma harmonia divina, no reconhecimento da qual
encontrará sua satisfação mais verdadeira – é mais profunda, mas ainda menos
sistemática. Apenas em Demócrito, um contemporâneo de Sócrates e último dos
pensadores originais classificados como pré-socráticos, encontra-se algo que se
pode chamar de sistema ético. Os fragmentos que permaneceram dos tratados
morais de Demócrito são talvez suficientes para nos convencer de que reviravolta da
filosofia grega em direção à conduta, que se deveu de fato a Sócrates, teria ocorrido
mesmo sem ele, ainda que de uma forma menos decidida; mas, ao comparar-se a
ética democriteana com o sistema pós-socrático com o qual tem mais afinidade – o
epicurismo – percebe-se que ela exibe uma apreensão bem rudimentar das
condições formais que o ensinamento moral deve atender antes que possa
reivindicar o tratamento dedicado às ciências. A verdade é que nenhum tipo de
sistema de ética poderia ter sido construído até que se direcionasse a atenção à
vagueza e inconsistência das opiniões morais comuns da humanidade. Para esse
propósito, era necessário que um intelecto filosófico de primeira grandeza se
concentrasse sobre os problemas da prática. Em Sócrates, encontra-se pela
primeira vez a requerida combinação de um interesse proeminente pela conduta
com um desejo ardente por conhecimento. Os pensadores pré-socráticos
devotaram-se todos principalmente à pesquisa ontológica; mas, pela metade do
século V a.C. o conflito entre seus sistemas dogmáticos havia levado algumas das
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mentes mais afiadas a duvidar da possibilidade de se penetrar no segredo do


universo físico. Essa dúvida encontrou expressão no ceticismo arrazoado de
Górgias, e produziu a famosa proposição de Protágoras de que a apreensão
humana é o único padrão de existência. O mesmo sentimento levou Sócrates a
abandonar as antigas investigações físico-metafísicas. Essa desistência foi
incentivada, sobretudo, por uma piedade ingênua que o proibia de procurar coisas
cujo conhecimento os deuses pareciam ter reservado apenas para si mesmos. Por
outro lado, (exceto em ocasiões de especial dificuldade, nas quais se poderia
recorrer a presságios e oráculos) eles haviam deixado à razão humana a
regulamentação da ação humana. A essa investigação Sócrates dedicou seus
esforços. Ética sofistica Embora Sócrates tenha sido o primeiro a chegar a uma
concepção adequada dos problemas da conduta, a ideia geral não surgiu com ele. A
reação natural contra o dogmatismo metafísico e ético dos antigos pensadores havia
alcançado o seu clímax com os sofistas. Górgias e Protágoras são apenas dois
representantes do que, na verdade, foi uma tendência universal a abandonar a
teorização dogmática e estritamente ontológica e a se refugiar nas questões práticas
– especialmente, como era natural na cidade-estado grega, nas relações cívicas do
cidadão. A educação oferecida pelos sofistas não tinha por objetivo nenhuma teoria
geral da vida, mas propunha-se ensinar a arte de lidar com os assuntos mundanos e
administrar negócios públicos. Em seu encômio às virtudes do cidadão, apontaram o
caráter prudencial da justiça como meio de obter prazer e evitar a dor. Na
concepção grega de sociedade, a vida do cidadão livre consistia principalmente em
suas funções públicas, e, portanto, as declarações pseudoéticas dos sofistas
satisfaziam as expectativas da época. Não se considerava a ἀρετἠ (virtude ou
excelência) como uma qualidade única, dotada de valor intrínseco, mas como
virtude do cidadão, assim como tocar bem a flauta era a virtude do tocador de flauta.
Percebe-se aqui, assim como em outras atividades da época, a determinação de
adquirir conhecimento técnico e de aplicá-lo diretamente a assuntos práticos; assim
como a música estava sendo enriquecida por novos conhecimentos técnicos, a
arquitetura por teorias modernas de planejamento e réguas T (ver Hipódamo), o
comando de soldados pelas novas técnicas da "tática" e dos "hoplitas", do mesmo
modo a cidadania deve ser analisada como inovação, sistematizada e adaptada
conforme exigências modernas. Os sofistas estudaram esses temas
superficialmente, é certo, mas abordaram-nos de maneira abrangente, e não é de se
estranhar que tenham lançado mão dos métodos que se mostraram bem-sucedidos
na retórica e tenham-nos aplicado à "ciência e arte" das virtudes cívicas. O
Protágoras de Platão alega, não sem razão, que ao ensinar a virtude eles
simplesmente faziam sistematicamente o que todos os outros faziam de modo
caótico. Mas no verdadeiro sentido da palavra, os sofistas não dispunham de um
sistema ético, nem fizeram contribuições substanciais, salvo por um contraste com a
especulação ética. Simplesmente analisaram as fórmulas convencionais, de maneira
bem semelhante a de certos moralistas (assim chamados) "científicos". Ética
socrática A essa arena de senso-comum e vagueza, Sócrates trouxe um novo
espírito crítico, e mostrou que esses conferencistas populares, a despeito de sua
fértil eloquência, não podiam defender suas suposições fundamentais nem sequer
oferecer definições racionais do que alegavam explicar. Não só eram assim
"ignorantes" como também perenemente inconsistentes ao lidar com casos
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particulares. Desse modo, com o auxílio de sua famosa "dialética", Sócrates


primeiramente chegou ao resultado negativo de que os pretensos mestres do povo
eram tão ignorantes quanto ele mesmo afirmava ser, e, em certa medida, justificou o
encômio de Aristóteles de ter prestado o serviço de "introduzir a indução e as
definições" na filosofia. No entanto, essa descrição de sua obra é muito técnica e
muito positiva, se avaliada com base nos primeiros diálogos de Platão, em que o
verdadeiro Sócrates se encontra menos alterado. Sócrates sustentava que a
sabedoria preeminente que o oráculo de Delfos lhe atribuiu consistia numa
consciência única da ignorância. No entanto, é igualmente claro, com base em
Platão, que houve um elemento positivo muito importante no ensinamento de
Sócrates, que justifica afirmar, junto com Alexander Bain, que "o primeiro nome
importante na filosofia ética antiga é Sócrates". A união dos elementos positivo e
negativo de sua obra tem causado alguma perplexidade entre os historiadores, e a
consistência do filósofo depende do reconhecimento de algumas doutrinas a ele
atribuídas por Xenofonte como meras tentativas provisórias. Ainda assim, as
posições de Sócrates mais importantes na história do pensamento ético são fáceis
de harmonizar com sua convicção de ignorância e tornam ainda mais fácil
compreender sua infatigável inquirição da opinião comum. Enquanto mostrava
claramente a dificuldade de adquirir conhecimento, Sócrates estava convencido de
que somente o conhecimento poderia ser a fonte de um sistema coerente da virtude,
assim como o erro estava na origem do mal. Assim, Sócrates, pela primeira vez na
história do pensamento, propõe uma lei científica positiva de conduta: a virtude é
conhecimento. Esse princípio envolvia o paradoxo de que a pessoa que sabe o que
é o bem não pratica o mal. Mas esse é um paradoxo derivado de seus truísmos
irretorquíveis: "Toda a pessoa deseja o seu próprio bem e obtê-lo-ia se pudesse" e
"Ninguém negaria que a justiça e a virtude em geral são bens; e entre todos, os
melhores". Todas as virtudes, portanto, estão sintetizadas no conhecimento do bem.
Mas esse bem, para Sócrates, não é um dever que se opõe ao interesse próprio. A
força do paradoxo depende de uma fusão do dever e do interesse numa única noção
de bem, uma fusão que era prevalecente no modo de pensar da época. Isso é o que
forma o núcleo do pensamento positivo de Sócrates, segundo Xenofonte. Ele não
podia oferecer nenhuma abordagem satisfatória do Bem em abstrato, e esquivava-
se de qualquer questão sobre esse ponto dizendo que não conhecia "nenhum bem
que não fosse bom para alguma coisa em particular", mas esse bem particular é
consistente consigo mesmo. Quanto a si, estimava acima de todas as coisas a
virtude da sabedoria; e, no intuito de alcançá-la, enfrentava a penúria mais severa,
sustentando que uma vida assim seria mais rica em satisfação que uma vida de
luxo. Essa visão multidimensional é ilustrada pela curiosa mistura de sentimentos
nobres e meramente utilitários em sua abordagem sobre a amizade: um amigo que
não nos traga benefícios não vale nada; no entanto, o maior benefício que um amigo
pode nos trazer é o aperfeiçoamento moral. As características historicamente
importantes de sua filosofia moral, tomando-se conjuntamente seus ensinamentos e
o seu caráter pessoal, podem ser sintetizados da seguinte maneira: (1) uma busca
apaixonada por um conhecimento que não está disponível em lugar algum, mas que,
se encontrado, aperfeiçoará a conduta humana; (2) simultaneamente, uma exigência
de que os homens deveriam agir na medida do possível conforme uma teoria
coerente; (3) uma adesão provisória à concepção recebida sobre o que é bom, com
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toda a sua complexidade e incoerência, e uma prontidão permanente em sustentar a


harmonia de seus diversos elementos, e em demonstrar a superioridade da virtude
mediante um apelo ao padrão do interesse próprio; (4) firmeza pessoal em adotar
essas convicções práticas. É só quando se tem em vista todos esses pontos que se
pode compreender como, das conversações socráticas, brotaram as diferentes
correntes do pensamento ético grego. Quatro escolas diferentes têm sua origem
imediata no círculo que se reuniu em torno de Sócrates – a escola megárica, a
platônica, a cínica e a cirenaica. A influência do mestre manifesta-se em todas
apesar das grandes diferenças que as separam; todas concordam em sustentar que
a possessão mais importante do homem é a sabedoria ou o conhecimento, e que o
conhecimento mais importante a ser adquirido é o conhecimento do Bem. Aqui, no
entanto, termina a concordância. A parte mais filosófica do círculo socrático
constituiu um grupo do qual Euclides de Mégara foi provavelmente o primeiro líder.
Esse grupo admitia que o Bem era objeto de uma investigação ainda inconclusa e
foram levados a identificá-lo com o segredo do universo e, desse modo, a passar da
ética à metafísica. Outros, cujas exigências por conhecimento eram mais facilmente
satisfeitas e estavam ainda sob a impressão causada pelo lado positivo e prático dos
ensinamentos do mestre, tornaram a busca um assunto bem mais simples.
Consideraram que o Bem já era conhecido e sustentaram que a filosofia consistia na
aplicação rígida desse conhecimento às ações. Entre esses estavam Antístenes, o
cínico, e Aristipo de Cirene. Ambos admitiram o dever de viver consistentemente
conforme a teoria, em vez de conduzi-la por impulso ou pelo costume. Por sua
noção de um novo valor conferido à vida por meio dessa racionalização, e por seus
esforços em manter uma firmeza inabalável, calma e tranquila, de têmpera socrática,
é que Antístenes e Aristipo são reconhecidos como "homens socráticos", apesar de
terem dividido a doutrina positiva do mestre em sistemas diametralmente opostos.
Acerca de seus princípios conflitantes, pode-se dizer que, enquanto Aristipo efetivou
a transição lógica mais óbvia para reduzir os ensinamentos de Sócrates a uma clara
unidade dogmática, Antístenes certamente extraiu a inferência mais natural que se
poderia tirar da vida socrática. Aristipo argumentava que, se tudo o que é belo ou
admirável no comportamento deriva essas qualidades de sua utilidade, isto é, de sua
aptidão em produzir um bem maior; e, se a ação virtuosa é essencialmente uma
ação realizada com previsão – com a apreensão racional de que a ação é o meio
adequado para a aquisição daquele bem –; então aquele bem só pode ser o prazer.
Aristipo sustentava que os prazeres e dores corporais são os mais incisivos, mas
não parece ter defendido essa ideia em termos de uma teoria materialista, pois
admitia a existência de prazeres exclusivamente mentais, tais como alegrar-se com
a prosperidade da terra natal. Admitia plenamente que esse bem poderia se realizar
apenas em partes sucessivas, e deu ênfase até exagerada à regra de buscar o
prazer do momento e não se preocupar com o futuro. Para Aristipo, a sabedoria
manifestava-se na seleção tranquila, resoluta e habilidosa dos prazeres que as
circunstâncias ofereciam de momento a momento, sem se deixar perturbar pela
paixão, pelo preconceito ou pela superstição; e a tradição representa-o como
alguém que realizou esse ideal em grau impressionante. Entre os preconceitos dos
quais o homem sábio estaria livre, Aristipo inclui a obediência às convenções ditadas
pelo costume que não tivessem penalidades vinculadas à sua transgressão; no
entanto, sustentava, assim como Sócrates, que essas penalidades tornavam
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razoável adotar uma postura de conformismo. Assim, logo nos primórdios da teoria
ética, já aparecia uma exposição completa e minuciosa do hedonismo. Bem
diferente era a compreensão de Antístenes e dos cínicos a respeito do espírito
socrático. Eles igualmente sustentavam que nenhuma pesquisa especulativa seria
necessária à descoberta do bem e da virtude, e defenderam que a sabedoria
socrática não se exibiu numa busca habilidosa pelo prazer; mas, ao contrário, numa
indiferença racional em relação ao prazer – numa nítida compreensão de que não há
valor algum no prazer nem em outros objetos dos desejos mais comuns acalentados
pelos homens. Antístenes, com efeito, declarou taxativamente que o prazer é um
mal: "É melhor a loucura que ceder ao prazer". Ele não desconsiderou a
necessidade de complementar o insight meramente intelectual com a "força de
espírito socrática"; mas parecia-lhe que, por uma combinação de insight e
autocontrole, a pessoa poderia conquistar uma independência espiritual absoluta
que nada deixaria faltar a um perfeito bem-estar. Pois, quanto à pobreza, à labuta
extenuante, ao desapreço e aos outros males que apavoram os homens, esses
seriam úteis, argumentava ele, como meios de avançar na liberdade e virtude
espiritual. Entretanto, na concepção cínica de sabedoria, não há um critério positivo
além da mera rejeição dos preconceitos e dos desejos irracionais. Vimos que
Sócrates não alegava ter descoberto uma teoria abstrata sobre a boa ou sábia
conduta; ao mesmo tempo, entendia essa falta, em sentido prático, como motivo
para a execução confiante dos deveres costumeiros, sustentando sempre que sua
própria felicidade estava condicionada a essa prática. Os cínicos, de modo mais
ousado, descartaram tanto o prazer como o mero costume por considerarem ambos
irracionais; mas, ao fazerem isso, deixaram a razão liberada sem nenhum objetivo
definido além de sua própria liberdade. É absurdo, tal como Platão apontou, dizer
que o conhecimento é o bem e, depois, quando nos indagam "conhecimento de
quê?" não ter outra resposta positiva senão "do bem"; mas os cínicos não parecem
ter feito nenhum esforço sério de escapar a esse contrassenso. Platão A ética de
Platão não pode ser tratada adequadamente como um produto acabado; mas sim
como um movimento contínuo, a partir da posição de Sócrates, em direção ao
sistema mais completo e articulado de Aristóteles, exceto por sugestões de teor
ascético e místico em algumas partes dos ensinamentos de Platão que não
encontram correspondência em Aristóteles, e que, de fato, desaparecem da filosofia
grega logo após a morte de Platão, para bem mais tarde ressurgirem e serem
entusiasticamente desenvolvidas pelo neopitagorismo e pelo neoplatonismo. O
primeiro ponto em que se pode identificar uma concepção ética platônica distinta da
de Sócrates está presente no Protágoras. Nesse diálogo, Platão envida esforços
genuínos, embora nitidamente tenteadores, em definir o objeto daquele
conhecimento que ele e seu mestre consideravam ser a essência de toda a virtude.
Esse conhecimento seria na verdade uma mensuração de prazeres e dores por
meio da qual o sábio evita erroneamente subestimar as sensações futuras em
comparação com o que se costuma chamar de "ceder ao medo e ao desejo". Esse
hedonismo tem intrigado os leitores de Platão. Mas não há razão para
perplexidades, pois o hedonismo é o corolário mais óbvio daquela doutrina socrática
segundo a qual cada uma das diferentes noções de bem – o belo, o prazeroso e o
útil – deve ser de alguma forma interpretada em termos das outras. No que diz
respeito a Platão, no entanto, essa conclusão só podia ser mantida enquanto ele
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não tivesse executado o movimento intelectual de levar o método socrático para


além do campo do comportamento humano e desenvolvê-lo num sistema metafísico.
Esse movimento pode ser expresso da seguinte maneira. "Se soubéssemos", dizia
Sócrates, "o que é a justiça, seríamos capazes de apresentar uma definição da
justiça"; o verdadeiro conhecimento deve ser um conhecimento do fato geral, comum
a todos os casos individuais aos quais são aplicados a noção geral. Mas isso
também é verdade em relação a outros objetos de pensamento e discurso; a mesma
relação entre noções gerais e exemplos particulares se estende por todo o universo
físico; só se pode pensar e falar sobre ele por meio de tais noções. O conhecimento
verdadeiro ou científico, portanto, deve ser um conhecimento geral, relacionado
primariamente não aos indivíduos, mas aos fatos ou qualidades gerais que os
indivíduos exemplificam; de fato, a noção de um indivíduo, quando examinada,
mostra-se como um agregado daquelas qualidades gerais. Mas, novamente, o
objeto do verdadeiro conhecimento deve ser o que realmente existe; assim, a
realidade do universo deve se apoiar em fatos ou relações gerais, e não nos
indivíduos que exemplificam tais fatos e relações. Até aqui os passos são
suficientemente claros; mas ainda não se vê como esse realismo lógico (como foi
posteriormente chamada essa posição) resulta no caráter essencialmente ético do
platonismo. A filosofia de Platão está voltada para o universo inteiro do ser; no
entanto, o objeto último de sua contemplação filosófica ainda é "o bem", agora
considerado como o fundamento último de todo o ser e de todo o conhecimento. Ou
seja, a essência do universo é identificada com esse fim – a causa "formal" das
coisas é identificada com a sua causa "final", conforme a posterior terminologia
aristotélica. Talvez a melhor maneira de explicá-lo esteja num retorno à aplicação
original do método socrático aos assuntos humanos. Uma vez que toda a atividade
racional tem em vista alguma finalidade, as diferentes artes e funções da indústria
humana são naturalmente definidas por uma declaração sobre seus usos ou
finalidades; analogamente, ao oferecer uma explicação sobre os vários artistas e
funcionários, apresentamos necessariamente as suas finalidades – "aquilo em que
eles são bons". Numa sociedade organizada segundo os princípios socráticos, todos
os seres humanos seriam designados para alguma utilidade; a essência de suas
vidas consistiria em fazer aquilo em que são bons (o seu εργον próprio). Mas,
novamente, é fácil estender essa concepção para todo o campo da vida organizada;
um olho que não alcança a sua finalidade de enxergar está destituído da essência
do olho. Em resumo, pode-se dizer acerca de todos os órgãos e instrumentos que
eles são o que pensamos deles à medida que cumprem a sua função e alcançam
sua finalidade. Assim, se o universo for concebido organicamente como um arranjo
complexo de meios para fins, entende-se por que Platão pode sustentar que todas
as coisas realmente são (ou "realizam sua ideia"), à medida que alcançam o fim ou o
bem especial para o qual foram dispostas. Mesmo Sócrates, apesar de sua aversão
à física, foi levado pela reflexão piedosa a expor uma visão ideológica do mundo
físico, um mundo organizado em todas as suas partes pela sabedoria divina para a
realização de alguma finalidade divina; e a viragem metafísica que Platão imprimiu a
essa visão foi provavelmente antecipada por Euclides de Mégara, que sustentava
que o único ser real é "aquilo que chamamos por diversos nomes: Bem, Sabedoria,
Razão ou Deus", aos quais Platão, alçando a identificação socrática da beleza com
a utilidade a um significado mais elevado, acrescentou o nome do Belo Absoluto, ao
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explicar como o amor à beleza mostra-se em última instância como um anseio pela
finalidade e pela essência do ser. Platão, portanto, aderiu a essa vasta orientação
filosófica, e identificou as noções últimas da ética com as da ontologia. É necessário
analise agora que atitude adotará em relação às investigações práticas que foram o
seu ponto de partida. Quais serão agora suas concepções de sabedoria, virtude,
prazer e de suas relações com o bem-estar? Buon Governo (detalhe), afresco de
Ambrogio Lorenzetti. Na ética platônica, a Sabedoria (alto) e a Justiça (centro) são
as virtudes fundamentais para a boa condução tanto da vida particular como do
Estado. A filosofia, agora, saiu da praça do mercado e entrou na sala de aula.
Sócrates buscava uma arte de se conduzir que seria exercida num mundo prático e
entre semelhantes. Mas, se os objetos do pensamento abstrato constituem o mundo
real, do qual esse mundo de coisas individuais é apenas uma sombra, é evidente
que a vida mais elevada e mais real será encontrada naquela primeira região, não
nessa última. A verdadeira vida do espírito deve consistir na contemplação da
realidade abstrata que as coisas concretas obscuramente representam – na
contemplação do arquétipo ou ideal que os indivíduos sensíveis imitam
imperfeitamente; e, como o homem é mais verdadeiramente homem à medida que
se identifica com a sua mente, o desejo pelo bem de si mesmo, que Platão,
seguindo Sócrates, sustentava ser permanente e essencial em todas as coisas
vivas, revela-se em sua forma mais elevada como o anseio filosófico por
conhecimento. Esse anseio surge – assim como a maioria dos impulsos sensuais –
com uma percepção de que falta ao indivíduo alguma coisa anteriormente possuída,
alguma coisa da qual ele mantém uma memória latente na alma. No aprendizado de
uma verdade abstrata por demonstração científica, o indivíduo simplesmente torna
explícito o que já sabia implicitamente; traz à clareza da consciência as memórias
ocultas decorrentes de um estado anterior em que a alma contemplava diretamente
a Realidade e o Bem, antes de ela ser aprisionada num corpo estranho e antes da
mistura de sua verdadeira natureza com os sentimento e impulsos carnais. Chega-
se assim ao paradoxo de que a verdadeira arte de viver é, na verdade, uma "arte de
morrer" para os sentidos, a fim de existir em estreita união com a bondade e a
beleza absoluta. Por outro lado, dado que o filósofo deve ainda viver e atuar no
mundo sensível, a identificação socrática entre sabedoria e virtude é plenamente
mantida por Platão. Somente aquele que capta o bem em abstrato pode reproduzi-lo
como bem transitório e imperfeito na vida humana, e é impossível que, dispondo
desse conhecimento, não aja de acordo com ele, seja em assuntos privados, seja
em assuntos públicos. Assim, no verdadeiro filósofo, encontra-se necessariamente o
homem bom em sentido prático, e também o estadista perfeito, caso a organização
da sociedade permita-lhe exercer a sua habilidade estadística. Os traços
característicos dessa bondade prática no pensamento maduro de Platão refletem as
noções fundamentais de sua concepção de universo. A alma do homem, em seu
estado bom e normal, deve estar organizada e harmonizada conforme a orientação
da razão. Surge então a questão: "Em que consiste essa ordem ou harmonia?" Para
esclarecer a resposta elaborada por Platão, convém notar que, embora mantivesse
a doutrina socrática de que a virtude mais elevada é indissociável do conhecimento
do bem, Platão reconhecia uma espécie inferior de virtude, possuída por homens
que não eram filósofos. É evidente que, se o bem a ser conhecido é o fundamento
último de todas as coisas, ele só pode ser alcançado por um restrito e seleto grupo.
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No entanto, não se pode restringir a virtude apenas a esse grupo. Que abordagem,
então, deve ser dada às virtudes "cívicas" ordinárias – coragem, temperança e
justiça? Parece claro que os homens que cumprem os seus deveres, resistindo às
seduções do medo e do desejo, devem ter, se não conhecimento, ao menos
opiniões corretas quanto ao bem e ao mal na vida humana; mas de onde viriam
essas "opiniões" corretas? Vêm em parte, diz Platão, da natureza e da "alocação
divina"; mas, para seu adequado desenvolvimento, são necessários "o costume e a
prática". Daí a importância basilar da educação e da disciplina para a virtude cívica;
e mesmo para os futuros filósofos é indispensável essa cultura moral, em que
também cooperam o treinamento físico e estético (uma preparação apenas
intelectual não basta). O conhecimento perfeito, por outro lado, não pode ser
implantado numa alma que não tenha passado por uma preparação que inclui bem
mais que o treinamento físico. O que é essa preparação? Um passo importante na
análise psicológica foi dado quando Platão reconheceu que o efeito dessa
preparação era produzir a "harmonia" acima mencionada entre as diferentes partes
da alma, de modo que os impulsos se subordinassem à razão. Platão distinguiu
esses elementos não-racionais num componente concupiscível (το επιθυµητικον) e
num componente irascível (το θυµοειδες ou θυµος) – e afirmou que a separação
entre esses dois elementos, e entre esses e a razão, é estabelecida pela experiência
que o indivíduo tem de sua vida interior. Nessa tripartição da alma, Platão encontrou
uma concepção sistemática das quatro espécies de virtudes reconhecidas pela
moral estabelecida da Grécia – mais tarde chamadas de Virtudes Cardinais. Dessas,
as duas mais fundamentais eram a sabedoria – que em sua forma superior
identifica-se com a filosofia – e aquela atividade harmoniosa e regulada de todos os
elementos da alma, que Platão toma como a essência da retidão nas relações
sociais (δικαιοσινη). O sentido desse termo é essencialmente social; e só se pode
explicar o uso desse termo por Platão numa referência à analogia que ele traça
entre o homem individual e a comunidade. Numa polis justamente ordenada, tanto o
bem-estar social como o bem-estar individual dependeriam da interação harmoniosa
daqueles diversos elementos, cada um deles desempenhando a sua função própria,
a qual, em sua aplicação social, é mais naturalmente denominada δικαιοσινη.
Vemos, além disso, como na concepção platônica as virtudes fundamentais da
Sabedoria e da Justiça estão interconectadas. A sabedoria mantém
necessariamente a atividade ordenada, e essa última consiste na regulação pela
sabedoria; enquanto que as duas outras virtudes especiais – a Coragem (ανδρεια) e
a Temperança (σωφροσινη) – são apenas lados ou aspectos diferentes dessa ação
sabiamente regulada de uma alma composta. Essas são as formas como o bem
essencial se manifesta na vida humana. Resta saber se a apresentação dessas
formas fornece uma explicação completa do bem-estar humano ou se também se
deve incluir o prazer. Nesse ponto, o pensamento de Platão parece ter sofrido várias
oscilações. Depois de aparentemente sustentar que o prazer é o bem (Protágoras),
ele passa para o extremo oposto, rejeitando qualquer assimilação entre bem e
prazer (Fédon, Górgias); pois (1), sendo algo concreto e transitório, o prazer não é o
bem verdadeiramente essencial que o filósofo está a buscar; (2) as sensações mais
prontamente reconhecidas como prazeres estão associadas à dor, num vínculo
completamente estranho à natureza do bem, uma vez que esse último jamais se
associa ao mal. No entanto, essa era uma concepção que discordava tanto do
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socratismo que Platão não poderia permanecer nela. Que o prazer não fosse um
bem absoluto não era justificativa para não incluí-lo entre os bens da vida humana
concreta; além disso, somente os prazeres brutos e vulgares estão
indissociavelmente ligados às dores da carência. Desse modo, na República, ele
não receia tomar o prazer como parâmetro para responder à questão sobre a
superioridade intrínseca da vida filosófica ou virtuosa, e argumenta que só o homem
filosófico (ou bom) desfruta o prazer genuíno, ao passo que o sensualista gasta a
sua vida oscilando entre a carência dolorosa e o estado neutral de falta-de-dor, que
ele equivocadamente toma por prazer positivo. Ainda mais enfaticamente, declara-
se nas Leis que, quando se está "dissertando para homens, não para deuses", deve-
se mostrar que a vida que se estima como a melhor e mais nobre é também aquela
em que o prazer supera em maior proporção a dor. Mas, embora Platão mantenha
que essa conexão inquebrantável entre o melhor e o mais prazeroso seja verdadeira
e importante, é apenas em benefício do vulgo que ele dá essa ênfase ao prazer;
pois, na comparação mais filosófica apresentada no Filebo entre as alegações do
prazer e as da sabedoria, as primeiras são completamente subjugadas. Aristóteles
Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, afirma que a felicidade (Eudaimonia) não
consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida
virtuosa. A virtude (areté), por sua vez, se encontra num justo meio entre os
extremos, que será encontrada por aquele dotado de prudência (frenesis) e educado
pelo hábito no seu exercício. Para Epicuro a felicidade consiste na busca do prazer,
que ele definia como um estado de tranquilidade e de libertação da superstição e do
medo (ataraxia), assim como a ausência de sofrimento (aponia). Para ele, a
felicidade não é a busca desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o prazer
obtido pelo conhecimento, amizade e uma vida simples. Por exemplo, ele
argumentava que ao comer, o indivíduo obtém prazer não pelo excesso ou pelo luxo
culinário (que leva a um prazer fortuito, seguido pela insatisfação), mas pela
moderação, que torna o prazer um estado de espírito constante, mesmo se ele se
alimenta simplesmente de pão e água. Para os estoicos, a felicidade consiste em
viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença (apathea)
em relação a tudo que é externo. O homem sábio obedece à lei natural
reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo,
devendo assim manter a serenidade e indiferença perante as tragédias e alegrias.
Para os céticos da antiguidade, nada podemos saber, pois sempre há razões
igualmente fortes para afirmar ou negar qualquer teoria, além do que toda teoria é
indemonstrável (um dos argumentos é que toda demonstração exige uma
demonstração e assim ad infinitum). Defender qualquer teoria, então, traz
sofrimentos desnecessárias e inúteis. Assim, os céticos advogavam a "suspensão
do juízo" (epokhé). Por exemplo, aquele que não imagina que a dor é um mal não
sofre senão da dor presente, enquanto que aquele que julga a dor um mal duplica
seu sofrimento e mesmo sofre sem dor presente, sendo a mera ideia do mal da dor
às vezes mais dolorosa que a própria dor. Ética na Idade Média, no Renascimento e
no Iluminismo Enquanto na antiguidade todos os filósofos entendiam a ética como o
estudo dos meios de se alcançar a plenitude (Eudaimonia) e investigar o que
significa felicidade, na idade média, a filosofia foi dominada pelo cristianismo e pelo
islamismo, e a ética se centralizou na moral como interpretação dos mandamentos e
preceitos religiosos. No renascimento e nos séculos XVII e XVIII, os filósofos
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redescobriram os temas éticos da antiguidade, e a ética foi entendida novamente


como o estudo dos meios de se alcançar o bem estar, a felicidade e o bom modo de
conviver tendo por base sua fundamentação pelo pensamento humano e não por
preceitos recebidos das tradições religiosas. Espinoza, em sua obra Ética, afirma
que a felicidade consiste em compreender e criar as circunstâncias que aumentem
nossa potência de agir e de pensar, proporcionando o afeto de alegria e libertando-
nos das determinações alheias (paixões), isto é, afirmando a necessidade de nossa
própria natureza (conatos). Unicamente a alegria nos leva ao amor ("alegria que
associamos a uma causa exterior a nós") no cotidiano e na convivência com os
outros, enquanto a tristeza jamais é boa, intrinsecamente relacionada ao ódio
("tristeza que associamos a uma causa exterior a nós"), a tristeza sempre é
destrutiva. Espinosa dizia, quanto aos dominados pelas paixões: "Não rir nem
chorar, mas compreender." A ética tem sido aplicada na economia, política e ciência
política, conduzindo a muitos distintos e não-relacionados campos de ética aplicada,
incluindo: ética nos negócios e Marxismo. Também tem sido aplicada à estrutura da
família, à sexualidade, e como a sociedade vê o papel dos indivíduos, conduzindo a
campos da ética muito distintos e não-relacionados, como a ética feminista e a
guerra, por exemplo. A visão descritiva da ética é moderna e, de muitas maneiras,
mais empírica sob a filosofia Grega clássica, especialmente Aristóteles. Inicialmente,
é necessário definir uma sentença ética, também conhecido como uma afirmativa
normativa. Trata-se de um juízo de fato ou juízo de valor (em termos morais) de
alguma coisa. Juízo de valor são frases que usam palavras como bom, mau, certo,
errado, moral, imoral, etc, . Aqui vão alguns exemplos: “Salomão é uma boa pessoa”
“As pessoas não devem roubar” “A honestidade é uma virtude” Em contraste, um
Juízo de fato precisa ser uma sentença que não serve para uma avaliação moral.
Alguns exemplos são: “Salomão é uma pessoa alta” “As pessoas se deslocam nas
ruas” "João é o chefe". Ética nas ciências A principal lei ética na robótica é: Um robô
jamais deve ser projetado para machucar pessoas ou lhes fazer mal. Na biologia:
Um assunto que é bastante polémico é a clonagem: uma parte dos ativistas
considera que, pela ética e bom senso, a clonagem só deve ser usada, com seu
devido controle, em animais e plantas somente para estudos biológicos - nunca para
clonar seres humanos. Na Programação Nunca criar programas (softwares) para
prejudicar as pessoas, como para roubar ou espionar. Cidadania é a prática dos
direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os direitos e deveres
de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão
implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos,
meios, recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente
da vida e do governo de seu povo. Um cidadão é uma pessoa que se considera em
uma fase madura o suficiente desenvolvido para agir consciente e
responsavelmente dentro da sociedade O conceito de cidadania tem origem na
Grécia antiga, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou
seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das
decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações
decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, o conceito de
cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que
determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão. Nacionalidade A
nacionalidade é pressuposto da cidadania - ser nacional de um Estado é condição
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primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto, se todo cidadão é


nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que não
estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado sem
serem cidadãos.

5. Dever do Cidadão
Os direitos políticos são regulados no Brasil pela Constituição Federal em seu artigo
14, que estabelece como princípio da participação na vida política nacional o
sufrágio universal. Nos tempos da norma constitucional, o alistamento eleitoral e o
voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os
analfabetos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos e os maiores de
setenta anos. A Constituição proíbe a eleição de estrangeiros e brasileiros conscritos
no serviço militar obrigatório, considera a nacionalidade brasileira como condição de
elegibilidade e remete, à legislação infraconstitucional, a regulamentação de outros
casos de inelegibilidade (lei complementar n. 64, de 18 de maio de 1990). O
exercício pleno dos direitos civis, políticos e sociais em uma sociedade que combine
liberdade completa e participação numa sociedade ideal é, para José Murilo de
Carvalho, a definição de cidadania. Carvalho entende que esta categoria de
liberdade consciente é imperfeita numa sociedade igualmente imperfeita. Neste
sentido, numa sociedade de bem-estar social, utópica por assim dizer, a cidadania
ideal é naturalizada pelo cotidiano das pessoas como um bem ou um valor pessoal,
individual e, portanto, intransferível. Esta cidadania naturalizada é a liberdade dos
modernos, como estabelece o artigo III da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948: "toda
pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal". A origem desta carta
remonta das revoluções burguesas no final do século XVIII, sobretudo na França e
nas colônias inglesas na América do Norte; o termo "cidadão" designa, nesta
circunstância e contexto, o habitante da cidade "no cumprimento de seus simples
deveres, em oposição a parasitas ou a pretensos parasitas sociais". A etimologia da
palavra cidadania vem do latim civitas, cidade, tal como cidadão (cidadão ou vecino
no espanhol, ciutadan em provençal, citoyen em francês). Neste sentido, a palavra-
raiz, cidade, diz muito sobre o verbete. O habitante da cidade no cumprimento dos
seus deveres é um sujeito da ação, em contraposição ao sujeito de contemplação,
omisso e absorvido por si e para si mesmo, ou seja, não basta estar na cidade, mas
agir na cidade. A cidadania, neste contexto, refere-se à qualidade de cidadão,
indivíduo de ação estabelecido na cidade moderna. A rigor, cidadania não combina
com individualismo e com omissões individuais frente aos problemas da cidade; a
cidade e os problemas da cidade dizem respeito a todos os cidadãos. No Brasil, nos
léxicos da língua portuguesa que circularam no início do século XIX, observa-se bem
a distinção entre os termos cidadão (em português arcaico, cidadam) e o fidalgo,
prevalecendo o segundo para designar aquele indivíduo detentor dos privilégios da
cidade na sociedade de corte. Neste contexto, o fidalgo é o detentor dos deveres e
obrigações na cidade portuguesa; o cidadão é uma maneira genérica de designar a
origem e o trânsito dos vassalos do rei nos territórios do vasto império português.
Com a reconfiguração do Estado a partir de 1822, vários conceitos políticos
passaram por um processo de ressignificação; cidadão e cidadania entram no
vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos "Brasil", "brasileiros", em
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oposição a "brasílicos". Por exemplo: povo, povos, nação, história, opinião pública,
América, americanos, entre outros. A partir disso, o termo "cidadania" pode ser
compreendido racionalmente pelas lutas, conquistas e derrotas do cidadão brasileiro
ao longo da história nacional, a começar da história republicana, na medida em que
esta ideia moderna, a relação indivíduo-cidade (ou indivíduo-Estado) "expressa um
conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida
e do governo de seu povo (...)". Em outros termos, fundamenta-se na concessão
pelo Estado das garantias individuais de vida, liberdade e segurança. O significado
moderno da palavra é, portanto, incompatível com o regime monárquico, escravista
e centralizador, anterior à independência política do Brasil. No entanto, este divisor
monarquia-república não significa, no Brasil, uma nova ordem onde a cidadania tem
um papel na construção de sociedade justa e igualitária. Este aspecto é bem
pronunciado na cidadania brasileira: estas garantias individuais jamais foram
concedidas, conquistadas e/ou exercidas plena e simultaneamente em
circunstâncias democráticas, de estado de direito político ou de bem-estar social. O
longo caminho inferido por José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania
no papel e outra cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: a
recente Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 é um prolongamento da luta pela
cidadania dos "homens de cor", cujo marco histórico formal é a Lei Áurea de 1888;
ou seja, foi necessário um século para garantir, através de uma lei, a cidadania civil
de metade da população brasileira, se os números do último censo demográfico
estão corretos; portanto, há uma cidadania no papel e outra cidadania cotidiana,
conquistada no dia a dia, no exercício da vida prática; tanto é que, ainda hoje,
discute-se, nas altas esferas da jurisprudência brasileira, se o cidadão negro é ou
não é injustiçado pela história da nação. Considere-se que, na perspectiva de uma
cidadania plena, equilibrada e consciente, não haveria de persistir por tanto tempo
tal dúvida. O mesmo se pode dizer da cidadania da mulher brasileira: a Lei 11 340,
de 7 de agosto de 2006, a chamada "Lei Maria da Penha", criou mecanismos "para
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher". Ou seja, garantir
sua liberdade civil, seu direito de ir e vir sem ser agredida ou maltratada. No caso da
mulher, em geral, a lei chega com atraso, como forma de compensação, como
retificação de várias injustiças históricas com o gênero; o direito de votar, por
exemplo, conquistado através de um "código eleitoral provisório" em 1932, ratificado
em 1946. A lei do divórcio obtida em 1977, ratificada recentemente pela chamada
Nova Lei do Divórcio, ampliando a conquista da liberdade civil de outra metade da
população brasileira. São exemplos de como a cidadania é conquistada, de forma
dramática por assim dizer, à custa de esgotamentos e longas negociações políticas.
Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania
desejada e praticada no cotidiano por deficientes físicos, deficientes mentais,
homossexuais, crianças, adolescentes, idosos, aposentados etc. Um caso prático
para ilustrar esta realidade cotidiana é a superlotação dos presídios e casas de
custódia; a rigor, os direitos humanos contemplam, também, os infratores, uma vez
que "toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal". Embora
existam leis que visam a reparar injustiças, existe também uma longa história de
lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão, o
direito de organizar e participar de associações comunitárias, sindicatos trabalhistas
e partidos políticos, o direito a um salário justo, a uma renda mínima e a condições
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para sobreviver, o direito a um pedaço de terra para plantar e colher, o direito de


votar e ser votado talvez o mais elementar da democracia moderna, negado à
sociedade na já longa história da cidadania brasileira. É esta luta cotidiana por
direitos elementares que define a cidadania brasileira e não os apelos ao
pertencimento, ao nacionalismo, a democracia e ao patriotismo do cidadão comum.
Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de conquistas
cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no
percurso de sua história e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o
exercício diário destas conquistas com o objetivo exemplar de ampliar estes direitos
na sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua plenitude
torna-se absolutamente necessário a percepção da dimensão histórica destas
conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação. Este é o caminho
longo e cheio de incertezas, inferido por José Murilo de Carvalho. Esta é a
originalidade e especificidade da cidadania brasileira.

6. Projeto Social

Um projeto é composto de diversos itens que, encadeados, dão sentido, corpo e


forma à ideia da organização. São eles: 1. Identificação e descrição da organização
proponente apresenta os dados gerais da instituição, como CNPJ, endereço,
telefones, site e também um breve histórico da organização, sua missão e principais
iniciativas. 2. Identificação dos responsáveis pelo projeto Traz nomes, cargos e
contatos das pessoas responsáveis pelo projeto. 3. Título Inclui o nome curto do
projeto, que expressa sua finalidade e forma de atuação. 4. Justificativa Discute o
contexto social em que se inserem a organização da sociedade civil e o projeto
proposto. Serve para mostrar por que é necessário e prioritário fazer a intervenção
proposta pelo projeto. 5. Público-alvo Descreve quantos e quem são os beneficiados
diretos e indiretos do projeto. 6. Objetivo Geral É a razão de ser do projeto.
Responde de forma clara e objetiva à questão: “para quem se destina esse projeto e
o que ele pretende transformar?”. Este objetivo está diretamente relacionado à
justificativa e é genérico. Ele não pode ser assegurado somente pelo sucesso do
projeto; depende de outras ações e variáveis. Portanto, expressa o que se quer
alcançar em longo prazo, ultrapassando inclusive o tempo de duração do projeto. 7.
Objetivos Específicos Explica como estarão o público-alvo e o contexto social depois
de suas necessidades serem atendidas. Cada objetivo específico retrata uma única
mudança na vida do público-alvo. Um objetivo específico é mensurável, atingível
num tempo limitado, relacionado às necessidades do público-alvo. 8. Plano de ações
Mostra o que será feito para que os objetivos específicos se transformem em
realidade. 9. Parcerias Relata se o projeto conta com alianças com o setor público,
com a iniciativa privada e/ou com organizações da sociedade civil organizada.
Também apresenta o tipo de parceria estabelecida e o papel de cada ator. 10.
Avaliação Apresenta os procedimentos e métodos que serão usados para saber se
as atividades estão sendo executadas, consumindo os recursos previstos, e se os
objetivos propostos estão sendo atingidos. 11. Cronograma É a representação
gráfica do tempo das ações e das atividades planejadas. Responde quando
ocorrerão as atividades previstas no plano de ação durante o período estabelecido
para o projeto. 12. Orçamento Detalha todos os recursos materiais, financeiros e
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humanos envolvidos no projeto. Pode ser feito mostrando as despesas por tipo ou
rubricas tais como, recursos humanos, equipamentos etc. Também podem ser
apresentadas por meio de um cronograma físico financeiro que mostra quando as
despesas serão efetivadas ao longo do projeto. 13. Equipe Descreve o grupo de
pessoas envolvido no projeto e qual será o papel de cada um. 14. Sustentabilidade
(continuidade do projeto) pontua as estratégias e os desdobramentos que
viabilizarão a continuidade do projeto e de seus resultados. O projeto social não se
diferencia do conceito visto anteriormente, o que significa dizer que também deve
reproduzir uma visão de futuro e, da mesma forma que o do arquiteto, deve ter um
ponto de partida. Entretanto, não aceita ficção, sua base é real, seu ponto de partida
é sempre uma realidade social, uma questão social. Um projeto social é, também,
um documento utilizado para a formalização de uma proposta destinada à obtenção
de financiamento público ou privado, ou seja, para a captação dos recursos
necessários à implementação de uma solução. Os projetos sociais são importantes
ferramentas de ação, amplamente utilizadas pelo Estado e pela Sociedade Civil. Os
projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos são pontes
entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou
organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada
problemática, e buscam contribuir, em alguma medida, para um mundo possível. Os
projetos sociais tornam-se, assim, espaços permanentes de negociação entre
nossas utopias pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas – e as
possibilidades concretas que temos para realizar tais mudanças – a realidade.
Começar a modificar a sociedade não precisa de grandes passos. Na verdade,
existem inúmeros exemplos de projetos sociais que estão modificando a vida de
várias pessoas neste exato minuto e que precisam de doação (tempo, dinheiro ou
conhecimento) para que essas ações continuem existindo. Se você está cansado de
tantas injustiças sociais ou apenas deseja começar a praticar o bem, saiba que
existem muitas maneiras de ajudar e fazer com que os bons projetos sociais
continuem transformando várias realidades. Infelizmente, ainda existem muitas
pessoas no nosso país que não têm acesso a uma rede de distribuição de água
limpa e potável, nem a saneamento básico. Essas duas situações juntas podem
causar inúmeros problemas de saúde, dificuldades de desenvolvimento nos mais
jovens, entre outras questões importantes. De acordo com os dados da ONG Trata
Brasil, mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso ao serviço básico de
abastecimento de água tratada. Além disso, mais de 100 milhões de brasileiros não
têm acesso à coleta de esgoto. Um exemplo de projeto social que está ajudando a
modificar essa realidade é o “Água Pura para crianças”, desenvolvido em parceria
entre o ChildFund Brasil e a P&G, no Vale do Jequitinhonha. Nessa região, a P&G
distribuiu sachês que auxiliam na purificação de água para as crianças e as suas
famílias, sendo que cada um desses sachês de apenas 4g são capazes de
purificarem até 10 litros de água. De acordo com os dados da Organização Mundial
de Saúde (OMS), a violência interpessoal é uma das principais razões pelas quais
jovens entre 10 e 19 anos morrem de maneira precoce no Brasil? O conceito para o
termo “violência interpessoal” usado pela OMS é bem abrangente e está relacionado
a agressão de gangues, ao narcotráfico, a morte de mulheres, as brigas, ao bullying
e a violência entre parceiros. Justamente para evitar essas mortes prematuras é que
apoiar programas sociais que trabalhem com esses jovens em situação de risco
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social é tão importante. O ChildFund Brasil entende a necessidade de modificar essa


realidade e desenvolve programas de educação, esporte e desenvolvimento
pessoal. Esses programas visam o desenvolvimento pessoal por meio de 5 pilares:
artes marciais e boxes, educação, acesso ao trabalho, suporte social e liderança
juvenil; mostrando a esses jovens outras possibilidades de desenvolvimento e a
retirada dessas pessoas dessa situação de vulnerabilidade. Para conseguirem
modificar suas realidades é muito importante que os jovens entendam a situação em
que vivem, consigam analisar a sua sociedade, sentir-se parte desse coletivo e,
assim, poderem refletir sobre formas de empoderamento. Uma maneira de
proporcionar essa mudança de atitude é por meio das fotografias. O projeto “Olhares
em Foco” tem auxiliado inúmeros jovens a refletirem sobre os problemas das suas
comunidades, desenvolvendo nesses adolescentes uma cultura mais participativa e
autônoma que favoreça o bem estar coletivo. Para isso, as fotografias se
transformam em um instrumento fundamental para o debate sobre identidade,
direitos e cidadania, proporcionando oportunidades para compartilhar
conhecimentos, manter relacionamentos e ainda promover a participação desses
jovens nas esferas públicas. A família é uma das principais bases para que
consigamos nos desenvolver como pessoas saudáveis (física e psiquicamente),
criando laços de amor e de afeto e ainda aprendendo valores importantes para
nossas vidas. Mas, infelizmente, essa não é a realidade de inúmeras crianças e
jovens em todo o país, que convivem em lares desestruturados e desestabilizados.
Favorecer, por exemplo, ao uso de drogas, a participação em gangues e no
narcotráfico, ao abandono escolar e a muitos outros problemas. Nesse sentido,
programas que visem à sustentabilidade do lar e também o desenvolvimento de
competências familiares são tão importantes. Esses projetos, como os
desenvolvidos pelo Brasil, buscam assegurar as crianças e suas famílias acesso a
meios de vida sustentáveis, garantindo condições dignas de sobrevivência e de
desenvolvimento.

6. Cultura

A religião e a arte são importantes manifestações da cultura humana. Celebrações,


rituais e padrões de consumo são significantes aspectos da cultura popular. A
organização política e social varia entre diferentes culturas. As tecnologias, como a
da escrita, propiciam a expressão cultural num alto grau de complexidade. Cultura
(do latim cultura) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente,
especialmente na antropologia, a definição genérica formulada por Edward B. Taylor
segundo a qual cultura é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as
crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades
adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Embora a definição de Taylor
tenha sido problematizada e reformulada constantemente, tornando a palavra
"cultura" um conceito extremamente complexo e impossível de ser fixado de modo
único. Na Roma antiga, seu antepassado etimológico tinha o sentido de "agricultura"
(do latim cultura, que significa “ação de tratar”, “cultivar” e "cultivar conhecimentos",
o qual originou-se de outro termo latino, colere, que quer dizer “cultivar as plantas”),
significado que a palavra mantém ainda hoje em determinados contextos, como
empregado por Varrão, por exemplo. A cultura é também comumente associada às
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formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade, como a música


erudita europeia (o termo alemão "Kultur" – "cultura" – se aproxima mais desta
definição). Definições de "cultura" foram realizadas por Ralph Linton, Leslie White,
Clifford Geertz, Franz Boas, Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo
aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram, pelo menos, 167
definições diferentes para o termo "cultura". Clifford Geertz, discutia negativamente a
quantidade gigantesca de definições de cultura, considerando um progresso de
grande valor o desenvolvimento de um conceito que fosse coerente internamente e
que tivesse um argumento definido. Assim, definiu cultura como sendo um "padrão
de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos, um sistema
de concepções herdadas expressas em formas simbólicas por meio das quais os
homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atividades
em relação a vida." Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no
século XVIII, a cultura, muitas vezes, se confunde com noções de: desenvolvimento,
educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre
cultura e civilização foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos
XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite. Ela possibilitou o surgimento
da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre "cultura erudita" e "cultura
popular", melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda fortemente
presente no imaginário das sociedades ocidentais.

7. Principais conceitos

Ciências sociais - do ponto de vista das ciências sociais (isto é, da sociologia e da


antropologia), sobretudo conforme a formulação de Taylor, a cultura é um conjunto
de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais
ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade.
Essa definição geral pode sofrer mudanças de acordo com a perspectiva teórica do
sociólogo ou antropólogo em questão. De acordo com Ralph Linton, "como termo
geral, cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo
específico, uma cultura significa determinada variante da herança social. Assim,
cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das
quais é característica de um certo grupo de indivíduos”. Enquanto a definição de
Taylor é muito genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão
mais aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas. Os
autores debatem se o termo se refere mais corretamente a ideias (Boas, Malinowski,
Linton), comportamentos (Kroeber) ou simbolização de comportamento, incluindo a
cultura material (L. White). Vale lembrar que, em algumas concepções de cultura, o
comportamento é apenas biológico, sendo a cultura a forma como esse conjunto de
fatores biológicos se apresentam nas sociedades humanas. Em outras concepções
(como onde cultura é entendida como conjunto de ideias), cultura exclui os registros
materiais dos homens como tais da classificação (ex. um sofá ou uma mesa não
seriam “cultura”) Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas que
contrastam com a natureza ou comportamento natural. No cotidiano das sociedades
civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada
à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores,
superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é
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também descrito como "alta cultura", e é empregado apenas no singular (não


existem culturas, apenas uma cultura ideal, à qual os homens indistintamente devem
se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas
para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é
informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se
aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado
dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas
ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus
antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de
humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo
cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a
realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. Antropologia - esta
ciência entende a cultura como a totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos
pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Taylor, sob a
etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o
complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras
aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto
corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus
costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma
vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

8. Descrição

O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só


existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e
mitos. Entretanto, fala-se também em cultura material (por analogia a cultura
simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos,
ferramentas etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais
facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil. A principal
característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de
responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma
possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver
longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes
mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de
habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao
rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta
age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um
destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o
mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior. Além disso, a
cultura é, também, um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma
geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo
e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das
novas gerações. Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o
desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pôde ter maior
controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de
caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo; daí a fixação em
aldeamentos, cidades e estados. A agricultura também permitiu o crescimento
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populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento


para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior
número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada, mas
por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é
assim causa e consequência do avanço cultural.

9. Mudança Cultural
A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre
mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas
diferentes sociedades. Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a
invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de
outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural
originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela
decide adotar. A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os
aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um
deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de
produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou
na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido
de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso
inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois
rejeitar um novo conceito. O ambiente exerce um papel fundamental sobre as
mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar
o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da
consciência social.

10. Cultura pública

Cultura pública pode ser entendida como senso comum, porém não no sentido
pejorativo, e sim como um conjunto de símbolos e sentidos disponíveis publicamente
e compartilhados pela sociedade ou por uma comunidade específica. Sendo assim,
a cultura pública também se relaciona com a ideia de comunicação pública, no
sentido de ser livre de restrições ou condições e não ser privada ou confidencial. A
comunicação pública é o pano onde a cultura pública ganha visibilidade e se
desenvolve, pois é debatida e reproduzida. A cultura pública pode ser discursiva ou
expressiva. Ela será discursiva quando se articular na Linguagem escrita ou falada e
poderá ser contestada. Por outro lado, será expressiva quando for articulada por
meio de Símbolos não-- linguísticos, práticas simbólicas e usos figurativos da
linguagem.

11. Cultura versus Entretenimento

Há uma relevante distinção entre cultura e entretenimento. O objetivo do


entretenimento é divertir e dar prazer, sem referenciais culturais concretos. Sendo
assim, pode-se conceber que haja entretenimento sem cultura. Antigas culturas
zelavam por suas tradições com o intuito de não se perder o registro de dadas
experiências vividas por aquele grupo humano, ou em outras palavras, com o intuito
de preservação de sua cultura. No entanto, este não é um costume de todos os
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grupos humanos. Muitas vezes, o entretenimento substitui a cultura para um


determinado povo e assim muitas tradições culturais acabam por serem esquecidas.
Atualmente muitos organismos e iniciativas internacionais trabalham pelo resgate e
preservação da cultura de distintos povos.

12. Gestão Cultural

É um termo relativamente recente no cenário cultural brasileiro. A gestão pressupõe


procedimentos administrativos e operacionais para a gerência de processos no
campo da Cultura e da Arte. A gestão deve estar amparada num claro
posicionamento conceitual a orientar seus objetivos. Para melhor conceituarmos o
campo da Gestão Cultural, podemos articulá-lo à ideia de mediação de processos de
produção material e imaterial de bens culturais e de mediação de agentes sociais os
mais diversos. Mediação que busca estimular os processos de criação e de fruição
de bens culturais, assim como estimular as práticas de coesão social e de
sociabilidade. Buscando ser mais objetivo, pode-se dizer que a gestão cultural
articula planejamento, operacionalização e mediação. Planejamento de eventos, de
programas, de ações, de processos e de políticas em cultura. Operacionalização
técnica, financeira, física e humana. Mediação de agentes diversos: governamentais,
não-governamentais e comunitários; empresariais, cooperativados ou informais;
produtores, viabilizadores e fruidores. E segundo perspectivas temporais que vão do
curto ao longo prazo.

13. O Gestor Cultural

O gestor da cultura é alguém que estabelece com seu objeto e com os sujeitos nele
envolvidos relações de compartilhamento de gestão e de responsabilidades. Alguém
que entenda as práticas culturais como processos – dinâmicos, ambíguos e sujeitos
a significações diversas. Entendendo que a realidade nos fornece a possibilidade
que precisamos para ver e aprender com ela, sendo justamente este espaço de
mediação que a torna concreta, conquanto possamos abrir devidamente olhos e
ouvidos. Sentir potenciais, responder anseios e mesmo ampliá-los, reconhecer
diferentes e particularizados modos de agir e de sentir. Planejar segundo os fazeres
e os quereres que os diversos indivíduos e grupos deixam aflorar de seus
cotidianos. A gestão cultural pressupõe a formulação dos planos e também dos
conceitos que os norteiam. Nesse processo, atuam concretamente planejadores e
usuários, que buscam garantir a sustentabilidade das ações. Na gestão, trabalha-se
por meio de ações integradas e estruturais, estruturantes e instituintes. Compreende
noções básicas de fomento cultural (não somente a satisfação das necessidades
culturais das populações envolvidas, mas também a ampliação dessa demanda); de
preservação, resgate e vitalizarão de aspectos de sociabilidade e qualidade de vida;
e a própria manutenção da vida com justiça social.

14. Teoria da cultura


A teoria da cultura é um ramo da antropologia e de outras ciências sociais
relacionadas que busca definir uma concepção heurística da cultura tanto em termos
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operacionais quanto científicos. No século XIX cultura era definida como uma gama
de atividades humanas. Para outros era um sinônimo de civilização. Já no século XX
antropólogos começaram a teorizar sobre a cultura como sendo um objeto de
análise científica. Alguns estudiosos distinguiam estratégias adaptativas humanas
das estratégias altamente instintivas dos animais como também dos primatas e de
outras espécies não-humanas de hominídeos.
15. Produção Cultural

O produtor cultural produz espetáculos, mostras, festivais e até programas de TV.


Ele planeja, elabora e executa esses projetos, seguindo critérios artísticos, sociais e
econômicos. Pode atuar com teatro, música, dança, circo, artes plásticas e qualquer
outra manifestação artística. Ocupa-se de todas as etapas da produção, da captação
de recursos financeiros à execução final, passando pela elaboração do orçamento e
do cronograma do projeto. Pode trabalhar com artistas ou com organizações e
empresas que possuam atividades voltadas ao setor cultural. Tem, ainda, a
possibilidade de atuar no gerenciamento de órgãos públicos e instituições, na
elaboração de políticas para o setor artístico e cultural. Em grandes corporações
privadas, analisa as propostas de patrocínio.

16. O que faz o produtor cultural?

Eventos corporativos: organizar congressos, eventos de incentivo a funcionários ou


parceiros comerciais e encontros de formação profissional. Marketing cultural:
desenvolver estratégias empresariais de investimento em projetos culturais. Política
cultural: definir as grandes linhas de atuação do governo na área da cultura. Prever
e executar atividades em museus, centros culturais e instituições do gênero.
Organizar eventos voltados para a preservação do patrimônio histórico ou para a
valorização de aspectos culturais de uma determinada região. Produção executiva:
criar e supervisionar projetos artísticos e culturais, como espetáculos, exposições,
filmes, vídeos, discos e programas de TV e rádio. A produção de eventos
corporativos é um mercado fértil para os bacharéis, que disputam espaço com os
tecnólogos em Eventos. Também há procura por produtores culturais em empresas
que organizam festivais, mostras e shows, além de museus, centros culturais,
bibliotecas e arquivos, onde fazem a gestão desses espaços. Por causa da lei
federal que define cotas de conteúdo nacional nos canais por assinatura, existem
perspectivas na área de produção audiovisual, em que o graduado atua na produção
de curtas, longas e séries (para TV ou internet). Nesse caso, enfrenta a concorrência
dos graduados em cinema, rádio e TV. Há ainda espaço para quem quer
empreender e desenvolver projetos culturais próprios. Secretarias da Cultura,
municipais e estaduais, e fundações oferecem vagas em equipes que elaboram
políticas culturais.

17. Produção cultural

Produção cultural é uma atividade profissional que consiste em gerenciar a


organização de eventos culturais ou a confecção de bens culturais. Produtores
culturais podem organizar shows, exposições de arte, espetáculos de música,
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dança, teatro, ou coordenar a gravação de discos, vídeos, programas de TV, rádio e


inúmeras outras atividades de expressão cultural.

18. Áreas de atuação

Atuar na área de planejamento e gestão cultural, estabelecendo metas e estratégias


para o fomento e a promoção da cultura, em nível público e/ou privado; Planejar,
organizar e divulgar projetos e produtos culturais de toda natureza; Promover a
integração entre a criação artística e a gerência administrativa na produção de
espetáculos (teatro, dança, música, circo, etc.), produtos audiovisuais (filmes,
telenovelas, discos, CDs, DVDs), obras literárias, entre outros setores da indústria
cultural; Atuar na curadoria e organização de mostras, exposições e festivais em
diversas áreas artísticas; Trabalhar em setores de marketing cultural, desenvolvendo
estratégias de investimento em projetos culturais; Exercer a gerência cultural e
operacional em instituições públicas e privadas, atuando em centros culturais,
galerias de arte museus, bibliotecas, teatros, cinemas; Compor equipes
governamentais de gestão cultural em níveis municipal, estadual e federal,
auxiliando na definição de políticas públicas para a cultura; Contribuir nas ações de
preservação e revitalização do patrimônio cultural; Atuar em ensino, pesquisa e
extensão no magistério superior na área de Produção Cultural e áreas afins. Dentre
outras.

19. Produtor cultural

Produtor cultural é uma pessoa que realiza atividades de produção cultural, de forma
voluntária ou profissional. Trata-se de uma atividade que vem ganhando
reconhecimento profissional e para a qual tem crescido a oferta de ensino no Brasil
de forma significativa. Por ocupar-se com cultura, a qual é transversal à maior parte
das atividades humanas, as produções culturais podem ser realizadas por pessoas
que trabalhem com arte, comunicação, organização de eventos, cerimonial de
eventos, feiras e eventos, administração, engenharia, arquitetura, turismo,
gastronomia, moda, design, marketing e, mais recentemente, pessoas que utilizam
novas tecnologias de informação e comunicação: internet, sites, blogs, redes sociais,
tablets, celulares. Perfil Há uma diversidade muito grande de perfis deste
profissional. Uma boa noção pode ser obtida através do projeto "Produção Cultural
no Brasil" que ouviu em 2010 profissionais do mercado brasileiro. Nestas entrevistas
os pesquisadores identificaram os seguintes perfis: produtor de recursos, produtor
de talentos, produtor gestor, produtor aprendiz, produtor executivo, produtor
agitador, produtor meio, produtor social, produtor autodidata, produtor empresário,
produtor por acaso.

20. Marketing Cultural

Marketing cultural é toda ação de marketing que usa a cultura como meio de
comunicação para difundir o nome, produto ou fixar a imagem de uma empresa
patrocinadora. Para fazer marketing cultural na existe uma formula fechada, ou seja,
há variáveis que, se juntas, podem resultar em uma ótima ação de marketing. Para
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atingir o público alvo o idealizador do projeto tem que ser criativo, ou seja, tem que
administrar adequadamente os recursos disponíveis de forma a atender os objetivos
de comunicação da empresa. O marketing cultural vem ganhando força no meio
empresarial por que apresenta soluções relativamente baratas a três novas
exigências do mercado: Necessidade de diferenciação das marcas; Diversificação
do mix de comunicação das empresas; Necessidade das empresas se posicionarem
como socialmente responsáveis; Ao patrocinar um projeto cultural a empresa se
diferencia das demais a partir do momento em que toma pra si determinados valores
relativos ao projeto patrocinado. Também amplia a forma como se comunica com
seu público alvo e mostra para a sociedade que não está encastelada em torno da
sua lucratividade e de seus negócios. A partir do momento em que uma empresa
empreende uma ação de marketing usando como ferramenta a cultural, ela está
fazendo marketing cultural. Mas nem sempre o patrocínio vem em forma de dinheiro,
pode ser uma troca por passagens aéreas, estadias, refeições. O importante é que a
ação de marketing deve se encaixar perfeitamente ao perfil da empresa, ao público
alvo e ao objetivo buscado. No início as empresas investiam em marketing cultural
visando às leis de incentivo, que financeiramente era um bom negócio. Depois
compreenderam que essas ações solidificavam a imagem institucional da empresa e
davam visibilidade para a marca. Muitos acham que só as grandes empresas
investem em marketing cultural, mas não são apenas as grandes que investem, mas
é a maioria por vários motivos e o principal é o desconhecimento das leis de
incentivo e dos benefícios que uma ação de marketing cultural pode trazer para a
empresa. Os empresários acham que com o volume pequeno de dinheiro que as
pequenas e medias empresas movimentam não poderia arcar com os custos de um
projeto cultural. No entanto, existem projetos para todos os bolsos. Do ponto de vista
financeiro, dependendo do marketing cultural escolhido pela empresa, podendo
adquirir até em 100% do valor investido; já do ponto de vista mercadológico a
aceitação e a imagem institucional dessa empresa vai ter uma afirmação maior junto
ao seu público alvo, garantindo assim a empresa a sua solidificação e sua
perenização no mercado. Se a empresa aplicar algumas outras ações de marketing
seus benefícios serão ampliados. A diferença do marketing cultural para o
mecenato, é que no marketing cultural (ou patrocínio cultural) a empresa não faz por
caridade e sim para obter retorno; já no mecenato a empresa geralmente
representada pelo seu presidente se identificar com alguma área e nela investe sem
buscar retornos. As empresas geralmente preferem patrocinar projetos culturais
ligados a alguém famosa, para ter a imagem da empresa ligada ao artista assim
aumentando a credibilidade do projeto e da própria empresa. O conceito de
Marketing Cultural é relativamente novo, para entendermos este conceito é
interessante observar as mudanças do conceito de marketing ao longo da história.
Marketing Cultural é uma ferramenta de comunicação que, se aplicada com critério e
seriedade, só oferece vantagens para os patrocinadores, artistas, produtores e, alvo
maior, o cidadão brasileiro. De 1994 para cá o número de empresas que passaram a
investir em cultura sextuplicou e cada vez mais pessoas ingressam nesse mercado
anualmente. E são para esses novos navegantes - produtores, artistas, estudantes
ou empresários - que preparamos esta série de informações úteis para uma melhor
compreensão sobre como a cultura pode ser seu próprio agente de difusão.

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21. Marketing

O conceito de marketing ganha força nos Estados Unidos dos anos 50 em um


contexto de forte crescimento da industrialização. O marketing neste período é
centralizado no produto e em sua divulgação. Após a década de 1970 algumas
mudanças sócio-políticas irão transformar essa ideia. Neste período acontece uma
grande crise no petróleo o que resultou em um grande aumento no seu preço,
gerando recessão nos EUA e Europa enquanto outros mercados apareciam,
incluindo o Japão recuperando-se da segunda Guerra Mundial. Esses fatores
colocaram os consumidores em contato com mercados de diversas partes do
mundo. A partir de então o marketing muda seu foco do produto para o consumidor,
é onde surge a máxima o “cliente é o rei” ou o “cliente tem sempre razão”. Uma
empresa vitoriosa, neste contexto, atenderá as demandas de seu cliente com
eficiência e boa comunicação. A partir dos anos 1990 em diante a era da informação
aliada ao crescimento na importância das questões ambientais e sociais para o
consumidor vai transformar novamente o conceito de marketing que agora o buscará
responder a valores sociais que ajudem a transformar o mundo em um lugar melhor.
O pesquisador Philip Kotler chama este tipo de marketing no Marketing 3.0.
Marketing 1.0 - 1950 – 1960 - Foco: Produto (Conceito de Marketing) Marketing 2.0 -
1970 -1980 - Foco: Consumidor (Desenvolvimento de Produto) Marketing 3.0 - 1990
– Hoje - Foco: Valores (Diferenciação Valores).

22. Marketing Cultural no Brasil

O termo marketing cultural no Brasil ganha maior visibilidade no final dos anos 1980
com as leis de incentivo a cultura, inicialmente Lei Sarney e depois Lei Rouanet,
embora este tipo de patrocínio também possa ser realizado de forma direta.
Entendemos como marketing cultural a parcela do departamento de marketing
empresarial que se dedica ao patrocínio de projetos culturais. Ao pensarmos no
marketing 3.0, voltado a valores, o marketing cultural tem um papel central pois
tende a construir propostas sociais mais plurais, inclusivas e humanamente
centradas, seja na apresentação de um show, uma peça de teatro, uma exposição
ou uma oficina cultural. Benefícios do Marketing Cultural Alguns benefícios do
investimento em marketing cultural para empresas: Ganho de imagem institucional;
Agregação de valor à marca; Reforço do papel da empresa na localidade onde atua;
Desenvolvimento de novas oportunidades de negócio; Reforço da política de
relacionamento da empresa com outras esferas do governo. O que uma empresa
ganha fazendo marketing cultural? Inicialmente as empresas começaram a investir
em marketing cultural porque, devido às leis de incentivo, financeiramente era um
bom negócio. Depois, elas compreenderam que essas ações de marketing
solidificavam a imagem institucional da empresa e davam visibilidade para a marca.
Desse modo, o investimento em cultura pode ser visto como uma oportunidade para
as empresas participarem do processo de incremento e manutenção dos valores
culturais da sociedade e, principalmente, a possibilidade de construir uma imagem
forte e bem posicionada para o consumidor, garantindo a curto, médio e longo prazo
sua perpetuação. Nesse aspecto, o marketing cultural trabalha a imagem da
empresa, por meio da marca, de forma consciente e inconsciente. Por que comprar
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este ou aquele sabonete? A resposta para essa pergunta vem da competitividade do


produto, mas também é fruto do trabalho de marketing dessa empresa. Qual o peso
da cultura na economia nacional? Segundo estudo encomendado pelo Ministério da
Cultura à Fundação João Pinheiro, em 1997 a produção cultural movimentou no
Brasil aproximadamente R$ 6,5 bilhões, o que correspondia na época a cerca de
0,8% do PIB brasileiro. Em 1994, quando foi feito o último levantamento, a cultura
empregava 510 mil pessoas, considerando-se todos os seus setores e áreas. Esse
contingente era 90% maior do que o empregado pelas atividades de fabricação de
equipamentos e material elétrico e eletrônico; 53% superior ao da indústria
automobilística, de autopeças e fabricação de outros veículos e 78% maior do que o
empregado em serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, distribuição
de água e esgoto). Ou seja, a cultura tem um peso econômico importante no Brasil
de hoje, destacando-se inclusive como grande geradora de empregos. Mas esses
números estão muito defasados e não houve nenhuma outra pesquisa aprofundada
até agora. Marketing cultural "Marketing cultural" é o conjunto de ações de marketing
(estratégias) em que se utiliza a Cultura (conjunto de padrões de comportamento,
crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social) para
divulgar, projetar e/ou fixar a imagem, nome ou produto de uma organização, projeto
ou marca. É aplicado por meio de estratégias de comunicação empresarial e
governamental a um povo ou população por se associar a expressões e
manifestações artísticas. Fomentar projetos culturais permite a troca de interesses:
de um lado, o reconhecimento e do outro, a satisfação pessoal, de um grupo, de
uma classe etc. Utilizar essas ações podem ser benéficas ao terem um retorno
financeiro apoiada nas Leis de Incentivo Fiscal além da contribuição do reforço
cultural para a sociedade.

23. Como gerir um evento de teatro

Muitas empresas enfrentam diariamente este desafio: o de motivar e estimular seus


funcionários a melhorar seus desempenhos dentro da organização. Tarefa muitas
vezes difícil e complicada. Mas algumas empresas estão mudando este quadro com
resultados muito satisfatórios. A tática que está sendo desenvolvida é nova e
promete melhorar e muito as atividades comuns do dia a dia empresarial,
envolvendo toda a hierarquia corporativa. De acordo com as informações que são
passadas, a companhia teatral especializada, monta as cenas com base nos
acontecimentos do ambiente, que possivelmente estão tendo reflexos negativos nas
atividades desenvolvidas. O funcionário se identifica com as cenas vistas de outro
ângulo e passa a ter uma nova visão sobre estes acontecimentos e desenvolvendo
este novo ponto de vista, a mudança reflete diretamente de forma positiva sobre os
resultados de seu trabalho. Após a encenação ocorrem os debates, depoimentos e
os resultados são repassados para a direção, que começa a entender as
dificuldades, trabalhando efetivamente para combatê-las. O resultado é imediato a
atua positivamente na produtividade da organização. Criando este novo canal de
comunicação interna de uma organização, pode ainda apresentar uma ótima forma
de assimilação do conteúdo de palestras, ou treinamentos que passados antes de
forma convencional não surtiam o mesmo efeito, dado a falta de atenção de muitas
pessoas a eventos deste tipo. Uma peça de teatro tem o dom de envolver a pessoa
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que está assistindo, este é grande sucesso do método. A gestão de pessoas passou
por grande mudança, foi o tempo que só se focava em resultados, sem levar em
conta a qualidade do ambiente, e a satisfação de seus colaboradores, onde um
baixo rendimento era convertido em demissão sem avaliar os reais motivos.
Desenvolver a socialização, diminuindo os problemas da convivência diária entre
pessoas de diferentes perfis, mantendo uma equipe de trabalho constantemente
motivada é um desafio e tanto, e o teatro é mais uma ferramenta dos melhores
gestores e das melhores empresas, ao alcance de todas. Montagem de espetáculos:
Gestão e Produção Antes de conhecer este negócio, vale ressaltar que os tópicos a
seguir não fazem parte de um Plano de Negócio e sim do perfil do ambiente no qual
o empreendedor irá vislumbrar uma oportunidade de negócio como a descrita a
seguir. O objetivo de todos os tópicos a seguir é desmistificar e dar uma visão geral
de como um negócio se posiciona no mercado. Quais as variáveis que mais afetam
este tipo de negócio? Como se comportam essas variáveis de mercado? Como
levantar as informações necessárias para se tomar a iniciativa de empreender A
história dos espetáculos de arte se confunde com a própria história da humanidade.
Se no passado as encenações eram produzidas como rituais de celebração,
agradecimento ou perda, hoje seu principal papel é entreter e educar. Desde as
danças coletivas e dramas da antiguidade aos grandes espetáculos de dança,
música, teatro, circo, cultura popular e, até mesmo, dos espetáculos esportivos dos
dias atuais, o homem conta um pouco da sua história, se diverte e emociona-se. O
sucesso de um show não depende somente do talento do artista, mas também da
habilidade da equipe responsável pela sua montagem, seja ele realizado em um
teatro, estádio ou até dentro de uma fábrica. Em algumas cidades brasileiras já
existem empresas especializadas em montagem de espetáculos motivacionais e
educacionais sobre temas como melhoria das vendas, atendimento, segurança no
trabalho, etc. para corporações. Como em outras atividades humanas, também
neste setor, o planejamento está na base de todos os projetos. Isso pode incluir a
escolha do tema do espetáculo, identificação das fontes de financiamento, obtenção
de patrocínios e/ou alocação de recursos próprios, para pagamento de cachês para
os artistas, aluguel de arenas, clubes, auditórios, teatros, etc., assim como, o
gerenciamento de todos os demais custos e riscos inerentes ao negócio. Além disso,
as empresas de espetáculos, em geral, cuidam da contratação dos trabalhadores
que direta ou indiretamente participarão do evento e de toda a logística envolvida na
instalação do show. Neste ramo o empresário só ri no final do show. Cabe a
empresa de montagem de espetáculos garantir que as apresentações sejam
executadas com sucesso, agradando à audiência e alcançando os objetivos
planejados. Montar espetáculos é fazer parte da chamada economia da cultura, um
setor que assume maior peso a cada ano na economia das nações. Para registro e
legalização da empresa, é recomendável a contratação de um Contador. Um
contabilista registrado poderá lhe auxiliar na escolha da melhor forma jurídica para o
seu negócio, elaborar os documentos constitutivos e realizar o registro junto aos
órgãos responsáveis: - Junta Comercial; - Secretaria da Receita Federal (CNPJ); -
Secretaria Estadual da Fazenda; - Prefeitura do Município para obter o alvará de
funcionamento; - Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficará
obrigada ao recolhimento anual da Contribuição Sindical Patronal). - Cadastramento
junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”.
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Para os empreendedores que desejarem instalar a Empresa de Montagem de


Espetáculos em imóveis comerciais (sala, loca galpões comerciais, etc.), deverá ser
providenciado: - Vistoria do Corpo de Bombeiros Militar. - Visita à prefeitura da
cidade onde pretende montar a sua empresa (quando for o caso) para fazer a
consulta de local. A montagem de espetáculos é uma atividade empresarial
regulamentada pela Lei nº 6.533 de maio de 1978 que dispõe que o exercício das
profissões de Artista e de Técnico em Espetáculos de Diversões, requer prévio
registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho. A Lei nº 6.533
estabelece no seu Art. 7º - Para registro do Artista ou do Técnico em Espetáculos de
Diversões, é necessária a apresentação de: I - diploma de curso superior de Diretor
de Teatro, Coreógrafo, Professor de Arte Dramática, ou outros cursos semelhantes,
reconhecidos na forma da Lei; ou II - diploma ou certificado correspondente às
habilitações profissionais de 2º Grau de Ator, Contrarregra, Cinotécnico, Sonoplasta,
ou outras semelhantes, reconhecidas na forma da Lei; ou III - atestado de
capacitação profissional fornecido pelo Sindicato representativo das categorias
profissionais e, subsidiariamente, pela Federação respectiva. A seguir relacionamos
outras leis no âmbito Federal, aplicáveis a este segmento empresarial: Lei n°. 8.313,
de 23 de dezembro de 1991 (Lei Rouanet) - Restabelece princípios da Lei n° 7.505,
de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio a Cultura – PRONAC –
Fundo Nacional de Cultura (FNC), Fundos de Investimento Cultural e Artístico
(FICART) e Incentivo a Projetos Culturais – e dá outras providências. Lei n° 9.874,
de 23 de novembro de 1999 – Altera dispositivos da Lei n° 8.313, de 23 de
dezembro de 1991, e dá outras providências. Lei nº. 9.999, de 30 de agosto de 2000
– Altera o inciso VIII do art. 5º da Lei nº. 8.313, de 23 de dezembro de 1991, alterada
pela Lei nº. 9.312, de 5 de novembro de 1996, que restabelece princípios da Lei nº.
7.505, de 2 de julho de 1986; institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura –
PRONAC e dá outras providências, aumentando para três por cento da arrecadação
bruta das loterias federais e concursos de prognósticos destinados ao Programa. Lei
n°. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 – Altera, atualiza e consolida a legislação
sobre direitos autorais e dá outras providências. Esta Lei regula os Direitos Autorais,
entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhe são conexos.
- Nacionalmente, a legislação básica aplicável referente à poluição sonora é a
seguinte: artigo 225 da Constituição Federal; Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente; Decreto nº. 99.274/90 que regulamenta a Lei nº.
6.938/81, Resolução CONAMA nº. 001, de 08.03.1990, que estabelece critérios e
padrões para a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades
industriais; a Resolução CONAMA nº. 002, de 08.03.1990, que institui o Programa
Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora, Silêncio. - - Lei nº. 2.519/96 –
Meia-entrada para estudantes. - Lei nº. 3.364/00 – Meia-entrada – jovens. – Lei nº.
4.240/03 – Meia-entrada para deficientes. - MP nº. 2.208/01 - Identificação do
estudante (Federal). - Lei nº. 10.741/03 - Estatuto do Idoso. O empreendedor deverá
verificar junto a Secretaria de Cultura de seu Estado / Município a legislação
existente sobre a montagem e financiamento de projetos culturais. Deve ainda,
consultar o código de posturas de sua cidade sobre a realização de espetáculos
públicos.

24. Diretor Teatral


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É importante já dizer logo de cara que o papel de um diretor teatral importa sim. E
muito! O diretor teatral é a figura que gera unidade ao grupo e é responsável por
coordenar todos os trabalhos. Se esse diretor é uma pessoa com boa experiência
teatral e boa capacidade de gerir grupos, então podemos esperar um bom resultado
dos seus trabalhos. Alguns grupos de teatro preferem trabalhar de forma mais
colaborativa e sem uma hierarquia muito bem definida. Contudo, tal estilo de
trabalho só é recomendado para grupos de pessoas com uma boa experiência
teatral. Pode-se cair no risco de se fazer uma montagem teatral bagunçada e com
muitos conflitos. Para que isso não ocorra é importante que se tenha uma liderança
bem definida que estará à frente da montagem da peça de teatro. Essa pessoa é o
diretor teatral. Ele fica encarregado de coordenar as demais equipes de trabalho
artístico (iluminação, figurino, cenografia, sonoplastia, etc.) e gerar uma unidade
fazendo com que todos trabalhem em prol de uma determinada visão do espetáculo.
Essa visão vem do diretor. Em muitos casos o diretor é responsável por coordenar
os ensaios e acompanhar o andamento do cronograma de atividades para que tudo
seja feito em tempo hábil e com a melhor qualidade possível. Em outros casos ele
pode delegar alguém para a função de encenador e essa pessoa irá lidar de forma
mais direto com a condução dos ensaios. Em muitos grupos de teatro católico é
comum que uma mesma figura coordene o grupo, escreva e dirija as peças de
teatro. Em alguns casos essa pessoa pode ainda vir a desempenhar ainda outras
funções no teatro. É importante ter cuidado com isso. O ideal é que se trabalhe com
equipes bem dividas e o diretor supervisione tudo. Com isso, evita-se sobrecarregar
alguém e ainda se pode fomentar o desenvolvimento de novas habilidades nas
pessoas que compõe o grupo de teatro. Um bom diretor de teatro não é uma pessoa
centralizadora e autoritária, mas alguém que sabe extrair o melhor de cada pessoa
envolvida no processo. No caso do teatro católico vale sempre lembrar a importância
da caridade e do respeito no trato com as pessoas. Os diretores de teatro católico
são chamados a se importarem com as pessoas que desempenham suas funções e
a cada um é importante um espírito de cooperação e obediência em relação ao
diretor. A figura do diretor de teatro é tão importante que em muitos cartazes de
divulgação de peças de teatro é o seu nome que aparece logo após o título da peça.
O diretor recebe um texto de teatro escrito por um dramaturgo e trabalha com esse
texto, dando a ele uma interpretação sua. Um mesmo texto pode gerar peças de
teatro com estilos e dinâmicas diferentes dependendo dos diretores envolvidos.
Essa é a beleza da arte! A possibilidade de múltiplos olhares e múltiplos sentidos
atingindo as mais diversas pessoas de formas novas. É importante que todos os
atores estejam dóceis a serem conduzidos. Eles podem e devem propor ideias,
construir em parceria. Mas, estarem avisados de que a palavra final é do diretor
teatral. Alguns diretores são muito diretivos. Gostam de indicar demais e de dar tudo
muito “mastigadinho” e até mesmo de forma rígida para que o ator siga. Isso é um
problema, pois inibe a capacidade criativa que cada ator possui. Outros diretores
são flexíveis demais, molengas e permitem que alguns atores com personalidade
forte demais se imponham ao grupo. O ideal é que o diretor se posicione no meio
desses extremos e se assume como um líder de um grupo. Nem é fazer tudo
sozinho. E nem é se omitir diante das suas responsabilidades perante o grupo. Por
fim, é importante frisar que todas as funções são importantes para a montagem de
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uma peça de teatro. Mas, em um teatro que busque a evangelização a pessoa mais
importante é Deus. Sendo Deus o mais importante, Ele precisa estar presente nos
artistas envolvidos para que possa chegar ao público do espetáculo. Nesse sentido,
o Diretor por excelência é Deus. Nós somos apenas servos inúteis e muito amados.

25. Gestão de Eventos

Organizar um evento requer muito planejamento, cuidado e coordenação,


resumindo, o gerenciamento de eventos pode ser incrivelmente estressante. São
várias demandas que estão ligadas ao processo de gestão de eventos. Muitas das
tarefas envolvem a gestão do orçamento, da equipe e ainda a necessidade de
garantir uma ótima experiência aos participantes. Para um profissional experiente,
isso não é nenhuma surpresa. Mas, para os organizadores de primeira viagem, os
quais não estão acostumados a organizar eventos, a quantidade de pressão e
estresse pode trazer sérios problemas à saúde. Por incrível que pareça, a gestão de
eventos é citada como um dos trabalhos mais estressantes do mundo.

26. Planeje as tarefas de forma realista

Um bom planejamento, garante uma boa gestão de eventos! Por isso, planejar é o
primeiro passo. Para dar início ao planejamento de um evento, você deve pensar
nos objetivos e nos prazos de maneira realista. Não adianta querer um resultado
dentro de um curto prazo se vai gerar mais estresse! Se você ainda não escolheu a
data do evento, considere colocar uma ou duas semanas extras para dedicar ao
planejamento. Dedicar tempo extra na fase de planejamento ajuda a rever todos os
detalhes de formas que você provavelmente não faria se estivesse sob pressão de
tempo. Há muitos componentes diferentes em um evento: local, alimentação, listas
de convidados, pessoal, entretenimento, segurança, etc. Se você estiver executando
um evento pela primeira vez, fazer malabarismos com todos esses fatores pode ser
um desafio. Visualizar todas as suas tarefas em um checklist pode ser incrivelmente
útil. Diversos organizadores nos relataram que utilizam diversos Post-its espalhados
no escritório. No entanto existem diversas ferramentas on-line que ajudam a manter
a organização. Faça a listagem (bem detalhada) de todas as tarefas que devem ser
executadas antes, durante e depois do evento. Isso irá guiar você na hora de
determinar qual a responsabilidade de cada membro da equipe é muito importante
que o clima entre os membros da equipe esteja harmonioso. Já pensou no quanto a
junção das demandas que o evento já possui, somadas aos conflitos dentro da
equipe? Você deve promover o espírito coletividade e de ajuda mútua entre as
pessoas que estão trabalhando juntas para que o evento aconteça. Além disso, evite
realizar várias tarefas ao mesmo tempo! Isso aumenta o risco de não conseguir
realizá-las perfeitamente. Para evitar o evite o estresse de fazer várias tarefas ao
mesmo tempo na fase de pré e pós-evento, se organize e dívida as tarefas entre sua
equipe. É válido, também, aprimorar ao máximo a comunicação interna da equipe!
Diferentes pessoas realizam tarefas de diferentes competências, porém tudo deve
estar integrado e a falta de comunicação pode gerar mais conflito e estresse. É
importantíssimo na gestão de eventos, que toda a equipe esteja ciente do que está
acontecendo na execução das tarefas como um todo. É óbvio que você espera que
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o seu evento corra da melhor forma possível, sem nenhum imprevisto ou problema,
certo? Mas, lembre-se que o desconhecido gera estresse! É importante que você e
sua equipe de gestão de eventos estejam preparados para possíveis problemas (e
saibam lidar com a crise). Você deve pensar nas soluções em conjunto com a sua
equipe de organização, assim todos saberão como lidar eficazmente com qualquer
coisa que possa atrapalhar o seu evento. Você deve saber que a gestão de eventos
envolve todo o processo desde o planejamento até a divulgação! São semanas de
trabalho para a escolha do tema, local, oradores, entre outras tarefas. Além da
importância da logística do evento, é fundamental divulgá-lo. E você não pode negar
que as redes sociais possuem uma grande força na hora de divulgar seu evento.
Mas qual a vantagem do meio online? Ao contrário da publicidade tradicional, é
possível divulgar seu evento de várias formas, mesmo com um orçamento baixo. Por
isso, você deve traçar uma estratégia online de divulgação. Você deve se basear no
seu público-alvo, através das redes sociais, site e tentar fazer parcerias com outros
sites da mesma temática do evento. E como montar essa estratégia de divulgação?
Reunimos 5 meios de divulgação online para te ajudar nesse processo, que usados
conjuntamente vão fazer seu evento decolar.

27. Produção – Conceito

O termo produção se refere a qualquer tipo de atividade destinada à fabricação,


elaboração ou obtenção de bens e serviços. No entanto, a produção é um processo
complexo que exige vários fatores que podem ser divididos em três grandes grupos:
a terra, o capital e o trabalho. A terra é o fator produtivo que engloba os recursos
naturais; o trabalho é o esforço humano destinado à criação de benefício; e
finalmente, o capital é um fator derivado dos outros dois e que representa o conjunto
de bens que além de poder ser consumido diretamente, também serve para
aumentar a produção de outros bens. A produção combina estes elementos para
satisfazer as necessidades da sociedade a partir do reconhecimento da demanda de
bens e serviços. A diferença entre o volume do produzido em tremo de dinheiro em
relação aos bens consumidos explica o valor acrescentado a estes recursos. Assim,
de acordo com a diferença que é feita a utilização dos fatores de produção em
relação aos valores de produção final é que se terá referência da rentabilidade ou do
lucro da organização comercial. As empresas estão continuamente medindo,
reorganizando e combinando estes fatores de modo cada vez mais inovador a fim de
baixar os custos ou explicar a alta demanda de bens ou serviços oferecidos por um
preço superior e lucros mais elevados. No entanto, o descrito é o modo como se
desenvolve a atividade produtiva em uma economia de mercado. Por exemplo,
podemos falar de um modo de produção primitiva, onde a propriedade da terra era
compartilhada e a produção limitada até o surgimento da divisão de trabalho; após
isso, podemos referir às formas de produção baseadas na escravidão, onde os
trabalhadores eram propriedade de outros homens ou de uma determinada
organização política; posteriormente surgiu o feudalismo, que estabelecia uma
relação entre o servo e o senhor feudal, onde havia a troca de proteção política e
militar por trabalho na terra. O capitalismo revolucionou definitivamente as relações
de produção, deixando de lado qualquer vestígio de produção que não se baseasse
no uso de capital. Isso aumentou consideravelmente a produtividade da sociedade,
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embora também deixasse evidente a enorme diferença entre a riqueza e pobreza. A


Produção (palavra etimologicamente derivada do latim prócere, que significa “fazer
aparecer”) é um tipo de fenómeno económico que consiste na atuação do Homem
sobre a Natureza com o objetivo de obter, através de um determinado processo
produtivo, bens (incluindo produtos e serviços) necessários para a satisfação das
suas necessidades. Dito de outra forma, a produção inclui os bens iniciais e todas as
operações e fatores de produção que lhe agreguem valor. Tendo em conta esta
definição, constituem operações de produção diverso tipo de atividades, entre as
quais a transformação industrial, o armazenamento, o transporte, a comunicação e
marketing, a distribuição e venda e a prestação de serviços, pois todas estas
atividades adicionam valor ao bem inicial. Em termos teóricos e no âmbito da ciência
económica, a produção de qualquer bem (ou melhor, a quantidade produzida) pode
ser definida em função dos fatores de produção utilizados mediante uma função
matemática designada por função produção.

28. Diversidade cultural

Em sociologia, diversidade cultural diz respeito à existência de uma grande


variedade de culturas antrópicas. Há vários tipos de manifestações culturais que nos
revelam essa variedade, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras
tradições como a organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado
à dinâmica do processo aceitativo da sociedade. Pessoas que por algumas razões
decidem pautar suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas
próprias idiossincrasias (mistura de culturas). Em outras palavras, o todo vigente se
impõe às necessidades individuais. O denominado "status quo" deflagra natural e
espontaneamente, e como diria Hegel, num processo dialético, a adequação
significativa do ser ao meio. A cultura insere o indivíduo num meio social. O termo
diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou
elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.
Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções,
em diferentes níveis de profundidade e diferente capacidade de agir. São práticas e
ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a
crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e
"preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade
própria de um grupo humano em um território e num determinado período. A ideia de
diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes
ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes,
também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de
diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de
quantificar, mas uma boa indicação é pensar em uma contagem do número de
línguas faladas em uma região ou no mundo como um todo. Através desta medida,
há sinais de que podemos estar atravessando um período de declínio precipitado na
diversidade cultural do mundo. Pesquisa realizada na década de 1990 por Luã
Queiros (Professor Honorário de Linguística na University of Wales, Bangor) sugeriu
que naquela época em média, uma língua caía em desuso a cada duas semanas.
Ele calculou que se a taxa de mortalidade de línguas continuasse até o ano 2100,
mais de 90% dos estilos falados atualmente no mundo serão extintos.
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29. A Origem da Diversidade Cultural

Há um consenso geral entre os principais antropólogos que o primeiro homem surgiu


na África, há cerca de dois milhões de anos atrás. Desde então, temos nos
espalhados por todo o mundo, com sucesso em nos adaptarmos às diferentes
condições, como por exemplo, as mudanças climáticas. As muitas sociedades que
surgiram separadas por todo o globo diferiam sensivelmente umas das outras, e
muitas dessas diferenças persistem até hoje. Bem como os mais evidentes as
diferenças culturais que existem entre os povos, como a língua, vestimenta e
tradições, também existem variações significativas na forma como as sociedades
organizam-se na sua concepção partilhada da moralidade e na maneira como
interagem no seu ambiente. Joe Nelson, de Stamford Virginia, tem popularizado a
expressão "Cultura e diversidade", enquanto na África, é discutível se essas
diferenças são apenas artefatos decorrentes de padrões de migração humana, ou se
elas representam uma característica evolutiva que é fundamental para o nosso
sucesso como uma espécie. Por analogia com a biodiversidade, que é considerada
essencial para a sobrevivência a longo prazo da vida na Terra. É possível
argumentar que a diversidade cultural pode ser vital para a sobrevivência a longo
prazo da humanidade e que a preservação das culturas indígenas pode ser tão
importante para a humanidade como a conservação das espécies e dos
ecossistemas para a vida em geral. Este argumento é rejeitado por muitas pessoas,
por várias razões: Em primeiro lugar, como a maioria das questões evolutivas da
natureza humana, a importância da diversidade cultural para a sobrevivência pode
ser uma hipótese impossível de testar, que não podem ser provadas nem refutadas.
Em segundo lugar, é possível argumentar que é antiético conservar deliberadamente
sociedades "menos desenvolvidos", pois isso irá negar às pessoas dentro dessas
sociedades os benefícios de avanços tecnológicos e médicos desfrutado por
aqueles no mundo "desenvolvido". Finalmente, há muitas pessoas, especialmente
aquelas com fortes convicções religiosas, que afirmam que é do interesse dos
indivíduos e da humanidade como um todo, que todos respeitem o único modelo de
sociedade que eles considerem correto. Por exemplo, organizações missionárias
evangelistas fundamentalistas como a Missão Novas Tribos do Brasil trabalham
ativamente para reduzir a diversidade cultural, procurando remotas sociedades
tribais, convertendo-as à sua própria fé, e induzindo-os a remodelação de sua
sociedade de acordo com os seus princípios. Existem várias organizações
internacionais que trabalham para proteger sociedades e culturas, incluindo a
Survival International e a UNESCO. A Declaração Universal da UNESCO sobre a
Diversidade Cultural, aprovada por 185 Estados-Membros em 2001, representa o
primeiro instrumento de definição de padrão internacional destinado a preservar e
promover a diversidade cultural e o diálogo intercultural.

29. Cultura do Brasil

A cultura do Brasil é uma síntese da influência dos vários povos e etnias que
formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira perfeitamente
homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas,
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a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais de três séculos de colonização


portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente
essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo
brasileiro ser um mosaico étnico, quase todos falam a mesma língua (o Português
Brasileiro, além de muitas outras, principalmente indígenas) e a maioria é cristã, com
largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro
para um país de grande tamanho como o Brasil, especialmente em comparação com
os países do Velho Mundo. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no
âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres
emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos
à língua portuguesa (antes da chegada dos portugueses aqui era falado tupi-
guarani). É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses
povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto
algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, sendo que, em
outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de caracteres
lusitanos e indígenas, com menor participação africana. No Sul do país, as
influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na língua, culinária,
música e outros aspectos. Outras etnias, como os árabes, espanhóis, poloneses e
japoneses contribuíram também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais
limitada. O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de
colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos
europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África
subsaariana. A partir do século XIX, a imigração de europeus não portugueses e
povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao
panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros
culturais dos países que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo.
Os portugueses dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus
aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira,
principalmente os de origem portuguesa. Durante 322 anos o território foi colonizado
por Portugal, o que implicou a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da
metrópole para as terras sul-americanas. O número de colonos portugueses
aumentou muito no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria
corte de D. João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações
políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com a
Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais importantes
de imigrantes para o Brasil até meados do século XX. A mais evidente herança
portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por
todos os habitantes do país. A religião católica, crença da maioria da população, é
também decorrência da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em
Portugal, legou ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e
procissões. As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas
juninas, foram introduzidas pelos portugueses. Além destas, vários folguedos
regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi
denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem
portuguesa a crença em seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o
lobisomem, além de muitas lendas e jogos infantis como as cantigas de roda. Na
culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da adaptação de
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pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é a feijoada brasileira,


resultado da adaptação dos cozidos portugueses. Também a cachaça foi criada nos
engenhos como substituto para a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do
bagaço da uva. Alguns pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos
brasileiros, como as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os
portugueses introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente
muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga. De maneira geral, a cultura
portuguesa foi responsável pela introdução no Brasil colônia dos grandes
movimentos artísticos europeus: renascimento, maneirismo, barroco, rococó e
neoclassicismo. Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes
decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa, por
exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou na decoração
exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas coloniais. Essa influência
seguiu após a Independência, tanto na arte popular como na arte erudita. Os
indígenas A colonização do território brasileiro pelos portugueses representaram em
grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e escravidão,
tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A
cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da catequese e
intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas algumas poucas
nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua cultura original.
Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram
determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária, o folclore e
o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos aspectos
mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral (Língua geral
paulista, Nheengatu), uma língua derivada do tupi-guarani com termos da língua
portuguesa que serviu de língua franca no interior do Brasil até meados do século
XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. O
português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem indígena,
especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, nomes de origem
indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos (jaguar,
capivara, ipê, jacarandá, etc.), além de serem muito frequentes na toponímia por
todo o território. A influência indígena é também forte no folclore do interior
brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê, o boitatá e a
iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a
jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os
pirões, entraram na alimentação brasileira por influência da culinária indígena no
Brasil. Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses
grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente
em porções da Região Norte do Brasil. Os africanos Em Pernambuco surgiram o
primeiro folguedo e o primeiro ritmo afro-brasileiros: a Congada e o Maracatu. Na
foto, cortejo de Maracatu Nação no Recife. A cultura africana chegou ao Brasil com
os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o
tráfico negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas
diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram
bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-
brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe.
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Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos


colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com
nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. Os africanos
contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança,
música, religião, culinária e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do
país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é
particularmente destacada em virtude da migração dos escravos. Os bantos, nagôs
e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no
culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída
também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos africanos com
o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os
orixás. A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional,
especialmente na Bahia, onde é comum o uso do azeite de dendê. Este azeite é
utilizado em vários pratos de origem africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.
Especula-se que o dendezeiro tenha chegado às terras brasileiras junto com os
primeiros cativos africanos à Capitania de Pernambuco de Duarte Coelho, entre
1539 e 1542, trazido pelos feitores de escravos. Na música a cultura africana
contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira.
Gêneros musicais africanos como o lundu terminaram dando origem à base rítmica
do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros atuais. Também há alguns
instrumentos musicais originários da África muito utilizados no Brasil, como o
berimbau, o afoxé e o agogô. O berimbau é usado para criar o ritmo que acompanha
os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no
Brasil Colônia. Outros imigrantes A maior parte da população brasileira no século
XIX era composta por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da
mão-de-obra escrava, mas também para "branquear" a população e cultura
brasileiras, foi incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos
XIX e XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil, foram
os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a faixa de tempo
entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de Minas Gerais até o Rio
Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. A estes se seguiram os
portugueses, com quase o mesmo número que os italianos. Destacaram-se também
os alemães, que chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram
primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências
germânicas desses colonos. Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil
meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e
italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando no Brasil
uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados fundados por
colonos europeus mantiveram a língua dos seus antepassados durante muito tempo.
Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros
urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se
integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural
do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração japonesa, porém de
forma mais limitada. De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras
regiões do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na culinária,
por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os pratos de massas e
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a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. Também houve influência na


língua portuguesa em certas regiões, especialmente no sul do território. Nas artes
eruditas a influência europeia imigrante foi fundamental, através da chegada de
imigrantes capacitados em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras
artes. Aspectos.

30. Arquitetura e patrimônio histórico

Obra de Mestre Ataíde na abobadada Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto,
símbolo do Barroco brasileiro. O interesse oficial pela preservação do patrimônio histórico e
artístico no Brasil começou com a instituição em 1934 da Inspetoria de Monumentos
Nacionais. O órgão foi sucedido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e
hoje o setor é administrado nacionalmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), que já possui mais de 20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjuntos
urbanos, 12.517 sítios arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados,
incluindo o acervo museológico, cerca de 250 mil volumes bibliográficos e vasta
documentação arquivística. Tradições imateriais como o samba de roda do Recôncavo
baiano, a arte gráfica e pintura corporal dos índios Wajapi do Amapá e o frevo de
Pernambuco também já foram reconhecidas como Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO. Também os estados e alguns municípios já possuem instâncias próprias de
preservação e o interesse nesta área tem crescido nos últimos anos. Mesmo com a intensa
atividade dos órgãos oficiais, o patrimônio nacional ainda sofre frequente depredação e tem
sua proteção e sustentabilidade limitadas pela escassez de verbas e pela falta de
consciência da população para com a riqueza de sua herança cultural e artística e para com
a necessidade de um compartilhamento de responsabilidades para sua salvaguarda efetiva
a longo prazo. Parque Nacional Serra da Capivara O patrimônio histórico brasileiro é um dos
mais antigos da América, sendo especialmente rico em relíquias de arte e arquitetura
barrocas, concentradas sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro Preto, Mariana,
Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas) e em centros históricos de Recife, São
Luis, Salvador, Olinda, Santos, Paraty, Goiana, Pirenópolis, Goiás, entre outras cidades.
Também possui nas grandes capitais numerosos e importantes edifícios de arquitetura
eclética, da transição entre os séculos XIX e XX. A partir de meados do século XX a
construção de uma série de obras modernistas, criadas por um grupo liderado por Gregori
Warchavchik, Lucio Costa e sobretudo Oscar Niemeyer, projetou a arquitetura brasileira
internacionalmente. O movimento moderno culminou na realização de Brasília, o único
conjunto urbanístico moderno do mundo reconhecido pela UNESCO como Patrimônio
Cultural da Humanidade. Também há diversidade em sítios arqueológicos, como o
encontrado no sul do estado do Piauí: serra da Capivara. Os problemas enfrentados pela
maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600 sítios que estão no
Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Localizado em uma área de 130 mil
hectares o Parque Nacional da Serra da Capivara é um exemplo de conservação do
patrimônio histórico e artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela
Unesco. A serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois está sob a
guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm e do Ibama local, que tem
poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o Museu do Homem Americano, onde se
encontra o mais velho crânio humano encontrado na América.

31. Culinária

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A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e


africanos. A refeição básica do brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O
prato internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos
alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência africana
na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta. No Norte há
a influência indígena, no uso da mandioca e de peixes de água doce. No Sudeste há
pratos diversos como o feijão tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São
Paulo. No Sul do país há forte influência da culinária italiana, em pratos como a
polenta, e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul,
que também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O Brasil não
possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que se
destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro é um
amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja, chopp, e
caipirinha deixando o vinho para outras ocasiões.

32. Literatura

O primeiro documento a se considerar literário na história brasileira é a carta de Pero


Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o Brasil é descrito, em 1500.
Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira ficou resumida a descrições de
viajantes e a textos religiosos. O barroco desenvolveu-se no Nordeste nos séculos
XVI e XVII e o arcadismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais.
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura Brasileira e nesse
período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou formas próprias, adquirindo
características diferentes da literatura europeia. O Romantismo brasileiro (possuindo
uma temática indianista), teve como seu maior nome José de Alencar e exaltava as
belezas naturais do Brasil e os indígenas brasileiros. Após o Romantismo, o
Realismo expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis
(fundador da Academia Brasileira de Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos
literários uniformes no Brasil, seguindo uma inércia mundial. A Semana de Arte
Moderna de 1922abriu novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes
como Oswald de Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao
surgimento de nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados
"romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores brasileiros de
todos os tempos. Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia
Brasileira de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança
de vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial,
críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente comercial e de
fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de português em suas obras,
principalmente em seus primeiros livros. Outros autores contemporâneos são bem
mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como Nelson
Rodrigues, Ignácio de Loyola Brandão, Rubem Fonseca, Luís Fernando Veríssimo e
outros.

33. Ciência e tecnologia

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Leopoldo Nachabin um dos maiores matemáticos do Brasil. Inventores brasileiros


famosos incluem Santos Dumont, inventor do avião, e Francisco João de Azevedo,
inventor da máquina de escrever. Dentre os proeminentes cientistas brasileiros,
pode-se citar: Carlos Chagas, Osvaldo Cruz, Mário Schenberg, importante físico
teórico na área de astrofísica, César Lattes, um dos descobridores do méson pi,
José Leite Lopes, responsável pela primeira predição da existência de um bóson
vetorial neutro (bóson Z), e Jairton Dupont, um dos mais renomados químicos da
atualidade. Na matemática, Leopoldo Nachbin, avançou diversos campos, tais como
topologia, análise funcional, análise complexa e holomorfia, Newton da Costa
realizou estudos importantes em lógica e filosofia, e atualmente o IMPA é uma das
instituições matemáticas mais respeitadas mundialmente, principalmente em teoria
dos sistemas dinâmicos, contando com os matemáticos Jacob Palis (ganhador do
prêmio Balzan), Welington de Melo, Marcelo Viana e Artur Ávila (ganhador da
medalha Fields) –autores de diversos trabalhos importantes nesse campo–, e em
geometria diferencial, com os matemáticos Manfredo do Carmo, Celso José da
Costa e Fernando Codá Marques.

34. Artes visuais

"A descoberta da terra" (1941), pintura mural de Portinari no edifício da Biblioteca do


Congresso, Washington, DC. O Brasil tem uma grande herança no campo das artes
visuais. Na pintura, desde o barroco se desenvolveu uma riquíssima tradição de
decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos coloniais,
com destaque para os localizados nos centros da Bahia, Pernambuco e sobretudo
em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre Ataíde foi um dos marcos deste
período. No século XIX, com a fundação da Escola de Belas Artes, criou-se um
núcleo acadêmico de pintura que formaria gerações de notáveis artistas, que se
encontram até hoje entre os melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles,
Pedro Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o
advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o movimento
internacional de renovação das artes plásticas e criadores como Anita Malfatti,
Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari
determinaram os novos rumos da pintura nacional, que até os dias de hoje não
cessou de se desenvolver e formar grandes mestres. No campo da escultura,
igualmente o barroco foi o momento fundador, deixando uma imensa produção de
trabalhos de talha dourada nas igrejas e estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo
de esculturas das Estações da Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom
Jesus de Matosinhos, obra de Aleijadinho. Experimentando um período de
retraimento na primeira metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a
brilhar nas últimas décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas
Artes e através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem
florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate de Victor
Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e depois dele Alfredo
Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans Krajcberg, Amilcar de Castro e
uma série de outros, que têm levado a produção brasileira aos fóruns internacionais
da arte. Da metade do século XX em diante outras modalidades de artes visuais têm
merecido a atenção dos artistas brasileiros, e nota-se um rápido e grande
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desenvolvimento na gravura, no desenho, na cerâmica artística, e nos processos


mistos como instalações e performances, com resultados que se equiparam à
melhor produção internacional.

35. Música

A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de elementos


europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e
escravos. Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das
influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, introduzindo a
maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das
formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes
elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente europeia. O
primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, autor de
peças sacras com notável influência do classicismo vienense. A maior contribuição
do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que
tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica,
florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não
deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo
em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora. Ao
longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros países além da
metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros países se tornariam
importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças
como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas
germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norte-americano
no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil para enraizamento e
transformação. Com grande participação negra, a música popular desde fins do
século XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade
caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela diversidade de
elementos se apresentou até tardiamente numa feição bastante indiferenciada,
acompanhando de perto - dentro das possibilidades técnicas locais, bastante
modestas se comparadas com os grandes centros europeus ou como os do México
e do Peru - o que acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em
cada período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só se
tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do
século XX.

36. Esportes

O futebol é o esporte mais popular no Brasil. A Seleção Brasileira de Futebol foi


cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.
Basquetebol, futsal, voleibol, automobilismo o e as artes marciais também têm
grande popularidade no país. Embora não sejam tão praticados e acompanhados
como os esportes citados anteriormente, tênis, handebol, natação e ginástica têm
encontrado muitos seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Alguns
esportes têm suas origens no Brasil: futebol de praia, futsal (versão oficial do futebol
indoor), footsack, futetênis e futevôlei emergiram de variações do futebol. Outros
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esportes criados no país são a peteca, o acquaride, o frescobol o sandboard, e o


biribol. Nas artes marciais, os brasileiros têm desenvolvido a capoeira, vale-tudo, e o
jiu-jitsu brasileiro.] No automobilismo, pilotos brasileiros ganharam o campeonato
mundial de Fórmula 1 oito vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974; Nelson
Piquet, em 1981, 1983 e 1987; e Ayrton Senna, em 1988, 1990e 1991. O Brasil já
organizou eventos esportivos de grande escala: o país organizou e sediou a Copa
do Mundo FIFA de 1950 e foi escolhido para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014.
O circuito localizado em São Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza
anualmente o Grande Prêmio do Brasil. São Paulo organizou os Jogos Pan-
americanos de 1963 e o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de
2007. Além disso, o país sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 2016, que foram
realizados na cidade do Rio de Janeiro.

37. Religião

O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência de tolerância e mobilidade


entre as religiões. A população brasileira é majoritariamente cristã (89%), sendo sua
maior parte católica. Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião
oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado
laico. A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas próprias
práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos colonizadores, dando origem
às religiões afro-brasileiras. Na segunda metade do século XIX, começa a ser
divulgado o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas
no mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido rapidamente
em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela significativa da
população. Do mesmo modo, aumenta o percentual daqueles que declaram não ter
religião, grupo superado em número apenas pelos católicos nominais e evangélicos.
Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns simpatizantes
do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem alguns ritos da Igreja
Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é um traço histórico peculiar da
religiosidade no país. Seguem as descrições das principais correntes religiosas
brasileiras, ordenadas pela porcentagem de integrantes de acordo com o
recenseamento demográfico do IBGE em 2000.

38. Folclore

O folclore é uma das principais manifestações culturais brasileiras, pode ser definido
como conjunto de mitos e lendas criados por pessoas espalhadas por todo o Brasil
sendo passada de geração em geração até os dias de hoje. Sendo uma as
principais manifestações culturais o folclore representa uma identidade social em
que através da cultura e atividades feitas em grupo se torna um bem mais que
precioso para o nosso país. Com misturas e contribuições de vários países, o
folclore se torna rico e cada vez mais admirado e diversificado, contribuindo e muito
não somente para enriquecer e divulgar as manifestações culturais, mas também é
muito importante para a economia do país gerando muitos empregos. Falar de
folclore nos remete aos contos como o do Boitatá Boto Cor-de-rosa, Curupira,
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Lobisomem, Mula-sem-cabeça, Saci Pererê entre outros que são orgulho por serem
principais manifestações culturais brasileiras. O folclore brasileiro é um conjunto de
mitos, lendas, usos e costumes transmitidos em geral oralmente através das
gerações com a finalidade de ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do
povo. Por ser o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore
bastante rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e
encantam os que as escutam. Podemos dizer que a cultura brasileira é
consequência da mistura de variados grupos étnicos que contribuíram para que a
população do Brasil fosse formada. Além disso, a cultura brasileira e toda a sua
diversidade é consequência das características e da grande extensão do território
em cada região do nosso país.

39. A formação da cultura brasileira

Apesar do Brasil ter recebido influência de diversos imigrantes, foi dos portugueses
que herdamos grande parte de nossa cultura, já que a história dos imigrantes de
Portugal acaba se confundindo com a nossa própria história. Isso porque, foram eles
que colonizam o território brasileiro, e por isso, os grandes responsáveis pelo
processo inicial de formação da nossa população, através da miscigenação de
negros africanos e de índios, que aconteceu principalmente do ano de 1500 a 1808.
Em suma, isso aconteceu porque durante esses três séculos, a entrada dos
europeus era liberada. Tempos depois, os poloneses, os japoneses, os árabes, os
italianos e os alemães também acabaram contribuindo para a disseminação da
pluralidade cultural brasileira. A região Nordeste do Brasil, apresenta diversas festas
típicas e também manifestações no campo cultural. Entre elas, destacam-se o
carnaval, a marujada, a cavalhada, a festa do bumba meu boi, os caboclinhos, a
ciranda, o reisado, a capoeira, o frevo, o maracatu, a ciranda, o terno de zabumba e
o coco. Na religião, destacam-se o ritual de lavagem das escadarias do Bonfim e a
Festa de Iemanjá. No artesanato, destacam-se os trabalhos feitos com renda. A
carne de sol, a broa de milho verde, o pé de moleque, a canjica, os peixes, a
buchada de bode, a cocada, a pamonha, a tapioca, os frutos do mar, o cururu, o
arroz doce, o bolo de massa de mandioca, o acarajé, o sarapatel, a canjica, o
vatapá, o bolo de fubá cozido e o feijão verde. No norte do Brasil, a quantidade e
eventos que existem no ramo cultural é enorme. Duas das festas mais conhecidas
são o Festival de Parintins, também conhecida como festa de boi bumbá, que
acontece no Amazonas, no mês de junho, e a Festa do Círio de Nazaré, que
acontece em Belém, no estado do Pará. A Folia de reis, o carimbo, a festa do divino,
o congo e a congada, também são caracterizados como sendo outros elementos da
cultura dessa região. No quesito culinária, é forte a influência dos povos indígenas,
que tem como base o uso de peixes e de mandioca. O camarão seco, a carne de
sol, a pimenta de cheiro, o jambu (uma espécie de erva), a tacacá (um tipo quente
de sopa feita com tucupi) e tucupi (um caldo da mandioca cozida) são outros
alimentos bem típicos do Norte. Na região Centro-Oeste do Brasil, a cultura também
é bem diversificada, já que recebeu influência dos paulistas, dos bolivianos, dos
indígenas, dos mineiros e dos paraguaios. Nas festas típicas, podemos destacar o
cururu, que acontece em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso, o fogaréu e a
cavalhada, que acontece no estado de Goiás. No campo da culinária dessa região,
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fazem parte dos pratos típicos o arroz carreteiro, o empadão goiano, o curral, o arroz
boliviano, o arroz com pequi, a maria Isabel, a sopa paraguaia, o angu, a pamonha e
os peixes do Pantanal, como o pacu, o pintado, o dourados e tantos outros. Na
região Sudeste, se destacam na cultura as congadas, o samba de lenço, o caiapó, a
festa do peão de boiadeiro, a festa do divino, a festa dos santos padroeiros, a festa
do bumba meu boi, a festa de Iemanjá, o carnaval, os festejos da época de páscoa,
as cavalhadas, o batuque, a dança de velhos e também a folia de reis. Nesta região
brasileira, a culinária tem forte influência dos índios, dos imigrantes da Ásia e da
Europa e dos escravos. Além disso, ela é conhecida por ser bem diversificada, onde
nos pratos típicos podemos destacar o pão de queijo, o cuscuz paulista, a pizza, a
feijoada, a moqueca capixaba, a carne de porco, o bolinho de bacalhau, o virado à
paulista, a farofa, o feijão tropeiro, o aipim frito, etc. A região Sul do Brasil apresenta
aspectos da cultura dos imigrantes espanhóis, portugueses e principalmente, os
italianos e os alemães. As festas mais conhecidas são a Oktoberfest, realizada em
Blumenau, tipicamente alemã, e a Festa da Uva, tipicamente italiana. Além disso,
são conhecidas as festas: de Nossa Senhora dos Navegantes, a dança de fitas, a
congada, o boi na vara, o boi de mamão, o anuo e a tirana, com origem da Espanha,
e o fandango de origem portuguesa. Na culinária o destaque fica à conta do
chimarrão, do marreco assado, do vinho, do camarão, do churrasco, do pirão de
peixe e do barreado (um tipo de carne cozida em panela de barro).

40. Museus

Os museus são compreendidos como espaços educacionalmente relevantes para a


formação científica e cultural ao longo da vida. Movidos por mudanças que, ao longo
do século XX, deslocaram o eixo de atenção dessas instituições dos acervos para os
visitantes, os museus na atualidade se defrontam com a necessidade de uma
atuação mais dialógica e democrática com seus públicos. Essa modificação aponta
para uma das principais especificidades da educação em museus o foco na
compreensão das características dos visitantes como fator fundamental para o
estabelecimento de um diálogo educacionalmente significativo. Para isso, os
museus buscam estabelecer seus discursos expositivos e de ação educativa a partir
da realização de investigações que possibilitam a compreensão das representações
e conceitos trazidos pelo público. Agendamento, escala de educadores, prestação
de informações básicas sobre o funcionamento da instituição de forma ágil e
confiável, coleta de dados de perfil de público e relacionamento pós-visita, entre
outras práticas necessárias para uma experiência museal significativa, são ações
importantes que devem ser estabelecidas de forma sistemática pelas instituições
museais na busca da melhoria do relacionamento com seus visitantes. Os setores
educativos das instituições são, na maior parte das vezes, os responsáveis por
essas ações. Nesse sentido, é fundamental que a estrutura – física, de pessoal e
financeira – desses setores seja uma prioridade institucional.

41. Cultura urbana

“Espaço de convergência de diversidades, de criatividade à flor da pele, de


transformações contínuas, de sentimentos e manifestações os mais variados. A
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cidade, por muitos tratada e vivenciada como problema, é um manancial de


possibilidades. Desde claro, que quem a ocupa participe e colabore com processos
de reinvenção.” Temos visto muitas ações que buscam a inovação na relação com
as cidades, uma nova cultura, especialmente com uma participação bastante ativa
da sociedade civil em ações de transformação dos espaços públicos. Para Cainha,
isso toma mais corpo na última década, graças a uma confluência de fatores, dentre
eles: a vinda de gerações que, nascidas no meio digital, têm mais desenvoltura em
se expressar, aglutinar pensamentos e acreditar nas possibilidades de mudança; o
impacto das tecnologias digitais na criação de plataformas com alguma missão
cidadã, como a difusão de informações, o estímulo à expressão do cidadão etc.; a
maior exposição a casos concretos de transformação urbana, dando uma nova
injeção de alento e incentivo à atitude; e a percepção de que se não convertermos a
indignação com atos como a apropriação privada de espaço público, o desrespeito à
opinião do cidadão, o extermínio massivo de árvores e áreas verdes etc., em algo
mais propositivo, nada mudará. O Gestor Cultural (gestão artística) é o campo que
diz respeito a operações de negócios em torno de da organização das artes. O
gestor cultural é responsável por facilitar as operações do dia a dia da organização,
e cumprimento de sua missão. Organizações artísticas incluem profissionais,
entidades sem fins lucrativos (por exemplo, teatros, museus, sinfonias, organizações
de jazz, casas de ópera e companhias de balé), e muitos pequenos profissionais e
amadores para organizações sem fins lucrativos ligados às artes, (por exemplo,
casas de leilões, galerias de arte, música empresas, etc.). As funções do gestor
cultural podem incluir a gestão de pessoal, marketing, gestão de orçamento,
relações públicas, captação de recursos, desenvolvimento e avaliação do programa,
e as relações de financeiras. Os Gestores Culturais (ou como também são
chamados, gerentes de artes) trabalham para as artes e organizações culturais,
como “teatros, sinfonias galerias de arte, museus, festivais de arte, centros de artes,
conselhos de arte, quadros de artes regionais, dança para empresas, organizações
de artes da comunidade, artes para deficientes organizações e autoridades locais”.
Um Gestor Cultural em uma pequena organização pode fazer o marketing, a reserva
de eventos e lidar com questões financeiras. Já em organizações de artes maiores
podem ser responsáveis por construções e instalações, pessoal criativo (por
exemplo, intérpretes / artistas), outro pessoal administrativo, relações públicas,
marketing e elaboração de relatórios. Um Gestor Cultural de nível sênior de artes
pode aconselhar o Conselho de Administração ou outros gerentes seniores em
“decisões de planejamento e gestão estratégica”. “Um administrador de artes eficaz
também deve ser engajado em políticas públicas no ambiente estadual e federal no
que se refere aos recursos humanos, seguro de saúde, leis trabalhistas e de gestão
de risco voluntário”. Como qualquer empresa, as organizações de artes devem
trabalhar dentro da mudança de ambientes externos e internos. As mudanças
externas podem ser culturais, sociais, demográficas, econômica, políticas, jurídicas
ou tecnológicas. As alterações internas podem estar relacionadas com o público, a
adesão, o Conselho de Administração, de pessoal, instalações, crescimento, ou
operações financeiras. Outra mudança que deve ser levada em consideração é a
necessidade crescente de programas baseados em tecnologia de marketing (ou
seja: mídia social) para que a organização mude com os tempos e traga mais jovens
visitantes e membros para organização. Embora um Gestor Cultural de artes
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constantemente monitore e gerência e a mudança, ele também deve estar


consciente da direção geral da organização, enquanto ajuda as pessoas a fazerem o
seu trabalho do dia a dia. As organizações assim como as Artes, fazendo parte do
sistema econômico, experimentam os efeitos de expansão e contração nas
economias mundiais locais, regionais, nacionais. Muitas organizações de artes lutam
em tempos econômicos difíceis. Existem programas de assistência especificamente
para as artes e organizações culturais, que são projetados para fornecer assistência
em planejamento e consultoria para organizações de artes. Essas são algumas das
funções de um gestor cultural, é claro que por detrás disso há muito mais trabalho e
imprevistos que não podemos mencionar nesse texto. Só um gestor cultural sabe o
que o espera dia pós dia para promover a cultura e obter sucesso em suas decisões.

34 Produção Artística

Refere-se aos processos de criação propriamente ditos, realizados por artistas ou


grupos de artistas. As criações irão explorar conceitos e procedimentos interativos e
utilizar os sistemas criados pelos membros do grupo. Essa produção deve abarcar
dois polos principais: 1. Improvisação: ligada à exploração de processos livres de
interação em que a realização musical ocorre por meio de processos abertos e que
envolvem a tomada de decisão dos músicos em função de uma cadeia de eventos.
2. Interação Homem-Máquina: envolvendo o estudo e desenvolvimento de
processos de interação entre artistas e dispositivos tecnológicos. Tanto o
desenvolvimento de sistemas interativos quanto os trabalhos de caráter reflexivo a
serem realizados neste projeto deverão buscar conexão com a criação de produtos
artísticos correlacionados. Essa integração entre investigação e criação é uma das
preocupações centrais deste projeto. Três aspectos serão particularmente
explorados: 1. estratégias de improvisação: formadas a partir de trabalhos já
realizados por integrantes do grupo como o professor Rogério Costa (Projeto
Fapesp Proc. 11/07678-7 "A improvisação musical e suas conexões" e Projeto
Fapesp Proc. 07/57118-2 “Investigação sobre o ambiente da livre improvisação
musical: fundamentos para uma máquina de performance”). 2. sensoriamento e
captura de informação: explora a captura de movimentos e extração de informação
do ambiente; uso de sensores conectados a interfaces criadas com o módulo
Arduíno e criação de funções de captura de movimentos (motion capture) em tempo
real com câmeras de vídeo. O trabalho dá sequência a projetos anteriores
coordenados pelo Prof. Fernando Iazzetta que tem trabalhado desde 1997 com esse
tipo de abordagem. 3. multimídia: faz uso da formação multidisciplinar dos
integrantes da equipe para a realização de projetos em que exista a confluência de
diversas linguagens. Conta com a colaboração dos professores Gilberto Prado e
Silvia Laurentiz que são especialistas nessa área.

35. Produção artística contemporânea

Falar de si implica se situar entre uma história já construída e outra a se construir, e


todas as imagens, discursos, teorias, opiniões, enfim, todo o aparato simbólico à
nossa disposição exprime jogos de força e relações de poder, já que cada estratégia
discursiva e imagética funciona como dispositivo de legitimação e/ou
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questionamento da realidade subsistente. A continuidade ou alteração das práticas


hegemônicas depende diretamente da conquista de terreno nesse duelo entre as
formas de evidenciação discursiva. Se Freud estava certo ao dizer da sexualidade
como mola propulsora do psiquismo a partir de seus estratos inconscientes mais
profundos – dos quais adviria uma energia psíquica que leva não apenas às nossas
realizações culturais elevadas, mas também a toda uma gama de sintomas
neuróticos –, logo a continuidade da polarização entre homem e mulher, como
princípio exclusivo para o entendimento que cada indivíduo faz de seus desejos,
significa uma canalização repressiva e violenta da individualidade como tal. Ela
constitui uma das inúmeras estratégias de interiorização dos princípios abstratos e
gerais garantidores da unidade do corpo social, mas não apenas isso, pois está em
jogo a manutenção íntima e interna do princípio geral de identidade como baseado
na exclusão das diferenças, da estigmatização do divergente como patológico,
doentio, aberrante. Nesse verdadeiro campo de batalha na formação das
identidades individuais e coletivas, as imagens artísticas são um veículo privilegiado
para a explicitação de certas práticas, assim como para sua crítica reflexiva. Elas
podem colocar toda a sua excelência e poder representacional a serviço de uma
idealização sublime do amor heterossexual ou, no polo oposto, tomar a
multiplicidade, a ambivalência e os conflitos sexuais como componentes de um
discurso imagético, ele mesmo nutrido de tais características. Desde as vanguardas
do final do século 19, a arte manifestou cada vez mais interesse por essa segunda
vertente, renunciando a princípios figurativos e de unificação em prol de
representações parciais, feias, cacofônicas, por vezes absurdas, com sentido incerto
e fragmentário. Não se trata de dizer que a arte moderna e contemporânea consista
em pura negatividade, transgressão e nonsense. O que está em jogo é a crítica de
qualquer sentido preestabelecido, definindo nossa busca por ele como
essencialmente inacabada e processual, como tarefa de colocação de nossas
identidades em novas perspectivas. Em vez de legitimar esta ou aquela prática, o
conjunto das obras artísticas quer colocar em xeque o princípio de legitimação como
tal, não para anulá-lo, mas para fomentar o gosto da reflexão sobre todas as nossas
tentativas de validar esta ou aquela identidade. A arte moderna surgiu como
movimento contestatório, como recusa de padrões figurativos e de unificação das
obras. Tomados em seu conjunto, os movimentos artísticos do Cubismo,
Surrealismo, Dadaísmo etc. estabeleceram não propriamente paradigmas
específicos de como se deve fazer arte, mas sim princípios legitimadores da procura
por novos campos, materiais, linguagens, sensibilidades. Ao introduzir um princípio
de incerteza radical na prática artística, fazendo da ironia um motor de
questionamento constante do que significa “arte”, mesmo que em um sentido
bastante elementar, essa modernidade pôde facilmente ser assimilada sob o
conceito de crise, como um beco sem saída, como um impasse constante.

36. Como Gerir

Saber gerenciar uma empresa, independentemente do porte, é fundamental para


cultivar o desempenho competitivo, o desenvolvimento contínuo de colaboradores e
continuar ativa no mercado de trabalho. Muitas vezes, pode parecer uma tarefa
difícil, mas agindo com cautela e prestando atenção nos mínimos detalhes, é
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possível ter muito sucesso. Hoje eu vou falar um pouco sobre como gerir uma
empresa de pequeno, médio e grande porte.

37. Coloque as ideias em prática

O conhecimento teórico é bom, mas colocar as ideias em prática é muito melhor.


Pode parecer óbvio que para ter resultado é importante colocar a mão na massa,
mas muitos empreendedores esquecem esse detalhe e acabam não executando
nenhum tipo de atividade de melhoria. Por isso, tire as ideias do papel, ouça os
colaboradores e não tenha medo de trabalhar em conjunto, mesmo que não seja a
sua área de domínio. Ter proatividade é o primeiro passo para gerir uma empresa.
Embora empresas de pequeno e médio porte sejam muito mais próximas de
fornecedores, clientes e funcionários, as grandes empresas também precisam estar
atentas a tudo (ou quase tudo) o que acontece em relação à tomada de decisões. A
partir do momento em que uma empresa possui setor financeiro (grande ou
pequeno) é preciso ficar de olho: gere notas fiscais, tenha o controle de entrada e
saída de gastos e invista em um sistema de gestão financeira. Isso não ajuda
somente na administração, mas informa também o que pode ser economizado ou
investido futuramente.

38. Os direitos humanos e a segurança pública

Direitos Humanos correspondem a liberdades e garantias as quais todos têm direito


e que se fazem necessários para uma vida digna. São inerentes a todos os seres
humanos, de forma a respeitar diferenças de crença, de raça, de cultura, de posição
política e social. Por isso são ditos universais: não precisam ser conquistados, pois
sua única condição é a de ser humano. São também inalienáveis e irrenunciáveis,
por se tratar de direitos fundamentais que devem estar sempre à disposição de
quem deles precisar. Outra característica importante é sua indivisibilidade, já que
devem estar todos integrados, interrelacionados. Essa integração se faz necessária
uma vez que a efetivação de um desses direitos – os civis, por exemplo – depende
da efetivação de outro – os sociais -, de maneira a gerar relação de
interdependência

39. Violência

Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para


ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma
psicológico. A violência se manifesta de diversas maneiras, em guerras, torturas,
conflitos étnico-religiosos, preconceito, assassinato, fome, etc. Pode ser identificada
como violência contra a mulher, a criança e o idoso, violência sexual, violência
urbana, etc. Existe também a violência verbal, que causa danos morais, que muitas
vezes são mais difíceis de esquecer do que os danos físicos.

40. Básico sobre balística na Segurança Pública

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Balística é a ciência que estuda o movimento dos projéteis, especialmente das


armas de fogo, seu comportamento no interior destas e também no seu exterior,
como a trajetória, impacto, marcas, explosão, etc., utilizando-se de técnicas próprias
e conhecimentos de física e química, além de servir a outras ciências. Pode-se
analisar o movimento de balística como uma composição de movimentos.
Desconsiderando forças de caráter dissipativos, na vertical, o projétil está exposto a
um movimento retilíneo uniformemente variado em decorrência da aceleração da
gravidade. Na horizontal, o projétil está exposto a um movimento uniforme uma vez
que não há aceleração na horizontal. Apesar de tudo, a balística é uma ciência tudo
menos linear, com inúmeras variáveis. A Balística subdivide-se em quatro secções
principais:  Balística interna  Balística intermédia ou de Transição  Balística
externa  Balística terminal.

41. A Criminalística

A área de Direito Criminal ou Direito Penal é dedicada principalmente à realização


de defesas contra acusações de prática de crime contra pessoas físicas e/ou
jurídicas, tanto em esfera estadual quanto federal. A defesa deve se iniciar, sempre
que possível, desde a fase investigativa, que normalmente ocorre em um inquérito
policial ou perante o Ministério Público. Somente assim os advogados terão plenas
condições de estudar o caso e fornecer às autoridades envolvidas os melhores
esclarecimentos. Em seguida, a atuação criminal pode contemplar a representação
perante o Poder Judiciário, o que compreende a defesa em um processo judicial que
se inicia em primeira instância – isto é, em uma Vara Criminal – e pode chegar,
conforme o caso, até os Tribunais Superiores (Superior Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal), em Brasília. A atuação em Direito Criminal abarca as
seguintes matérias, dentre outras: Crimes ambientais.
 Crimes contra a ordem tributária
 Crimes contra a ordem econômica
 Crimes contra o sistema financeiro nacional
 Compliance criminal
 Crimes contra as relações de consumo
 Crimes contra a propriedade intelectual
 Crimes relacionados à concorrência desleal
 Crimes falimentares
 Crimes ligados à responsabilidade médica
 Crimes patrimoniais
 Crimes contra a vida
 Crimes contra a dignidade sexual
 Crimes contra a fé pública
 Crimes relacionados a servidores públicos
Direito Penal, também conhecido como Direito Criminal, é o ramo do Direito Público
dedicado às normas emanadas pelo legislador com a finalidade repressiva do delito
e preservativa da sociedade. Entende-se que o Direito Penal visa a proteger os bens
jurídicos fundamentais (todo valor reconhecido pelo direito). No crime de furto, o

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resultado é representado pela ofensa ao bem jurídico "patrimônio"; na coação, uma


violação à liberdade individual; no homicídio, há lesão ao valor jurídico "vida
humana". Essa seria a tríade fundamental de bens jurídicos tutelados coativamente
pelo Estado: propriedade, liberdade e vida. O direito penal garante os direitos da
pessoa humana frente ao poder punitivo do Estado. Esta forma de encarar as
funções do direito penal vem da velha tradição liberal. Ainda que se duvide dessa
função garantista, deve ela ser levada em conta na formulação das normas penais, a
fim de poder evitar que o Estado de Polícia se manifeste e se sobreponha ao Estado
de Direito. Em toda ordem jurídica, ainda que democrática, o Estado de Polícia está
sempre presente e pode conduzir, a qualquer momento, a um regime autoritário em
detrimento das liberdades humanas. O direito penal ou direito criminal é a disciplina
de direito público que regula o exercício do poder punitivo do Estado, tendo por
pressuposto de ação delitos (isto é, comportamentos considerados altamente
reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis
à própria conservação e progresso da sociedade) e como consequência as penas. O
direito penal varia de acordo com a jurisdição, e difere do direito civil, onde a ênfase
se concentra principalmente na resolução de litígios e compensação de vítimas do
que na punição
42. Fontes do direito penal
O Estado é a fonte material do direito penal, uma vez que é o legislador quem cria
as normas penais; essas normas, por sua vez, são dadas a conhecimento por meio
de leis, denominadas fontes formais imediatas do direito penal. As principais fontes
do direito penal são o Código Penal e o Código de Processo Penal de cada país,
bem como a legislação penal complementar. Entre as fontes auxiliares, estão a
doutrina (conjunto de teses e correntes jurídicas defendidas por juristas e estudiosos
do Direito) e a jurisprudência (conjunto de decisões judiciais concretas, formando os
precedentes judiciais), acumuladas em determinada jurisdição. Dentro do chamado
direito material, aquele derivado das leis, essas são as fontes primordiais do direito
penal. No Brasil, esta ideia é reforçada pelo chamado "princípio da reserva legal",
que estabelece: na Constituição Federal de 1988, artigo 5º, II: "Ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". no Código
Penal, artigo 1.º : "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal". As fontes secundárias do direito penal são :
 os costumes;
 a analogia;
 a equidade;
 os princípios gerais do Direito; e
 os tratados e convenções internacionais.
43. Princípios do direito penal

Anterioridade da Norma ou Princípio da Legalidade: Esse princípio é baseado no


artigo 1º do Código Penal, que diz que há a exigência de uma lei anterior que defina
a prática de um ato reprovável como crime. Caso o ato não seja caracterizado crime,

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então o praticante não será condenado. Devido Processo Legal: Um juiz não pode
condenar um acusado qualquer, de maneira arbitrária, pois quem praticou o crime
tem o direito de ter um julgamento justo. Apenas após o julgamento e todo processo
legal é que poderá ser definido o destino do criminoso. Princípio da Inocência: Diz
que todo cidadão é inocente, até que se prove o contrário. Ou seja, o individuo é
considerado inocente enquanto a Justiça não o considera culpado. Retroatividade da
Lei mais Benéfica: Uma lei penal pode retroagir apenas se for para benefício do réu.
Entretanto, em caso contrário, se a lei se tornar mais severa, não será aplicada ao
réu. Direito à Defesa: Diz que qualquer pessoa tem direito à defesa,
independentemente do crime praticado e das suas circunstâncias. Caso a pessoa
não tenha como pagar pela sua defesa, o Estado a proporcionará. Princípio da
Legalidade: Limita o poder punitivo do Estado, não havendo crime, caso não haja lei
que defina a infração penal e lhe imponha uma pena. Ou seja, o Estado não poderá
punir o indivíduo, caso o ato praticado por ele não for considerado crime perante a
lei. Princípio da Intervenção Mínima: O Direito Penal deve intervir de maneira
mínima na sociedade. Se recorre a ele apenas quando os meios de controle estatal
e jurídicos não forem suficientes. Princípio da Fragmentariedade: Estabelece que
nem toda ameaça de lesão ou lesão praticada são proibidas de acordo com a lei
penal, como da mesma forma, nem tudo tem sua proteção. O Código Penal se limita
aos fatos mais graves e que sugerem maior importância, tendo caráter seletivo de
ilicitude. Princípio da Culpabilidade: Diz que só há crime se o ato causar
reprovabilidade. Princípio da Humanidade: O Estado é vedado de aplicar penas
cruéis, como a capital e a prisão perpétua, pois essas sanções atingem a dignidade
da pessoa humana. Prioriza-se a ressocialização do condenado através da
execução penal, e não a sua degradação. Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana: Previsto na Constituição Federal de 1988, esse princípio defende a
dignidade do homem, que o protege de ações indevidas e arbitrárias do Estado.
Princípio da Insignificância: Analisa a proporção entre a gravidade da conduta do
criminoso, e a necessidade da intervenção estatal sobre isso. Fatos que não
acarretam perigo à vida, à segurança e à integridade humana são ignorados pela lei.
Princípio da Adequação Social: Condutas socialmente permitidas, adequadas ou até
mesmo toleradas não devem ser tipificadas pela lei penal, mas somente aquelas
condutas de relevância social. O princípio seleciona os comportamentos, além de
determinar valores aos mesmos. Princípio do in dúbio pro reo: Caso haja dúvida
sobre a acusação da prática de uma infração penal, o acusado, em seu julgamento
final, deverá ser absolvido. Quando não houver provas suficientes, acata-se a
interpretação mais favorável ao réu. Princípio da Igualdade: Este princípio prioriza a
igualdade material acima da formal, buscando a não discriminação e proibido
diferenças de tratamento, como está prescrito na Constituição Federal de 1988.
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos: Conhecido como da
ofensividade ou da lesividade, ocorre quando há lesão ou ameaça ao bem jurídico
protegido por lei. Esse bem jurídico poder ser a vida, integridade física, propriedade,
etc. Princípio da Efetividade: O Direito Penal, quando na sua intervenção, deve
sempre ser eficaz e agindo de maneira preventiva e, se necessário for, repreensiva.
Princípio da Proporcionalidade: Diz que pena aplicada deverá ser proporcional a
prática antijurídica. cometida. Ou seja, a punição para o indivíduo deve ser na
mesma proporção do crime praticado por ele. Princípio do ne bis in idem: Segundo
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este princípio, o indivíduo não poderá ser julgado ou punido mais de uma vez pelo
mesmo crime.
44. Classificações do Direito penal
O direito penal objetivo é o conjunto de normas impostas pelo Estado, a cuja
observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. É o conjunto de
normas que a todos vincula, constituindo um padrão de comportamento, em razão
do qual se dirá se uma conduta é correta ou incorreta no plano jurídico. Por outro
lado, o direito penal subjetivo refere-se à titularidade única e exclusiva do Estado de
punir as condutas elencadas como criminosas. Dessa forma, o Estado é o único
titular do "direito de punir" (jus puniendi). O direito penal comparado se ocupa do
estudo comparativo e analógico entre as legislações e sistemas jurídicos dos
diversos países na área penal. O direito penal material é onde se encontras as leis
penais, ou seja, é o próprio Código Penal. O direito Penal formal define como será o
processo que vai desde às investigações do crime até o julgamento do réu. O direito
Penal comum pune e julga pessoas comuns da sociedade. O Direito Penal Especial
pune e julga pessoas de esperas especiais da sociedade, como políticos e militares.
Teorias do Direito Penal Com o decorrer do tempo, surgem novas faces de estudo
para o direito penal. Algumas delas visam a enrijecer o sistema e dar tratamento
mais duro ao criminoso, entendendo que a lei estabelecida deva ser integralmente
aplicada, sem prejuízo de penas alternativas, mas de forma a sinalizar, para a
sociedade, de forma pragmática, a graduação da gravidade do delito através da
graduação da severidade das penas impostas. Já outras entendem ser ineficiente e
mesmo gerador de mais violência o ato de punir o criminoso, defendendo, ao invés
disso: a humanização do direito; a definição de responsabilidades; a conciliação
entre agressor e vítima; a reparação de danos; e o tratamento dos criminosos com
mais dignidade, como explicitado pelos chamados direito penal mínimo e justiça
restaurativa.
45. Crime
Crime (do termo latino crimen) ou delito é a violação de uma norma penal - lei penal,
não punível pela lei ou por um estado ou outra autoridade quando os factos são
determinados por uma ilegalidade. Se a ilegalidade for cometida pelo próprio e
contra ele mesmo, ou contra terceiros, e aquele reagir a essa ilegalidade ou
promover a reação de terceiros só ele é responsável e punido por todos os factos
seguintes. Ou seja, os factos que constituem um crime são sempre determinados
por algo, que pode ser uma ilegalidade ou um direito (legalidade), mas só é punível
o facto ilegal (quem praticou um crime determinado por um facto ilegal não pode ser
punido mas sim quem determinou a reação a um facto ilegal e desde que haja culpa
ou dolo – o agente atuou por dolo ou com a intenção de atingir um fim ilícito mas
sabia que a lei o proibia. Em suma, crimes todos nós os praticamos, mas um “crime
punível” é aquilo que é praticado por via ilegal ou proibida por lei penal. E a legitima
defesa e o estado de necessidade (reação a um crime punível), são factos
praticados legitimamente e por isso não puníveis. O direito é um poder, mas um
poder de legitimidade e não da ilegalidade, daí que, por lei, o consentimento na
prática de um crime punível, contra o próprio ou contra terceiros, é sempre também

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um crime punível. Porque a lei proíbe a prática de qualquer crime punível e seja por
que motivo for. O termo "crime" não tem, no direito penal moderno, qualquer
definição simples e universalmente aceita, A visão mais popular é que o crime é uma
categoria criada pela lei; em outras palavras, algo é um crime se declarado como tal
pela lei pertinente e aplicável. Uma definição proposta é que um crime é um ato
nocivo não apenas para um indivíduo, mas também para uma comunidade,
sociedade ou o estado. Tais atos são então proibidos e puníveis por lei. O
comportamento criminal é definido pelas leis de jurisdições particulares e, por vezes,
há grandes diferenças mesmo dentro dos países sobre quais tipos de
comportamento são proibidos. A conduta que é legal em um país ou jurisdição pode
ser criminosa em outra e a atividade que equivale a uma infração trivial em uma
jurisdição pode constituir um crime grave em outros lugares. A mudança dos tempos
e atitudes sociais podem levar a mudanças no Direito penal de modo que o
comportamento que antes era criminoso pode tornar-se legal por exemplo, o aborto,
outrora proibido, exceto nas circunstâncias mais incomuns, é legal em muitos
países. A palavra "crime" é derivada da raiz latina cernō , que significa "eu decido,
eu julgo". Originalmente, a palavra latina crīmen significava "acusação criminal" ou
"choro de angústia”. A palavra krima (κρίμα) do grego antigo, da qual o cognato
latino deriva, geralmente se refere a um erro intelectual ou uma ofensa contra a
comunidade, em vez de um erro privado ou moral. Cada tipo penal gera um
resultado danoso a algum bem jurídico diferente, e por isso a maneira de se
planejar, executar e consumar são diferentes, alguns geram resultados mais severos
e outros menos severos, alguns danificam bens materiais e financeiros, outros
danificam o corpo humano, ou a saúde mental, assim como a moral e os costumes
de uma sociedade. Por isso para efeito de estudos e conforte as legislações penais
as condutas consideradas como crimes foram agrupados segundo o bem jurídico
atingido. Assim, temos, abaixo, uma lista não conclusiva sobre alguns dos principais
grupos delitivos. Crimes contra a pessoa Homicídio - matar alguém Infanticídio -
matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob influência do estado
puerperal Homicídio culposo - quando não há intenção de matar, sendo a morte
provocada por imperícia, negligência ou imprudência Homicídio doloso - quando há
intenção de matar ou quando o agente assume o risco de causar a morte
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Aborto Lesão corporal Abandono de
incapaz Omissão de socorro Maus-tratos Crimes contra a honra Injúria (ofensa
verbal, escrita ou encenada) Calúnia (falsa atribuição de cometimento de crime a
alguém) Difamação (propagação desabonadora contra a boa fama de alguém).
Plágio (cópia de ideologias, textos e afins considerados graves de outro indivíduo)
Crimes contra o patrimônio Furto - subtração de coisa alheia móvel. Roubo -
subtração de coisa alheia móvel mediante violência. Latrocínio - roubo que tem
como consequência a morte, não necessariamente "roubo seguido de morte", como
normalmente é mencionado, pois pode haver casos de latrocínio em que a morte se
dá antes da subtração do patrimônio da vítima. (Trata-se de crime contra o
patrimônio, pois a motivação do crime é a subtração imediata do patrimônio da
vítima). Receptação - receptar algo ou produtos roubados. Dano - danificação dolosa
de coisa alheia (não havendo crime de Dano culposo). Extorsão - quando se
constrange alguém com o intuito de receber vantagem econômica indevida.
Extorsão mediante sequestro - sequestrar pessoa com o fim de obter vantagem
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como condição do resgate. Usurpação - apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa


imóvel alheia. Estelionato - obter para si vantagem ilícita por meio de erro ou ardil.
Violação de direito autoral - uso não autorizado de obra alheia. Violação do direito de
marca - violar patente ou desenho industrial. Crimes contra a administração pública
Corrupção política, Crime do colarinho branco e Crime funcional Peculato Peculato
mediante erro de outrem Inserção de dados falsos em sistema de informações
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Extravio,
sonegação ou inutilização de livro ou documento Crimes contra a dignidade sexual
Abuso sexual, Abuso sexual de menor, Agressão sexual e Pedofilia Estupro -
constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Corrupção de
menores - corromper pessoa maior de 14 e menor de 18 anos mediante ato de
libidinagem. Assédio Sexual - Perseguir alguém para obter favores sexuais Crimes
contra a incolumidade pública Incêndio Explosão Desabamento ou desmoronamento
Crimes contra o patrimônio histórico Roubo de antiguidades - Roubar antiguidades.
Pena: responder por roubo e receptação, detenção de 4 anos. Contenha de
antiguidades roubadas - Receptar antiguidades roubada e ocultar em porões,
garagem,etc com intuito de mentir. Pena: Responder por receptação, formação de
quadrilha, roubo, falsidade ideológica e dano de coisa de valor artístico,
arqueológico ou histórico. Detenção, liberdade paga. Demolição - Demolir e destruir
totalmente um imóvel com intuito de depositar os restos nas margens dos rios, lagos
etc. Pena: responder por Dano, Roubo, Danificação de coisa de valor artístico,
arqueológico ou histórico, Induzimento à especulação, emissão irregular de
conhecimento de depósito ou warrant, alteração de local especialmente protegido,
crime ambiental e invasão de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola,
sabotagem. Pena: detenção de 20 anos. Crimes contra a administração da justiça
Falso testemunho - fazer afirmação falsa como testemunha ou calar a verdade.
Denunciação caluniosa - Prestar queixa ou denúncia que sabe-se ser falsa. Crimes
econômicos Estelionato - falsificação de dinheiro. Lavagem de dinheiro Fraude -
Furto, assalto, extorsão e extorsão mediante sequestro de dinheiro mediante
violação do direito autoral.
46. Justiça Criminal
O crime organizado transnacional é uma das principais ameaças à segurança
pública e representa um entrave para o desenvolvimento social, econômico e político
das sociedades em todo o mundo. Trata-se de um fenômeno multifacetado que se
manifesta em diferentes tipos de crime, tais como tráfico de drogas, tráfico de seres
humanos, contrabando de migrantes, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, entre
outros. A criminalidade organizada vem sendo influenciada pela globalização, que
tem implicado em profundas transformações na vida de pessoas, sociedades e
Estados. Como se sabe, as fronteiras entre os países hoje são mais permeáveis e o
trânsito de pessoas, mercadorias, serviços e recursos é cada vez mais ágil. Esse
processo, que facilita o comércio e a integração entre os povos, também implica
mudanças radicais nas dinâmicas dos crimes e da violência. Afinal, as tecnologias
que possibilitam melhorias substantivas nas vidas das pessoas também são
utilizadas por aqueles que burlam as leis, cometem crimes e desafiam a justiça. Por

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isso, cresce a importância da cooperação internacional e do intercâmbio de


experiências em matéria de justiça criminal e de prevenção ao crime. É fundamental
uma atuação articulada para enfrentar, com maior eficiência, grupos criminosos
dispersos ao redor do mundo, que muitas vezes possuem alta capacidade de
comunicação e organização. O respeito aos direitos humanos requer a construção
de um sistema de justiça criminal justo e eficaz, capaz de controlar a criminalidade
dentro dos limites colocados pelo Estado de Direito.
47. Segurança Pública
A segurança pública é o estado de normalidade que permite o usufruto de direitos e
o cumprimento de deveres, constituindo sua alteração ilegítima uma violação de
direitos básicos, geralmente acompanhada de violência, que produz eventos de
insegurança e criminalidade. É um processo, ou seja, uma sequência contínua de
fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa
regularidade, que compartilha uma visão focada em componentes preventivos,
repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um processo sistêmico, pela necessidade
da integração de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem
interagir a mesma visão, compromissos e objetivos. Deve ser também otimizado,
pois dependem de decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos.
Sendo a ordem pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade
pública, em consonância com as leis, os preceitos e os costumes que regulam a
convivência em sociedade, a preservação deste direito do cidadão só será amplo se
o conceito de segurança pública for aplicado. A segurança pública não pode ser
tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas como um sistema
integrado e otimizado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa
dos direitos, saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela
prevenção e finda na reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão
na sociedade do autor do ilícito. Segurança privada A segurança privada é o ramo
de atividade econômica que tem, por objetivo, a proteção de patrimônios e de
pessoas. Enquanto a segurança pública é dever do Estado, a segurança privada é
uma faculdade de proteger a si, sua família, seus empregados, seus bens etc., nos
limites permitidos pela lei. Segurança nacional Parte preambular da National
Security Act of 1947, uma legislação de Segurança Nacional vigorante nos Estados
Unidos. A segurança nacional é uma atribuição fundamental do Estado moderno e
sua prerrogativa exclusiva. O conceito é inerente à noção de Estado nacional desde
a sua origem, no século XVII. Consiste em assegurar, em todos os lugares, a todo
momento e em todas as circunstâncias, a integridade do território, a proteção da
população e a preservação dos interesses nacionais contra todo tipo de ameaça e
agressão externa ou interna. Desde a assinatura do Tratado de Westfália, em 1648,
ao Estado é atribuído o monopólio do uso da força assim como o estabelecimento e
manutenção da ordem e paz social. Para o exercício dessa função o Estado pode
lançar mão do seu poder econômico, militar e político, bem como do exercício da
diplomacia, estabelecendo alianças, tratados e acordos internacionais. Além do
exercício da diplomacia e da manutenção de um efetivo de forças armadas, a
garantia da segurança nacional geralmente requer: implementação da defesa civil e
medidas preventivas de situações de emergência definidas em lei; promoção da

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resiliência ou da redundância de elementos críticos da infraestrutura existentes no


território; uso de serviços de inteligência e contra-inteligência para detetar, prevenir
ou evitar espionagem ou atentados e para proteger informações confidenciais. A
segurança do espaço cibernético, que é um dos campos da segurança da
informação, também passou a ser considerada como aspecto central na política de
segurança dos países, uma vez que estes passaram a vivenciar um aumento de
ataques virtuais organizados a infraestruturas físicas, tais como de energia e
transporte, além da possibilidade de roubo de informações de cidadãos e projetos
governamentais. Serviço de inteligência um serviço de inteligência ou serviço de
informações é geralmente um departamento governamental, cuja função é a coleta
de informações relacionadas com possíveis ameaças à segurança do Estado.
Quando um serviço obtém informações consideradas secretas ou confidenciais
sobre um Estado, um país ou uma organização sem autorização do detentor dessas
informações, essa atividade é descrita como espionagem. A maioria dos serviços de
inteligência (também chamados de serviços secretos) usa ou já usou a espionagem,
contando com a indulgência de seus respectivos governos. A lei de todos os
Estados considera como atividade criminosa a espionagem de que são alvo, mas
por norma se abstém de contemplar o caso da sua própria atividade de espionagem,
cuja prática os governos em princípio não reconhecem nem comentam. Além de
trabalhar na coleta ou recolha de informações, os serviços também tentam evitar a
ação de serviços de inteligência estrangeiros em seu país (contraespionagem). Na
esfera privada (empresas), os "serviços de informação" ou "inteligência" são
chamados de "Inteligência Competitiva (IC)" ou "informações de negócios" e são
contratados para pesquisas de antecedentes criminais de candidatos a cargos de
confiança, levantamento de informações sobre métodos dos concorrentes,
realização de investigações de fraudes corporativas e a localização de pessoas e
bens para a recuperação de ativos desviados de uma fraude. Dentre as agências de
inteligência e investigações de fraudes corporativas no mundo se destacam a
Pinkerton, Kroll, Control Risks, Montax, Serasa Experian, Equifax e Dun &
Bradstreet, S.B.I.P.
48. O conceito de segurança pública
Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança pública garante
a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício da cidadania. Neste
sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade e é condição para o seu
exercício, fazendo parte de uma das inúmeras e complexas vias por onde trafega a
qualidade de vida dos cidadãos. Quanto mais improvável a disfunção da ordem
jurídica maior o sentimento de segurança entre os cidadãos. As forças de segurança
buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis que alcancem a expectativa da
sociedade como um todo, imbuídos pelo respeito e à defesa dos direitos
fundamentais do cidadão e, sob esta óptica, compete ao Estado garantir a
segurança de pessoas e bens na totalidade do território brasileiro, a defesa dos
interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e ordem pública.
Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segurança pública é
amplo, não se limitando à política do combate à criminalidade e nem se restringindo
à atividade policial. A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo

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Estado é responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos


ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir,
protegendo-os dos riscos a que estão expostos. As instituições responsáveis por
essa atividade atuam no sentido de inibir, neutralizar ou reprimir a prática de atos
socialmente reprováveis, assegurando a proteção coletiva e, por extensão, dos bens
e serviços. Norteiam esse conceito os princípios da Dignidade Humana, da
Interdisciplinaridade, da Imparcialidade, da Participação comunitária, da Legalidade,
da Moralidade, do Profissionalismo, do Pluralismo Organizacional, da
Descentralização Estrutural e Separação de Poderes, da Flexibilidade Estratégica,
do Uso limitado da força, da Transparência e da Responsabilidade. Há uma grande
deficiência nas chamadas Políticas de Segurança aplicadas em nosso sistema e
convém neste ponto, realçar que em todo o país a manutenção da segurança
interna, deixou de ser uma atividade monopolizada pelo Estado. Atualmente as
funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo e ressocialização dos
condenados estão divididas entre o Estado, a sociedade e a iniciativa privada. Entre
as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do sentimento de
insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento de que o Estado
apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer um serviço de segurança
básico, não atende sequer, às mínimas necessidades específicas de segurança que
formam a demanda exigida pelo mercado. Diversos acontecimentos têm-nos
provado que é impossível pensar num quadro de estabilidade com relação à
segurança pública de tal maneira que se protegesse por completo dos efeitos da
criminalidade em sentido amplo. Porém, isso não significa que o Estado tenha de
lavar as mãos e conformar-se com o quadro, devendo, portanto, tomar medidas
sérias e rígidas de combate à criminalidade e à preservação da segurança nacional,
adotando novas soluções tanto no quadro jurídico e institucional como no
operacional que estejam à altura da sofisticação da criminalidade. Não se pode
sustentar em políticas de combate à criminalidade deficitária e que não atingem o
bem comum, em procedimentos lentos e sem eficácia, pois não configuram respeito
aos direitos fundamentais. Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo
aquém do que seria necessário para se começar a pensar em oferecer segurança.
Uma grande prova, é o crescimento dos gastos dos estados e municípios para
combater a violência em contraposição aos investimentos federais que caem
paulatinamente. A consequência é que o número de encarcerados cresce a cada
dia, de maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de
absorver esses excluídos da sociedade. O déficit de nosso sistema prisional é
titânico e, lamentavelmente o estado não consegue disponibilizar novas vagas e,
basta acompanhar os jornais, para que nossas perspectivas se tornem, ainda mais
desanimadoras. A segurança pública implica que os cidadãos de uma mesma região
possam conviver em harmonia, onde cada um respeita os direitos individuais do
outro. O Estado é o garante da segurança pública e o máximo responsável na hora
de evitar as alterações da ordem social. Neste sentido, a segurança pública é um
serviço que deve ser universal (tem de abranger todas as pessoas) para proteger a
integridade física dos cidadãos e dos seus bens. Para isso, existem as forças de
segurança (como a polícia), que trabalham em conjunto com o Poder Judicial.
49. Criminologia

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A criminologia é o conjunto de conhecimentos a respeito do crime, da criminalidade


e suas causas, da vítima, do controle social do ato criminoso, bem como da
personalidade do criminoso e da maneira de ressocializá-lo. Etimologicamente o
termo deriva do latim crimino ("crime") e do grego logos ("tratado" ou "estudo"), seria
portanto o "estudo do crime". É uma ciência empírica, por basear-se na experiência
da observação, nos fatos e na prática, mais do que em opiniões e argumentos, e
também interdisciplinar, por ser formada pelo diálogo de uma série de ciências e
disciplinas, tais como a biologia, a psicopatologia, a sociologia, política, a
antropologia, o direito, a criminalística, a filosofia e outros. A palavra "Criminologia"
foi empregada pela primeira vez por Paul Topinard em 1883, e aplicada
internacionalmente pelo italiano Raffaele Garofalo em 1885, em sua obra
Criminologia. A criminologia é ciência moderna, sendo um modo específico e
qualificado de conhecimento e uma sistematização do saber de várias disciplinas. A
partir da experimentação desse saber multidisciplinar surgem teorias (um corpo de
conceitos sistematizados que permitem conhecer um dado domínio da realidade).
Enquanto ciência, a criminologia possui objeto próprio e um rigor metodológico que
inclui a necessidade de experimentação, a possibilidade de refutação de suas
teorias e a consciência da transitoriedade de seus postulados. Ainda que
interdisciplinar é também ciência autônoma, não se confundindo com nenhuma das
áreas que contribuem para a sua formação e sem deixar considerar o jogo dialético
da realidade social como um todo. Objeto da criminologia é o crime, o criminoso
(que é o sujeito que se envolve numa situação criminógena de onde deriva o crime),
os mecanismos de controle social (formais e informais) que atuam sobre o crime; e,
a vítima (que às vezes pode ter inclusive certa culpa no evento). A relevância da
criminologia reside no fato de que não existe sociedade sem crime. Ela contribui
para o crescimento do conhecimento científico com uma abordagem adequada do
fenômeno criminal. O fato de ser ciência não significa que ela esteja alheia a sua
função na sociedade. Muito pelo contrário, ela filiasse ao princípio de justiça social.
Os estudos em criminologia têm como finalidade, entre outros aspectos, determinar
a etiologia do crime, fazer uma análise da personalidade e conduta do criminoso
para que se possa puni-lo de forma justa (que é uma preocupação da criminologia e
não do Direito Penal), identificar as causas determinantes do fenômeno criminógeno,
auxiliar na prevenção da criminalidade; e permitir a ressocialização do delinquente.
Os estudos em criminologia se dividem em dois ramos que não são independentes,
mas sim interdependentes. Temos de um lado a Criminologia Clínica (bi
antropológica) - esta utiliza-se do método individual, (particular, análise de casos,
biológico, experimental), que envolve a indução. De outro lado vemos a Criminologia
Geral (sociológica), esta utiliza-se do método estatístico (de grupo, estatístico,
sociológico, histórico) que enfatiza o procedimento de dedução. A
interdisciplinaridade é uma perspectiva de abordagem científica envolvendo diversos
continentes do saber. Ela é uma visão importante para qualquer ciência social. Em
seus estudos, a criminologia se engaja em diálogo tanto com disciplinas das
Ciências Sociais ou humanas quanto das Ciências Físicas ou naturais. Entre as
áreas de estudo mais próximas da Criminologia temos: Direito penal: o principal
ponto de contato da criminologia com o Direito Penal está no fato de que este
delimita o campo de estudo da criminologia, na medida em que tipifica(define
juridicamente) a conduta delituosa; O direito penal é sancional por excelência; Ele
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caracteriza os delitos e, através de normas rígidas, prescreve penas que objetivam


levar os indivíduos a evitar essas condutas. Direito Processual Penal: a Criminologia
fornece os elementos necessários para que se estipule o adequado tratamento do
réu no âmbito jurisdicional. Também indica qual a personalidade e o contexto social
do acusado e do crime, auxiliando os juristas para que a sentença seja mais justa. A
criminologia oferece os critérios valorativos da conduta criminosa. Ela pesquisa a
eficácia das normas do Direito Penal, bem como estuda e desenvolve métodos de
prevenção e ressocialização do criminoso. Direito Penitenciário: os dados
criminológicos são importantes no Direito Penitenciário para permitir o correto e
eficaz tratamento e ressocialização do apenado. A criminologia ajuda a tornar a
pena mais humana, buscando o objetivo de punir sem castigar. Psicologia Criminal:
é ciência que demonstra a dimensão individual do ato criminoso; estuda a
personalidade do criminoso, orientando a Criminologia. Psiquiatria Criminal: é ramo
do saber que identifica as diversas patologias que afetam o criminoso e envolve o
estudo da sanidade mental. Antropologia criminal: abrange o fenômeno
criminológico em sua dimensão holística, ou seja, biopsicossocial. É o Estudo do
homem na sua história, em sua totalidade (homem como fator presente no todo);
Sociologia Criminal: demonstra que a personalidade criminosa é resultante de
influências psicológicas e do meio social; Ciências Biológicas: fornecem os
elementos naturais e orgânicos que influenciam ou determinam a conduta do
criminoso; Vitimologia: estuda a vítima e sua relação com o crime e o criminoso
(estuda a proteção e tratamento da vítima, bem como sua possível influência para a
ocorrência do crime); Criminalística: é o ramo do conhecimento que cuida da
dinâmica de um crime. Estuda os fatores técnicos de como o crime aconteceu. Há
um setor especializado da polícia destinado a essa área. Ciências Econômicas:
estuda o crime a partir do instrumental analítico racionalista. O crime é visto como
um mercado e sua oferta é determinada por fatores como o ganho esperado da
atividade criminosa, probabilidade de sucesso e intensidade da punição em caso de
falha. Um código penal é um conjunto de normas codificadas que tem o objetivo de
determinar e regulamentar os atos considerados infrações penais, assim como
definir as sanções correspondentes. É considerado um dos grandes códigos na
tradição jurídica romano-germânica. A palavra Criminologia foi empregada pela
primeira vez em 1883. É uma ciência que estuda o fenômeno criminal, a vítima, as
determinantes endógenas, que isolada ou cumulativamente atuam sobre a pessoa e
a conduta do delinquente, e os meios labores-terapêuticos ou pedagógicos de
reintegrá-lo ao grupamento social.
50. Lei penal
A lei penal, em sentido amplo, é a principal fonte imediata do direito penal, em
virtude do princípio da legalidade e da anterioridade, de acordo com os quais uma
norma incriminadora deve ser posta pelos representantes do povo e deve valer
apenas após sua entrada em vigor. Classificação das Leis Lei Penal Incriminadora:
CRIME /Lei Penal Permissiva: Tornam impunes determinadas leis, apesar de serem
típicas. Causas da exclusão da ilicitude Ex: Art. 23 do CP. Causas da Culpabilidade
Ex: Art.22 do CP /Lei Penal Incompleta: Precisa de complemento Ex: Art 269 do
CP. /Lei Penal Explicativa: Explica o conteúdo e fixa as regras de aplicação de pena.

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Ex: Art 115 do CP. /Lei Penal Completa: Não precisa de complemento. Ex: Art. 121
do CP. /Lei Penal no Tempo: - Teoria da atividade: Considera-se crime no momento
da conduta. - Teoria do resultado: Considera-se crime no momento do resultado. -
Teoria mista (ubiquidade): Considera-se o crime tanto no momento da ação ou
omissão quanto no momento de seus resultados.(Teoria adotada pelo Brasil)
Conflitos das leis penais no tempo "A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu" Abolitio Criminis: Deixa de incriminar a conduta. Ex: Art. 240 Adultério - Deixou
de ser crime Novato Legis in Mellius: Melhora de algum modo a situação do réu.
Portanto retroage. Novato Legis in Pejus: Piora de algum modo a situação do réu.
Não retroage. Novato Legis Incriminadora: Incrimina a conduta que não era crime.
Não retroage. Lei Temporária: Tem prazo de vigência estabelecido na lei. Não
precisa de outra lei para revogá-la. Lei excepcional: Possui vigência em situações
excepcionais. Ex: Guerra. Características dessas leis: Atrativas: Produzem efeito
ainda que outra lei esteja vigente. De acordo com o artigo 4º do Código Penal
brasileiro. aplica-se a lei vigente no momento da atividade, ou seja, da conduta
criminosa, em detrimento dos princípios do resultado e da ubiquidade. Lei penal no
espaço Adota-se a teoria da Ubiquidade, definida no art. 6º do Código Penal
brasileiro, qual seja, a que considera que o crime é consumado tanto no local onde
foi praticado, quanto no lugar onde ocorreu o resultado danoso à vítima. Deve-se
levar em consideração ambos, dependendo de cada crime, cada caso em concreto.
Territorialidade O princípio da territorialidade determina a aplicação da lei brasileira
em toda parte do território do Estado brasileiro, seja em seu solo, águas internas e
territoriais, ou coluna de ar sobre ambos. Por permitir que se aplique tratado
internacional no lugar da lei brasileira, diz-se que o Brasil adota a territorialidade
temperada Extraterritorialidade A lei brasileira pode também ser aplicada fora do
território brasileiro para alguns casos específicos, de acordo com os princípios da
defesa, da justiça universal, da personalidade ativa, da personalidade passiva e da
representação, de acordo com o artigo 7º do Código Penal. Classificação As leis
penais brasileiras são classificadas em dois tipos: - O Código Penal propriamente
dito (Decreto-lei 2848/40) - e as leis esparsas ou especiais.
51. Direito Penal
Também conhecido como Direito Criminal, o Direito Penal é o ramo responsável por
atribuir penas aos delitos de acordo com as normas originadas no Poder Legislativo.
Tais penas permitem preservar a sociedade ao mesmo tempo que proporcionam o
seu desenvolvimento. A definição de crime no Brasil é definida no art. 1° da Lei de
Introdução do Código Penal (decreto-lei n. 3.914, de 9 de dezembro de 1941):
Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. —Art. 1° da
Lei de Introdução do Código Penal (decreto-lei n. 3.914, de 9 de dezembro de 1941)
No Brasil, o crime é o mais grave entre os dois tipos de infração penal definidos (o
outro tipo é a contravenção). Os crimes distinguem-se das contravenções por serem
infrações penais às quais a lei comina pena de reclusão ou de detenção, não
importando se isoladamente, alternativamente ou cumulativamente com a pena de

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multa. Homicídio (do latim hominis excidium) é o ato que consiste em uma pessoa
matar a outra. O homicídio pode ser dividido em diferentes subcategorias, como o
infanticídio, a eutanásia, a pena de morte e a legítima defesa; que dependem da
circunstância em que ocorreu a morte. Estas espécies de homicídio são tratadas
diferentemente entre as sociedades, que considera crime a maioria delas. No
entanto, o homicídio pode deixar de ser punido, por exemplo nos casos de legítima
defesa; ou até mesmo ser incentivado e ordenado pelo Estado, no caso da pena de
morte. Inegavelmente, o homicídio doloso é a mais chocante violação do senso
moral médio da humanidade civilizada, segundo ensina Nelson Hungria. Conforme
lembra o mesmo, mencionando a definição de Carmignani, caracteriza-se pela
"violenta hominis caedes ab hominis injuste patrata", ocisão violenta de um homem
injustamente praticada por outro homem (vale lembrar que alguns homicídios são
"justos" do ponto de vista legal, por exemplo, se decorrente de defesa pessoal). Para
Fernando Capez: Homicídio é a morte de um homem provocada por outro homem. É
a eliminação da vida de uma pessoa praticada por outra. O homicídio é o crime por
excelência. “Como dizia Impallomeni, todos os direitos partem do direito de viver,
pelo que, numa ordem lógica, o primeiro dos bens é o bem vida. O homicídio tem a
primazia entre os crimes mais graves, pois é o atentado contra a fonte mesma da
ordem e segurança geral, sabendo-se que todos os bens públicos e privados, todas
as instituições se fundam sobre o respeito à existência dos indivíduos que compõem
o agregado social”. Ademais, a Constituição da República, tanto a portuguesa
quanto a Brasileira, inserem o Direito a proteção do Direito à vida como um dos
fundamentos do Estado de Direito. Dessa forma o poder público tem como dever
primordial proteger este direito. Homicídio na Legislação Penal Brasileira Sujeitos do
tipo O Sujeito ativo deste delito é sempre uma pessoa física, trata-se de crime
comum, o qual pode ser praticado por qualquer pessoa. As pessoas jurídicas
(fundações e corporações) ou um objeto jamais poderão ser punidos por homicídio
de acordo com a legislação brasileira, assim também como com a portuguesa.
Tentativa de homicídio do Imperador do Brasil, D. Pedro II, por Adriano Valle (em
destaque). Da mesma maneira, como o sujeito passivo do crime é também uma
pessoa física, considerada como tal o filho de uma humana nascido vivo. Para aferir
os sinais de vida, tanto na legislação brasileira quanto na portuguesa adota-se a
realização da docimasia hidrostática de Galeno. Durante ou logo depois do
nascimento com vida, pode ser infanticídio, quando a mãe que comete a conduta
delitiva acometida pelo estado puerperal ou homicídio, se cometido por terceira
pessoa ou mesmo pela mãe não acometida pelo estado puerperal. Destaca-se que
não há crime quando o feto é natimorto, por inidoneidade do objeto. Ninguém poderá
ser condenado como incurso nas sanções do artigo 121/CPB quando for o
responsável por matar um animal ou tirar qualquer outro tipo de vida por falta de
tipicidade. O dolo do tipo consiste duma vontade livre e consciente ao passo que o
culposo ocorre quando se tem a responsabilidade, mas não a intenção de matar.
Não comete um homicídio, por exemplo, o agente que mata outrem com o fim de
subtrair seus pertences (no caso, comete um latrocínio). Pode ser levado a efeito
tanto com uma ação, como por uma omissão (ex: deixar de alimentar o filho,
causando-lhe a morte). No primeiro caso, classificasse como crime comissivo; no
último, como omissivo impróprio. Também pode ser realizado de forma direta ou
indireta e usando meio físico ou psíquico. Objeto jurídico O bem jurídico protegido é
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a vida humana extrauterina. Evidentemente o conceito de vida e morte variam de


acordo com as descobertas da Medicina e a posição filosófica dominante.
Atualmente, o Brasil considera como morto aquele que não mais apresenta atividade
cerebral, a chamada morte encefálica, não mais prevalecendo a antiga noção que
estaria configurado o quadro morte com a parada cardíaca ou respiratória. A morte
não se presume, particularmente porque o homicídio é um crime material, ou seja,
crime que exige o exame de corpo de delito. Embora a regra é pela não presunção
da morte, casos há em que a prova se torna de difícil execução, razão pela qual o
próprio código de processo penal, estabelece no artigo 167, "Não sendo possível o
exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta". Há casos em que o corpo pode não ser
localizado, em virtude de ter sido o crime cometido com a ocultação do cadáver,
para dificultar a investigação. Dessa forma o Juiz deverá avaliar as provas carreadas
nos autos, e tendo convicção de que houve o homicídio, poderá julgar o homicídio.
Homicídio simples será simples todo homicídio que não for qualificado ou
privilegiado, ou seja, que é cometido buscando o resultado morte, sem qualquer
agravante no crime. Um homicídio cometido pelas costas da vitima ou com ela
dormindo, por exemplo, deixa de ser simples, por não ter sido dado a ela chance de
defesa. Causas de aumento de pena No Direito Penal Brasileiro, é causa de
aumento de pena se a vítima for menor de 14 anos de idade ou maior de 60 anos de
idade, conforme estipulações do ECA e do Estatuto do idoso, respectivamente.
Critica-se o termo menor pela sua imprecisão terminológica, sendo que a legislação
deveria adotar o termo "não mais de 14 anos" para delimitar, em respeito ao
princípio da tipicidade, o momento inicial da aplicação desta qualificadora. Homicídio
qualificado O Homicídio em sua forma qualificada é o crime com a maior pena (12 a
30 anos) no direito penal brasileiro e é considerado hediondo (juntamente com o
homicídio praticado em grupo de extermínio) inserindo-se no mesmo rol em que se
encontram o estupro, o latrocínio, a extorsão mediante sequestro, etc.. São estes os
elementos que qualificam o homicídio: cometer o crime mediante paga ou promessa
de recompensa, o chamado assassínio ou homicídio mercenário. A recompensa não
precisa ser real ou financeira (corrente minoritária). Para a corrente majoritária, essa
promessa de recompensa deve ter caráter econômico e, mesmo que não seja
efetivada, o homicídio permanece qualificado, pois o que importa é a motivação do
crime; cometer o crime por motivo torpe; cometer o crime por motivo fútil, que
caracteriza-se pelo homicídio como resposta a uma situação desproporcionalmente
pequena, como por exemplo, matar alguém porque a vitima estava falando alto;
empregar veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que possa resultar perigo comum. Ressalte-se que existe a tortura com morte
preterdolosa, que não é um tipo de homicídio qualificado; cometer homicídio à
traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do ofendido; cometer o crime para assegurar a execução,
a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, o chamado homicídio por
conexão; Feminicídio (incluído pela Lei nº 13.104, de 2015). Cometer o crime de
homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quais sejam: I -
violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de
mulher. Nota: diferentemente do que ocorre em outros países, a premeditação não é
circunstância qualificadora na medida em que pode demonstrar, inclusive,
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resistência do agente a cometer crime. Homicídio privilegiado por outro lado, se a


prática da infração é motivada por relevante valor social ou moral, ou se esta é
cometida logo após injusta provocação da vítima, a pena pode ser minorada de 1/6
até 1/3 da pena. Embora a Lei diga que é apenas uma possibilidade, tem
prevalecido a tese da obrigatoriedade da redução da pena, em virtude da aplicação
dos princípios gerais de Direito Penal, que compelem ao intérprete da Lei a fazê-lo
da forma mais favorável ao réu. O valor social que torna o homicídio privilegiado é
aquele percebido pela moralidade comum, e não do agente. Assim, embora o
homicida acredite estar operando sob forte princípio ético, este deve ser compatível
com a moralidade média, objetivamente verificável, sob pena de não ser aplicável a
diminuição de pena. É importante destacar que quando as circunstâncias de
privilégio são de caráter subjetivo, estas não se comunicam ao co-autor do crime. Os
Tribunais brasileiros têm enquadrado, embora esta não seja ainda jurisprudência
pacífica, a eutanásia como homicídio privilegiado. Também ocorre homicídio
privilegiado quando as circunstâncias fáticas diminuíram a capacidade de
autocontrole e reflexão do agente. Nos termos da Lei, deve o homicídio ocorrer logo
em seguida a uma injusta provocação da vítima que deixe o agente sob o domínio
de violenta emoção. Não será privilegiado, portanto, o homicídio decorrente de ódio
antigo, ou que venha a ser cometido tempos depois da agressão da vítima, pois isto
retira a suposição de que o agente estava com suas faculdades mentais diminuídas
em decorrência de violenta emoção. Nada impede que um homicídio privilegiado
seja também qualificado. Por exemplo, é o caso do agente que utiliza meio cruel
para realizar o homicídio sob violenta emoção logo em seguida de injusta
provocação da vítima. Homicídio culposo este delito pode, da mesma maneira, ser
provocado em razão de falta de cuidado objetivo do agente, imprudência, imperícia
ou negligência. Nesses casos, em que não há a intenção de matar, é culposo o
homicídio, é o que ocorre sem animus necandi. A culpa pode ser consciente, quando
o resultado morte é previsto pelo autor do crime mas ele acreditou verdadeiramente
que não aconteceria esse resultado ou que ele poderia impedi-lo , ou inconsciente,
quando a morte era previsível, mas o agente não a previu, agindo sem sequer
imaginar o resultado morte. Há também o homicídio culposo impróprio o qual o autor
do mesmo o comete com intenção de faze-lo devido as circunstâncias que o
envolviam e, por exemplo, o levaram a crer que estava em legítima defesa. O Direito
brasileiro não admite tentativa de homicídio culposo. A culpa pressupõe a
previsibilidade do resultado. "Existe previsibilidade quando o agente, nas
circunstâncias em que se encontrou, podia, segundo a experiência geral, ter-se
presentado, como possíveis, as consequências do seu ato. Previsível é o fato cuja
possível superveniência não escapa à perspicácia comum". Causas de aumento de
pena nos termos do Código Penal Brasileiro, são estas as seguintes causas de
aumento de pena no homicídio culposo: inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício. Difere da imperícia na medida em que a imperícia é a falta de
conhecimento técnico. Neste caso o agente havia sido suficientemente qualificado,
mas deixou de observar os conhecimentos técnicos que adquiriu; omissão de
socorro. Somente deixa de ser causa de aumento de pena quando é possível
perceber de imediato a inutilidade do socorro. Em alguns casos, como nos acidentes
de trânsito, mesmo que o socorro venha a ser prestado por terceiro, continua
persistindo o aumento da pena, nos termos do código de trânsito brasileiro; não
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procurar diminuir as consequências do ato; fuga para evitar prisão em flagrante,


sendo que não se caracteriza se havia sério risco de linchamento do autor do crime.
Excludentes de ilicitude existem algumas hipóteses em que, mesmo estando claro
que o agente infligiu dano letal em outro indivíduo, não se configura o homicídio:
Morte causada por fato superveniente, porém absolutamente independente. Ex: A,
desfere um tiro em B. Esse disparo seria suficiente para causar sua morte. No
entanto, imediatamente após ser acertado, cai um raio na cabeça de B, sendo esse
o fato causador de sua morte. Crime Impossível. Ex: A invade um hospital e desfere
um tiro em B, o qual lá estava internado. B, entretanto, já havia falecido fazia
algumas horas, em razão de uma infecção que contraíra. Erro invencível sobre o
objeto. Ex: A, em plena temporada de caça, acerta B, o qual estava fantasiado de
urso. Arrependimento eficaz. Ex: A, objetivando matar B, ministra-lhe uma dose de
veneno, sem que este percebe-se. Alguns instantes depois, porém, arrependesse,
dando a B o antídoto. Coação irresistível. Ex: A é coagido a matar B por C. Legítima
defesa. Ex: A, imediatamente após ser atingido por B, o qual buscava tirar-lhe a vida
a facadas, desfere um tiro de revólver neste. Estado de necessidade. Ex: A, depois
de um naufrágio, mata B, a fim de apropriar-se de seu colete salva-vidas. Agente
inimputável. Ex: A, doente mental, absolutamente incapaz, retira a vida de B.
Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. Ex: A cai em um
tonel de bebida ou lá é jogado, saindo embriagado, sem ser por sua vontade, e retira
a vida de B. Competência para julgamento De acordo com as regras processuais
penais brasileiras, a competência para julgar os crimes dolosos contra a vida são de
competência do Júri popular. O homicídio culposo é julgado por juiz singular. No
Brasil, a competência do Tribunal do Júri, por ter previsão constitucional, se
prevalece sobre demais regras de competência, exceto aquelas previstas na própria
Constituição Federal de 1988. Júri No Brasil, júri é o tribunal em que cidadãos,
previamente alistados, decidem em sã consciência e sob juramento, sobre a
culpabilidade ou não dos acusados (réus), acerca de crimes dolosos contra a vida.
Se existir continência ou conexão entre este com outros de competência originária
de juiz singular, prevalecerá a competência do júri (artigo 78, I, CPP). No direito, é
um conjunto de cidadãos escolhido por sorteio, que servem como juízes de fato no
julgamento de um crime. Também pode-se referir a qualquer agrupamento de
indivíduos que tem como objetivo julgar concursos ou escolher candidatos.
Homicídio culposo Homicídio culposo ou homicídio involuntário ocorre quando uma
pessoa mata outra, mas sem que tivesse esta intenção, nem aceitando os riscos que
levem à morte da outra; pode ser por negligência, imperícia ou imprudência.
Negligência Negligência (do latim "negligentia") é o termo que designa falta de
cuidado ou de aplicação numa determinada situação, tarefa ou ocorrência. É
frequentemente utilizado como sinónimo dos termos "descuido", "incúria", "desleixo",
"desmazelo" ou "preguiça". Negligência Para o Direito (Art. 18, C. Penal) Do latim
negligência (de neglegera), é a falta de diligência, implica desleixo, preguiça,
ausência de reflexão necessária, caracterizando-se também pela inação, indolência,
inércia e passividade. É a omissão aos deveres que as circunstâncias exigem. Uma
forma de conduta humana que se caracteriza pela realização do tipo descrito em
uma lei penal, através da lesão a um dever de cuidado, objetivamente necessário
para proteger o bem jurídico e onde a culpabilidade do agente se assenta no fato de
não haver ele evitado a realização do tipo, apesar de capaz e em condições de fazê-
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lo. Assim, pode se configurar a negligência: abandono de doente, omissão de


tratamento, esquecimento de corpo estranho em cirurgia, etc. A negligência pode
ocorrer inclusive no tocante a informações médicas, resultando em negligência
médica informacional. Imperícia Imperícia é a incapacidade, a falta de habilidade
específica para a realização de uma atividade técnica ou científica, não levando o
agente em consideração o que sabe ou deveria saber. No texto Disputativo jurídica
de dolo, culpa et caso fortuito, a imperícia é um dos casos relacionados à culpa, e
não ao dolo. Pelo Código Penal Brasileiro, a imperícia é um dos três casos (os
demais sendo imprudência e negligência) que caracterizam o crime culposo,
diferente do crime doloso, em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo. Imprudência é um comportamento de precipitação, de falta de cuidados.
No texto Disputativo jurídica de dolo, culpa et caso fortuito, a imprudência é um dos
casos relacionados à culpa, e não ao dolo. Segundo Fernando Capez, em seu livro
“Curso de Direito Penal Legislação Penal Especial”, volume 4, a imprudência:
“Consiste na violação das regras de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar
sem precaução, precipitado, imponderado. Há sempre um comportamento positivo.
É a chamada culpa in faciendo. Uma característica fundamental da imprudência é
que nela a culpa se desenvolve paralelamente à ação. Deste modo, enquanto o
agente pratica a conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência.”
Pelo Código Penal Brasileiro, a imprudência é um dos três casos (os demais sendo
imperícia e negligência) que caracterizam o crime culposo, diferente do crime
doloso, em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Induzimento ao suicídio A indução ao suicídio é um crime previsto no artigo 122 do
Código Penal Brasileiro e é classificado como um crime contra a vida, que consiste
no açular, provocar, incitar ou estimular alguém a suicidar ou prestar-lhe auxílio para
que o faça. Indução ao suicídio é a criação de propósito inexistente, ou seja, a
pessoa que se suicida e que não tinha essa intenção ou objetivo inicialmente. Esse
crime é consumado com o efetivo suicídio ou resultado lesão corporal de natureza
grave. Segundo posição majoritária, não é admitida tentativa, visto que: - Indução
com resultado morte, aplica-se art.122, forma consumada (2-6 anos) - Indução com
resultado lesão corporal grave, aplica-se art.122, forma consumada (1-3 anos) -
Indução sem produção de resultados (fato atípico). Texto de Lei Art. 122 - Induzir ou
instigar alguém a suicidar ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena Reclusão de
dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Aumento de pena se o
crime é praticado por motivo egoístico; Se a vítima é menor ou tem diminuída, por
qualquer causa, a capacidade de resistência. Objeto jurídico O objeto jurídico
protegido por este tipo penal é a vida humana, bem indisponível. A legislação penal
brasileira não pune ao suicida, mas sim Àquele que induz, instiga ou auxilia ao
suicida. Conduta típica estará enquadrado neste artigo aquele que cria em outro a
ideia do suicídio (induzir), aquele que reforça ideia já existente (instigar) e aquele
que prestar auxílio material ao suicida (auxílio). Aumento de Pena A causa de
aumento de pena no induzimento ao suicídio está prevista nos incisos I e II do
parágrafo único do art. 122 do CPB. A pena será aplicada em dobro se o motivo do
agente for egoísta, como, por exemplo, herdar um bem ou obter alguma vantagem.
Será também qualificado o crime se a vítima for menor de idade ou tem diminuída
sua capacidade de resistência. Lesão corporal Lesão corporal é resultado de
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atentado bem sucedido à integridade corporal ou a saúde do ser humano, excluído o


próprio autor da lesão. O crime pode ser praticado por ação ou omissão. Ofensa à
integridade física pode dizer respeito à debilitação da saúde como todo ou do
funcionamento de algum órgão ou sistema do corpo humano, inclusive se o
resultado for o agravamento de circunstância previamente existente. Também pode
ser qualquer alteração anatômica que não tenha expressa autorização da pessoa
que vai sofrer a alteração, que vão desde tatuagens a amputações, passando por
todas as alterações físicas provocadas pela ação ou omissão maliciosa de outrem,
que pode ter utilizado meios diretos ou indiretos para gerar o dano. Para caracterizar
a lesão corporal é necessário que esteja configurada a alteração física, mesmo que
apenas temporária, sendo que sensações como desconforto ou dor física não são
consideradas como formas de lesão corporal. O crime de lesão corporal no Direito
Penal Brasileiro está presente no artigo 129 e em seus parágrafos. Por ser crime
comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. A lesão corporal é consumada
quando há a efetiva ofensa à incolumidade pessoal do indivíduo. É um crime que
admite a tentativa em caso de lesões dolosas, mas não admite tentativa na forma de
lesão preterdolosa ou culposa. No Direito penal brasileiro, a lesão corporal é um
crime material, que exige exame de corpo de delito. Código Penal o Capítulo II do
Código Penal Brasileiro assim define o crime de lesão corporal: Lesão corporal: Art.
129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três
meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade
para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III -
debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Em que pese o código penal brasileiro não
mencionar lesão de natureza gravíssima nem leve, tradicionalmente no Direito usa-
se como lesões corporais gravíssimas aquelas que tem maior potencial lesivo e que,
portanto, implicam penalidades mais severas. Lesão corporal de natureza
gravíssima § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II -
enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV -
deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão
corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que
o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão,
de quatro a doze anos. Diminuição de pena § 4° Se o agente comete o crime
impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as
lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I - se ocorre
qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão
corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena -
detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7° No caso de lesão
culposa, aumenta-se a pena de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses do art.
121, § 4°(§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada
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pela Lei nº 10.741, de 2003). § 8º Aplica-se igualmente à lesão culposa o disposto


no § 5º do artigo 121 (§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar
de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº
6.416, de 24.5.1977)). Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Violência
Doméstica § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3
(três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) § 10. Nos
casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas
no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº
10.886, de 2004) § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de
um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei nº 11.340, de 2006) § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Sujeito ativo e sujeito passivo O sujeito ativo
pode ser qualquer um, e o sujeito passivo é outrem. Assim, vemos que a autolesão e
a lesão a fetos ou à fauna e flora não estão incluídas dentro do escopo desta norma
legal. Lesão corporal de natureza leve será leve toda lesão corporal que não for
grave, gravíssima ou lesão corporal com resultado morte. Contudo, deve ser
suficientemente grave como para que a ofensa não seja despenalizada em função
da aplicação do princípio da insignificância. Os crimes de lesão corporal levem ou
culposa, pela regra do art. 88 da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais) procedem
mediante representação: Ação Penal Pública Condicionada à Representação do
Ofendido (Representação é condição de procedibilidade p/ que o Ministério Público
ofereça a denúncia). Prazo decadencial de 06 meses do conhecimento de quem é o
autor do crime pelo ofendido ou pela pessoa que o represente. Lesão corporal de
natureza grave no caso do parágrafo 1o, serão graves as lesões que tornem a vítima
incapacitada para suas atividades habituais por mais de 30 dias; as que gerem
perigo de vida, as que gerem debilidade permanente de um membro, sentido ou
função; e as que acelerem o parto. - a incapacidade para as atividades normais deve
ser comprovada mediante laudo e não pode ser hipotética. Assim, não pode alguém
que nunca esquiou dizer que não pode esquiar durante mais de 30 dias, ou alguém
que nunca tocou o piano alegar que determinada lesão o afasta desse instrumento. -
o perigo de vida que agrava a lesão corporal é o real, não apenas o potencial. Deve
gerar uma situação que de fato coloque a vítima em situação onde a morte é uma
possibilidade real, como é o caso de uma lesão que perfura o pulmão ou abre uma
artéria importante do corpo humano. Cuidado com este tipo de lesão corporal grave,
pois é muito fácil confundi-la com tentativa de homicídio, já que a única diferença
está na vontade do agente. - a debilidade permanente de membro, sentido ou
função é a perda do perfeito funcionamento do uso de membros (pernas e braços),
de um dos sentidos (olfato, tato, paladar, etc.) ou de função orgânica (função
digestiva, renal, circulatória, etc.)(neste caso estamos diante de um crime
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instantâneo). - a aceleração do parto é a lesão corporal grave que leva ao


nascimento prematuro de criança viável existente dentro do ventre da vítima. O
agente deve saber que a vítima está gestante, sendo que esta modalidade de lesão
corporal admite tentativa. Lesão corporal gravíssima é a descrita no parágrafo 2o do
artigo mencionado, que gerará para a vítima a incapacidade permanente para o
trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro, sentido ou
função, deformidade permanente ou gere o aborto em gestante. - a incapacidade
permanente para o trabalho é aquela em que é impossível prever, com base no atual
estado da medicina, quando (ou se) o indivíduo poderá novamente assumir suas
funções no mercado de trabalho. Esta modalidade pode ter agente operando com
dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa. - Enfermidade
incurável é aquela que a medicina atual não consegue curar, inclusive as que são
tratadas mediante tratamentos muito arriscados ou utilizando meios que não os da
medicina tradicional. Esta modalidade pode ter agente operando com dolo ou culpa,
sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa. - Deformidade permanente é o
dano estético visível, duradouro e que causa constrangimento à vítima. O fato de
existirem próteses no mercado, como por exemplo, olho de vidro, não afasta a
natureza gravíssima desta lesão. Esta modalidade pode ter agente operando com
dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa. - Que gere aborto
na vítima. Somente admite a forma preterdolosa, pois se o agente agiu com dolo
enquadrar-se-á no crime de aborto propriamente dito. Não admite responsabilidade
objetiva, de modo que se o agente desconhecia o fato da vítima ser gestante, não
será gravíssima a lesão. Por não admitir forma dolosa, não admite tentativa da
mesma. Lesão corporal seguida de morte Tratado no parágrafo 3o do artigo 129,
este é um crime que somente admite a forma preterdolosa, pois se o agente agiu
com dolo, ou seja, com a intenção de matar, trata-se de homicídio doloso. Neste
caso, o agente tem que desejar ferir sua vítima (lesão corporal dolosa) mas a morte
deve ser consequência imprevisível e indesejada de sua ação. Não admite tentativa.
O dolo não é de matar, mas apenas de ferir a vítima e a morte sobreveio como
resultado indesejado. Exemplo de Lesão corporal seguida de morte é quando "A"
discute com "B", e o empurra. "B" escorrega e bate a cabeça e morre. "A" não agiu
com dolo de matar, trata-se de vias de fato. Lesão corporal privilegiada é aquela
lesão cometida por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida de injusta provocação da vítima. Uma vez
estabelecido que se trata de lesão corporal privilegiada, o juiz, em atenção aos
diversos princípios que vigoram no direito penal brasileiro, deve reduzir a pena de
1/6 a 1/3. - Relevante valor moral ou social é o objetivo que segue a ética dominante
no grupo social ao qual pertence o agente. Será privilegiado mesmo que o agente
tenha agido com erro, por exemplo, ferindo pessoa que julgava ser um abusador
sexual de crianças que agia do bairro, mas que posteriormente provou ser inocente.
- Para a segunda forma de lesão corporal privilegiada, é necessário que coexistam 3
elementos: a violenta emoção do agente, o intervalo temporal mínimo entre a
provocação da vítima e a agressão e a injusta provocação da vítima. Substituição da
pena nos termos do parágrafo 5o, o Juiz poderá substituir a pena de detenção pela
de multa, caso as lesões não sejam graves e nas hipóteses de agressões recíprocas
ou de lesão corporal privilegiada. Aplicando-se os princípios do Direito Penal, não
poderá o Juiz penalizar com a detenção se a Lei estabelece parâmetro menos
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gravoso, de modo que este artigo deve ser interpretado como um dever do Juiz, que
deverá substituir a pena quando a situação fática assim o permitir. Lesão corporal
culposa O tipo penal descrito no parágrafo 6o é um tipo aberto, já que não há um
verbo nuclear na descrição. É aquela decorrente de imprudência, negligência ou
imperícia. Lembrar, sempre, que na lesão corporal culposa a graduação das lesões
não será considerada, mesmo que tenha consequências graves. Vemos que o
legislador optou por não diferenciar entre a gravidade das lesões, cominando com a
mesma pena, detenção de 2 meses a 1 ano, todas as lesões corporais, desde as
leves até as gravíssimas. Por ser crime culposo, não admite tentativa, sendo punida
apenas a agressão culposa bem sucedida. Todo crime culposo exige o resultado.
Aumento de pena nas lesões corporais dolosas e preterdolosas a pena será
aumentada se a vítima tinha menos de 14 anos de idade ou se tinha mais de 60 na
data do fato. Sendo dolosa lesão corporal, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se
o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. Na hipótese de violência doméstica, a pena será aumentada de um terço se o
crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. Direito penal brasileiro O
Direito penal brasileiro consiste no conjunto de leis incriminadoras postas pelo
Estado brasileiro. Atualmente, é formado principalmente pelo Código Penal
Brasileiro (Decreto-lei 2.848/40), composto de duas partes: Parte geral, amplamente
reformada pela Lei nº 7.209/84 e que traz normas gerais atinentes aos fatos típicos e
das regras de imputação; e Parte especial, que traz os crimes em espécie. O
ordenamento jurídico-penal brasileiro conta ainda com inúmeras leis extravagantes,
dentre as quais se destacam a Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), a Lei nº
7.210/84 (Lei de Execuções Penais) e a Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas). A matéria
processual penal é regulada principalmente pelo Código de Processo Penal
(Decreto-lei nº 3.689/41) e pelas Leis nºs 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) e
10.259/01 (Lei dos Juizados Especiais Federais). Direito Penal Colonial
Anteriormente a chegada dos portugueses, na primitiva civilização brasileira
adotava-se a vingança privada, sem qualquer uniformidade nas reações penais. No
entanto, Bernardino Gonzaga afirmava que os nossos silvícolas não desconheceram
o talião, ainda que de modo empírico, a composição e a expulsão da tribo.
Relativamente às formas punitivas predominavam as sanções corporais, sem
tortura. Na verdade, o primitivismo de nossos silvícolas não autoriza falar em uma
verdadeira organização jurídico-social. Havia simplesmente regras consuetudinárias
(tabus), comuns ao mínimo convívio social, transmitidas verbalmente e quase
sempre dominadas pelo misticismo. A partir do descobrimento do Brasil em 1500,
passou a vigorar em nossas terras o Direito Lusitano. Nesse período, vigoravam em
Portugal as Ordenações Afonsinas, publicadas em 1446, sob o reinado de D. Afonso
V, consideradas como primeiro código europeu completo. Em 1521, foram
substituídas pelas Ordenações Manuelinas, por determinação de D.Manuel I, que
vigoraram até o advento da Compilação de Duarte Nunes de Leão, em 1569,
realizada por determinação do rei D.Sebastião. Os ordenamentos jurídicos referidos
não chegaram a ser eficazes, em razão das peculiaridades reinantes na imensa
colônia. Na realidade, havia uma inflação de leis e decretos reais destinados a
solucionar casuísmos da nova colônia; acrescidos dos poderes que eram conferidos
com as cartas de coação, criavam uma realidade jurídica muito particular. O arbítrio
dos donatários, na prática, é que estatuía o Direito a ser aplicado, e, como cada um
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tinha um critério próprio, era catastrófico o regime jurídico do Brasil Colônia. Pode-se
afirmar, sem exagero, que se instalou tardiamente um regime jurídico despótico,
sustentado em um feudalismo à moda brasileira, com pequenos senhores,
independentes entre si, e que, distantes do poder da coroa, possuíam um ilimitado
poder de julgar e administrar os seus interesses. De certo modo, podemos afirmar
que essa fase do Direito Brasileiro se compara as fases mais desumana e atroz da
humanidade. Formalmente, a lei penal que deveria ser aplicada no Brasil, naquela
época, era a contida nos 143 títulos do livro V das Ordenações Filipinas,
promulgadas por Filipe II, em 1603. Orientava-se no sentido de uma ampla e
generalizada criminalização, com severas punições. Além do predomínio da pena
capital, utilizava outras sanções cruéis, como o açoite, amputação de membros, as
galés, degredo etc. Não se adotava o princípio da legalidade, ficando ao arbítrio do
julgador a escolha da sanção aplicável. Esta rigorosa legislação regeu a vida
brasileira por mais de dois séculos. O código Filipino foi ratificado em 1643 por D.
João IV e em 1823 por D. Pedro I. E só viria a ser substituído em 1830 com a
promulgação do Código Criminal do Império.
52. Poder de polícia
“Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos”. O Poder de Polícia reparte-se entre o Legislativo e
Executivo, com base no princípio da legalidade, que impede que a Administração
imponha obrigações ou proibições sem lei que as preveja, trata-se, portanto, de
limites de atuação. Conceito em sentido amplo: Atividade do Estado em condicionar
a liberdade e a propriedade conforme os interesses coletivos. Conceito em sentido
restrito: são intervenções, geral ou abstrata, como os regulamentos, na forma
concreta e específica. Ex. autorização de licenças, injunções. Áreas de atuação do
Poder de Polícia: i) Preventiva: tem por escopo impedir ações antissociais. ii)
Repressiva: punição aos infratores da lei penal. A Polícia Administrativa atua
conforme os órgãos de fiscalização atribuídos pela lei, como na área de:
 Saúde
 Educação
 Trabalho
 Previdência
 Assistência social.
A Polícia Administrativa atua na forma: i) Preventiva (pelas polícias, civil e militar):
proibindo porte de arma ou direção de veículo automotor. ii) Repressiva: apreende
arma usada indevidamente ou licença do motorista infrator; aplicando multa. A
Polícia Judiciária atua na forma: i) Preventiva: evitando que o infrator volte a incidir
na mesma infração, conforme o interesse geral. ii) Repressiva: punindo o infrator da
lei penal. Meios de Atuação 1. Atos Normativos - Promovidos pela lei, em que cria

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limites administrativos ao exercício dos direitos e das atividades individuais,


estabelecendo normas gerais e abstratas às pessoas indistintamente, em idêntica
situação. - Disciplina a aplicação da lei aos casos concretos. Ex. Poder Executivo,
quando baixa Decretos, Resoluções, Portarias, Instruções. 2. Atos Administrativos e
operações materiais. -Medidas preventivas: Objetiva adequar o comportamento
individual à lei. Como: fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença.
-Medidas repressivas: Tem por finalidade coagir o infrator ao cumprimento da lei.
Como: dissolução de reunião, apreensão de mercadorias deterioradas, internação
de pessoas com doença contagiosa. Características (atributos) do Poder de Polícia
A) Vinculariedade: Significa que a Administração deverá agir conforme os limites
estabelecidos em lei, sem qualquer possibilidade de opção. Ex. alvará de licença. B)
Discricionariedade: A lei deixa certa margem de liberdade de apreciação quanto ao
motivo ou o objeto, devendo a Administração decidir qual o melhor momento de agir,
o meio de ação adequado, qual a sanção cabível previstas na norma. Ex. alvará de
autorização. C) Auto executoriedade: É ato de agir da Administração com os
próprios meios, executando suas decisões sem necessidade de intervenção do
Poder Judiciário. Compele a Administração materialmente o administrado, por meios
diretos de coação. Ex. dissolve uma reunião, apreende mercadorias, interdita uma
fábrica. D) Coercibilidade: Trata-se de uma imposição coativa das medidas adotadas
pela Administração (Meirelles, 2003:134). E) Indelegabilidade:Atividade típica
estatal, sendo que somente o Estado pode exercer, envolvendo o exercício de
prerrogativas próprias do poder público, como repressão, que não podem ser
exercidas por um particular, exceto quando este esteja investido legalmente por via
de cargo público. Limites São aqueles impostos pela lei, como:
 Competência
 - Forma
 Fins: Não eliminam direitos individuais
 Motivo
 - Objeto
 Discricionário
 Proporcionalidade dos meios aos fins: exigência em relação a limitação ao
direito individual e o prejuízo ao ser evitado
 Necessidade: tem por fito evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações
ao interesse público.
 Eficácia: medida adequada para impedir dano ao interesse coletivo.
Sanção O prazo prescricional para aplicação de sanção é de 5 (cinco) anos,
podendo ser interrompido ou suspenso, conforme o caso (Lei n. 11.941/09). Poder
de polícia é a faculdade que tem o Estado de limitar, condicionar o exercício dos
direitos individuais, a liberdade, a propriedade, por exemplo, tendo como objetivo a
instauração do bem-estar coletivo, do interesse público (Maria Sylvia Di Pietro,
2017,158). Este é composto por vários elementos, dentre os quais destacamos a
saúde, segurança, meio ambiente, defesa do consumidor, patrimônio cultural e a
propriedade. Definição Legal O artigo 78 do Código Tributário Nacional traz uma
definição legal do poder de polícia: “considera-se poder de polícia a atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,

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regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público


concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. Note-se que o mencionado artigo
define o poder de polícia como atividade da administração pública; contudo, em
atenta leitura ao parágrafo único que se segue vemos que o poder de polícia
também é considerado regular quando executado por “órgão competente nos limites
da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a
lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”. Sentido estrito e
sentido amplo é necessário, desde já, diferenciar a acepção ampla e estrita da
expressão poder de polícia. Em sentido amplo, temos que poder de polícia é toda
atuação estatal que restringe direitos individuais em prol dos interesses coletivos.
Assim, aqui cabem atuações dos poderes Executivo e Legislativo; como exemplo
deste presenciamos atividade de elaboração de leis, as quais delineiam os direitos
aumentando ou restringindo sua fruição. Em sentido estrito, o poder de polícia é
visto como uma atividade administrativa propriamente dita, caracterizada
unicamente pela atuação do poder Executivo; é prerrogativa dos que compõe a
administração do Estado, e que se revela, por exemplo, na restrição ou
condicionamento da liberdade e propriedade através de regulamentos, autorizações,
licenças, etc. Convém clarificar ainda que há: a) a atividade administrativa, função
estatal (polícia –função) que deve ser interpretada pelo aspecto material e; b) o
órgão administrativo responsável por prevenir a prática de atos reprováveis à
harmonia social (polícia- corporação) que deve ser considerado pelo aspecto formal.
A polícia como função do Estado legitima a atuação da corporação policial.
Fundamentos Como fundamentos para essa atividade estatal de limitação dos
direitos individuais temos, como já dito, a supremacia do interesse público e da
Administração Pública, que tem o dever de consubstanciar o bem-estar da tecido
social. Ora, se o interesse coletivo constitui fundamento desse tipo de atuação
estatal outra não poderia ser sua finalidade, qual seja a proteção do mesmo
interesse. Âmbito de incidência constitui âmbito de incidência do poder de polícia,
todo e qualquer ramo que contemple a presença do indivíduo- sujeito de direitos;
uma vez que não há direitos absolutos no que diz respeito a essa ou aquela
atividade, devem os mesmos estar subordinados ao interesse comum. Ou seja, os
direitos à liberdade e à propriedade, por exemplo, estão condicionados à
determinada forma de fruição, pois tem a Administração Pública o objetivo de
adequá-los à harmonia social. E para tal adequação há polícia de construções, do
meio ambiente, etc. Poder de Polícia Originário e Delegado Para Carvalho Filho, o
poder de polícia originário abrange as leis e atos normativos provenientes das
pessoas políticas da federação. Ou seja, é aquele exercido pelas entidades políticas
do Estado, as pessoas jurídicas de direito público interno, quais sejam, União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, por meio de seus agentes e órgãos internos.
Já o poder de polícia delegado é o conferido a entidades administrativas, vinculadas
ao Estado, integrantes da Administração Indireta, através de delegação legal partida
de um ente político. Carvalho Filho (2017, 68) salienta que “a delegação não pode
ser outorgada a pessoas de iniciativa privada, desprovidas de vinculação oficial com
os entes públicos”. Por isso, a atribuição somente pode ser conferida a pessoas
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jurídicas integrantes da Administração Indireta. O pressuposto de validade é que a


delegação seja feita por lei formal, proveniente de um agente ou órgão interno do
Estado. Por fim, o poder de polícia delegado deve restringir-se a atos fiscalizatórios,
de função executória, mas não é permitido que se crie normas restritivas, pois a
atividade inovadora compete apenas ao poder de polícia originário. Polícia
Administrativa e Judiciária A maioria dos doutrinadores, entre eles Di Pietro e
Carvalho Filho, considera que o poder de polícia se divide em dois segmentos,
incidindo em duas áreas de atuação estatal: a administrativa e a judiciária. Apesar
desta divisão, ambos estão no âmbito da função administrativa, por gerirem
interesses públicos. Costuma-se diferenciá-los ao dizer que a polícia administrativa
possui caráter preventivo, buscando impedir ações antissociais e comportamentos
individuais que causem danos à coletividade, e a polícia judiciária, de caráter
repressivo, visa punir infratores da lei penal. Porém, falta precisão neste critério, pois
a polícia administrativa pode agir também repressivamente (exemplo: quando
apreende carteira de motorista infrator), e a polícia judiciária, ao reprimir o indivíduo
infrator da lei penal, atinge também o objetivo preventivo de evitar a consumação de
novos delitos. Critério mais adequado para a distinção está na ocorrência ou não de
ilícito penal. Como ensina Álvaro Lazzarini (apud DI PIETRO, 2017, p. 157), “quando
atua na área do ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente), a
polícia é administrativa. Quando o ilícito penal é praticado, é a polícia judiciária que
age”. Assim, para Di Pietro, a polícia judiciária rege-se pelo Direito Processual
Penal, incide sobre pessoas e é privativa de corporações especializadas (polícia civil
e militar), geralmente agentes de segurança. Já a polícia administrativa é regida pelo
Direito Administrativo, incide sobre bens, direitos ou atividades e é executada por
diversos órgãos da Administração, de caráter fiscalizador. Carvalho Filho (2017, p.
69) apresenta mais uma distinção, correlacionada à apresentada por Di Pietro. Para
ele, a polícia administrativa incide sobre atividades dos indivíduos; já a polícia
judiciária recai sobre o próprio indivíduo que cometeu o ilícito penal. Apesar de
ambas serem atividades administrativas, a primeira “inicia e se completa no âmbito
da função administrativa”; a segunda, por sua vez, “prepara a atuação da função
jurisdicional penal”.
53. Fundamentos da Gestão Pública
A Gestão Pública é responsável pelo desenvolvimento urbano e econômico de uma
cidade. No entanto para que haja eficiência na gestão correspondente à
administração de um município há que se estabelecer a organização na gestão, criar
missões correspondentes ao desenvolvimento que se almeja alcançar para, enfim,
realizar a gestão de forma eficiente e eficaz. Uma das palavras fundamentais para
uma boa gestão pública é “excelência”. Através dela os processos de
fundamentação da estrutura do município, a capacidade de administração baseada
em necessidade coletiva e o controle dos valores exigidos na gestão será
indispensável para a ocorrência de resultados que beneficie tanto a estrutura física
do município como sua base econômica e a qualidade de vida dirigida à população
local. A adoção de boas práticas relacionada à Gestão Pública constitui, também,
um conjunto de mecanismos através dos quais investidores de outros setores,
incluindo impostos pagos por cidadãos, protegem-se contra desvios de ativos por

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indivíduos que têm poder de influenciar ou tomar decisões em nome da cidade que é
administrada. O fato é que todos nós desejamos um setor público eficiente, ágil e de
qualidade. Para isso é preferido reconhecer os problemas da cidade e procurar
resolvê-los através de uma boa preparação na administração desta mesma cidade.
O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes. No sentido
político, encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há
naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo
decide o que fazer ou não fazer. O segundo sentido se dá do ponto de vista
administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas e
atividades realizadas pelo governo. Uma política pública pode tanto ser parte de
uma política de Estado ou uma política de governo. Vale a pena entender essa
diferença: uma política de Estado é toda política que independente do governo e do
governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. Já uma política
de governopode depender da alternância de poder. Cada governo tem seus
projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas. Poder público Poder
público é o conjunto dos órgãos com autoridade para realizar os trabalhos do
Estado, constituído de Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. A
expressão é utilizada também no plural (poderes públicos), também chamados de
poderes políticos. Em sentido amplo, representa o próprio governo, o conjunto de
atribuições legitimadas pela soberania popular. O Poder Público, constituído pelo
Poder Legislativo, Judiciário e Executivo, trabalha em esferas distintas,
desempenhando competências típicas, mas sempre tendo em vista o bem comum.
O Poder Público corresponde a todos os poderes que competem ao Estado na sua
atuação perante a sociedade. O Poder Legislativo (responsável pela criação e
edição de leis), Judiciário (aquele que realiza o julgamento das lides com base nas
regras do ordenamento) e Executivo (responsável por governar e garantir o
interesse público) atuam em esferas distintas, desempenhando atividades inerentes
e assim definidas pelo ordenamento como atividades típicas. Segundo o artigo 2º, da
constituição federal de 1988 São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Além das atividades típicas, esses
poderes também desempenham atividades que não são essenciais à sua função,
assim denominadas atividades atípicas. Art. 1º A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a
dignidade da pessoa humana.
54. Relações humanas
As relações humanas entre indivíduos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as
características de seus componentes e se manifesta não só na relação de um grupo
com outro, mas também, e principalmente, nas relações que os membros de um
grupo mantêm entre si. Do ponto de vista teórico, as relações humanas resultam da
mútua interação interindividual. Esta interação gera uma dinâmica que é uma área
das ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia, chamada de
dinâmica de grupos. Esta procura aplicar métodos científicos ao estudo dos
fenômenos grupais. Do ponto de vista aplicado ou técnico, as relações humanas são
medidas e direcionadas pela dinâmica de grupos, que é o método de trabalho

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baseado na teoria do relacionamento interpessoal e intermodal. É a arte do


relacionamento humano, que surge quando dois ou mais indivíduos se encontram.
Desta forma, num ambiente de trabalho, em que duas pessoas partilham ideias e
tarefas, gera-se um convívio que poderá resultar em cooperação, em atritos,
comparações, etc. Há dois tipos de relações humanas: Comunicação interpessoal: é
o relacionamento entre pessoas, caracterizada através dos eventos ou
acontecimentos que se verificam no lar, na escola, na empresa, na igreja, etc.
Comunicação intrapessoal: é a comunicação que mantemos conosco mesmo. É o
diálogo interior. Exemplos: oração, meditação, etc. O estudo das Relações Humanas
vale-se de outras ciências que estudam o homem no seu relacionamento, como a
Psicologia, a Sociologia, a Moral, enfim, as chamadas ciências sociais. Por isso, as
Relações Humanas também têm sido chamadas ciência do comportamento humano.
As Relações Humanas ou Interpessoais são eventos (acontecimentos) que se
verificam no lar, na escola, na empresa. Quando há conflito no relacionamento
interpessoal, diz que há problemas de Relações Humanas. O presente artigo visa
definir e conceituar a Criminologia, bem como analisar seu objeto e suas relações
com o Direito Penal. Ainda, a partir da análise histórica da Criminologia, é possível
concluir que seu estudo está ligado à vítima e ao fenômeno criminal, e não ao crime
propriamente dito, parte encarregada pelo Direito Penal. A palavra Criminologia
deriva do latim “crimen” (delito) e do grego “logos” (tratado). Em resumo, seria o
“Tratado do Crime”. Foi utilizada, pela 1ª vez, em 1885, pelo italiano Rafael Garófalo
(designando-a como a “ciência do crime”), contudo, já havia sido muito estudada e
utilizada (embora não com esta denominação) pelos igualmente italianos Cesare
Lombroso e Enrico Ferri. Para alguns, a Criminologia é o estudo do homem que
delinque. Definindo a criminologia como o tratado do delito, confundi-la-emos com o
Direito Penal, que trata do delito, do delinquente e da pena. Aliás, qualquer matéria
sobre criminalidade deve abranger esses três elementos. A Criminologia, como não
poderia deixar de ser, não é definida de maneira uniforme, existindo muitas e
variadas definições. O conceito segurança pública pode ser entendida de várias
maneiras. Por um lado, trata-se de um direito e neste sentido as constituições
nacionais estabelecem que o conjunto de cidadãos tenha o direito de ser protegido
pelo Estado diante de qualquer possível ameaça à sua integridade pessoal. Por
outro lado, a segurança pública é um instrumento do Estado para manter a ordem e
evitar qualquer forma de violência por meio de leis e forças policiais. Os sequestros,
os crimes, as extorsões e as diversas formas de violência são realidades que
ameaçam a segurança pública. Se estes fenômenos se manifestam em um número
significativo, cria-se um clima social de insegurança. Esta situação afeta
particularmente alguns países como México, El Salvador, Venezuela, Honduras,
Chad e África do Sul. Os números relativos à insegurança são muito preocupantes
em algumas áreas do planeta. Embora não haja receitas mágicas para combater
esta chaga social, existem algumas orientações que são fundamentais para reduzir
o impacto das diversas formas de criminalidade: - Identificar as causas de violência:
desigualdade econômica, crime organizado, corrupção policial, etc.; - Aumentar o
orçamento destinado às forças de segurança e reforçar a cooperação transnacional
dos corpos policiais; - Adotar medidas preventivas como educação de valores,
conscientização pública através dos meios de comunicação, etc.; - Desarticular o
crime organizado e suas ramificações através de policiais especializados; -
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Promover um sistema de justiça eficaz que permita agilizar a luta contra o crime. O
conceito de segurança pública passou a ser entendido a partir de uma perspectiva
mais complexa do que em décadas passadas. As ameaças de segurança vão além
da esfera militar tradicional para incluir os problemas que têm um impacto direto na
vida das pessoas, como a violência de gangues, criminalidade, tráfico de drogas,
armas ou seres humanos. Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior
que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato
que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 3º - A
lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Tempo do crime Art. 4º -
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Relação de
causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 13 - O resultado,
de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa
independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A superveniência de
causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c)
com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I -
consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo
único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 15 - O agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 16 -
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Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime culposo (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o
agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro
determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Responde
pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - O
erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa
contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude
do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único -
Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa
consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Coação irresistível e
obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se
o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Exclusão de ilicitude
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 23 - Não há crime quando o
agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - em estado
de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - em legítima defesa;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - em estrito cumprimento de dever legal
ou no exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Excesso
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punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - O agente, em


qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Estado de necessidade Art. 24 -
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Não pode alegar estado de
necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa
quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finalidade estabelecer
as infrações de cunho penal e suas respectivas sanções e reprimendas. O Direito
Penal é um ramo do Direito Público (que diz respeito a função ou dever do Estado).
Há que se acrescentar que o Direito Penal é formado por uma descrição, em série,
de condutas definidas em lei, com as respectivas intervenções do Estado (na
aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato
delituoso, concreto ou tentado. Sujeito Ativo – Indivíduo ou agente que pratica um
fato (isto é, uma ação ou omissão) tipificado como delituoso pela legislação vigente.
Sujeito Passivo – Capacidade que o indivíduo ou agente tem de sofrer as sanções
penais incidentes sobre sua conduta delituosa. Direito Penal Subjetivo – Poder de
“Império” (ou dever) do Estado de punir os indivíduos por ele tutelados, dentro dos
basilares do Direito Penal Objetivo. Direito Penal Objetivo – Todas as normas
existentes e de pronta aplicabilidade sobre o fato concreto ou tentado. Direito Penal
Comum – Aplicação do direito pelos órgãos jurisdicionais do Estado, ou seja,
aplicação do Direito Penal dentro da atuação da Justiça comum existente nos
Estados da Federação. Direito Penal Especial - Previsão legal de competência para
atuação das justiças especializadas na aplicação da lei penal. Exemplo: Direito
Penal Eleitoral e Direito Penal Militar. Direito Penal Substantivo - É a materialidade
da norma, ou seja, é a norma em sua apresentação formal (exemplo: livro que
contém o Código Penal). Direito Penal Adjetivo – É a instrumentalidade do Direito
Penal, isto é, o direito processual e suas nuances.
55. Norma jurídica
A norma jurídica é a célula do ordenamento jurídico (corpo sistematizado de regras
de conduta, caracterizadas pela coercitividade e imperatividade). É um imperativo de
conduta, que coage os sujeitos a se comportarem da forma por ela esperada e
desejada. Elementos do conceito da norma jurídica Toda norma jurídica compõem-
se num suporte fático e numa correlata consequência jurídica realçando-se os
elementos: a imperatividade, pois que o seu comportamento é obrigatório, ficando os
destinatários sujeitos a sanções se as não cumprirem; a generalidade, já que se
destinam a ser aplicadas a toda uma categoria de destinatários, não determinados
concreta e individualmente (ainda que, por exemplo, refiram-se ao Presidente da
República, pois neste caso dirigem-se à instituição e não à pessoa que assume

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essas funções); a abstração, pois fixam a conduta a adoptar em situações de fato


abstratas; "haverá lugar a ..." ou "designar-se-á ..."; a hipoteticidade, uma vez que
estabelecem condutas a adoptar no futuro, se se verificarem os fatos que
hipoteticamente se provêm, ou seja, "sempre que" ou "quando" A validade da norma
jurídica envolve o problema da existência da regra. Tratasse de averiguar se a
autoridade de quem ela emanou tinha o poder legítimo para emanar normas
jurídicas, averiguar se não foi ab-rogado e averiguar se não é incompatível com
outras normas do ordenamento jurídico. A eficácia aborda o problema de ser ou não
seguida pessoas a quem é dirigida. Assim, podem ser normas seguidas
universalmente de modo espontâneo, normas seguidas na generalidade quando
estão providas de coação, violadas, ou normas que não são seguidas. Podemos
definir norma jurídica como um conjunto de normas que compõem o ordenamento
jurídico, é responsável por regular a conduta do indivíduo, uma regra de conduta
imposta, é a proposição normativa inserida em uma fórmula jurídica (lei,
regulamento), garantida pelo Poder Público (Direito Interno) ou pelas organizações
internacionais (Direito Internacional). Compõe-se, em sua maioria, de preceito e
sanção. Sua principal função é coagir os sujeitos a se comportarem da forma por ela
esperada. Tem por objetivo principal a ordem e a paz social e internacional.
Desempenha várias funções, que não devem ser confundidas com as finalidades
ideais da norma (justiça, segurança, etc.) A norma jurídica é imperativa, pois contém
um comando, uma prescrição, impondo um tipo de conduta que tem de ser
observado. Seu caráter imperativo significa imposição de vontade. Conforme explica
Paulo Nader, “a norma não imperativa não pode ser jurídica.”. Coercibilidade é uma
qualidade que a norma jurídica tem, de autorizar a utilização da força física para o
seu cumprimento, é a possibilidade do uso da coação. A coercibilidade da norma
impõe o que o Estado estabelece para administrar e reger o bem comum. Podem-se
classificar os destinatários da norma jurídica em: mediatos, que são os tribunais,
órgãos estatais e organismos internacionais; e imediatos, são todas as pessoas que
estiverem na situação prevista pela norma.
56. Lei orgânica
No ordenamento jurídico brasileiro, a Lei Orgânica pode ser : A lei maior de um
município ou do Distrito Federal; A lei que disciplina o funcionamento de uma
categoria específica de alguns dos poderes (Lei Orgânica da Magistratura Nacional,
Lei Orgânica do Ministério Público, etc.) - não apenas no Brasil, mas em diversos
países[carece de fontes]. No caso brasileiro, a lei orgânica municipal está sob dupla
subordinação, uma vez que está subordinada sobretudo pela Constituição Federal
bem como pela Constituição Estadual, decorrente do poder constituinte derivado
decorrente. Como lei fundamental de territórios autônomos no âmbito de um
município, a lei orgânica é uma lei ordinária aprovada em dois turnos pela Câmara
Municipal, e pela maioria de dois terços de seus membros, que faz as vezes de lei
fundamental daquele território. O Distrito Federal, assim como os municípios, tem a
Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF) como forma análoga a das constituições
dos estados. Como lei fundamental de territórios não-autônomos O território de
Fernando de Noronha é organizado pela Lei Orgânica do Distrito Estadual de
Fernando de Noronha, editada pelo Poder Legislativo Estadual de Pernambuco

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Como lei organizadora de instituições públicas Lei Orgânica da Magistratura


Nacional (LOMAN) A organização do Poder Judiciário brasileiro, seu funcionamento
e estrutura hierárquica administrativa, são disciplinados pela Lei Complementar 35,
de 1979. O diploma legal, do período da ditadura militar brasileira, vem sendo objeto
de diversas propostas legislativas no Congresso, no sentido de se criar um novo
Estatuto da Magistratura Segurança: Segurança é o substantivo feminino que
significa o ato ou efeito de segurar. Também pode ser sinônimo de confiança,
garantia, firmeza, estabilidade e certeza. No âmbito militar, a segurança consiste em
um conjunto de medidas que tem como objetivo a preservação da liberdade e o
combate a qualquer manifestação que tente limitá-la. Neste caso, a segurança
pretende defender um grupo ou território que estão ameaçados, através do
deslocamento de forças. Este conceito também está intimamente ligado ao
armamento, equipamentos (tanques, navios, etc) e sistemas de defesa que são
utilizados para proteger instituições e cidadãos. Também existe o conceito de
segurança nacional, que indica os métodos usados para defender a integridade de
uma nação. De acordo com o artigo 144 da Constituição Federal, a segurança
pública é um dos deveres do Estado, constituindo um direito e responsabilidade de
todos, que é um processo exercido para preservar a ordem pública e ao bem-estar
das pessoas e do patrimônio. A segurança pública é exercida pelos seguintes
órgãos: polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias
civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares. Segurança da informação
consiste na proteção de um conjunto de dados, sejam eles pessoais ou de uma
empresa, para que não sejam consultados, copiados ou alterados por indivíduos não
autorizados.
57. Balística Forense
A Balística Forense é uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as
armas de fogo, sua munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que
tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e
provar sua ocorrência. O setor de Balística Forense é responsável pela realização
dos exames periciais abaixo relacionados: Exame de eficiência: Este exame tem por
finalidade verificar se a arma de fogo é eficiente para a realização de disparos. Os
procedimentos periciais iniciam pela identificação da arma, descrição de suas
características, avaliação de sua estrutura, testes de eficiência e avaliação dos
resultados. Exame metalográfico: Este exame destina-se a recuperação das
numerações de série destruídas. A metodologia utilizada consiste em polir a área a
ser investigada e em seguida aplicar os reagentes químicos apropriados para a
revelação da numeração. Exame de comparação: O exame de comparação balística
visa estabelecer a conexão entre a arma de fogo e o projétil, entre a arma e o estojo,
entre projéteis e entre estojos. O procedimento pericial adotado segue rotina
padronizada no Brasil e no Exterior, com o emprego de um moderno microscópio
comparador auxiliado por processo de captura de imagens permitindo a análise em
vídeo de alta resolução. Exame de segurança: Este exame é utilizado quando se
busca identificar se os mecanismos de segurança da arma de fogo questionada
estão eficientes, assim, esclarecendo as dúvidas quando a possibilidade de disparos
acidentais. Arma: é todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou

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defesa do homem. Podem ser próprias ou impróprias. As armas próprias são


aquelas feitas pelo homem com a finalidade de serem usadas como armas (pistola,
fuzil, revolver etc.). As armas impróprias são aquelas que eventualmente podem ser
usadas por um indivíduo para matar ou ferir seu semelhante (martelo, machado,
foice, etc.). Balística: é uma parte da Física Aplicada que estuda os projéteis (sua
trajetória, os meios que atravessam etc.) e as armas de fogo. Portando, a balística é
uma ciência forense composta de diversos métodos de análise e identificação
criminalística, dentre eles encontramos a balística que em sua primeira definição é a
parte da física (mecânica), que estuda o movimento dos projéteis (considera-se
como projétil todo corpo que se desloca livre no espaço em virtude de um impulso
recebido), justificada plenamente como uma disciplina autônoma em seus métodos
de pesquisa e aplicação criminalística. Assim sendo, podemos dizer que a balística é
a ciência da velocidade dos projéteis. Balística forense: é uma disciplina, integrante
da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos dos tiros
por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com
infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência. Balística forense é
universalmente utilizada para a análise e a identificação das armas de fogo, dos
projéteis e dos explosivos, em particular para a criminalística a balística é importante
no conhecimento e reconhecimento das armas de fogo; dos projéteis e dos
cartuchos vazios; dos explosivos, formadores da munição; do confronto do projétil
com a arma que efetuou o disparo. Armas de fogo: são instrumentos que utilizam a
grande quantidade de gases produzidos pela queima instantânea de uma carga,
constituída por um combustível seco (pólvora ou sucedâneo) como forma de
propulsão dos projéteis. Esta queima somente ocorre na presença de “chama viva”
(que era como se detonavam as armas de fogo antigas: canhões, bombardas,
arcabuzes, bacamartes, garruchas etc., com o auxílio de um pavio acesso). Daí a
necessidade de existir nos cartuchos uma segunda mistura combustível, capaz de
se acender (inflamar) quando golpeada. Esta forma parte da espoleta ou escorva.
Divisão da balística: Segundo os estudos que são submetidos à balística forense,
esta pode ser dividida em: balística interna, balística externa e balística dos efeitos.
a) Balística interna: conhecida também como balístico interior, é a parte da balística
que estuda a estrutura, mecanismos e funcionamento das armas de fogo, o tipo de
metal usado na sua fabricação bem como, a sua resistência às pressões
desenvolvidas na ocasião do tiro. As armas de fogo são criteriosamente analisadas
nesse ramo da balística forense, assim sendo, além do estudo do funcionamento
das armas, da sua estrutura e mecanismos, este ramo da balística descreve até
mesmo as técnicas do tiro. b) Balística externa: conhecida também como balístico
exterior, estuda a trajetória do projétil, desde a saída da boca do cano da arma até a
sua parada final (repouso). A balístico exterior analisa as condições do movimento,
velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação
da gravidade e os seus movimentos intrínsecos. c) Balística dos efeitos: conhecida
também como balística terminal ou balística do ferimento, estuda os efeitos gerados
pelo projétil desde que abandona a boca do cano até atingir o alvo. Portanto, essa
divisão da balística forense busca analisar e descrever os efeitos causados pelos
disparos com armas de fogo. Dentre seus objetos de análise estão os impactos dos
projeteis, os ricochetes desse durante sua trajetória, as lesões e danos sofridos
pelos corpos atingidos. Visando a partir de métodos científicos identificar os efeitos
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causados pela arma que efetuou os disparos para que através dela haja uma futura
identificação do criminoso e sua detenção.

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