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AULA
carteira
Selma Velozo Fontes
Meta da aula
Apresentar a teoria de carteiras de Harry
Markowitz.
objetivos
Pré-requisitos
Para se ter um bom aproveitamento desta aula, é
importante você relembrar os conceitos de “coe-
ficiente de correlação” e de “covariância”, apre-
sentados na Aula 5 desta disciplina. É importante
também você estar em dia com o conceito de
“coeficiente beta”, trabalhado na Aula 8 da disci-
plina Fundamentos de Finanças.
Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Svilen Milev
Thomas Picard
Leonardini
Figura 13.1: Conjunto de ativos.
Fontes: http://www.sxc.hu/photo/1290131; http://www.sxc.hu/photo/1235157; http://www.sxc.
hu/photo/1237498; http://www.sxc.hu/photo/729164
TEORIA DE CARTEIRA
8 CEDERJ
A teoria de carteira ou teoria média-variância, segundo Azevedo
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(2007), foi desenvolvida por Harry Markowitz e apresentada com o
AULA
título, em língua inglesa, de Portfolio Selection, em 1952, no Journal of
Finance. O artigo deu início ao estudo na área de otimização de carteiras
de investimentos. Assaf Neto (2006) coloca que essa teoria tem como
principal objetivo aumentar o grau de satisfação do investidor pela
relação risco e retorno.
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Falando em Markowitz...
Para conhecer um pouco mais sobre o precursor da Moderna Teoria
de Carteiras e sobre a própria teoria, acesse os seguintes sites:
• http://blsciblogs.baruch.cuny.edu/bcam/2010/10/19/did-you-know-
famous-baruchians-2/
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_moderna_do_portf%C3%B3lio
Dê uma chegadinha por lá e faça uma boa leitura!
Atividade 1
Agora que você terminou a leitura desta seção, explique em que consiste a teoria 1
10 CEDERJ
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Resposta Comentada
AULA
A teoria trata do princípio de que o retorno esperado e a volatilidade dos
retornos dos investimentos são parâmetros relevantes na formação de uma
carteira otimizada. Sugere que o investidor deve montar carteiras com diferen-
tes ativos de risco, pois a diversificação eficiente diminui o risco da carteira. A
carteira otimizada é entendida como a combinação ótima de ativos, pois busca
incorrer ao menor grau de risco possível, para um dado retorno esperado ou o
maior retorno esperado possível, para um dado grau de risco que o investidor
esteja disposto a incorrer.
Onde,
Kc = retorno esperado da carteira
pj = proporção do ativo j na composição da carteira
kj = retorno do ativo j
n = total de ativos que compõem a carteira Kc
O total da soma de todas as proporções deverá ser igual a 1, ou
seja, 100% dos ativos da carteira devem ser incluídos no cálculo.
n
∑p
j=1
j =1
Exemplificando:
Considere uma carteira de investimentos formada por dois ati-
vos – A e B – tendo 80% de sua composição monetária formada pelo
ativo A e o restante pelo ativo B. Suponha que o retorno estimado para
o ativo A seja de 40% sobre a parcela do capital aplicado e do ativo B
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Atividade 2
Agora, com o conceito de retorno esperado de uma carteira em mente e já sabendo 2
Período (n) W Y
1 8% 14%
2 10% 12%
3 12% 10%
Suponha que o investidor aloque 40% de seus recursos no ativo W e o restante seja
alocado no ativo Y.
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Resposta Comentada
AULA
Para determinar o retorno esperado da carteira, composta pelos ativos WY,
você deverá seguir os seguintes passos:
Passo 1:
Calcular o retorno médio esperado dos ativos W e Y, por meio da média arit-
mética.
Kw = (8 + 10 + 12) / 3
Kw = 10%
Ky = (14 + 12 + 10) / 3
Ky = 12%
Passo 2:
Calcular o retorno esperado da carteira.
KwY = (0,40 x 10%) + (0,60 x 12%)
KwY = 4% + 7,2%
KwY = 11,2%
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
?
Quando
duas variáveis movem-se em
um mesmo sentido e em proporções iguais, a
correlação é tida como positiva perfeita. Nesse caso, o
coeficiente de correlação é igual a +1.
Quando duas variáveis movimentam-se em uma mesma direção e em
proporções diferentes, a correlação é tida como positiva. Nesse caso, o coe-
ficiente de correlação é maior que 0 e menor que 1.
Quando duas variáveis movem-se em direções opostas e em proporções iguais,
a correlação é tida como negativa perfeita. Nesse caso, o coeficiente de correla-
ção é igual a -1.
Quando duas variáveis movem-se em sentidos opostos e em proporções
diferentes, a correlação é tida como negativa. Nesse caso, o coeficiente
de correlação é maior que -1 e menor que 0.
Quando não existe relação entre as variáveis, a correlação
é tida como nula. Nesse caso, o coeficiente de
correlação é 0.
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Quando há a possibilidade de combinar ativos correlacionados de
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forma negativa perfeita, o risco diversificável é eliminado, o que significa
AULA
dizer que os ativos produzem retornos inversamente proporcionais, ou
seja, quando o retorno de um dos ativos aumenta, o retorno de outro
diminui na mesma proporção. Isso elimina os reflexos negativos produ-
zidos, existindo assim a compensação entre eles e, consequentemente,
garantindo a possibilidade de ganho.
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Figura 13.4: O aumento de ativos em uma carteira tende a diminuir o risco diver-
sificável.
Fonte: Assaf Neto (2006, p. 213).
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CÁLCULO DO RISCO DE UMA CARTEIRA (VARIÂNCIA E
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DESVIO-PADRÃO DOS RETORNOS)
AULA
O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio-padrão,
requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um
ativo individual. No cálculo, além de levar em conta a média ponderada
dos desvios-padrão dos ativos que compõem a carteira, deve-se considerar
a covariância existente entre esses ativos e, a partir dela, determinar o
coeficiente de correlação da carteira.
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Pr x (kA – keA)
Probabilida- Retorno Retorno
Cenário x (kB – keB) =
de Pr Ativo A Ativo B
COV AB
Recessão 25% 5% 30% -0,003516
Moderado 50% 25% 25% 0,000156
Crescimento 25% 40% 10% -0,005078
Retorno esperado de cada 23,75% 22,5% ∑ -0,008438
ativo
Desvio-padrão de cada ativo 12,44% 7,5%
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A partir do ajuste dessa fórmula, podemos encontrar a expressão
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que determina o coeficiente de correlação necessário para a avaliação do
AULA
risco diversificável da carteira:
ρAB = COVA,B / σA x σB
Aplicando no exemplo:
ρAB = COVA,B / σA x σB
ρAB = -0,008438 / 0,1244 x 0,075
ρAB = -0,904394
Combinação 1
σC = [(02 x 0,12442) + (12 x 0,0752) + 2 x 0 x 1 x (-0,008438)]1/2
σC = [0,005625]1/2
σC = 0,075 x 100 = 7,5%
Combinação 2
σC = [(0,252 x 0,12442) + (0,752 x 0,0752) + 2 x 0,25 x 0,75 x
(-0,008438)]1/2
σC = [0, 00096702]1/2
σC = 0,03109699 x 100 = 3,11%
Combinação 3
σC = [(0,52 x 0,12442) + (0,52 x 0,0752) + 2 x 0,5 x 0,5 x (-0,008438)] 1/2
σC = [0, 00105609]1/2
σC = 0,03249754 x 100 = 3,25%
Combinação 4
σC = [(0,752 x 0,12442) + (0,252 x 0,0752) + 2 x 0,75 x 0,25 x
(-0,008438)]1/2
σC = [0,0058922 ]1/2
σC = 0,07676068 x 100 = 7,68%
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Combinação 5
σC = [(12 x 0,12442) + (02 x 0,0752) + 2 x 1 x 0 x (-0,008438)]1/2
σC = [0,01547536 ]1/2
σC = 0,1244 x 100 = 12,44%
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ou seja:
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β = COVkA,km / σm2
AULA
Onde,
β = coeficiente beta
COVkA,km = covariância do retorno do ativo A (kA) e a carteira de mer-
cado (km)
σm2 = variância do retorno sobre a carteira de mercado.
O coeficiente beta de uma carteira representa a média ponderada
dos betas dos ativos que a compõem.
βC = (p1 x β1) + (p2 x β2) + ... + (pn x βn)
n
βC = ∑p
i=1
i × βi
Onde,
βC = beta da carteira
pi = proporção do ativo i na composição da carteira
βi = retorno do ativo i
n = total de ativos que compõem a carteira βC
O total da soma de todas as proporções deverá ser igual a 1, ou
seja, 100% dos ativos da carteira devem ser incluídos no cálculo.
Exemplificando:
Suponha uma carteira de investimentos formada por dois ati-
vos – L e M – tendo 60% de sua composição monetária formada pelo
ativo L e 40% formados pelo ativo M. Suponha que o ativo L tenha um
coeficiente beta igual a 1,5 e o ativo M igual 0,8. Determine o beta da
carteira LM a partir da fórmula apresentada:
βLM = (pLx βL) + (pM x βM) = (0,6 x 1,5) + (0,4 x 0,9) = 0,9 + 0,32 = 1,22
O beta da carteira de investimentos LM é igual a 1,22.
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Atividade 3
Agora que você terminou a leitura desta seção, calcule a covariância entre os retor- 3
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AULA
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Resposta Comentada
1º passo:
Determinar o risco de cada ativo individualmente.
σv = [(-5% - 19,75%)2 x 0,30 + (25% - 19,75%)2 x 0,45 + (40% - 19,75%)2
x 0,25]1/2
σv = [183,77%' + 12,40% + 102,52%]1/2
σv = [298,69%]1/2
σv = 17,28%
3º passo:
Determinar a correlação entre os dois ativos.
ρV,Z = 0,01620V,Z / 0,1728V x 0,0941Z
ρV,Z = 0,99628055
4º passo:
Elaborar quadro, sugerindo cinco composições para a formação de carteira VZ.
Cálculo do retorno esperado e do desvio-padrão de cada composição.
Combinação 1
σC = [(02 x 0,17282) + (12 x 0,09412) + 2 x 0 x 1 x 0,01620 ]1/2
σC = [0,00885481 ]1/2
σC = 0,0941 x 100 = 9,41%
Combinação 2
σC = [(0,252 x 0,17282) + (0,752 x 0,09412) + 2 x 0,25 x 0,75 x
0,01620 ]1/2
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σC = [0,01292207 ]1/2
AULA
σC = 0,1137 x 100 = 11,37%
Combinação 3
σC = [(0,52 x 0,17282) + (0,52 x 0,09412) + 2 x 0,5 x 0,5 x 0,01620 ]1/2
σC = [0,01777866 ]1/2
σC = 0,1333 x 100 = 13,33%
Combinação 4
σC = [(0,752 x 0,17282) + (0,252 x 0,09412) + 2 x 0,75 x 0,25 x 0,01620 ]1/2
σC = [0,02342459 ]1/2
σC = 0,1530 x 100 = 15,30%
Combinação 5
σC = [(12 x 0,17282) + (02 x 0,09412) + 2 x 1 x 0 x 0,01620]1/2
σC = [0,02985984 ]1/2
σC = 0,1728 x 100 = 17,28%
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Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira
Atividade Final
Das afirmações que vêm a seguir, umas são falsas (F); outras, verdadeiras 1 2 3
(V). Examine-as com atenção e, segundo seu entendimento, assinale V ou F,
justificando sua resposta.
( ) Uma carteira otimizada é considerada uma carteira eficiente, pois é aquela que combina
o máximo retorno ao menor grau de risco possível.
( ) O risco sistemático pode ser reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de
uma carteira de ativos tecnicamente montada.
Resposta Comentada
(V) Sim, resposta verdadeira! A carteira otimizada é entendida como a combinação
ótima de ativos, pois busca incorrer ao menor grau de risco possível, para um dado
retorno esperado ou o maior retorno esperado possível, para um dado grau de risco
que o investidor esteja disposto a incorrer.
(V) Resposta verdadeira! O retorno esperado de uma carteira representa o retorno
médio dessa carteira, e o seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos retornos
dos ativos que compõe a carteira.
(F) Resposta falsa! O risco representa um conceito que envolve fatores de risco con-
junturais globais de ordem política, econômica e social, como também fatores de
risco específicos, relacionados ao emissor do ativo. O risco, relativo a fatores conjun-
turais, é chamado de risco sistemático ou não diversificável. O risco relativo a fatores
específicos relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação, é o não
sistemático ou diversificável.
(F) Resposta falsa! O risco diversificável ou não sistemático é possível de ser
reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de uma
carteira de ativos tecnicamente montada.
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(F) Resposta falsa! A diminuição ou eliminação do risco diversificável normalmente se
AULA
dá pela combinação de ativos que tendam a se correlacionar negativamente ou que
mantenham baixa correlação.
(V) Sim, resposta verdadeira! O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio-
-padrão, requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um
ativo individual. No cálculo deve-se considerar a covariância existente entre os ativos
que compõem essa mesma carteira.
(V) Sim, resposta verdadeira! O coeficiente β indica a sensibilidade de um ativo com
relação ao retorno da carteira de mercado. O β de uma carteira é a média ponderada
dos betas dos ativos que a compõem.
RESUMO
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