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Sociedade é uma associação entre indivíduos que compartilham valores culturais e éticos e
que estão sob um mesmo regime político e econômico, em um mesmo território e sob as
mesmas regras de convivência. A sociedade não é um amontoado de indivíduos, mas um
sistema organizado deles e ordenado em uma estrutura social, com um arcabouço normativo
e com instituições formais e informais (Estado, família, Igreja, escola etc.) — que ensinam esse
repertório de prescrições, fomentam a unidade cultural, punem a transgressão das regras,
socializam os indivíduos, definem uma gama de papéis que eles podem desempenhar e
mantêm a coesão social, econômica e política.
O que é sociedade?
A etimologia da palavra sociedade remete ao latim, societas, que significa associação
“amistosa com outros”. Sociedade é uma palavra polissêmica, isto é, pode ter
variados significados conforme o enfoque, a corrente teórica e mesmo a disciplina. O
agrupamento humano sob regras e costumes comuns existe desde os primórdios da
humanidade.
Como afirma Durkheim, as sociedades não são meramente a soma de indivíduos, mas
um sistema formado pela associação entre indivíduos. Dessa forma, há uma
organização, com instituições formais e informais, uma estrutura social que pode ser
hierárquica ou não, e papéis sociais designados aos seus componentes. Esse arranjo
permite a previsibilidade necessária para uma harmônica convivência entre as
pessoas, permite também o planejamento e persecução de interesses individuais ou
comunitários. Estudar como essa organização social é formada, operada e modificada é
tarefa elementar da sociologia enquanto disciplina.
Sociedade e indivíduo
Os autores clássicos têm diferentes abordagens sobre o tema. Durkheim enfatiza que a
sociedade é anterior ao indivíduo e impõe-se sobre ele, suas regras (fatos sociais) são
exteriores, coercitivas e gerais e exercem controle sobre os indivíduos. A participação
do indivíduo na sociedade está ligada à função que ele desempenha nela.
Marx enfatiza a divisão de classes, sendo que a classe que domina sobre as demais
produz e dissemina a ideologia que permite que as classes exploradas por meio do
trabalho aceitem e validem a exploração que sofrem. A infraestrutura social
corresponde à base material da sociedade, a sua formação mediante o mundo do
trabalho. A superestrutura, por sua vez, corresponde à base normativa dessa sociedade,
ao seu conteúdo moral, jurídico e simbólico que regula as relações materiais. Marx
ressalta a capacidade de agência do indivíduo, isto é, seu poder de modificar a sociedade
em que vive.
Weber volta sua atenção para a ação social, que seria a ação que leva em consideração
o comportamento dos outros e é dotada de significado, seja ele de motivação racional,
afetiva ou tradicional. Para Weber, compreender essas ações possibilita apreender os
valores e as regras compartilhados por todos.
As terras eram divididas em feudos, concedidos aos nobres pelos reis, onde moravam os
senhores, suas famílias e servos domésticos, bem como os camponeses, arrendatários
que trabalhavam na terra, em parte, para si e, em parte, para os senhores. Cada grupo
tinha seus “direitos e deveres”, suas funções, e o dono ou administrador da terra tinha
total poder sobre quem estivesse em seus limites, numa organização patriarcal de
liderança, replicada também nas colônias europeias em todo o mundo, como as
sesmarias no Brasil.
Essa semelhança pode ser atribuída a vários fatores: étnicos, religiosos, profissionais,
territoriais, políticos, ancestrais etc. A semelhança aproxima e a identificação gera
coesão de grupos, que podem ser maiores ou menores. Entre as formas de identidade
cultural mais conhecidas, está a identidade nacional, os símbolos, as narrativas, as
práticas e os conhecimentos que nos unem enquanto brasileiros, por exemplo, mesmo
num território tão imenso e com inúmeras diferenças regionais.
MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2005. p. 51-
52.
"A sociedade é uma agremiação de pessoas que se juntam com vistas a preservar a
sobrevivência da coletividade. Não é possível falar que uma sociedade é completamente
homogênea e que todas as sociedades são homogêneas entre si, mas há uma norma geral
nelas que as coloca em graus parecidos de funcionamento. Há também uma diferença
sociológica entre a comunidade e a sociedade, sendo que esta é mais complexa e comporta-se
de maneira diferente daquela."
"Conceito de sociedade
A palavra sociedade advém do termo em latim societas, que significa associação com outros.
Os seres humanos juntam-se, desde os primórdios, em grupos para facilitar a sobrevivência.
Podemos dizer, de maneira geral, que há uma espécie de rede de relacionamentos entre as
pessoas que configura a sociedade como um todo. No entanto, existem especificações que
tornam a sociedade um conceito complexo e de maior profundidade. Nesse sentido, não
podemos reduzi-la a um simples conjunto de pessoas em um determinado local.
Podemos dizer que um ponto que restringe o conceito de sociedade é o objetivo comum. Uma
sociedade é uma espécie de pacto social que coloca os seres humanos em um tipo de contrato
para que alguns benefícios sejam adquiridos. Para que o pacto funcione, é extremamente
necessário que deveres sejam cumpridos pelos cidadãos que convivem na sociedade em
questão."
As sociedades são compostas por grupos de pessoas com maior organização, geralmente esses
grupos encerram em si as comunidades; e há nelas uma organização social feita por
instituições, como o governo, a família, a escola e, quando há a quebra da ordem social, a
polícia."
CAPITALISMO E SOCIALISMO
O socialismo, por sua vez, é contra a existência da propriedade privada e defende os interesses
da coletividade. No socialismo, os meios de produção são controlados pelos trabalhadores e
pelo Estado a fim de reduzir as desigualdades sociais, ofertando trabalho para todos e
distribuindo igualmente a riqueza produzida."
Capitalismo e socialismo são dois modelos políticos, econômicos e sociais existentes e que são
considerados antagônicos. As propostas desses sistemas são distintas, e existe rivalidade
ideológica entre os defensores de capitalismo e socialismo. As diferenças entre capitalismo e
socialismo levaram à Guerra Fria, a disputa político-ideológica entre EUA e URSS, nações que
simbolizavam o capitalismo e o socialismo, respectivamente."
As principais diferenças entre capitalismo e socialismo giram em torno do papel da
propriedade, do governo e da economia.
Capitalismo Socialismo
O socialismo é uma teoria ou
sistema de organização social
O capitalismo é uma teoria ou sistema baseado na exploração dos
de organização social baseado no bens em comum, onde a
mercado livre, na propriedade privada propriedade é atribuída aos
e suas operações têm fins lucrativos. trabalhadores e em última
Definição No sistema, a propriedade pertence aos instância, ao Estado.
indivíduos ou a empresas.
No socialismo, o estado
Esse sistema defende a liberdade de controla a economia, sendo
escolha do consumidor. responsável por planejar a
exploração e a distribuição dos
bens produzidos.
No socialismo, a propriedade
Há duas correntes principais no
privada deixaria de existir. As
capitalismo. Uma elas defende que o
indústrias em larga escala
Estado deve intervir diretamente na
devem ser bens coletivos e,
economia sendo um investidor a mais.
portanto, o retorno desses
Por outro lado, existem aqueles que
organismos deve beneficiar
defendem que a intervenção do
toda a sociedade.
governo na economia deve ser mínima
por acreditar que o mercado livre
Busca a transformação da
Ideais produz um melhor resultado
sociedade por meio da
econômico para a sociedade.
distribuição equilibrada de
propriedades e riquezas,
De todas as formas, ambas correntes
diminuindo assim a distância
enfatizam o lucro individual e não os
entre ricos e pobres.
trabalhadores, o que beneficiará a
sociedade como um todo. Este é um
Além disso, todos os
dos principais pontos criticados entre
indivíduos devem ter acesso a
os céticos deste sistema econômico.
artigos básicos de consumo.
Principais Adam Smith, Friedrich Hayek, Karl Karl Marx, Vladimir Lenin,
defensores Polanyi, Richard Cantillon, Émile Friedrich Engels, Charles
teóricos Durkheim, Alfred Marshall, etc. Fourier, Robert Owen, etc.
Sistema O capitalismo pode coexistir com uma Também pode coexistir com
político variedade de sistemas políticos, diferentes sistemas políticos,
incluindo ditadura, democracia porém a maioria dos socialistas
representativa, república ou monarquia defende a democracia
parlamentarista, etc. participativa, que garante a
possibilidade de interferência
Capitalismo Socialismo
direta dos cidadãos em
processos de decisão do
Estado.
As classes existem de acordo com sua
As distinções de classe são
relação com o capital. Os capitalistas
diminuídas. Assim, o status
Estrutura possuem os meios de produção,
deriva mais das distinções
social recebendo os lucros provenientes
políticas do que das distinções
deste, já a classe trabalhadora depende
de classe.
dos salários.
Defende que a religião seja um
assunto privado. Neste sentido,
cada indivíduo seria livre para
professar qualquer religião,
Religião Defende a liberdade de religião.
mas esta não teria nenhuma
subvenção do Estado e seria
totalmente eliminada do
regime.
Com a proteção do Estado, toda
propriedade é transformada em capital,
A propriedade é pública (ou
que pode ser utilizado de diversas
coletiva), incluindo os meios
Propriedade formas. Os direitos de propriedade
de produção, que pertencem ao
privada funcionam dentro de um sistema de
Estado, mas são controlados
propriedade formal, em que todas as
pelos trabalhadores.
propriedades e operações devem ser
registradas.
Todos os indivíduos tomam as
próprias decisões e devem viver com
as consequências de suas ações. Isso
não quer dizer que não sejam
bombardeados com mensagens de O indivíduo tem sua liberdade
Livre escolha consumo que pode cercear sua condicionada pela ideologia do
liberdade de escolha. Estado.
Trata-se de um sistema econômico baseado na busca pelo lucro. Assim, nesse sistema se
valoriza consideravelmente a iniciativa individual de empreender buscando esse objetivo. A
propriedade privada e a acumulação de capital são duas características desse sistema. Quando
surgiu, o capitalismo tinha como prática a não intervenção do Estado na economia, pois
entendia-se que o mercado deveria se autorregular e que essa postura era benéfica para a
economia.
Assim, características básicas do capitalismo são:
Busca pelo lucro: é o que move a economia em um sistema capitalista. Os detentores dos
meios de produção exploram a mão de obra dos trabalhadores, que produzem as mercadorias
que são revendidas e transformadas em lucro.
O socialismo, por sua vez, surgiu no contexto da Revolução Industrial e se colocou como um
sistema que criticava o capitalismo e a exploração intensiva dos trabalhadores. O socialismo se
popularizou na vertente conhecida como socialismo científico, elaborado por Karl Marx e
Friedrich Engels.
Esse sistema tem como proposta a construção de uma nova sociedade por meio da derrubada
do capitalismo. O foco dessa sociedade seria a igualdade, e o objetivo seria dar trabalho a
todos e garantir que a riqueza produzida seria igualmente distribuída de acordo com as
necessidades de cada indivíduo. A construção dessa sociedade se iniciaria a partir da tomada
de consciência dos trabalhadores.
Uma vez extintas as contradições do capitalismo, essa fase do socialismo seria encerrada, e o
comunismo estaria instaurado. No comunismo, o trabalho seria distribuído a todos e a riqueza
seria compartilhada. Não haveria classes sociais, tampouco propriedade privada após a
instauração do comunismo."
"Fontes
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
REDAÇÃO. Brasil é o 7º país mais desigual do mundo, melhor apenas do que africanos. UOL.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2019/12/09/brasil-e-
o-7-mais-desigual-do-mundo-melhor-apenas-do-que-africanos.htm.
PRONI, Marcelo Weishaupt. História do capitalismo: uma visão panorâmica. Disponível em:
http://www.cesit.net.br/cesit/images/stories/25CadernosdoCESIT.pdf.
REDAÇÃO. Desigualdade social no Brasil aumenta pelo 17° trimestre seguido, diz FGV.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/desigualdade-social-no-pais-aumenta-pelo-
17-trimestre-seguido-diz-fgv/.
fascismo e nazismo
O período do entreguerras (1919-1939) foi a época do descrédito e
da crise da sociedade liberal. Essa sociedade, agora desacreditada,
havia sido forjada no século XIX, com a afirmação do capitalismo
como sistema econômico "perfeito". Na segunda metade deste
século, o mundo absorvia os progressos da segunda fase da
Revolução Industrial cujo auge se situa entre 1870 e 1914. O
imperialismo e colonialismo europeu deram aos principais países
desse continente a hegemonia do mundo e, por isso, uma ótica de
encarar o futuro de forma entusiástica e otimista.
Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pólos de poder
acabaram (Alemanha, Inglaterra, França, Rússia, etc.). Na América,
os Estados Unidos, com sua economia intacta, se tornaram os
"banqueiros do mundo". Na Ásia, após a Revolução Meiji (1868), o
Japão se industrializara se tornou imperialista e aproveitou o conflito
mundial para estender seu poderio na região.
Na descrença dessa sociedade pós-guerra, os valores liberais
(liberdade individual), política, religiosa, econômica, etc. começaram
a ser colocados sob suspeita por causa da impotência dos governos
para fazer frente a crise econômica capitalistas que empobrecia
cada vez mais exatamente o setor social que mais defendia os
valores liberais: a classe média.
Concomitantemente, as várias crises provocaram o
recrudescimento dos conflitos sociais e, o mundo assiste
imediatamente após a guerra, uma série de movimentos de
esquerda e um fortalecimento dos sindicatos. O movimento operário
já havia se cindido entre socialistas ou social-democratas (marxistas
que haviam abandonado a tema de luta armada e aderiram à
prática político-partidária do liberalismo) e comunistas (formados
por frações que se destacaram do movimento operário seguindo os
métodos bolchevistas vitoriosos na Rússia (1917). Esse dois grupos
eram antagônicos.
Toda a euforia e otimismo foi substituído por um pessimismo que
beirava o descontrole após a guerra. Esse pessimismo era sentido
entre os intelectuais de classe média, e se manifestou
principalmente no antiplarlamentarismo, no irracionalismo, no
nacionalismo agressivo e na proposta de soluções violentas e
ditatoriais para solucionar os problemas oriundos da crise.
Os países mais afetados pela política social-democrata foram a
Alemanha (derrotada), a Itália (mesmo vitoriosa, insatisfeita com os
resultados da guerra) onde, a crise se manifestou de forma mais
violenta. Nesses países o liberalismo não conseguira se enraizar.
Ambos possuíam problemas nacionais latentes, por isso, a
formação de grupos de extrema-direita, compostos por ex-militares,
profissionais liberais, estudantes, desempregados, ex-combatentes,
etc., elementos que pertenciam a uma classe média que se
desqualificava socialmente e eram mais sensíveis aos temas
antiliberais, nacionalistas, racistas, etc.
Na Itália, Mussolini e na Alemanha, Hitler formavam organizações
paramilitares que utilizavam a violência para dissolver comícios e
manifestações operárias e socialistas, com a conivência das
autoridades, que viam no apoio discreto ao fascismo um meio de
esmagar o "perigo vermelho", representado por organizações de
extrema-esquerda, mesmo as moderadas como os socialistas.
De início, esses grupos que eram mais ou menos marginalizados se
valiam de tentativas golpistas para a tomada do poder como foi o
caso do "putsh" de Munique, dado pelo Partido Nazista na
Alemanha.
À medida que a crise se aprofundava e o Estado não a debelava
assim como se mostrava incapaz de sufocar as agitações operárias,
essas organizações fascistas e nazistas viam aumentar seus
quadros de filiação partidária. Os detentores do capita passaram a
financiar essas organizações de direita, vendo na ascensão delas
um meio de esmagar as reivindicações da esquerda e a
possibilidade de se posta em prática uma política imperialista no
sentido de abertura de novos mercados. Por essa atitude dos
capitalistas entende-se porque tanto Mussolini quanto Hitler
chegaram ao poder por vias legais.
O Nazismo na Alemanha
Regime político de caráter autoritário que se desenvolve na
Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar
(1919-1933).
O Nazismo baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada
por Adolf Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP).
A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha
Luta (Mein Kampf). Nacionalista, defende o racismo e a
superioridade da raça ariana; nega as instituições da democracia
liberal e a revolução socialista; apoia o campesinato e o
totalitarismo; e luta pelo expansionismo alemão.
Causas
Ao final da 1ª Guerra Mundial, além de perder territórios para
França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados
pelo Tratado de Versalhes a pagar pesadas indenizações aos
países vencedores. Essa penalidade faz crescer a dívida externa e
compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação
e desemprego em massa.
As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921 e 1923)
e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-
democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à expansão
do nazismo no país.
Surgimento
Utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos
meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), o partido
nazista consegue mobilizar a população por meio do apelo à ordem
e ao revanchismo.
Em 1933, Hitler chega ao poder pela via eleitoral, sendo nomeado
primeiro-ministro com o apoio de nacionalistas, católicos e setores
independentes. Com a morte do presidente Hindenburg (1934),
Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado
(presidente). Interpreta o papel de fuhrer, o guia do povo alemão,
criando o 3º Reich (Terceiro Império).
Ações do regime nazista
Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos
políticos, exceto o nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito de
greve; fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à
imprensa ; e, apoiando-se em organizações
paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial)
e Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição
aos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e
de outros partidos.
O intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler
eliminam, no entanto, o desemprego e provocam o rápido
desenvolvimento industrial, estimulando a indústria bélica e a
edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital
estrangeiro do país. Esse crescimento deve-se em grande parte ao
apoio dos grandes grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer,
a Adolf Hitler.
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço
militar obrigatório (1935), remilitariza o país e envia tanques e
aviões para amparar as forças conservadoras do general Franco
na Espanha, em 1936.
Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a Solução do Problema
Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedica ao extermínio
sistemático dos judeus por meio da deportação
para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria
(operação chamada, em alemão, de Anschluss) e a região dos
Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em
1939, dá início à 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
O Fascismo na Itália
Regime político de caráter autoritário que surge na Europa
no período entreguerras (1919-1939). Originalmente é empregado
para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito
Mussolini, no período de 1919 a 1943.
Suas principais características são o totalitarismo, que subordina
os interesses do indivíduo ao Estado; o nacionalismo, que tem a
nação como forma suprema de desenvolvimento; e
o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas
são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho.
O fascio (plural, fasci) era um instrumento da autoridade real nos
primórdios da história de Roma. Os litores abriam caminho para a
passagem do rei apresentando um feixe de varas de avelã
amarradas e com um machado à frente, daí o nome fascio – feixe.
A ideia básica era de que a “união faz a força”, pois uma vara de
avelã separada das outra quebrava com facilidade, mas, no
conjunto, era muito poderosa. Mussolini se inspirou nesse princípio
para organizar o regime fascista.
Causas
Entender a ascensão do fascismo na Itália exige conhecimento da
situação do país após o fim da Primeira Guerra Mundial. Embora
estivesse ao lado dos vitoriosos, as dificuldades que o país
enfrentava eram enormes.
Em primeiro lugar, a guerra foi desgastante e as compensações
econômicas prometidas não vieram.
Em segundo lugar, o sistema político estava enfraquecido, pois não
havia um partido que conseguisse a maioria no Parlamento, e as
discussões sobre medidas a serem tomadas se arrastavam,
gerando descrédito à organização parlamentar.
Por fim, os comunistas italianos comparavam a situação italiana à
russa às vésperas da Revolução Bolchevique e imaginavam que
poderiam chegar ao poder promovendo greves pelo país
Surgimento
O fascismo nasce oficialmente em 1919, quando Mussolini funda,
em Milão, o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos
integrantes, os camisas negras (camicie nere), opõem-se à classe
liberal.
Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma, e
Mussolini é convocado pelo rei para chefiar o governo em uma Itália
que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e
manifestações de trabalhadores urbanos e rurais.
Ações do regime fascista
Em 1929 há um endurecimento do regime, que significa
cerceamento à liberdade civil e política, derrota dos movimentos de
esquerda, limitações ao direito dos empresários de administrar sua
força de trabalho e unipartidarismo.
A política adotada, entretanto, é eficiente na modernização da
economia industrial italiana e na diminuição do desemprego.
https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-fascismo-e-
nazismo/
https://www.significados.com.br/nazismo-e-fascismo/
Referências
1.
1: - Freeden, Tower Sargent, Marc Stears, Michael, Lyman, Marc (2013). The Oxford
Handbook of Political Ideologies. [S.l.]: Oxford University Press, pág. 475 (em inglês)
ISBN 9780199585977
2: - Bar-On, Tamir (2007). Where Have All the Fascists Gone?. [S.l.]: Ashgate
Publishing, pág. 99 (em inglês) ISBN 9780754671541
Adicionado em 8 de julho de 2019.
Fascist America, in 10 easy steps
Facism Anyone?
10. MALUF, Sahif (1999). NETO, Miguel Alfredo Malufe, ed. Teoria Geral do
Estado 25 ed. São Paulo: Saraiva. p. 147
Bibliografia
THE RISE AND FALL OF THE THIRD REICHWilliam L. Shirer
PAXTON, Robert O. A ANATOMIA DO FASCISMO. São Paulo: Paz e Terra,
2007, 420 p. 1 Tradução de Patrícia Zimbes e Paula Zimbes.
Em 1787, a “Constituição dos Estados Unidos da América” e suas Emendas limitavam o poder
estatal na medida em que estabeleciam a separação dos poderes e consagrava diversos
Direitos Humanos fundamentais, tais como: a liberdade religiosa; a inviolabilidade de domicílio;
o devido processo legal; o julgamento pelo Tribunal do Júri; a ampla defesa; bem como a
proibição da aplicação de penas cruéis ou aberrantes.
Entretanto, alguns autores entendem que a precedência desses diplomas legais americanos de
forma alguma reduziu a importância da carta francesa.
“Os autores costumam ressaltar a influência que a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, adotada pela Assembléia Constituinte francesa em 27.08.1789, sofreu da Revolução
Americana, especialmente da Declaração de Virgínia, já que ela precedeu a Carta dos Direitos
contida nas dez primeiras emendas à Constituição norte-americana, que foi apresentada em
setembro de 1789. Na verdade, não foi assim, pois os revolucionários franceses já vinham
preparando o advento do Estado Liberal ao longo de todo o século XVIII. As fontes filosóficas e
ideológicas das declarações de direitos americanas como da francesa são européias, como
bem assinalou Mirkine Guetzévitch. admitindo que os franceses de 1789 somente tomaram de
empréstimo a técnica das declarações americanas, mas estas não eram, por seu turno, senão
o reflexo do pensamento político europeu e internacional do século XVIII - desta corrente da
filosofia humanitária cujo objetivo era a liberação do homem esmagado pelas regras caducas
do absolutismo e do regime feudal. E porque esta corrente era geral, comum a todas as
Nações, aos pensadores de todos os países, a discussão sobre as origens intelectuais das
Declarações de Direitos americanas e francesas não têm, a bem da verdade, objeto. Não se
trata de demonstrar que as primeiras Declarações provêm’ de Locke ou de Rousseau. Elas
provêm de Rousseau, e de Locke, e de Montesquieu, de todos os teóricos e de todos os
filósofos. As Declarações são obra do pensamento político, moral e social de todo o século
XVIII’.”
“O que diferenciou a Declaração de 1789 das proclamadas na América do Norte foi sua
vocação universalizante. Sua visão universal dos direitos do homem constituiu uma de suas
características marcantes, que já assinalamos com o significado de seu mundialismo.”
Esse movimento social posto em prática pelas massas populares, proporcionou à humanidade
um legado fundamentado na obra de Jean-Jacques Rousseau (Genebra! Suíça 1712— 1778
Ermenonville/Franca), primordialmente no “Contrato Social”, através da qual pretende
“estabelecer os meios para atalhar as usurpações do governo”, partindo do principio que o
homem, naturalmente bom, vai sendo progressivamente corrompido pela sociedade, onde
viceja e prospera o cultivo à ociosidade. Esta, por sua vez, promoveria a decadência moral e
deterioraria os costumes.
Para Rousseau, a desigualdade entre os homens teria surgido com a noção de propriedade, a
qual, por sua vez, teria gerado o Estado despótico através da sucessiva e descontrolada
acumulação de bens.
Em contraposição, afirmava, em linhas gerais, que o Estado ideal deveria ser resultante de um
pacto entre os indivíduos, que cederiam alguns de seus direitos até então consagrados, em
prol de se tornarem verdadeiros cidadãos.
O fundamento desse acordo, desse contrato social, seria a vontade geral, identificada com a
coletividade, em conseqüência, soberana.
“Os princípios igualitários do homem já haviam sido concebidos pelos grandes pensadores da
humanidade e não constituíram criações ou expressões inéditas no século XVIII.
Montesquieu e Rousseau despertaram, mais que outros filósofos, o espirito universal para a
proposição e a realidade dessas idéias.”
A maioria das constituições modernas, após 1918, adotou, ‘inlittera’, os postulados de maior
culminância na Declaração francesa.
Nenhuma outra expressão jurídica alcançou, até os nossos dias. uma aura de popularidade tão
enternecida, uma consagração tão acentuada e uma universalidade tão consciente.”
(Jayme de Altavila - Origem dos direitos dos povos)
Nesse ambiente libertário do final do século XVIII, se erigiu a famosa “Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão” votada definitivamente em 2 de outubro de 1789, ampliada pela
Convenção Nacional em 1793, oferecendo, nesta última versão, entre outras disposições, que:
“Todos os homens são iguais por natureza e perante a lei.” e ainda, que “O fim da sociedade é
a felicidade comum.”
(Alexandre Luiz Ramos — Direitos Humanos, Neoliberalismo e Globalização in: Direitos Humanos como Educação para a
Justiça)
Além dos aspectos jurídicos e libertários tão propalados, a própria Revolução Francesa fizera
de si mesma uma imagem romântica e transcendental, ao menos com relação àquela primeira
fase de 1789, capaz de cativar a todos de seu tempo, e mesmo após.
Dentre as mais importantes normas estabelecidas pela “Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão” em prol dos Direitos Humanos, destacam-se a garantia da igualdade, da liberdade,
da propriedade, da segurança, da resistência à opressão, da liberdade de associação política,
bem como o respeito ao princípio da legalidade, da reserva legal e anterioridade em matéria
penal, da presunção de inocência, assim também a liberdade religiosa e a livre manifestação
do pensamento.
A partir daí, a burguesia passou a reivindicar uma participação cada vez mais efetiva no poder
de gestão do Estado, através de um processo que teve seu marco inicial com a “Queda da
Bastilha” e culminou com a execução dos monarcas, acompanhando grande parte da
aristocracia francesa que sucumbia ã guilhotina.
Foi, pois, nesse caráter que ele depôs do trono o velho direito penal eivado de medievalismo,
constituindo-se imprevistamente ditador de um direito subjetivo e outorgando ao mundo, em
nome da humanidade, um novo sistema de justiça penal que não se apagará nunca na
bibliografia de juristas e na memória dos homens.
(Jayme de Altavila - Origem dos direitos dos povos)
Desde então, diversas constituições foram elaboradas a partir dos princípios alinhados na
Carta Francesa, tais como a “Constituição Espanhola” de 1812 (Constituição de Códis) e a
“Constituição Portuguesa” de 1822. Esta última, ergueu-se como um grande marco de
proclamação dos direitos individuais, consagrando a igualdade, a liberdade, a segurança, a
propriedade, a desapropriação somente mediante prévia e justa indenização, a inviolabilidade
de domicílio, a livre comunicação de pensamentos, a liberdade de imprensa, a
proporcionalidade entre o delito e a pena, o principio da reserva legal, a proibição da aplicação
de penas cruéis ou infamantes, o livre acesso aos cargos públicos, bem como a inviolabilidade
da comunicação e da correspondência.
Pode-se mencionar ainda a “Constituição Belga” de 1831, bem assim a “Constituição Alemã”
de Weimar, de 1919, e a “Constituição Mexicana” de 1917, esta última precursora na
sistematização do conjunto dos direitos sociais do homem, mantendo-se no contexto de um
regime capitalista, todos diplomas que identicamente proclamaram aqueles direitos
fundamentais que emergiram com as cartas americana e francesa.
No final do século XIX, o pensamento de Karl Marx (Trier 1818- 1883 Londres) acerca da
economia do mundo contemporâneo, bem como dos fenômenos da relação de trabalho e
capital, influenciou decisivamente na formulação dos direitos sociais que então se
configuravam e emergiam, proporcionando, o partir de então, uma visão diferenciada de uma
realidade liberal extremamente arraigada.
“A doutrina francesa indica o pensamento cristão e a concepção dos direitos naturais como as
principais fontes de inspiração das declarações de direitos.
Essas novas fontes de inspiração dos direitos fundamentais são: (1) o Manifesto Comunista e
as doutrinas marxistas, com sua crítica ao capitalismo burguês e ao sentido puramente formal
dos direitos do homem proclamados no século XVIII, postulando liberdade e igualdade
materiais num regime socialista; (2) a doutrina social da Igreja, a partir do Papa Leão XIII, que
teve especialmente o sentido de fundamentar uma ordem mais justa, mas ainda dentro do
regime capitalista, evoluindo, no entanto, mais recentemente, para uma Igreja dos pobres que
aceita os postulados sociais marxistas; (3) o intervencionismo estatal, que reconhece que o
Estado deve atuar no meio econômico e social, a fim de cumprir uma missão protetora das
classes menos favorecidas, mediante prestações positivas, o que é ainda manter-se no campo
capitalista com sua inerente ideologia de desigualdades, injustiças e até crueldades.”
Sociedade Germânia
Foi fundada em 1º de junho de 1855 com o nome Gesellschaft Germania, por um grupo
de alemães da elite porto-alegrense.[2] Sua primeira sede foi um casarão na antiga rua
Conde d'Eu.[4] Em 13 de dezembro de 1886 inaugurou uma suntuosa sede própria na rua
Doutor Flores, que foi incendiada em 1917 durante manifestações populares anti-
alemãs. Em 1921, recebendo o valor do seguro que havia feito contra sinistros, a
sociedade adquiriu para sua nova sede um elegante palacete em estilo neoclássico na
praça Júlio de Castilhos, a Villa Palmeiro, e em 1925 o terreno da sede anterior foi
desapropriado pela Prefeitura para a abertura da avenida Otávio Rocha.[2][3] A Villa
Palmeiro era propriedade de Luiz Lara da Fontoura Palmeiro e foi vendida por sua
viúva à Sociedade Germânia.[5] Em 1926 foi inaugurado um novo salão de festas anexo,
com projeto de Theo Wiederspahn. Ali por muitos anos foram realizados grandes
eventos e recepções oficiais.[3]
Nas comemorações de seus 75 anos em 1930 foi publicado um álbum ilustrado sobre
sua trajetória e realizou-se um grande baile que contou com a presença do governador
do estado, e no mesmo ano em seus salões o governo organizou um banquete para
comemorar a vitória da Revolução de 1930. Em 1934, em sua sede foram realizadas as
reuniões que resultaram na fundação do clube de regatas Veleiros do Sul.[4]
Referências
1.
Constantino, Núncia Santoro de. "Nas horas vagas: Porto Alegre dos imigrantes (1880-
1914)". In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, 2011
Dalpiaz, Jamile Gamba. O Futebol no rádio de Porto Alegre : um resgate histórico (dos
anos 30 à atualidade). Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002, p. 39
Rekovvsky, p. 111
"Sociedade Germânia realiza mais uma edição do seu Tradicional Bazar de Natal". Jornal da
Capital, 20/11/2018