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Nesta Rota de Aprendizagem destacamos a importância para seus estudos de alguns temas
diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem
o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionarão maior fixação de tais
assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo
Uninter. É importante ressaltar que os conteúdos abaixo apresentados foram abordados pelos
professores em suas aulas, por isso a dica é: veja e reveja as aulas quantas vezes forem
necessárias. Esse é apenas um material complementar! Além do livro, os vídeos e os slides das
aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor
maneira possível.
Bons estudos!
Capítulo 1 – Ética
O estudo da ética é muito antigo, pois, já na Grécia Clássica, o grande filósofo Sócrates
afirmava que a grande pergunta a ser respondida pela filosofia é “como devemos viver nossas
vidas?”. Atualmente, o campo de atuação da Ética ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros
outros pesquisadores do conhecimento dedicam-se ao seu estudo. Dentre os inúmeros assuntos
relacionados ao tema em discussão, há alguns termos que são empregados com maior
recorrência, tais como: Ser humano; Homo Sapiens e Homo Faber.
De acordo com Alencastro, o ser humano pode ser visto como um ente material, pois
possui um corpo, tem instintos e impulsos inconscientes e, principalmente, porque interage
constantemente com o meio físico que habita; o homo sapiens é o ser humano dotado de
inteligência; e o homo faber é aquele que, pelo manejo da técnica, transforma o mundo material
e é por ele transformado.
Embora na linguagem corrente as palavras ética e moral sejam, muitas vezes, usadas de
maneira indistinta, na linguagem filosófica elas têm significados mais precisos. No campo da
filosofia, é mais apropriado utilizar a palavra ética para designar a disciplina ou a ciência que
tem por foco o estudo das normas morais. Já a palavra moral fica relacionada aos costumes e
às normas de comportamento, internalizadas e aceitas em uma determinada comunidade
humana. A ética é uma ciência que tem por objeto a moral.
Jean Piaget, a partir de uma pesquisa feita com crianças, observou quatro etapas que
fazem parte da formação da consciência moral dos indivíduos: anomia, heteronomia,
socionomia e autonomia. A prof.ª Elizabeth Bório (1995, p. 46-47) sintetizou e apresentou de
forma bastante didática um interessante trabalho a respeito do tema, intitulado “A moral nossa
de cada dia.”
Um adulto em estado de ANOMIA age puramente pelo prazer que sua ação lhe causa sem
qualquer preocupação ou respeito com as pessoas afetadas pela sua atitude. Não apresenta
qualquer senso de responsabilidade e respeito, nem por si, nem pelo outro ou pelo patrimônio
público. Na fase jovem/adulta, uma pessoa em estado de AUTONOMIA orienta sua ação e
atitudes pelas normas estabelecidas, mas também por seus próprios princípios internos de
conduta, agora incorporados ao mais íntimo de seu ser. É a etapa mais madura do
comportamento moral (ALENCASTRO, 2012).
Desde a Grécia antiga, diversas teorias têm sido formuladas para explicar o comportamento
ético do ser humano. São formulações que surgem em diversas épocas e sociedades como
resposta aos problemas trazidos pelo comportamento das pessoas. É possível dividir estas teorias
em cinco grupos, em função de suas motivações básicas: ética das virtudes; ética religiosa; ética
do dever; finalismo; e utilitarismo.
Ética das Virtudes - localiza o centro irradiador da ação correta no ser daquele que age
(Jupiassú; Marcondes, 1991, p. 243). As virtudes são, então, atributos ou qualidades que
o ser humano deve cultivar para chegar a ser feliz (Aristóteles, 1992, p. 19-10).
A coragem, a justiça, a prudência e a temperança são exemplos das virtudes aristotélicas.
Sendo assim, é de suma importância que as pessoas cultivem hábitos sociais que
desenvolvam um agir maduro e responsável de acordo com os valores morais e
intelectuais.
Ética do Dever – sistema proposto por Immanuel Kant (1724-1804) para o qual o dever
nasce dos reconhecimentos por parte do ser humano que por meio da razão, tem a
necessidade de obedecer a certas regras, sendo a primeira delas a necessidade
imperativa na qual todo homem deve respeitar os seres racionais na qualidade de fins em
si mesmos. Deve-se tratar toda a humanidade e ao próximo sempre como um fim e nunca
como um meio.
Ética finalista (finalismo) – para se determinar o rumo correto de uma ação, deve-se
primeiramente escolher um fim apropriado que justifique a ação e depois decidir sobre
o meio adequado para atingir esse fim. “Os fins justificam os meios”.
Utilitarismo – seus principais mentores são Bentham (1748 – 1832) e Mill (1806 - 1873),
que relacionaram o útil ao bom e segundo eles, o objetivo da ética é proporcionar o
máximo de felicidade ao maior número de pessoas. Assim, o utilitarismo concebe o ‘bom’
como o que é útil para a maioria das pessoas, admitindo-se a possibilidade do sacrifício
individual a favor da coletividade. As consequências de um ato podem ser positivas ou
negativas, desta forma a escolha moral deve ser sempre aquela que cause maior bem e
menor prejuízo aos envolvidos.
Agimos corretamente na sociedade guiados por uma reflexão sobre o que é certo ou errado
ou sob uma mão pesada de algo que nos obriga constantemente a agir corretamente e que nos
pune em caso de deslizes? Em outras palavras, é a ética ou a lei que orientam nossas ações
corretas? Pergunta difícil, mas que para ser respondida exige primeiro que se entendam a
diferença entre alguns conceitos, tais como: lei, moral e ética.
Assim, de acordo com Alencastro (2012), a lei constitui acordos de caráter obrigatório,
estabelecidos entre pessoas de um grupo, para atingir justiça mínima, ou direitos mínimos de
ser; a moral representa um conjunto de hábitos e costumes efetivamente vivenciados por um
grupo humano; e, a ética é o estudo de uma forma específica de um comportamento humano.
As pressões sociais que a sociedade exerce sobre as organizações, principalmente no que diz
respeito às restrições de consumo que as chamadas empresas antiéticas vêm sofrendo
ultimamente, é um interessante fenômeno que tem despertado o interesse de muitos
estudiosos.
CORPORAÇÃO LEGALISTA – aquela que se apega à letra da lei, porém, não ao seu espírito
e adota formas de conduta que mais se parecem a produtos de departamentos legais.
Assim, busca adotar algumas posturas “éticas” apenas para evitar problemas legais;
CORPORAÇÃO ÉTICA – aquela que equilibra lucros e ética tão completamente que os
empregados são recompensados por se afastarem de ações comprometedoras;
preocupa-se com a educação dos funcionários, disponibilizando mentores para dar
orientação moral aos novos empregados. Assim, a instância moral permeia toda a sua
cultura e a sua postura mediante seus funcionários e a sociedade.
A percepção de valores é algo individual e muito subjetivo. Logo, para evitar mal-entendidos
na compreensão dos valores corporativos é necessário que a organização dissemine esses valores
da maneira mais clara possível, de modo que todos tomem ciência do que a organização está
pensando em termos de éticas e valores. Neste sentido, há a necessidade da empresa adotar um
código de ética. Assim, de acordo com Joaquim Manhães Moreira, citado por Alencastro (2012),
um código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização
empresarial em seus diversos relacionamentos e operações.
É lícito conceber uma organização como uma comunidade moral, pois todas as organizações,
para existirem enquanto coletividades humanas pressupõem a existência de uma ética. Nem
sempre esses princípios estão explícitos, pois o entendimento do que é a organização e o que ela
pensa em termos de valores éticos pode não estar bem definido na mente de seus empregados.
Para ilustrar esta explanação, Alencastro (2012) utiliza a analogia do iceberg organizacional,
onde temos uma parte visível (racional) na qual está detalhado, de maneira formal, o que a
empresa gostaria que todos ficassem sabendo. Nesta parte estão os organogramas, os cargos, os
indicadores, etc. Já a parte humana das organizações, os valores pessoais, as influências, as
necessidades e desejos estão localizados na parte invisível/submersa do iceberg, onde reside a
organização emocional. As duas partes da organização estão representadas na metáfora pelas
duas metades do iceberg que interagem entre si.
Capítulo 3 – Princípios Éticos aplicáveis às atividades empresariais
De acordo com Alencastro (2012), os stakeholders são todos os afetados e que têm direitos
e expectativas legítimos em relação às atividades da organização, o que inclui os empregados, os
consumidores e os fornecedores, assim como a comunidade envolvida e a sociedade em seu
conjunto, representados pelo Estado ou pela própria humanidade.
Nas relações com os clientes, a empresa deve utilizar apenas os meios que sejam aceitáveis
do ponto vista moral, pois, nenhum cliente pode ser fidelizado se sentir enganado pela empresa,
pelo contrário, acaba se voltando contra ela e fazendo propaganda negativa, o que pode ser
imensamente prejudicial para a empresa e seus produtos e serviços.
Laura Nash (2001), apresenta uma lista de dilemas éticos que ocorrem com frequência nas
empresas e aponta dois dos mais comuns: a justificativa enganosa sobre os produtos e/ou
serviços e a má qualidade. Há alguns princípios que devem ser respeitados pelas empresas
quando se trata de relacionamento com os clientes e que fazem parte das boas práticas
comerciais:
Quanto à relação com os empregados, a empresa tem uma série de obrigações morais e
legais que se materializam nas tomadas de decisão nas ações relacionadas ao recrutamento e
seleção, contratação, promoção e remuneração, rescisão de contrato, etc. Para tanto, ela deve,
além de cumprir a lei, garantir a liberdade de seus empregados, não permitir abusos e assédios
(moral e sexual), garantir a saúde e a segurança no ambiente de trabalho e não permitir que
preconceitos ou discriminações possam interferir no dia a dia organizacional.
Nash, citada por Alencastro (2012), em seus dilemas éticos, apresenta outras situações para
a discussão dos deveres para com os empregados, como por exemplo:
Atualmente, é muito grave a questão dos assédios (sexual e moral) e que merece a
máxima atenção das autoridades e, principalmente, das empresas. Cabe às lideranças, procurar
deixar claro a posição da empresa nesses casos e conscientizar os gestores sobre a questão e
como esses devem agir com suas equipes de trabalhos para evitar situações inadequadas ao
ambiente de trabalho.
Pelo Direito do Trabalho, no caso de assédio sexual (a forma mais grave de assédio moral)
que seja praticado por um colega de trabalho, o assediador poderá ser demitido por justa causa.
Porém, se o assédio é praticado pelo superior hierárquico, o empregado poderá pedir rescisão
indireta do seu contrato de trabalho e postular indenização por danos morais. O grande
problema é que comprovar o assédio sexual é muito difícil, já que ele acontece normalmente a
portas fechadas, longe dos olhares do restante dos colegas que poderiam servir de testemunhas.
A vítima deverá estar bem embasada em provas para que não venha a responder uma ação de
indenização por danos morais pela falsa acusação.
Assim, cabe ao empregador deixar claro que não tolera esse tipo de prática e informar
aos seus empregados o direito que eles têm. A empresa deve ter uma política definida para
abordar a questão, inclusive mantendo canais formais para a comunicação desse tipo de
problema. Além disso, um treinamento preventivo pode ser útil e também proporcionar o
subsídio na orientação jurídica caso o assédio venha a acontecer. O ambiente de trabalho
também não pode ser permissivo à literatura pornográfica e brincadeiras de mau gosto sobre
sexo.
O assédio moral é uma questão complicada para a organização, pois, além de seus
desdobramentos legais, destrói um bom clima organizacional. O trabalhador, como defesa, pode
se amparar no art. 483 da CLT em caso de assédio moral, podendo em caso de ganho de causa,
pedir indenização por danos morais, sendo que o valor da indenização é variável em função da
intensidade do assédio e do poder aquisitivo do empregado e do seu chefe.
Uma das áreas mais vulneráveis às práticas antiéticas numa empresa é o setor comercial
onde se concentram as operações de compra e venda, pois, o vendedor recebe a pressão para
fechar as metas do mês, há a questão da comissão das vendas e a consequente tentação de
fechar a venda a qualquer custo. Já a comissão para o comprador, encarada por muitos como
‘suborno’, é um problema gravíssimo, pois, segundo pesquisa da Universidade de Minesota, 90%
dos subornos em uma empresa acontecem no setor de compras. Outra prática desonesta é a
chamada venda paralela que caracteriza-se quando um representante comercial tem atribuições
paralelas em duas ou mais empresas concorrentes.
Toda negociação conduzida sob suspeita e desconfiança é mais lenta e pouco produtiva.
É comum que nesses casos, para que as partes não sejam enganadas, gaste-se muito tempo na
preparação de contratos longos com uma infinidade de cláusulas para prevenir os logros. Sendo
assim, por mais que isso contrarie o senso comum, a confiança do negociador é um diferencial
competitivo. É possível para o profissional aumentar sua confiabilidade melhorando a sua
conduta, seguindo quatro regras: ser previsível e coerente; ser claro e transparente; cumprir o
prometido; e ser honesto.
A existência em grupo social – e a empresa está dentro dessa realidade – é feita de laços
de amizade, de simpatia ou mesmo de antipatia que podem reforçar a coesão do grupo ou
destruir sua eficácia. De acordo com os ensinamentos de Aristóteles, o homem é um ser político
e que realiza o seu viver ético pela prática das virtudes e a vida social é o lugar onde essas virtudes
se manifestam.
A boa conduta só se realiza na vida social, portanto, muitas vezes devemos ceder e abrir
mão de nossos anseios em prol do coletivo, ou seja, do ambiente em que vivemos (família, escola,
empresa, etc.).
Cada indivíduo carrega consigo uma “bagagem” de experiências que o faz reagir de
maneira diferente diante de uma determinada situação. A satisfação ou não das necessidades
sociais, fisiológicas, psicológicas e afetivas de cada um interfere diretamente, positiva ou
negativamente, no seu comportamento e relacionamento com as demais pessoas, ou seja, para
que uma pessoa sinta-se bem com as demais, é preciso antes de tudo que ela esteja satisfeita
consigo mesma.
Em artigo publicado na revista Exame, Clauss Möller, citado por Alencastro (2012), faz
uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa e as aponta como
fundamentais para o sucesso em qualquer carreira. A iniciativa não quer dizer apenas iniciar um
projeto no interesse da organização ou da equipe, mas também significa assumir
responsabilidades por sua complementação e implementação.
Vale lembrar que, para muitos autores, líder é diferente de chefe. O chefe se concentra
com tarefas enquanto o líder consegue entusiasmo, interesse pelo trabalho, cooperação e
comprometimento (Alencastro, 2012).
É preciso entender que o líder, fundamentalmente, lida com seres humanos que têm
desejos e necessidades, sonhos e motivações. Ao interagir de forma equivocada com as pessoas
sob sua liderança, o líder não somente está comprometendo o desempenho da empresa como
pode estar dando espaço para sérios problemas de relacionamento interpessoal.
Assim, o líder ao conhecer as necessidades das pessoas que trabalham com ele, exerce
um papel fundamental como elemento capaz de estimular a motivação de subordinados, criando
um ambiente saudável para sua equipe.
Os bons líderes e administradores conhecem bem os extremos das duas teorias, porém,
o que muitos não sabem é que existe uma gama de posições diferentes em ocasiões diferentes
(liderança situacional). Desta forma, a importância do líder é saber como demonstrar para a
equipe a dimensão do trabalho a ser realizado e as dimensões que ele tem com o universo
maior da empresa e da sociedade.
Líder manipulador – aquele que acredita que os fins justificam os meios. Adepto a uma
ética maquiavélica que preocupa-se exclusivamente com os resultados e faz de tudo para
atingi-los. Sua autoridade se baseia no poder e seus subordinados devem ser passivos,
dependentes e submissos. Esse tipo de líder está sempre à caça de inimigos para justificar
as suas atitudes.
Líder transformador – aquele que por meio de motivação busca extrair o melhor de cada
pessoa, percebendo seu potencial e que, desta forma, obtém prazer no crescimento dos
seus liderados. De acordo com Hitt, a ética desse líder é personalística e fundamentada
em fortes virtudes morais demonstradas por suas atitudes e exemplos.
A ideia de responsabilidade social por parte das empresas, embora tenha tomado corpo
recentemente, já vem sendo concebida há bastante tempo, sendo que há registros de
manifestações em prol desse tipo de comportamento já no início do século XX. Porém, foi apenas
a partir da década de 60 nos EUA e do início da década de 70 na Europa, que o movimento
começou a ganhar força, por conta talvez de uma maior cobrança da sociedade por uma maior
responsabilidade das empresas (Torres, 2003).
Sobre esse aspecto, é interessante o modelo conceitual proposto por Archie Carroll,
citado por Alencastro (2012), que aborda a responsabilidade social tanto pela ótica do
desempenho empresarial quanto pelo comportamento empresarial responsável. Este modelo
trabalha com quatro dimensões: DIMENSÃO ECONÔMICA; DIMENSÃO LEGAL; DIMENSÃO ÉTICA
e RESPONSABILIDADE DISCRICIONÁRIA.
A dimensão econômica é a base da pirâmide. Não é novidade, pois é do conhecimento
de todos que a atividade econômica é indispensável na geração de empregos,
investimentos e pagamentos de taxas e impostos. Isso significa que pode influenciar
diretamente os outros critérios. Sem ela nada acontece e por isso é a base da pirâmide.
Há muita confusão, inclusive nos meios empresariais, sobre as diferenças entre filantropia
e responsabilidade social. Cabe aqui uma breve explicação das diferenças entre elas: A
responsabilidade social é diferente de filantropia, pois deve estar vinculada à estratégia
empresarial, fazendo parte do planejamento da empresa e compreendendo ações proativas,
inseridas na cultura da empresa como um todo. Já a filantropia, está relacionada apenas às
ações, quase sempre pontuais, da organização junto à comunidade.
Se até meados da década de 1970 uma empresa era considerada sustentável se fosse
economicamente saudável, ou seja, tivesse um bom patrimônio e um lucro sempre crescente,
hoje essa visão está sendo modificada. O modelo utilizado é o Triple Bottom Line, ou tripé da
sustentabilidade, expressão apresentada pelo economista John Elkington. O Triple Bottom
Line ficou conhecido como os 3Ps (people, planet, profit), pois se manifesta em três dimensões
(gente ou capital humano, planeta ou capital natural e benefício econômico) que devem interagir
para que se atinja um desenvolvimento sustentável.
De acordo com Alencastro 2012, o people tem a ver com as pessoas que compõem uma
sociedade e, consequentemente, suas organizações. No que diz respeito às práticas
empresariais, está ligado ao conceito de responsabilidade social. Contempla aspectos como
salários justos, respeito à legislação trabalhista vigente, desenvolvimento de ambientes de
trabalhos saudáveis e, sobretudo, um envolvimento positivo com a sociedade em geral. O profit é
o resultado econômico positivo, sem o qual nenhuma organização sobrevive.
O planet representa os objetivos ambientais a serem perseguidos. No caso das empresas, estas
devem buscar formas de diminuir e compensar seus impactos ambientais negativos e buscar a
eficiência no uso dos recursos naturais.
A Social Accountability 8000 (SA 8000) é a primeira certificação internacional com alcance
global que trata da questão da responsabilidade social. É mantida pela organização não
governamental norte-americana Social Accountability International (SAI), uma instituição que se
dedica ao desenvolvimento, à implementação e à supervisão de normas de responsabilidade
social comprováveis e voluntárias. Tem como base a “Declaração Universal dos Direitos
Humanos”, a “Convenção sobre os Direitos da Criança” da ONU e as diretrizes da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
1. Trabalho infantil - Considera-se trabalho infantil aquele executado por pessoa menor do
que 15 anos ou a idade mínima determinada pelas leis locais
2. Trabalho forçado - O trabalho forçado refere-se a atividade laboral na qual o trabalhador
não recebe remuneração
3. Saúde e segurança - A saúde e a segurança implicam a manutenção de um ambiente de
trabalho saudável
4. Liberdade de associação e negociação coletiva - A liberdade de associação e negociação
coletiva assegura que nenhum trabalhador é obrigado a participar de sindicatos e
associações de classe, mas esse direito deve ser garantido
5. Discriminação - A discriminação indica que não pode haver diferenciação, seja na
contratação, na promoção, no acesso a treinamentos, por conta de raça, classe social,
etnia, sexo, orientação sexual, religião, problemas físicos ou filiação político-partidária
6. Práticas disciplinares - Nas práticas disciplinares não são permitidas as punições e as
coerções de ordem física ou mental
7. Horário de trabalho - No que concerne ao horário de trabalho, o mesmo não deve
ultrapassar 48 horas semanais (no Brasil 44 horas) e 12 horas extras por semana. O dia de
descanso deve ser garantido
8. Remuneração - Deve ser suficiente para suprir os custos de moradia, vestuário e
alimentação
Todas as referências citadas neste estudo dirigido podem ser verificadas no livro base
da disciplina.