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ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA

PLANEJAMENTO URBANO

CURSO: CST GESTÃO PÚBLICA


REFERÊNCIA: Planejamento Urbano – 1ª Edição 2012 (Intersaberes)

MÓDULO A 2015 – FASE II

Nesta Rota de Aprendizagem destacamos a importância para seus estudos de alguns temas
diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos
abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior
fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo
adotado pelo Grupo Uninter. É importante ressaltar que os conteúdos abaixo apresentados
foram abordados pelos professores em suas aulas, por isso a dica é: veja e reveja as aulas
quantas vezes forem necessárias. Esse é apenas um material complementar! Além do livro,
os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu
aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível.

Bons estudos!

Capítulo 1

Para definir o conceito de PLANEJAMENTO URBANO é preciso ter ciência que o


mesmo está relacionado a 03 (três) outros termos importantes: desenho urbano, urbanismo
e gestão urbana.

O Urbanismo estaria mais ligado ao desenho da cidade, tanto na escala de espaços


amplos e de ordenação territorial quanto na escala do desenho de mobiliário urbano e espaços
intraurbanos. A origem do termo urbanismo está mais ligada às características físico-
territoriais das cidades, por isso este vocabulário é mais usado pelos arquitetos.

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Para entendermos o planejamento urbano, é importante considerarmos que ele não
pode ser restrito a uma disciplina específica e o campo se abre para outros conhecimentos e
metodologias que abrangem aspectos da sociologia, da economia, da geografia, da
engenharia, do direito e da administração.

Assim, podemos definir Planejamento Urbano como o conjunto de medidas tomadas


para que sejam atingidos os objetivos desejados, tendo em vista os recursos disponíveis e os
fatores externos que podem influir nesse processo.

O Planejamento Urbano é um processo que pode ser dividido em etapas: Diagnóstico,


prognóstico, propostas e gestão. Essas etapas têm uma sequência para sua realização, pois
o resultado de uma, dá subsídios para a realização da outra.

Para realizar um planejamento urbano adequado, deve-se considerar o princípio básico


de que a cidade é um organismo vivo, já que provoca suas próprias transformações internas,
bem como pelo fato de se alterar em função das relações que têm com o exterior, em
diferentes escalas.

Capítulo 2

O Planejamento Urbano contém 06 (seis) DIMENSÕES que devem ser consideradas quando
da sua elaboração: a Ambiental, a Econômica, a Social, a Infraestrutural, a Gerencial e a
Territorial.

O trabalho está inserido na dimensão econômica do Planejamento Urbano, pois é ele


quem proporciona a renda, ou seja, o emprego gerado pela iniciativa privada é o responsável
direto pela economia. Assim o trabalho está inerido na dimensão econômica que deve ser
considerada pelo Planejamento Urbano.

Dentro das dimensões existentes no planejamento urbano, “o uso e ocupação do solo


– parcelamento”, enquadra-se na Dimensão Territorial, enquanto que os serviços essenciais,
como saúde e educação, são a base da dimensão social que trata do bem estar de todos os
cidadãos.

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O planejamento é fundamental para superar os desafios enfrentados pelas cidades que
constituem aglomerações urbanas, sendo um espaço privilegiado de negociação entre atores
sociais, confrontando e articulando interesses e alternativas para a sociedade. Deve assegurar
a ampla mobilização e participação de todos os interessados na discussão, na negociação e
na tomada de decisões.

Dentro da política pública da Seguridade Social, temos a assistência social cujo papel
é dar condições ao cidadão para que não precise dela e consiga se inserir na sociedade de
maneira produtiva e aproveitando os benefícios da vida coletiva.

A promoção da cidadania é uma ação complexa que envolve várias secretarias


municipais que cuidam do assunto, assim ela deve ter foco naqueles grupos sociais que têm
menos amparo legal, social ou físico para que estes possam se integrar plenamente na vida
urbana, como os portadores de necessidades especiais, os idosos, etc.

Capítulo 3

O plano diretor é aprovado pela Câmara Municipal, sendo obrigatório nas cidades com
mais de vinte mil habitantes, de acordo com a lei 10.257, de 2001, conhecida como Estatuto
da Cidade, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O Plano
Diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

O direito urbanístico é considerado um par essencial para o planejamento urbano, pois


é ele que organiza o espaço da área urbana (processo no qual sua abrangência vai além, pois
ordena também o espaço das áreas rurais que em suas inter-relações afetam a cidade).

O Estatuto da cidade, no capítulo II, lança mão também dos instrumentos da política
urbana, dividindo –os em seis grupos. Os dois primeiros grupos são em escalas nacionais,
estaduais e metropolitanas de planos para desenvolvimento socioeconômico; o terceiro grupo
lista os instrumentos de planejamento municipal, como o plano diretor, o parcelamento, o uso
e a ocupação do solo, a gestão orçamentária participativa, etc. O quarto grupo são os institutos
financeiros e tributários, como o IPTU.

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As interferências na utilização ou ocupação de um determinado lote urbano produzem
impactos positivos e negativos sobre o seu entorno, podendo interferir diretamente na vida da
comunidade e na dinâmica urbana.

Assim, o EIV (ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA) tem importância fundamental


no planejamento urbano, pois vai determinar quais são os efeitos de determinada obra e/ou
ocupação.

O caso do empreendimento de um shopping center deve ser analisado


cuidadosamente, principalmente nas grandes cidades, pois pode causar efeitos diversos que
devem ser analisados para se determinar se há vantagem na construção do mesmo.

Um dos impactos negativos gerados pelo shopping center é o tráfego na cidade, que
envolve tantos os veículos particulares, como aumento de fluxo em determinadas vias, quanto
os ônibus e a consequente demanda por novas linhas ou aumento da frota. Como impactos
positivos podemos citar a criação de empregos e o benefício para a economia urbana.

Capítulo 4

As leis que regulamentam as atividades que podem ser exercidas nas cidades são
fundamentais para o planejamento urbano, já que um dos pilares do planejamento urbano é
estipular as diretrizes de ocupação do território, ou seja, como ele pode ser usado.

Em âmbito federal, a Lei 6766/79/1979 foi a primeira a trazer indicativos mais precisos
de como o território urbano deveria ser ocupado, com parâmetros urbanísticos como tamanho
mínimo do lote e testada (face que dá frente à via pública), faixas não edificáveis, bem como
regulamentação nas transações de compra e venda. Estados, Distrito Federal e municípios
podem ainda estabelecer regulamentações próprias, desde que não firam a lei federal.

“O art. 2º do Projeto de Lei nº 3.057/2000 traz as definições das unidades territoriais


que compõem os municípios, desde a definição do que é área urbana à determinação dos
elementos que são considerados como infraestrutura básica e fração ideal” (DUARTE, 2011)

São várias as definições contidas neste projeto, várias delas foram abordadas no
capítulo 4 do livro Planejamento Urbano. Podemos citar, entre elas as definições de: área

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urbana, área rural, gleba, loteamento, condomínio urbanístico, infraestrutura básica,
infraestrutura complementar e licença ambiental.

Podemos classificar os serviços públicos em três categorias fundamentais:


infraestrutura, equipamentos urbanos e serviços.

A Lei de Uso e Ocupação do Solo, articulada com o zoneamento urbano, define as


atividades que podem ocorrer em cada compartimento da cidade, dirigindo seu
desenvolvimento socioeconômico e embutindo valorizações imobiliárias diferenciadas para
cada região.

A ocupação do solo está ligada aos aspectos espaciais das edificações que ocupam a
cidade e, por isso, deve seguir parâmetros essenciais tais como: dimensão do plano horizontal
do lote; dimensão vertical; coeficiente de aproveitamento; recuos e taxa de ocupação, que
determina o porcentual da superfície do terreno que pode ser ocupado com área edificada.

Capítulo 5

No capítulo I da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), no art. 2º, constam as


diretrizes gerais da política urbana. Dentro dessas diretrizes, há aquelas que são a base dos
serviços e que devem ser ofertados pelo município: a educação fundamental, o atendimento
básico de saúde e a assistência social.

Parte desses serviços precisa de edificações para a sua realização, é o caso do ensino
de primeiro grau, pois, além da parte pedagógica, é preciso que haja os edifícios que abriguem
o ensino: as escolas. Também há os postos de saúde, que abriga o atendimento emergencial
à população que precisam dos edifícios para funcionamento, ou ainda, há as atividades
esportivas, que precisam dos ginásios de esportes para serem realizadas.

Dentro da dimensão do meio ambiente, podemos colocar o saneamento básico, pois o


impacto sanitário envolve os problemas de saúde pública causados pelo esgoto, que propaga
doenças quando não é coletado e tratado corretamente, um sistema de coleta e tratamento
de esgoto doméstico e industrializado reduziria o impacto negativo no meio ambiente urbano.

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A princípio, a responsabilidade pelo saneamento básico cabe ao município por força da
lei, porém, há casos em que esse atendimento e gerenciamento são feitos de forma
compartilhada com outros municípios, visando a redução de custos. A esses tipos de serviços
compartilhados entre municípios denominamos de serviços públicos urbanos
supramunicipais.

Além dos serviços de saúde, educação e infraestrutura, existentes outros serviços


considerados essenciais para a vida urbana e para o crescimento socioeconômico dos
municípios que, no entanto, não estão entre as atribuições dos órgãos municipais oficiais. Um
desses serviços é de telecomunicações que até a década de 1960 funcionou sem nenhuma
regulamentação no Brasil, e era baseado em redes e serviços que operavam de forma ainda
precária. Naquele período, a União e os municípios podiam explorar a telefonia, diretamente
ou através de outorga, inclusive estabelecendo as tarifas, gerando conflitos e ingerências em
todo o sistema.

A Emenda Constitucional nº 8, de 1995, mudou as condições existentes na telefonia e


quando houve a privatização do Sistema Telebrás, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) passou a ser a regulamentadora das operações.

A partir do momento da criação da Empresa Brasileira de Telecomunicações


(EMBRATEL), estabeleceu-se um objetivo primordial para o avanço das telecomunicações no
Brasil e a principal missão estabelecida para a EMBRATEL foi a de interligar o território
nacional e viabilizar a comunicação internacional automática.

A partir dessas circunstâncias, o sistema de telefonia no Brasil passou a ter um grande


número de pequenas empresas de telecomunicações, demonstrando que era possível
encontrar soluções para atender o mercado, sem que houvesse a necessidade do monopólio
estatal.

Capítulo 6

O transporte coletivo de qualidade é um dos principais meios de garantir os direitos


básicos aos cidadãos, porém, o número crescente de veículos privados em circulação faz que
seja cada vez mais necessária uma reflexão sobre o assunto.

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Vale salientar que o único SERVIÇO URBANO explicitamente citado no Estatuto da
Cidade é o transporte público. Assim, o gestor público e os órgãos responsáveis pelo
transporte devem pensar as redes de mobilidade e as possibilidades de deslocamento urbano
entre elas, buscando soluções para a melhoria da qualidade do transporte público para
incentivar o seu uso.

Pensando nas alternativas para a melhoria da mobilidade urbana, a


MULTIMODALIDADE NOS TRANSPORTES URBANOS pode promover alguns benefícios,
entre eles promover o equilíbrio: social, ambiental e econômico.

Algumas medidas concretas podem ser adotadas pelos planos diretores municipais
para minimizar esse problema, tais como, regular as parcelas informais da cidade, estimular
zoneamento mistos, melhorar a política habitacional e controlar a implantação de novos polos
geradores de trânsito.

Segundo o Ministério das Cidades, as diretrizes principais a melhoria da mobilidade


urbana dos municípios são:

• Diminuir o número de viagens motorizadas;

• Repensar o desenho urbano, de modo a minimizar o uso de carro ou reduzir a


velocidade deste em áreas residenciais;

• Promover o uso de meios não motorizados;

• Valorizar os deslocamentos dos pedestres;

• Priorizar o transporte coletivo;

• Estruturar a gestão local, buscando municipalizar a trânsito, como estabelece o Código


de Trânsito Brasileiro, e criando mecanismos de gestão compartilhada entre municípios
conturbados ou pertencentes às mesmas regiões polarizadas

A urbanização e o êxodo rural acabaram criando grandes problemas sociais, como o


desemprego, a falta de habitação, a criminalidade, entre outros. Um dos problemas
observados a partir dessa urbanização foi a periferização, fenômeno que ocorre com as
camadas da população que não têm condições financeiras de morar mais próximas aos
centros, mas que deles dependem para trabalhar e por isso ocupam as áreas periféricas das
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cidades. Essas pessoas são segregadas do usufruto pleno da cidade, isso é estudado como
segregação urbana.

Há ainda o fenômeno da autossegregação que ocorre quando as pessoas de classes


sociais de alto poder aquisitivo agrupam-se em condomínios fechados, normalmente distantes
dos centros urbanos em busca de maior segurança e uma suposta qualidade de vida

Para rever os conteúdos ministrados na disciplina e melhor se preparar para as avaliações,


acesse as vídeoaulas, assim como, o material de apoio, ambos disponíveis na rota de
aprendizagem.

Profa. Tânia Agostinho

Maio/2015

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