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O Plano Diretor como

Desenvolvimento das Cidades


O que é plano diretor?

 O plano diretor é uma lei municipal que orienta o crescimento e o desenvolvimento urbano
de toda a cidade. Busca melhorar a qualidade de vida da população, reduzir as
desigualdades socioeconômicas e tornar as cidades mais inclusivas, justas e
ambientalmente equilibradas.
 É também um instrumento que norteia a construção da política urbana e, de acordo com a
legislação federal (Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade) deve ser
revisto a cada 10 anos para eventuais ajustes.
O Estatuto da Cidade

 No § 1º do artigo 40, prevê que o plano diretor é o instrumento básico da política de


desenvolvimento e expansão urbana, sendo parte integrante do processo de planejamento
do Município, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual
incorporar as diretrizes e prioridades nele contidas.
 No § 4º do artigo 40, reza que: “No processo de elaboração do plano diretor e na
fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais
garantirão:
I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade; II – a publicidade quanto
aos documentos e informações produzidos; III – o acesso de qualquer interessado aos
documentos e informações produzidos”.
A Constituição Federal

 Determina que todas as cidades com mais de 20 mil habitantes devem,


obrigatoriamente, elaborar um Plano Diretor para ser aprovado pela Câmara Municipal.
 No § 1º do artigo 182 estabelece que o plano diretor:
1) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana; 2) deve ser
aprovado pela Câmara Municipal.
 No § 2º do artigo 182 incumbe ao plano diretor definir as exigências fundamentais de
ordenação da cidade que delineiam o cumprimento da função social da propriedade
urbana.
 No Art. 30, VIII estabelece que os municípios têm a competência material de promover a
ordenação territorial de suas cidades.
A Política de Desenvolvimento Urbano

 É definida por lei, prevê o conjunto de planos e ações que tem como objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o uso socialmente justo e
ecologicamente equilibrado e diversificado do território, de forma a assegurar o bem-estar
e a qualidade de vida de seus habitantes.
O Plano Diretor Indica

 Objetivos, diretrizes, ações estruturantes, normas e procedimentos para a realização da


política urbana e envolve meio ambiente, patrimônio cultural, transporte, habitação,
regularização fundiária, saneamento e serviços públicos, mas também as políticas
econômica, social e de gestão.
 Entre as diretrizes do Plano Diretor estão justiça social, melhoria da qualidade de vida da
população, uso racional dos recursos do meio ambiente e participação social nas decisões
do futuro das cidades.
Diretrizes

 É no Plano Diretor que os cidadãos encontram as diretrizes de uso e ocupação do solo,


zoneamento, índices urbanísticos e definição de áreas de interesse especial.
 O documento estabelece em quais áreas será incentivada a construção, o adensamento
populacional e habitações de interesse social, a limitação de altura de edifícios, a proteção
de mananciais, onde não será possível empreender, onde incentivar comércio e serviços,
onde será priorizado o transporte público, entre outros.
Função Social
 A legislação leva em conta também a função social das propriedades urbana e rural, que
precisam cumprir critérios e exigências de ordenação territorial.
 Mas, o que isso significa? De forma geral, são duas coisas:
 A propriedade urbana, embora privada, deve ter uma função social. Em tese, o dono de um
terreno baldio tem o direito de fazer dele o que preferir, correto? Contudo, se for melhor para
a cidade como um todo que aquela região onde o terreno se encontra seja exclusivamente
residencial, é legítimo que o poder público fixe a obrigação de que apenas moradias sejam
instaladas ali.
 A propriedade continua sendo privada, porém sua função social será garantida pela exigência
que a lei impõe sobre seu uso.
 Com isso, evita-se o crescimento desordenado das grandes cidades. Cabe à política urbana
induzir o desenvolvimento inclusivo, sustentável e equilibrado, de modo a corrigir essas
distorções históricas.
 O planejamento urbano deve ir além dos aspectos físicos e territoriais, encarando o
ordenamento do território como um meio para cumprir objetivos maiores, a citar:
 Garantia do direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações;
 Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados
aos interesses e necessidades da população e às características locais;
 Evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio
ambiente.
 Victor Carvalho Pinto (Direito Urbanístico: Plano diretor e direito de propriedade. São
Paulo: Revista dos Tribunais, p. 244) destaca que: “Vigora no direito urbanístico um
princípio de coesão dinâmica de suas normas, que exige uma coerência teleológica entre
elas, como condição para que os resultados pretendidos sejam alcançados”.
 Daí a relação de harmonia que deve ocorrer entre a legislação urbanística, o plano diretor e
os demais planos e projetos urbanísticos de detalhamento do plano diretor.
 Nessa linha, o plano diretor é o principal plano urbanístico, eis que o artigo 182, §1º da
Constituição Federal, o coloca na elevada posição de “instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana”.
 Os demais planos e projetos urbanísticos, cuja função é detalhar o plano diretor, devem,
justamente por isso, estar em relação de coerência com ele.
 É que o planejamento urbano não é feito de uma vez só. Assim, o plano diretor será
detalhado por outros planos e projetos urbanísticos, como o plano de mobilidade urbana, o
de saneamento e o de habitação, bem como os projetos de loteamento, de obras públicas,
de operações urbanas consorciadas, de regularização fundiária, de edificação, etc., sendo
que todos esses devem se harmonizar às disposições do plano diretor.

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