Você está na página 1de 25

Estudos de Viabilidade e Planejamento Técnico e Econômico na Construção Civil I –

EVPTECCII

ESTATUTO DA CIDADE
E
PLANO DIRETOR

C U R S O - T É C N I C O D E E D I F I C AÇ Õ E S

Profª. Luciana L. Ferreira


Como resultado deste conjunto de
fatores, a Constituição Federal
de 1988 foi a primeira
Constituição brasileira a prever
o Direito Urbanístico, mediante a
inclusão do Capítulo II que trata
da Política Urbana, composto
pelos artigos 182 e 183.
ESTATUTO DA CIDADE

No Direito, o Estatuto da Cidade é o conjunto de


normas jurídicas ou a Lei nº 10.257/2001, que
estabelece as diretrizes para a política urbana
disposta na Constituição Federal de 1988.
Essas normas surgiram como projeto de lei no
mesmo ano da Carta Magna, em proposição do
senador Pompeu de Sousa. Contudo, depois da
aprovação no Senado em 1989, foi engavetada e
retomada dez anos depois, entrando em vigor penas
em 2001.
O surgimento do estatuto está atrelado à preocupação com
o desenfreado crescimento urbano desde a segunda
metade do século XX, marcado por uma distribuição de
terra irregular, que foi a origem de uma desordenada
ocupação e utilização do solo.
Essa lei existe em favor de quatro aspectos fundamentais:
•o bem da coletividade
•a segurança
•o bem-estar dos cidadãos
•o equilíbrio ambiental
Estrutura da Lei nº 10.257/2001 ou Estatuto da
Cidade
Esse conjunto de normas está dividido em cinco
capítulos:
I – Diretrizes gerais
II – Dos instrumentos da política urbana
III – Do plano diretor
IV – Da gestão democrática da cidade
V – Disposições gerais

Com essa lei, uma série de instrumentos gestores


para o desenvolvimento urbano foram criados, e
aspectos como uso e ocupação do solo urbano e
sustentabilidade nas cidades ganharam atenção,
em especial dos municípios.
Instrumentos da política urbana no Estatuto da Cidade
Os três primeiros instrumentos dispostos no Capítulo II das normas são:

•Os planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico social
•O planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões
•O planejamento municipal, incluindo o plano diretor.
Do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios
A gestão municipal tem o poder de organizar solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, notificando e exigindo ao dono
que edifique ou dê um uso.
Esse mecanismo tem por objetivo cumprir a função social da
propriedade urbana, auxiliando na ampliação de imóveis na área
urbana.
Caso o proprietário não atenda à notificação da administração, poderá
ser aplicada a norma do IPTU progressivo no tempo. Essa medida
implica elevar a alíquota do IPTU gradualmente no prazo de cinco
anos ao teto máximo de 15%.
Passado esse prazo de cinco anos, caso não haja adequação do
imóvel ao plano diretor, a gestão pode aplicar a desapropriação do
imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
Do estudo de impacto de vizinhança
Outro instrumento disposto no Estatuto da Cidade é o estudo de
impacto de vizinhança, que é uma responsabilidade do município de
exigir que seja realizada uma análise dos pontos negativos e positivos
para a qualidade da vida urbana ao redor de um empreendimento a
ser construído.
Da usucapião especial de imóvel urbano
Trata-se de uma lei da usucapião distinta da
prevista na legislação civil, com um prazo de
prescrição menor. Com efeito, nesse caso o
proprietário precisa utilizar o imóvel para moradia
por um período de cinco anos, e não quinze.
Em casos de habitações informais, como no caso
das favelas, aplica-se a versão coletiva dessa lei,
que destina uma fração a cada possuidor.
Do direito de superfície
Refere-se ao poder que o proprietário
urbano tem de ceder para outras pessoas
o direito de usufruir, por tempo
determinado ou não, de seu terreno. Essa
ação requer escritura pública e registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
O superficiário torna-se o dono da
construção, havendo a existência de dois
direitos distintos: o do superficiário e o do
proprietário do solo. Este último terá
preferência, em caso de alienação.
PLANO DIRETOR

O Plano Diretor Estratégico Lei 16.050/14 -, pois é ele que dá a direção para mudar nossa cidade ao longo dos
próximos 16 anos e torná-la mais justa e agradável para viver, é uma lei municipal elaborada pelo poder
executivo (Prefeitura) que orienta o crescimento e o desenvolvimento urbano de todo o município. aprovada
pelo poder legislativo (Câmara de Vereadores), que estabelece regras, parâmetros, incentivos e instrumentos
para o desenvolvimento da cidade, elaborado com a participação da sociedade, é um pacto social que define os
instrumentos de planejamento urbano para reorganizar os espaços da cidade e garantir a melhoria da qualidade
de vida da população.

O Plano Diretor é elabora baseado no Estatuto das Cidades instituído pela Lei Federal 10.257 , de 10 de julho de
2001 que institui que para um município elaborar seu plano diretor ele tem que possui mais de 20000 habitantes.

Ao propor caminhos para atingir esses objetivos, o PD busca compatibilizar as ações do poder público e da
iniciativa privada para que o planejamento do município atenda às necessidades coletivas de toda a população.

O Plano Diretor, em vigor desde 31 de julho de 2014, tem como principal diretriz aproximar emprego e moradia.
O atual PDE prevê o horizonte até 2029 para que seus objetivos sejam alcançados.
Ele atua em sentidos distintos, porém complementares:

1.Obrigando aos privados (empresas, cidadãos) o cumprimento de certas exigências (por exemplo,
restringindo os usos permitidos para os terrenos ou imóveis).

2.Incentivando ou induzindo os privados a tomarem certas ações (por exemplo, estabelecendo


incentivos tributários para a instalação de empresas em certos locais).

3.Comprometendo o poder público municipal a realizar investimentos, intervenções urbanas e afins


(por exemplo, ampliando a infraestrutura urbana ou a oferta de equipamentos públicos em
determinadas regiões).

Um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e
administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas para
o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano,
das redes de infraestrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o
município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal.
(Villaça, 1999, p.238)
•Democrático: plano diretor se estabelece
como um instrumento (em tese) democrático,
uma vez que pressupõe a realização de
audiências públicas abertas, com ampla
participação. Os moradores devem ser
chamados a participar do debate sobre a
cidade que eles mesmos querem.
Essa abordagem vem ao encontro da diretriz
do próprio Estatuto da Cidade, que
pressupõe a gestão democrática, com
participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da
comunidade na formulação, execução e
acompanhamento de planos, programas e
projetos de desenvolvimento urbano.
Quanto ao propósito: para que serve afinal um plano diretor?

Conforme já apontado, cabe ao plano diretor criar as bases para uma cidade
inclusiva, equilibrada, sustentável, que promova qualidade de vida a todos os seus
cidadãos, reduzindo os riscos do crescimento desenfreado e distribuindo de forma
justa os custos e benefícios da urbanização. Além disso, o plano diretor
fornece transparência para a política de planejamento urbano, ao instituí-la em
forma de lei. Diretrizes urbanas sempre existirão, a diferença é que com o plano
diretor elas ficam explícitas, disponíveis ao cidadão para criticar, compreender e
atuar sob “regras do jogo” bem definidas.

Com ele, o cidadão pode decidir melhor ao escolher onde comprar uma casa para
morar, o empresário pode escolher melhor onde investir em um novo negócio.

Apresentamos a você o que é o plano diretor, como ele deve ser elaborado e para
que ele serve. Contudo, será que na prática ele funciona? Para saber mais,
continue aprendendo no próximo texto da trilha!
ZONEAMENTO
Zoneamento é o conjunto de regras de parcelamento, uso e ocupação do solo que
define as atividades que podem ser instaladas nos diferentes locais da cidade (por
exemplo, se é permitido comércio, indústria, residências, etc.) e como as edificações
devem estar implantadas nos lotes de forma a proporcionar a melhor relação com a
vizinhança.
Tendo em vista a ampla diversidade de atividades, a extensão territorial do Município e
a diversidade dos bairros, é necessário estabelecer regras distintas para as diferentes
regiões do Município. Para tanto, a lei de zoneamento divide o território em porções,
denominadas zonas e cada zona reúne um conjunto de regras para um determinado
local. E é com base nessas regras que a Prefeitura autoriza a construção de novos
edifícios e a instalação de novas atividades nos bairros (por meio de alvarás e licenças
de funcionamento).
Tanto a definição dessas regras, quanto a sua aplicação no território devem seguir as
diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Estratégico (PDE).
Parcelamento: Define o dimensionamento do lote e as regras para divisão dos lotes e
glebas
Uso: Define as atividades permitidas no lote
Ocupação: Define regras para ocupação do lote
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CENEVIVA, Walter. Lei dos notários e dos registradores comentada. São Paulo: Saraiva, 4. .ª ed., 2002.
NOGUEIRA, Wagner Rodolfo Faria. Parcelamento do solo. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 84, 25 set.
2003. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=4349>.
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. ERT, São Paulo: 1981.
GALHARDO, João Baptista. O Registro do Parcelamento DO Solo Para Fins Urbanos. Porto Alegre: IRIB,
2004, página 32 e 33.
BRAGA, Roberto. Plano Diretor Municipal: três questões para discussão. Caderno do Departamento de
Planejamento, Faculdade de Ciências e Tecnologia-Unesp, Presidente Prudente, v.1, n.1, p.15-20, ago.
1995. BRASIL. Ministério das Cidades. Lei no 10.257/2001: Estatuto da Cidade. 2001.
CARVALHO, S. H. Estatuto da Cidade: aspectos políticos e técnicos do plano diretor. São Paulo em
Perspectiva, v.15, n.4, p.130-135, 2001.
https://www.castroeng.com.br/construi-com-c-a-alto-demais-e-agoraanistia-de-imoveis-de-sp/
https://www.aarquiteta.com.br/blog/como-calcular-taxa-de-ocupacao/

Você também pode gostar