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PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 1

INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO
O município de Sabáudia, região Norte Central do Estado do Paraná, tem
54 anos de emancipação política e aproximadamente 5.500 habitantes, distribuídos
em 190,3 Km². Sua economia baseia-se no setor primário, especialmente nas
lavouras de milho, soja e trigo.
Por definição constitucional, o Plano Diretor é o instrumento orientador da
política de desenvolvimento e expansão urbana do município. Serve como balizador
para o processo de planejamento municipal e deve ser constantemente revisto e
atualizado. Através dele cria-se um vetor para orientação das políticas setoriais
(saúde, educação, assistência social, áreas verdes, preservação ambiental,
transportes, sistema viário, iluminação pública, pavimentação de vias, coleta de
resíduos, drenagem, entre outras) e para as ações do governo local, da iniciativa
privada e de outros segmentos do Estado. Dentre outros objetivos, o Plano procura
articular as ações públicas e orientar a elaboração do Plano Plurianual, da Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO – e da Lei do Orçamento Anual – LOA. Portanto, em
última instância, trata-se de um pacto social cujo desdobramento, em vários campos,
tem compromisso com mudanças.
A realização do Plano Diretor de Sabáudia levou em consideração
aspectos fundamentais e legais que o balizam. Dentre estes aspectos destacamos:
a Constituição Federal e Estadual; a Agenda 21; a política de desenvolvimento
urbano e regional para o Estado do Paraná – PDU; a Lei Estadual nº 15.229, de
25/07/2006; a Lei Orgânica do Município; as Conferências da Cidades; o Estatuto da
Cidade; as Resoluções do Conselho Nacional das Cidades.
A Constituição Federal, em seu capítulo da Política Urbana, tornou o Plano
Diretor obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, bem como
vinculou o cumprimento da função social da propriedade urbana às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor. A Agenda 21,
principal resultado da conferência Eco-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992, é
um documento adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema
das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil. Tem o objetivo de orientar um
novo padrão de desenvolvimento que concilie métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica. As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira
são os programas de inclusão social, a sustentabilidade urbana e rural, a
preservação dos recursos naturais e a ética política para o planejamento rumo ao
desenvolvimento sustentável.
A Política de Desenvolvimento Urbano e Regional para o Estado do
Paraná – PDU –, em vigor, contém Diretrizes que objetivam a geração de renda, o
resgate do planejamento, a inclusão social e a recuperação e preservação do
patrimônio ambiental. As ações prioritárias decorrentes do PDU-PR focalizam a
geração de emprego e renda, a execução de projetos previstos em planos setoriais
de governo e os projetos que objetivem eliminar obstáculos ao desenvolvimento.
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A Lei Estadual nº 15.229, de 25/07/2006, estatui que o governo


paranaense somente firmará convênios de financiamento de obras de infra-estrutura
e serviços com municípios que já possuam Planos Diretores. Disso resulta, também,
o interesse do Poder Executivo Municipal em realizar o Plano.
Na Lei Orgânica do Município encontramos, no art. 109, a indicação: “A
política de desenvolvimento urbano, será executada pelo Município, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tendo por objetivo ordenar o desenvolvimento das
funções da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”.
O Estatuto da Cidade - Lei Federal nº 10.257/2001 -, por sua vez, definiu
os instrumentos de política urbana, sendo a maioria deles de aplicação no
planejamento municipal. Dos instrumentos criados, alguns regem-se por legislação
que lhes é própria, como, por exemplo, a desapropriação, a servidão administrativa,
o tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano. Outros, no entanto, foram
instrumentos criados pelo próprio Estatuto da Cidade e que dependem, na sua
quase totalidade, da existência do Plano Diretor.
Dentre os novos instrumentos de política urbana destacam-se: o
Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios, o Direito de Preempção, a
Outorga Onerosa do Direito de Construir, a Transferência do Direito de Construir e o
Estudo de Impacto de Vizinhança.

PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS


A aplicação deste instrumento tem por objetivo coibir a atividade
especulativa com o imóvel urbano e, por conseguinte, assegurar que a propriedade
urbana cumpra sua função social. O proprietário tem que promover o adequado
aproveitamento e utilização de sua propriedade, caso contrário, para áreas previstas
no Plano Diretor e/ou em Lei específica, poderá ser penalizado com a aplicação de
uma alíquota progressiva do IPTU e, até mesmo, ter o seu imóvel desapropriado,
podendo o pagamento ser realizado com títulos da dívida pública, resgatáveis em
até 10 anos. Trata-se de uma desapropriação-sanção.

DIREITO DE PREEMPÇÃO
A aplicação do Direito de Preempção, ao conferir ao Poder Executivo
Municipal a preferência na aquisição, em igualdade de condições, de imóvel cujo
proprietário deseja vender, tem por finalidade principal aproveitar oportunidades para
adquirir imóveis necessários para o ordenamento e direcionamento da expansão
urbana, para a criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes e para a criação
de unidades de conservação ou proteção de áreas verdes de interesse ambiental.

OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR


No Brasil, as discussões sobre a implantação da Outorga Onerosa do
Direito de Construir remontam também a meados dos anos 70, sendo que, mesmo
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antes do advento do Estatuto da Cidade, inúmeras cidades brasileiras, com


diferentes denominações (solo criado, operações interligadas) vinham aplicando a
Outorga Onerosa com sucesso. São os casos de cidades como Curitiba e São
Paulo. Com a aprovação do Estatuto da Cidade, a maioria das cidades brasileiras
obrigadas a elaborar um Plano Diretor vem adotando tal instituto como um
importante mecanismo de política urbana.
A aplicação deste instituto possibilita ao proprietário construir em seu
terreno área superior àquela definida como seu direito de construir, decorrente da
multiplicação do coeficiente de aproveitamento básico, quantificado na Lei do
Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo Urbano, pela área do terreno. Para edificar
área superior ao seu direito de construir, o proprietário terá que adquirir, mediante
contrapartida financeira, área adicional ao direito originário.

TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR


A Transferência do Direito de Construir vem possibilitar ao proprietário de
um imóvel exercer em outro terreno ou mesmo vender para terceiros o direito de
construir em sua propriedade quando o referido imóvel for considerado necessário
para a implantação de equipamentos urbanos e comunitários, preservação e/ou
servir a programas de interesse social. A faculdade de transferir o direito de construir
poderá ser concedida ao proprietário nos casos em que o imóvel sofra restrições
quanto ao seu uso e/ou ocupação como, por exemplo, em casos de tombamento do
imóvel decorrente de seu valor histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural.
Tal faculdade também poderá ser concedida nos casos em que o proprietário doar
ao poder público seu imóvel ou parte dele. No Município, este instituto poderá ser
amplamente aplicado na aquisição de áreas de fundo de vales, impulsionando a
política de preservação destas áreas. Poderá também facilitar a aquisição de
propriedade nos bairros para que o Poder Executivo municipal implante
equipamentos comunitários.

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA – EIV


O Estudo de Impacto de Vizinhança vem sendo largamente empregado
nas legislações urbanísticas municipais, visto que o acelerado processo de
transformações urbanas pelos quais passam as cidades e a introdução de novas
tecnologias nos processos econômicos fazem com que nem todas as atividades hoje
incômodas, nocivas ou perigosas o sejam amanhã. Para a gestão urbana, o
tratamento dessas questões requer situações específicas que demandam estudos
caso a caso, daí a necessidade do EIV.

CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
O consórcio imobiliário permite a viabilização de Planos de Urbanização ou
de edificação por meio do qual o proprietário transfere ao Poder Público Municipal
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seu imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas. O Consórcio possibilita a
Parceria Público Privado na produção da cidade.

DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO


O Estatuto da Cidade estabelece também que o Plano Diretor deve versar
sobre um Sistema Municipal de Planejamento que garanta a gestão democrática da
cidade. Atendendo a esse imperativo, é necessário propiciar as condições de
transparência às ações e decisões públicas e a criação de mecanismos financeiros
que possibilitem implantar ações estruturais e prioritárias para o desenvolvimento
municipal.
O presente Plano Diretor traz um conjunto de propostas que visam, de um
lado, promover redefinições nas trajetórias das ações públicas no Município; de
outro, promover novas situações que procurem prevenir problemas e desencadear
ações planejadas que indiquem novos cenários à sociedade. O Plano propõe um
Sistema Municipal de Planejamento, constituído de um Conselho Municipal do Plano
Diretor, uma Secretaria Municipal de Planejamento e um Sistema Municipal de
Informações. O Plano propõe, ainda, em obediência ao Estatuto da Cidade, um
Sistema de Acompanhamento e Controle composto de: Conselho Municipal do
Plano Diretor; Conferência Municipal do Plano Diretor; Audiências públicas; Relatório
de avaliação destinado ao Poder Legislativo Municipal e Iniciativa popular de
projetos de lei.
O Termo de Referência para elaboração do Plano Diretor Municipal de
Sabáudia baseia-se no Termo de Referência organizado pelo PARANACIDADE,
órgão do governo do Estado do Paraná. Resume-se em: a) Formação de Equipe
Técnica no Poder Executivo Municipal; b) Constituição de Comissão de
Acompanhamento da Elaboração do Plano Diretor Municipal; c) Elaboração de
Avaliação Temática Integrada; d) Definição de Diretrizes e Proposições; e)
Proposição de Legislação Básica; f) Proposição de Plano de Ação; g) Realização de,
pelo menos, três Audiências Públicas.
Na Avaliação Temática Integrada foram analisados os diferentes aspectos
do desenvolvimento local (ambientais, sócio-econômicos, sócio-espaciais,
institucionais, infra-estrutura e serviços públicos). Através do diagnóstico obteve-se a
caracterização geral do Município, com identificação de suas potencialidades,
recursos, limitações e principais problemas urbanos. A partir do conjunto dessas
informações é possível, nas próximas etapas do Plano, formular as respectivas
diretrizes de ação, políticas setoriais e indicadores de desempenho.
O processo de realização do Plano pôs em evidência não só uma série de
enfrentamentos temáticos que constituem o espaço construído de nossas cidades e
municípios. Ao buscar superar a tradição dos Planos Diretores de passado recente,
via de regra normativos e reguladores do uso/ocupação do solo urbano, o Plano
Diretor de Sabáudia cria uma agenda de compromissos de políticas públicas
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articuladas entre si e sustentadas nas questões ambiental, espacial, econômica,


social, jurídica, financeira, social e na gestão democrática. O objetivo maior é
proporcionar formas de inclusão social. Nesse sentido, a articulação entre o Poder
Público e o Setor Privado é de fundamental importância para potencializar as
capacidades econômicas e sociais existentes.
O Plano Diretor traz uma nova concepção para o enfrentamento das
questões relacionadas à gestão urbana. Não é programa de governo, embora o
oriente. É uma síntese de conceitos e idéias que ganham força política e que se
corporificam na forma jurídica. A nova concepção é fruto da aplicação do Estatuto da
Cidade – Lei nº 10.257/2001, regulando a propriedade urbana e dando materialidade
ao conceito da função social da cidade, exigindo formas de participação da
sociedade na gestão e determinando a sustentabilidade ambiental. Assim, a função
social da propriedade e da cidade se confunde com o direito à cidade e este passa a
ser compreendido como direito coletivo a um padrão de vida digno. Entende-se
como tal a criação das condições que assegurem o acesso universal aos bens e
serviços públicos, o gozo do direito à moradia, à terra urbanizada e ao trabalho, à
justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização. É
o que busca o Plano Diretor de Sabáudia.
Como estratégia, e a fim de atender aos princípios e objetivos deste Plano
Diretor, a Política de Desenvolvimento Municipal será constituída pelas seguintes
Políticas Setoriais:
a) Política de Desenvolvimento Social, onde se incluem: Política de
Saúde; Política de Educação; Política de Ação Social; Política de
Segurança Pública; Política de Cultura e Turismo e Política de Esporte,
lazer e recreação.
b) Política de Desenvolvimento Sócio-Econômico, onde se incluem:
Política Industrial; Política para o setor terciário e Política Rural.
c) Política de Serviços e Infra-Estrutura Públicos, onde se incluem:
Política de abastecimento de água potável e de coleta e tratamento de
esgoto; Política de abastecimento de energia elétrica e iluminação
pública; Política de drenagem de águas pluviais; Política de
pavimentação de vias e estradas municipais; Política de transportes e
Política de coleta, aproveitamento e disposição dos resíduos sólidos.
d) Política Habitacional.
e) Política de Proteção e Preservação Ambiental.
f) Política de Ordenamento Físico-Territorial.
g) Política de Gestão Democrática e Desenvolvimento Institucional.
No que tange à Política de Segurança Pública, o município, através da
Defesa Civil, deverá elaborar o Plano Diretor da Defesa Civil, – que será
considerado apêndice deste Plano Diretor –, com base em diretrizes estabelecidas
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por esta Lei e por Termo de Referência elaborado pela Casa Militar do Governo do
Estado do Paraná.
Por fim, em cumprimento ao Estatuto da Cidade, às Resoluções do
Conselho Nacional de Cidades e à Lei Estadual nº 15.229, de 25/07/2006, este
Plano propõe a criação do Conselho Municipal do Plano Diretor, parte integrante da
Política de Gestão Democrática e Desenvolvimento Institucional e que conta com
ampla participação dos diferentes setores organizados da sociedade civil de
Sabáudia.
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1. AVALIAÇÃO TEMÁTICA
INTEGRADA
ANEXO V DA LEI DO PLANO DIRETOR
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1.1. ASPECTOS REGIONAIS


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1.1.1. HISTÓRICO

Sabáudia teve sua origem no patrimônio do mesmo nome, fundado pela


Companhia Melhoramentos Norte do Paraná - CTNP.
A Companhia de Terras Norte do Paraná era uma subsidiária brasileira da
Empresa Inglesa “Paraná Plantations Ltd”.
Os empresários ingleses tinham por objetivo primeiro a exploração agrícola
do norte do Paraná, através de plantações de algodão. A indústria têxtil inglesa era,
na época, um dos principais ramos das atividades econômicas do país e os
empresários que fundaram a Paraná Plantations visavam exportar algodão para a
indústria da Inglaterra.
Após adquirir aproximadamente 544.000 alqueires de terras na região
norte do Paraná, a Companhia de Terras abandona o projeto inicial de exploração
agrícola e promove um dos maiores e bem sucedidos projetos de colonização do
país.
Segundo Pedro Calil Padis em “A Formação de uma Economia Periférica:
O Caso Paranaense”:
“Em menos de quarenta anos, uma área de aproximadamente
71.637 quilômetros quadrados, ou seja, cerca de 36% do território
paranaense, de densa mata, absolutamente despovoada, transformou-se
em região que, em 1960 contava com cerca de 1.843.000 habitantes (34%
da população do Estado), distribuídos em 172 cidades, algumas de porte
considerável”.
É desse projeto de colonização que nasce Sabáudia e cuja história está
também intimamente ligada a Arapongas, pois foi projetada como patrimônio deste
município.
O nome de Sabáudia é o de uma cidade da Itália, e teve por objetivo atrair
colonos italianos para a construção do núcleo urbano. Formado o patrimônio e
iniciada a venda de lotes, datas e chácaras, Sabáudia experimentou rápido
crescimento. Como sede distrital, em 1950 o município já possuía uma população de
10.058 habitantes, sendo 1.660 habitantes da zona urbana de 8.398 habitantes da
zona rural.
Em 26 de novembro de 1954, Sabáudia é elevada à categoria de município
pela Lei n° 253. Em 26 de novembro de 1955 é instalado o município, quando foram
empossados o primeiro prefeito municipal e os membros da Câmara de Vereadores.
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1.1.2. CARACTERIZAÇÃO REGIONAL


1.1.2.1. LOCALIZAÇÃO

O município de Sabáudia localiza-se na porção norte do território


paranaense, a uma altitude média de 730 metros acima do nível do mar. Suas
coordenadas geográficas são: Latitude 23° 19’ sul e Longitude 51° 33’ oeste de
Greenwich. Faz limite com os municípios de Pitangueiras (norte), Rolândia
(nordeste), Arapongas (leste), Apucarana (sul), Mandaguari (sudoeste) e Astorga
(noroeste).
De Sabáudia, por vias terrestres pavimentadas, é possível alcançar as
principais localidades do Estado do Paraná e do Brasil. Pela rodovia PR-218, que
atravessa o município no sentido sudeste-noroeste, é possível acessar as rodovias
BR-369 e BR-376, que permitem acessar Maringá, Londrina, Curitiba, São Paulo e
demais regiões do país.

FIGURA AR 01 – SABÁUDIA
LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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FIGURA AR 02 – SABÁUDIA
MUNICÍPIOS LIMÍTROFES

FIGURA AR 03 – SABÁUDIA
LOCALIZAÇÃO REGIONAL

FONTE: SETR/DER. Mapa Político Rodoviário 2004.


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MAPA 01 – SISTEMA RODOVIÁRIO


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1.1.2.2. ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

Sabáudia integra a Associação dos Municípios do Médio Paranapanema –


AMEPAR, constituída por 21 municípios que totalizam uma população de 858.932
habitantes, no ano 2000 (IBGE), correspondendo a 8,98% da população do Paraná.
Neste ano, 92,9% desta população habitava a área urbana, o que caracteriza a
região como essencialmente urbana. Os municípios da AMEPAR abrangem área de
7.966 km2, equivalendo a 3,98% do território do Estado. A Associação possui como
cidade pólo o município de Londrina.

FIGURA AR 04
MUNICÍPIOS DA AMEPAR
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Em 2007, os municípios da AMEPAR totalizam 921.318 habitantes. Dentre


eles, Sabáudia é o 15º município em população, representando 0,59% do total da
Associação. Entre 1991 e 2000 teve a 9ª mais alta taxa de crescimento para a
população total (0,25%) e a segunda mais alta taxa de crescimento para a
população urbana (3,43%).

TABELA AR 01 – MUNICÍPIOS DA AMEPAR


POPULAÇÃO E TAXAS DE CRESCIMENTO
POPULAÇÃO TOTAL TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL
MUNICÍPIOS 1980/1991 1991/2000
2000 2007
TOTAL TOTAL URBANA RURAL
Alvorada do Sul 9.253 9.014 -2,34 -0,51 1,90 -5,61
Arapongas 85.428 96.669 1,52 3,16 3,50 -2,41
Bela Vista do Paraíso 15.031 14.996 0,06 -0,05 0,65 -5,92
Cafeara 2.485 2.702 -2,45 0,40 1,18 -1,34
Cambé 88.186 92.888 2,91 1,99 2,29 -1,30
Centenário do Sul 11.817 11.247 -1,25 -2,07 -0,87 -5,47
Florestópolis 12.190 11.571 -0,11 0,18 2,03 -6,14
Guaraci 4.919 4.993 -0,21 -1,33 -0,70 -3,22
Ibiporã 42.153 45.158 2,22 2,03 2,73 -4,22
Jaguapitã 10.932 11.782 -1,11 0,33 1,74 -3,88
Londrina 447.065 497.833 2,36 1,53 1,87 -5,79
Lupionópolis 4.323 4.375 -1,21 -0,34 -0,37 -0,20
Miraselva 1.961 1.899 -0,99 -10,51 -9,11 -12,77
Pitangueiras 2.418 2.664 * * * *
Porecatu 15.881 14.174 -2,05 -0,82 0,38 -4,15
Prado Ferreira 3.152 3.344 * * * *
Primeiro de Maio 10.728 10.753 -0,94 -1,15 -0,05 -8,09
Rolândia 49.410 53.437 0,50 1,35 2,65 -6,24
Sabáudia 5.413 5.447 0,64 0,25 3,43 -5,60
Sertanópolis 15.147 15.485 -1,29 0,65 2,61 -5,67
Tamarana 9.713 10.887 * * * *
TOTAL AMEPAR 847.605 921.318 1,51 1,59 2,13 -3,69
Fonte: Elaborado com base em Censos Demográficos – IBGE – 1980, 1991 e 2000.
Contagem Populacional – IBGE – 2007.
* Municípios criados depois da década de 90.

Na Amepar, entre 1991 e 2000, o crescimento da população total é positivo


em 1,59%; sendo 20,13% na população urbana, e negativo em –3,69% na
população rural. Os municípios de Sertanópolis, Sabáudia, Rolândia, Londrina,
Jaguapitã, Ibiporã, Arapongas, Cafeara, Cambé e Florestópolis foram os que
detiveram crescimento positivo para população total. Para a população urbana
observa-se também o crescimento populacional em quase todos os municípios,
exceção a Centenário do Sul, Guaraci, Lupionópolis, Miraselva e Primeiro de Maio.
Por sua vez, todos os municípios da AMEPAR tiveram crescimento negativo da
população rural.
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FIGURA AR 05 - AMEPAR
CRESCIMENTO POPULACIONAL

1.1.2.3. MICRORREGIÃO DE APUCARANA

Sabáudia pertence à microrregião de Apucarana, do IBGE, composta pelos


municípios de Apucarana, Califórnia, Cambira, Jandaia do Sul, Marilândia do Sul,
Mauá da Serra, Novo Itacolomi e Sabáudia, que totalizam 2.266 km 2 e uma
população, em 2.000, de 251.118 habitantes, correspondendo a 2,6% da população
do Estado do Paraná, e com densidade demográfica de 110,8 hab/km 2. A taxa de
urbanização, em 1991, era de 84,3%; passando para 89,9% em 2000.
No ano de 2007, de acordo com a contagem populacional do IBGE, dois
municípios da microrregião possuíam mais de 20 mil habitantes, sendo eles
Apucarana (115.323 hab.) e Arapongas (96.669 hab.). Os demais municípios, com
exceção a Jandaia do Sul (19.534 hab), possuíam população inferior a 10 mil
habitantes. Tendo os municípios de Apucarana e Arapongas como cidades-pólo, a
microrregião possui como atividades econômicas predominantes as do setor
secundário e as do setor primário.
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TABELA AR 02 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


POPULAÇÃO E TAXAS DE CRESCIMENTO
POPULAÇÃO TOTAL TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL
MUNICÍPIOS 1980/1991 1991/2000
2000 2007
TOTAL TOTAL URBANA RURAL
Apucarana 107.827 115.323 1,55 1,41 1,71 -1,87
Arapongas 85.428 96.669 1,52 3,16 3,50 -2,41
Califórnia 7.678 7.546 -0,89 0,52 2,53 -3,61
Cambira 6.688 6.862 -5,63 0,57 0,90 -9,17
Jandaia do Sul 19.676 19.534 0,41 0,64 1,20 -2,41
Marilândia do Sul 9.071 8.932 -3,64 -0,22 -2,70 -7,43
Mauá da Serra 6.471 7.814 * 4,08 * *
Novo Itacolomi 2.866 2.747 * -2,00 * *
Sabáudia 5.413 5.447 0,64 0,25 3,43 -5,60
TOTAL 251.118 270.874 1,03 1,77 2,51 -3,11
Fonte: Elaborado com base em Censos Demográficos – IBGE – 1980, 1991 e 2000.
Contagem Populacional – IBGE – 2007.
* Municípios criados depois da década de 90.

A Microrregião de Apucarana detinha, em 2000, apenas 2,8% (113.299)


dos empregos do Paraná. A maior concentração estava na indústria de
transformação (29.914 empregos). Desse total da indústria de transformação,
Sabáudia participava com 1,4% dos empregos. A agricultura, pecuária, silvicultura,
exploração florestal e pesca participavam com 38,5% (936) do total de empregos de
Sabáudia em 2000, sendo a principal fonte empregadora do município. A segunda
fonte apontada pelo IPARDES, à época, era a indústria de transformação, com 430
empregos (17,7%).
Com relação ao produto interno bruto a preços básicos, em 2006, a
participação da Microrregião de Apucarana no PIB (preços básicos) do Paraná era
de apenas 2,46%, sendo que Sabáudia participava com 1,55% do PIB da
Microrregião. Nesse ano (2006), o setor terciário respondia por 65,2% do PIB de
Sabáudia, enquanto que o setor primário respondia por 25,6% do PIB do município.
No ano de 2007, tomando-se como base o Valor Adicionado, a
Microrregião de Apucarana responde por 2,14% do V.A. do Paraná; Sabáudia
respondia por 2,4% do V.A. da Microrregião. Por sua vez, no município de Sabáudia,
a produção primária responde por 72,6% do V.A. total do município.
Tais números evidenciam a fragilidade da economia da Microrregião de
Apucarana frente ao Estado do Paraná e a pouca expressividade do município
dentro Microrregião.
Por fim, segundo o PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento
Estratégico do Estado do Paraná (Encontros Regionais 2006), exceção à Arapongas
e Apucarana, os municípios que compõem a micro são considerados espaços
econômicos sem relevância (PRDE, p.31). No entanto, com exceção à Mauá da
Serra, todos os municípios que compõem a Micro aparecem, no mesmo plano, como
situados em região de “espacialidade com relevância, concentração e densidade
econômica e institucional” considerada elevada.
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FIGURA AR 06 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA E


MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 19

TABELA AR 03 – SABÁUDIA, MICRORREGIÃO DE APUCARANA E PARANÁ


POPULAÇÃO OCUPADA POR SETOR ECONÔMICO - ANO 2000
MICRORREGIÃO ESTADO DO
POPULAÇÃO OCUPADA NOS SETORES SABÁUDIA
DE APUCARANA PARANÁ
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal
936 15.482 814.291
e Pesca
Indústria Extrativa, Distribuição de Eletricidade, Gás e
- 409 27.155
Água
Indústria de Transformação 430 29.914 585.620
Construção 167 7.687 292.774
Comércio, Reparação de Veículos Automotivos, Objetos
220 19.422 693.395
Pessoais e Domésticos
Alojamento e Alimentação 91 3.449 152.671
Transporte, Armazenagem e Comunicação 98 5.172 205.155
Intermediações Financeiras, Atividades Imobiliárias,
86 4.674 259.779
Aluguéis, Serviços Prestados a Empresas
Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 143 4.538 185.436
Educação 123 5.508 220.727
Saúde e Serviços Sociais 20 3.352 122.342
Outros Serviços Coletivos Sociais e Pessoais 48 3.547 138.803
Serviços Domésticos 99 8.595 302.843
Organismos Internacionais e Outras Instituições
- - 26
Extraterritoriais
Atividades mal Definidas - 1.550 54.746
TOTAL 2.431 113.299 4.055.763
FONTE: IPARDES

TABELA AR 04 – SABÁUDIA, MICRORREGIÃO DE APUCARANA E PARANÁ


PRODUTO INTERNO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS – ANO 2006
MICRORREGIÃO DE ESTADO DO
PIB A PREÇOS BÁSICOS SABÁUDIA
APUCARANA PARANÁ
Agropecuária (R$ 1.000,00) 10.952 157.748 9.866.733
Indústria (R$ 1.000,00) 3.968 903.546 34.782.563
Serviços (R$ 1.000,00) 27.903 1.688.542 74.938.277
Total (R$ 1.000,00) 42.823 2.749.836 111.587.573
FONTE: IPARDES

TABELA AR 05 – SABÁUDIA, MICRORREGIÃO DE APUCARANA E PARANÁ


VALOR ADICIONADO FISCAL (R$) – ANO 2007
MICRORREGIÃO DE
VALOR ADICIONADO SABÁUDIA ESTADO DO PARANÁ
APUCARANA
Produção Primária (R$ 1,00) 42.818.924 412.981.763 20.388.164.858
Indústria (R$ 1,00) 4.722.988 1.303.788.503 56.749.508.743
Comércio e Serviços (R$ 1,00) 11.411.411 709.368.737 35.966.138.851
Recursos / Autos (R$ 1,00) 891 5.610.685 331.874.938
Total (R$ 1,00) 58.954.214 2.431.749.688 113.435.687.390
FONTE: IPARDES

A estrutura fundiária da Microrregião de Apucarana caracteriza-se pela


concentração das terras nas pequenas e médias propriedades. Das 6.851
propriedades existentes (IBGE, 1996), 4.642 (67,76%%) possuíam menos de 20
hectares. No entanto, essas propriedades somavam apenas 18,06% da área total de
todos os estabelecimentos existentes. Por outro lado, as 27 propriedades (0,39%)
com 500 ou mais hectares somavam 11,49% da área total. As 2.182 propriedades
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 20

(31,85%) de tamanho médio (entre 20 e 500 hectares) representavam 69,90% do


total das áreas dos imóveis rurais.
De acordo como IBGE (1996), do total das áreas dos estabelecimentos
agropecuários da Microrregião, 39,19% eram de pastagens plantadas e 39,08%, de
lavouras temporárias. Apenas 6,52% das terras eram exploradas por lavouras
permanentes. De um total de 199.306 hectares de terras dos estabelecimentos
agropecuários da Microrregião, 85,46% eram de proprietários (IBGE, 1996).

TABELA AR 06 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996
ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
HECTARES PERCENTUAL
Proprietário 170.325,20 85,46
Arrendatário 13.064,69 6,56
Parceiro 12.900,38 6,47
Ocupante 3.016,27 1,51
Total 199.306,50 100,00
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996.

TABELA AR 07 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E
CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996 (VALORES EM HECTARES)
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
TOTAL PROPRIETÁRIO ARRENDATÁRIO PARCEIRO OCUPANTE
Lavouras permanentes 12.985,06 9.802,24 305,56 2.774,88 102,38
Lavouras temporárias 77.897,12 61.352,80 9.357,14 6.251,06 936,12
Lavouras temporárias em descanso 2.417,41 1.933,64 103,82 310,80 69,15
Pastagens naturais 5.543,55 5.290,82 106,84 94,59 51,30
Pastagens plantadas 78.106,01 72.358,77 1.999,18 2.363,99 1.384,07
Matas e florestas naturais 11.013,55 9.657,58 650,55 529,30 176,11
Matas e florestas artificiais 3.428,37 3.212,10 78,40 106,15 31,72
Terras produtivas não utilizadas 1.218,84 956,58 118,52 45,43 98,32
Terras inaproveitáveis 6.696,58 5.760,62 344,68 424,19 167,09
Total 199.306,49 170.325,15 13.064,69 12.900,38 3.016,27
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996.

TABELA AR 08 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E
CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996 (VALORES EM %)
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
TOTAL PROPRIETÁRIO ARRENDATÁRIO PARCEIRO OCUPANTE
Lavouras permanentes 6,52 4,92 0,15 1,39 0,05
Lavouras temporárias 39,08 30,78 4,69 3,14 0,47
Lavouras temporárias em descanso 1,21 0,97 0,05 0,16 0,03
Pastagens naturais 2,78 2,65 0,05 0,05 0,03
Pastagens plantadas 39,19 36,31 1,00 1,19 0,69
Matas e florestas naturais 5,53 4,85 0,33 0,27 0,09
Matas e florestas artificiais 1,72 1,61 0,04 0,05 0,02
Terras produtivas não utilizadas 0,61 0,48 0,06 0,02 0,05
Terras inaproveitáveis 3,36 2,89 0,17 0,21 0,08
Total 100,00 85,46 6,56 6,47 1,51
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 21

TABELA AR 09 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA (VALORES EM HECTARES)
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1 ha 196,09 22,43 127,58 0,53 1,19 7,90 1,93 1,13 -
1 a menos de 2 ha 427,27 41,35 277,90 5,89 2,24 31,11 6,36 0,87 4,74
2 a menos de 5 ha 4.033,62 754,92 2.057,96 42,88 46,29 695,21 85,37 32,28 31,81
5 a menos de 10 ha 9.649,66 1.647,97 4.187,11 121,62 133,01 2.544,86 353,49 105,68 47,19
10 a menos de 20 ha 22.789,63 3.210,85 9.087,42 343,81 425,22 7.280,09 1.002,88 239,59 168,76
20 a menos de 50 ha 42.461,93 3.059,46 17.708,20 547,89 989,34 15.977,89 1.969,72 429,93 229,91
50 a menos de 100 ha 32.137,00 1.465,19 12.184,12 304,74 1.250,64 13.542,44 1.622,68 467,25 267,44
100 a menos de 200 ha 30.663,59 856,00 10.193,91 312,55 1.559,39 14.823,67 1.632,80 363,23 80,45
200 a menos de 500 ha 34.064,57 1.050,18 12.312,48 468,88 1.136,24 14.978,19 2.247,70 1.022,29 121,00
500 a menos de 1.000 ha 12.494,74 202,66 4.408,73 118,58 - 5.520,13 1.093,42 568,05 162,46
1.000 a menos de 2.000 ha 8.283,00 674,05 4.383,72 150,04 - 1.678,45 936,72 195,66 105,10
2.000 a menos de 5.000 ha 2.105,40 - 968,00 - - 1.026,08 60,50 2,42 -
5.000 a menos de 10.000 ha - - - - - - - - -
10.000 ha e mais - - - - - - - - -
Total 199.306,49 12.985,06 77.897,12 2.417,41 5.543,55 78.106,01 11.013,55 3.428,37 1.218,85
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 22

TABELA AR 10 – MICRORREGIÃO DE APUCARANA


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA (VALORES EM %)
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1ha 0,10 0,01 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -
1 a menos de 2 ha 0,21 0,02 0,14 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00
2 a menos de 5 ha 2,02 0,38 1,03 0,02 0,02 0,35 0,04 0,02 0,02
5 a menos de 10 ha 4,84 0,83 2,10 0,06 0,07 1,28 0,18 0,05 0,02
10 a menos de 20 ha 11,43 1,61 4,56 0,17 0,21 3,65 0,50 0,12 0,08
20 a menos de 50 ha 21,30 1,54 8,88 0,27 0,50 8,02 0,99 0,22 0,12
50 a menos de 100 ha 16,12 0,74 6,11 0,15 0,63 6,79 0,81 0,23 0,13
100 a menos de 200 ha 15,39 0,43 5,11 0,16 0,78 7,44 0,82 0,18 0,04
200 a menos de 500 ha 17,09 0,53 6,18 0,24 0,57 7,52 1,13 0,51 0,06
500 a menos de 1.000 ha 6,27 0,10 2,21 0,06 - 2,77 0,55 0,29 0,08
1.000 a menos de 2.000 ha 4,16 0,34 2,20 0,08 - 0,84 0,47 0,10 0,05
2.000 a menos de 5.000 ha 1,06 - 0,49 - - 0,51 0,03 0,00 -
5.000 a menos de 10.000 ha - - - - - - - - -
10.000 ha e mais - - - - - - - - -
Total 100,00 6,52 39,08 1,21 2,78 39,19 5,53 1,72 0,61
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 23

TABELA AR 11 - MICRORREGIÃO DE APUCARANA


NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1ha 322 170 64 26 45 15 1 - 1
1 a menos de 2 ha 312 124 99 34 36 17 1 1 -
2 a menos de 5 ha 1.124 532 147 143 198 101 3 - -
5 a menos de 10 ha 1.270 623 55 140 267 175 8 2 -
10 a menos de 20 ha 1.614 767 51 171 353 266 4 2 -
20 a menos de 50 ha 1.390 725 24 78 350 208 4 1 -
50 a menos de 100 ha 457 219 5 13 144 68 6 2 -
100 a menos de 200 ha 221 100 - 4 83 32 1 1 -
200 a menos de 500 ha 114 60 - 1 39 12 2 - -
500 a menos de 1.000 ha 20 10 - - 6 4 - - -
1.000 a menos de 2.000 ha 6 5 - 1 - - - - -
2.000 a menos de 5.000 ha 1 1 - - - - - - -
5.000 a menos de 10.000 ha - - - - - - - - -
10.000 ha e mais - - - - - - - - -
Total 6.851 3.336 445 611 1.521 898 30 9 1
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 24

1.1.2.4. MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE

A Mesorregião Norte Central Paranaense, composta por 79 municípios que


compreendem uma área total de 24.556 Km², é a maior em extensão e unidades
administrativas. Em 1970, era a mais populosa do Paraná, tendo ultrapassado 1
milhão de habitantes. Em 1996, alcançou 1,7 milhões de habitantes (19,15% do total
do Paraná) e em 2000, 1,8 milhões de habitantes. Seus municípios são
predominantemente urbanos ou em transição para o urbano, sendo insignificante o
número de municípios com predominância de população rural. Destes, a maioria
localiza-se ao sul da Mesorregião, em áreas com características e dinâmicas
diferenciadas do restante da Mesorregião.
Da rede de cidades, sete municípios têm população entre 50 mil e 500 mil
habitantes e nove têm população entre 20 mil e 50 mil habitantes. São destaques os
municípios de Maringá e Londrina. Fortemente polarizada por esses municípios, a
Mesorregião estende sua influência para além dos seus limites, na direção leste,
incorporando municípios da Mesorregião do Norte Pioneiro e adentrando também ao
Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A maioria dos municípios que compõem a Mesorregião é
predominantemente urbana, sendo reduzido o número de municípios com
predominância de população rural. A taxa de urbanização verificada na Norte
Central, no ano 2000, foi de 88,4%, a segunda maior do estado e muito próxima da
taxa de urbanização de 90,6% encontrada na Mesorregião Metropolitana de Curitiba.
Os municípios de maior número de habitantes (acima de 50 mil) localizam-
se ao longo do eixo rodo-ferroviário que interliga Londrina e Maringá. Quanto aos
municípios cuja população é superior a 20 mil e inferior a 50 mil habitantes, quando
não localizados no eixo já referido, gravitam em torno das cidades de maior porte
que o compõem, exceção a Ivaiporã, ao sul, e Colorado, ao norte. Com raras
exceções, os municípios que continuaram a apresentar as maiores taxas de
crescimento de sua população, no período de 1991 a 2000, são também os de
população superior a 20.000 habitantes e que estão localizados na porção central da
Mesorregião e no entorno do eixo rodo-ferroviário Londrina/Maringá, exceção à
Tamarana e Mauá da Serra.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 25

FIGURA AR 07
MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 26

TABELA AR 12 – PARANÁ E MESORREGIÕES PARANAENSES


POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO – ANO 2000
TAXA CRES. POP
NÚMERO DE POPULAÇÃO GRAU DE
MESORREGIÃO TOTAL 1991-2000
MUNICÍPIOS TOTAL URBANIZAÇÃO
(%a.a.)
NOROESTE 61 641.084 -0,25 77,3
CENTRO-OCIDENTAL 25 346.648 -1,24 72,6
NORTE CENTRAL 79 1.829.068 1,24 88,4
NORTE PIONEIRO 46 548.190 -0,15 75,1
CENTRO-ORIENTAL 14 623.356 1,46 81,2
OESTE 50 1.138.582 1,28 81,6
SUDOESTE 37 472.626 -0,13 59,9
CENTRO-SUL 29 533.317 0,69 60,9
SUDESTE 21 377.274 0,89 53,6
METROPOLITANA DE CURITIBA 37 3.053.313 3,13 90,6
TOTAL DO PARANÁ 399 9.563.458 1,40 81,4
FONTES: IBGE – Censo Demográfico, SEFA
Nota: Dados trabalhados pelo IPARDES

TABELA AR 13 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


PRINCIPAIS CIDADES EM NÚMERO DE HABITANTES
POPULAÇÃO
HABITANTES MUNICÍPIOS
2000 2007
Londrina 447.065 497.833
Maringá 288.653 325.968
Apucarana 107.827 115.323
Mais de 50 mil Arapongas 85.428 96.669
Cambé 88.186 92.888
Sarandi 71.422 79.686
Rolândia 49.410 53.437
Ibiporã 42.153 45.158
Paiçandu 30.764 34.640
Mandaguari 31.395 31.890
Ivaiporã 32.270 31.344
De 20 a 50 mil
Marialva 28.702 30.017
Nova Esperança 25.729 25.719
Astorga 23.637 24.191
Colorado 20.957 21.049
FONTE: IBGE – Censo Demográfico 2000 e Contagem Populacional 2007
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 27

FIGURA AR 08 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


POPULAÇÃO TOTAL EM 2007

FONTE: IBGE. Contagem Populacional 2007

Dos anos 30 a 60 do século passado, a maioria dos municípios que a


compõem apresentou altas taxas de crescimento demográfico, em razão dos
movimentos populacionais de ocupação da então fronteira agrícola. Nesse período,
a população era predominantemente rural. A partir de meados dos anos 1970,
profundas mudanças vão ocorrer no campo, como a substituição das culturas até
então predominantes e a introdução intensiva de novas tecnologias que transformam
a estrutura produtiva. Assim, municípios que pouco antes eram atrativos de fluxos
migratórios transformaram-se em áreas de esvaziamento populacional. Nesses
anos, a Norte Central experimenta progressivo processo de urbanização.
Após 1970, dos poucos municípios cuja população total continuou a
crescer, todos estão situados na porção central da Mesorregião, caracterizando esta
área como de concentração dentro da Mesorregião. De outro lado, a grande maioria
dos municípios situados na porção sul e no extremo norte vão se caracterizar como
áreas de esvaziamento populacional.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 28

FIGURA AR 09 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


CRESCIMENTO ANUAL DA POPULAÇÃO – 1991-2000

FONTE: IPARDES, 2004. Leituras Regionais: Mesorregião Geográfica Norte Pioneiro Paranaense.

FIGURA AR 10 - MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO POPULACIONAL

FONTE: IPARDES, 2003. Indicadores e Mapas Temáticos para o Planejamento Urbano e Regional.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 29

FIGURA AR 11 - MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREAS DE ESVAZIAMENTO POPULACIONAL

FONTE: IPARDES, 2003. Indicadores e Mapas Temáticos para o Planejamento Urbano e Regional.

FIGURA AR 12 - MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL - 2000

FONTE: IPARDES, 2004. Leituras Regionais: Mesorregião Geográfica Norte Pioneiro Paranaense.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 30

Na última década, em que pese o expressivo crescimento populacional


verificado em alguns municípios da Mesorregião Norte Central, em particular,
daqueles situados no eixo rodo-ferroviário Londrina/Maringá, verifica-se um saldo
positivo de crescimento que, no entanto, é inferior ao crescimento verificado no
Estado do Paraná. Enquanto que no período 1991 - 2000 a população da
Mesorregião Norte Central cresceu 1,24% ao ano, o Paraná apresentou taxa de
crescimento anual de 1,40%. Na década a Mesorregião caracterizou-se como região
de atração de fluxos migratórios com origem nas Mesorregiões Noroeste, Norte
Pioneiro, Centro-Oriental, Centro-Ocidental e Oeste. Ao mesmo tempo, caracterizou-
se como a de maior contribuição originária de fluxos migratórios em direção à
Mesorregião Metropolitana de Curitiba.

FIGURA AR 13 – PARANÁ
FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERMESORREGIONAIS
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 31

Quanto às centralidades existentes na Mesorregião, por meio da origem e


destino de passageiros e pelo movimento pendular, vê-se a polarização exercida
pelas cidades de Maringá e Londrina. No entanto, cabe destacar a origem de
passageiros em Astorga e Sabáudia com destino a Arapongas, bem como a origem
de passageiros em Arapongas com destino a Rolândia e Apucarana.

FIGURA AR 14
CENTRALIDADE – ORIGEM E DESTINO DE PASSAGEIROS

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 32

FIGURA AR 15
CENTRALIDADE – MOVIMENTO PENDULAR

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 33

FIGURA AR 16
VOLUME DE INTERNAMENTOS HOSPITALARES

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 34

A Mesorregião Norte Central possui um sistema rodoviário denso,


especialmente na porção central e norte, com destaque para os dois grandes eixos
rodoviários, constituídos pelas rodovias federais BR-369 e BR-376. De Sabáudia, a
partir da PR-218, que liga-se com a BR-369, é possível acessar, com facilidade, os
pólos regionais de Londrina e Maringá, bem como a BR-376.
Desde o início da colonização, esta região paranaense, que teve na
cafeicultura a base de sua economia, vem passando por profundas mudanças em
sua base econômica. A dificuldade de comercialização do café no exterior e a
ocorrência de geadas – especialmente na metade dos anos 70 – deu lugar à
expansão da soja, da trigo e do milho, com intensa incorporação de tecnologia
industrial. A partir de meados dos anos 70, “um novo cenário configurou-se na Norte
Central, assentado na modernização agropecuária e no aprofundamento do
processo de agro-industrialização.1
O intenso processo de mecanização na produção vem orientando a
reorganização do espaço Mesorregional. Isto repercutiu numa crescente
concentração fundiária, ante a impossibilidade dos pequenos e mesmo médios
produtores tornarem-se competitivos. Isto se manifesta nas formas de exploração da
terra. O número de parcerias e arrendamentos alcança hoje valores pouco
relevantes em relação ao número de proprietários.
As lavouras permanentes (principalmente o café), que no passado
ocupavam áreas expressivas, passam a ocupar apenas 3,48% da área total dos
estabelecimentos existentes. Esse percentual é inferior ao percentual (6,52%)
encontrado na Microrregião de Apucarana. Por outro lado, 35,91% das áreas dos
estabelecimentos rurais eram ocupadas por lavouras temporárias e 43,88% por
pastagens plantadas. Esses percentuais demonstram o avanço da soja, do trigo, do
milho e da cana, mas deixam transparecer também que a pecuária continua a
ocupar extensas áreas.
A estrutura fundiária da Meso caracteriza-se por um percentual menor de
pequenas propriedades (de até 20 hectares) em relação à Microrregião. Enquanto
na Mesorregião estas representam 63,33%, na Microrregião o percentual aferido foi
de 67,76%, em 1996. Na Mesorregião, a concentração fundiária é superior à da
Microrregião de Apucarana. Em 1996, as propriedades com mais de 500 ha
representavam 0,95% das propriedades da Mesorregião e 0,39% das propriedades
da Microrregião. Na Mesorregião representavam 24,64% da área total dos
estabelecimentos rurais existentes em 1996, enquanto na Microrregião somavam
11,49%.
Na composição dos valores adicionados pelos diferentes setores da
economia Mesorregional, o setor secundário aparece, em 2007, com uma
representação de 38,3%, enquanto a produção primária com 20,4% e o comércio e
serviços com 41,1%. No Paraná, os valores adicionados pela indústria foram bem
maiores, representados por 50,0% do total. Já os setores primário e terciário no
1
INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Leituras Regionais: mesorregiões
geográficas paranaenses: sumário executivo. Curitiba: IPARDES, 2004. p.16
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 35

Paraná, com uma representação de 18,0% e 31,7%, respectivamente, se mostram


menos participativos na composição dos valores adicionados do que ocorre na
Mesorregião.
No setor secundário, a Mesorregião Norte Central Paranaense caracteriza-
se pela diversidade, porém, pautado nos gêneros mais tradicionais. Tem as maiores
participações, no total do Estado, nos gêneros de Confecções (44,25%), Mobiliário
(41,30%) e Têxtil (33,62%), valores muito superiores aos encontrados na Região
Metropolitana de Curitiba, a qual apresenta 20,15%, 32,23% e 14,59%,
respectivamente. Os produtos agrícolas dominantes são soja, trigo, milho e café.
A indústria de transformação apresenta números superiores de população
ocupada (135.941 pessoas) em relação ao setor primário (132.122 pessoas), com o
segundo maior parque industrial do Paraná implantado parcialmente no eixo
Londrina-Maringá.
Na formação do PIB a preços básicos na Mesorregião, em 2006, a
indústria representou 22,9% do total, enquanto a produção primária representou
apenas 6,7%. Os serviços aparecem com 70,4% na formação do PIB. Estes
percentuais, quando comparados com os verificados no estado do Paraná no
mesmo ano, mostram que a Mesorregião aproxima-se do Estado do Paraná na
participação dos setores que compõem a economia. Na formação do PIB
paranaense, a indústria participou com 29,1%, a agropecuária com 8,3% e o
comércio e serviços com 62,7%.
Dos municípios que integram a Norte Central, poucos apresentam maior
relevância econômica. Destes poucos, destacam-se Londrina e Maringá, seguidos
de Arapongas e Apucarana. Com relevância media inferior aparecem Cambé e
Rolândia. Com baixa relevância incluem-se os municípios de Sarandi, Lobato,
Colorado, Sertanópolis e Ibiporã. Dos demais municípios que compõem a
Mesorregião, todos foram considerados pelo Plano Regional de Desenvolvimento
Econômico – PRDE2 – espaços econômicos sem relevância.

TABELA AR 14 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996
ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
HECTARES PERCENTUAL
Proprietário 1.922.110,705 86,53
Arrendatário 141.323,729 6,36
Parceiro 103.597,082 4,44
Ocupante 54.182,100 2,44
Total 2.221.213,616 100,00
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996

2
CONVÊNIO PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE Encontros Regionais 2006. p.31
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 36

TABELA AR 15 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E
CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996 (VALORES EM HECTARES)
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
TOTAL PROPRIETÁRIO ARRENDATÁRIO PARCEIRO OCUPANTE
Lavouras permanentes 77.191,80 59.948,35 2.901,66 13.116,77 1.225,01
Lavouras temporárias 797.655,90 624.303,88 93.999,69 64.450,20 14.902,13
Lavouras temporárias em descanso 32.851,11 29.199,87 762,69 1.258,58 1.629,97
Pastagens naturais 73.211,65 68.243,39 2.066,39 1.279,33 1.622,54
Pastagens plantadas 974.672,99 909.845,72 32.376,63 16.018,56 16.432,09
Matas e florestas naturais 142.886,56 119.922,04 4.841,16 2.958,82 15.166,54
Matas e florestas artificiais 25.273,20 24.162,39 516,60 334,35 259,86
Terras produtivas não utilizadas 24.699,07 22.436,71 427,57 648,50 1.186,29
Terras inaproveitáveis 72.771,36 64.048,37 3.431,35 3.533,97 1.757,67
Total 2.221.213,62 1.922.110,71 141.323,73 103.597,08 54,182,10
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996.

TABELA AR 16 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E
CONDIÇÃO DO PRODUTOR – ANO DE 1996 (VALORES EM %)
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
TOTAL PROPRIETÁRIO ARRENDATÁRIO PARCEIRO OCUPANTE
Lavouras permanentes 3,48 2,70 0,13 0,59 0,06
Lavouras temporárias 35,91 28,11 4,23 2,90 0,67
Lavouras temporárias em descanso 1,48 1,31 0,03 0,06 0,07
Pastagens naturais 3,30 3,07 0,09 0,06 0,07
Pastagens plantadas 43,88 40,96 1,46 0,72 0,74
Matas e florestas naturais 6,43 5,40 0,22 0,13 0,68
Matas e florestas artificiais 1,14 1,09 0,02 0,02 0,01
Terras produtivas não utilizadas 1,11 1,01 0,02 0,03 0,05
Terras inaproveitáveis 3,28 2,88 0,15 0,16 0,08
Total 100,00 86,53 6,36 4,66 2,44
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 37

TABELA AR 17 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA (VALORES EM HECTARES)
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1ha 699,1 269,7 88,0 108,5 168,0 57,8 3,3 2,4 1,5
1 a menos de 2 ha 2.550,8 1.245,2 250,2 349,2 472,5 218,0 10,8 4,8 -
2 a menos de 5 ha 31.382,2 17.306,0 1.082,0 3.331,7 6.628,9 2.888,0 119,1 24,2 2,4
5 a menos de 10 ha 72.613,8 37.492,3 1.474,8 6.414,4 18.471,2 8.486,4 171,9 86,1 16,9
10 a menos de 20 ha 167.841,5 86.861,6 2.196,9 11.728,9 44.437,8 21.958,5 519,8 125,8 12,1
20 a menos de 50 ha 337.620,8 176.913,9 1.980,9 14.415,7 101.632,3 41.491,4 974,3 212,4 -
50 a menos de 100 ha 285.109,0 147.679,7 1.104,7 8.721,8 96.025,3 29.988,4 1.288,7 300,4 -
100 a menos de 200 ha 331.488,0 152.773,4 426,9 5.836,5 134.796,4 35.221,2 2.313,8 119,8 -
200 a menos de 500 ha 444.686,7 170.435,0 290,4 8.985,9 208.652,5 53.332,1 2.733,6 257,2 -
500 a menos de 1.000 ha 227.399,3 94.012,4 532,4 4.220,1 95.841,2 29.201,7 3.591,5 - -
1.000 a menos de 2.000 ha 157.751,9 68.001,6 - 8.328,3 58.740,9 16.879,7 5.801,3 - -
2.000 a menos de 5.000 ha 85.448,2 31.880,3 4.530,2 2.479,1 29.195,4 12.444,2 4.919,0 - -
5.000 a menos de 10.000 ha 63.133,1 26.504,2 - 7.477,1 14.908,1 7.260,0 6.983,7 - -
10.000 ha e mais 13.489,1 13.489,1 - - - - - - -
Total 2.221.213,6 1.024.864,3 13.957,4 82.397,2 809.970,5 259.427,3 29.430,9 1.133,1 33,0
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 38

TABELA AR 18 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA (VALORES EM %)
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1ha 0,03 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
1 a menos de 2 ha 0,11 0,06 0,01 0,02 0,02 0,01 0,00 0,00 -
2 a menos de 5 ha 1,41 0,78 0,05 0,15 0,30 0,13 0,01 0,00 0,00
5 a menos de 10 ha 3,27 1,69 0,07 0,29 0,83 0,38 0,01 0,00 0,00
10 a menos de 20 ha 7,56 3,91 0,10 0,53 2,00 0,99 0,02 0,01 0,00
20 a menos de 50 ha 15,20 7,96 0,09 0,65 4,58 1,87 0,04 0,01 -
50 a menos de 100 ha 12,84 6,65 0,05 0,39 4,32 1,35 0,06 0,01 -
100 a menos de 200 ha 14,92 6,88 0,02 0,26 6,07 1,59 0,10 0,01 -
200 a menos de 500 ha 20,02 7,67 0,01 0,40 9,39 2,40 0,12 0,01 -
500 a menos de 1.000 ha 10,24 4,23 0,02 0,19 4,31 1,31 0,16 - -
1.000 a menos de 2.000 ha 7,10 3,06 - 0,37 2,64 0,76 0,26 - -
2.000 a menos de 5.000 ha 3,85 1,44 0,20 0,11 1,31 0,56 0,22 - -
5.000 a menos de 10.000 ha 2,84 1,19 - 0,34 0,67 0,33 0,31 - -
10.000 ha e mais 0,61 0,61 - - - - - - -
Total 100,00 46,14 0,63 3,71 36,47 11,68 1,32 0,05 0,00
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 39

TABELA AR 19 – MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE


NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA
HORTICULTURA PRODUÇÃO SILVICULTURA PRODUÇÃO
LAVOURA LAVOURA PESCA E
GRUPOS DE ÁREA TOTAL TOTAL E PRODUTOS DE PECUÁRIA MISTA (LAVOURA E EXPLORAÇÃO DE CARVÃO
TEMPORÁRIA PERMANENTE AQÜICULTURA
VIVEIRO E PECUÁRIA) FLORESTAL VEGETAL
Menos de 1ha 1.324 450 181 231 340 104 8 6 4
1 a menos de 2 ha 1.838 888 184 255 346 155 7 3 -
2 a menos de 5 ha 8.532 4.685 334 930 1.769 773 33 7 1
5 a menos de 10 ha 9.530 4.917 195 858 2.417 1.105 24 12 2
10 a menos de 20 ha 11.793 6.084 159 853 3.109 1.543 35 9 1
20 a menos de 50 ha 10.749 5.626 71 472 3.208 1.334 30 8 -
50 a menos de 100 ha 4.012 2.090 16 123 1.339 421 19 4 -
100 a menos de 200 ha 2.382 1.098 3 46 965 253 16 1 -
200 a menos de 500 ha 1.471 564 1 28 690 177 10 1 -
500 a menos de 1.000 ha 334 135 1 6 142 45 5 - -
1.000 a menos de 2.000 ha 119 51 - 6 44 14 4 - -
2.000 a menos de 5.000 ha 31 11 1 1 11 5 2 - -
5.000 a menos de 10.000 ha 9 4 - 1 2 1 1 - -
10.000 ha e mais 1 1 - - - - - - -
Total 52.120 26.604 1.146 3.810 14.406 5.931 194 51 8
FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1996
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 40

TABELA AR 20 – SABÁUDIA, MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE E PARANÁ


POPULAÇÃO OCUPADA POR SETOR ECONÔMICO - ANO 2000
MESORREGIÃO ESTADO DO
POPULAÇÃO OCUPADA NOS SETORES SABÁUDIA
NORTE CENTRAL PARANÁ
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal
936 132.122 814.291
e Pesca
Indústria Extrativa, Distribuição de Eletricidade, Gás e
- 3.552 27.155
Água
Indústria de Transformação 430 135.941 585.620
Construção 167 58.451 292.774
Comércio, Reparação de Veículos Automotivos, Objetos
220 147.833 693.395
Pessoais e Domésticos
Alojamento e Alimentação 91 31.990 152.671
Transporte, Armazenagem e Comunicação 98 37.197 205.155
Intermediações Financeiras, Atividades Imobiliárias,
86 50.716 259.779
Aluguéis, Serviços Prestados a Empresas
Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 143 33.625 185.436
Educação 123 46.913 220.727
Saúde e Serviços Sociais 20 27.636 122.342
Outros Serviços Coletivos Sociais e Pessoais 48 30.356 138.803
Serviços Domésticos 99 65.221 302.843
Organismos Internacionais e Outras Instituições
- - 26
Extraterritoriais
Atividades mal Definidas - 6.916 54.746
TOTAL 2.431 808.469 4.055.763
FONTE: IPARDES

TABELA AR 21 – SABÁUDIA, MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE E PARANÁ


PRODUTO INTERNO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS – ANO 2006
MESORREGIÃO ESTADO DO
PIB A PREÇOS BÁSICOS SABÁUDIA
NORTE CENTRAL PARANÁ
Agropecuária (R$ 1.000,00) 10.952 1.342.802 9.866.733
Indústria (R$ 1.000,00) 3.968 4.623.162 34.782.563
Serviços (R$ 1.000,00) 27.903 14.184.239 74.938.277
Total (R$ 1.000,00) 42.823 20.150.203 119.587.573
FONTE: IPARDES

TABELA AR 22 – SABÁUDIA, MESORREGIÃO NORTE CENTRAL PARANAENSE E PARANÁ


VALOR ADICIONADO FISCAL (R$) – ANO 2007
MESORREGIÃO
VALOR ADICIONADO SABÁUDIA ESTADO DO PARANÁ
NORTE CENTRAL
Produção Primária (R$ 1,00) 42.818.924 3.378.189.481 20.388.164.858
Indústria (R$ 1,00) 4.722.988 6.330.059.731 56.749.508.743
Comércio e Serviços (R$ 1,00) 11.411.411 6.790.884.405 35.966.138.851
Recursos / Autos (R$ 1,00) 891 35.305.230 331.874.938
Total (R$ 1,00) 58.954.214 16.534.438.847 113.435.687.390
FONTE: IPARDES
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 41

FIGURA AR 17
ESPAÇOS ECONÔMICOS RELEVANTES

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.

Os principais municípios da Meso, localizados no centro da região, contam


com os serviços de transportes ferroviários de cargas operados pela América Latina
Logística, por cujas ferrovias é possível acessar São Paulo e Curitiba, entre outras
grandes cidades. Ainda pela ferrovia, é possível acessar os portos de Santos e
Paranaguá.
A Norte Central Paranaense possui uma boa infra-estrutura aeroportuária,
com destaque para os aeroportos públicos de Londrina, Maringá, Arapongas e
Apucarana, cujas pistas são pavimentadas. Os aeroportos de Londrina e Maringá
contam com vôos regulares das principais companhias aéreas do país, permitindo
acessar qualquer grande localidade do Brasil e do exterior.
Em Maringá, há disponibilidade de usufruir do Porto Seco Norte do Paraná,
possibilitando o desembaraço de mercadorias para exportação. O Porto possui
Terminal de Cargas alfandegado com recepção de mercadorias em regime comum e
admissão em regimes especiais, com serviço logístico diferenciado em entre-
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 42

postagem aduaneira – funcionando como um centro de distribuição. Através de


serviço aduaneiro, mercadorias importadas podem ser nacionalizadas e distribuídas,
pelo importador, diretamente aos compradores. Conta com logística de
armazenagem, movimentação e distribuição de mercadoria. Oferece acesso a uma
rede de empresas transportadoras, com transporte rodoviário e aéreo diário para os
grandes centros metropolitanos.

FIGURA AR 18
INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA E AEROPORTOS – ANO 2003

FONTE: IPARDES, 2004. Leituras Regionais: Mesorregião Geográfica Norte Pioneiro Paranaense.

As instituições de ensino e pesquisa exercem papel importante nas


economias locais e regionais e são fundamentais na formação e capacitação de
recursos humanos e no desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Das
mesorregiões do Estado do Paraná, exceção à Metropolitana de Curitiba, a Norte
Central é a que concentra o maior número de instituições de ensino superior,
fundações de pesquisa, instituto agronômico, EMBRAPA, entre outros. Tal fato é
importante para alavancar o desenvolvimento regional e Sabáudia beneficia-se disso
porque a maioria das instituições está sediada em Londrina e Maringá, o que
favorece o município em virtude de sua proximidade com os dois pólos.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE SABÁUDIA – PR AVALIAÇÃO TEMÁTICA INTEGRADA - ASPECTOS REGIONAIS 43

FIGURA AR 19
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.

FIGURA AR 20
INSTITUTOS DE PESQUISA

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


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FIGURA AR 21 - ESPACIALIDADE COM RELEVÂNCIA,


CONCENTRAÇÃO E DENSIDADE ECONÔMICA INSTITUCIONAL

Em que pese a expressividade da economia mesorregional no âmbito do


estado do Paraná, na Mesorregião Norte Central ainda é possível verificar a
ocorrência de índices de desenvolvimento humano considerados de médio
desenvolvimento e até mesmo, em alguns municípios, índices próximos aos
considerados de baixo desenvolvimento.
No contexto das 10 mesorregiões em que foi dividido o Paraná, a Norte
Central situou-se em 3º lugar quanto ao índice de longevidade (IDHM-L, 0,744), no
ano 2000. O índice verificado em Sabáudia, nesse mesmo ano, foi de 0,753. Tal
percentual situa o município acima do índice da Mesorregião. O menor índice de
longevidade verificado nos municípios da Norte Central foi de 0,651 e o maior 0,856.
Quanto ao IDHM-E, o índice da Mesorregião foi de 0,836, situando-a em 6º lugar
dentre as 10 mesorregiões paranaenses. O índice verificado em Sabáudia foi de
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0,843, acima, portanto, do índice da Mesorregião. Os índices mínimo e máximo de


educação verificados na Norte Central foram 0,737 e 0,938, respectivamente. Em
relação ao índice de renda (IDHM-R), a Mesorregião apresentou, em 2000, um
índice mediano de 0,664. Sabáudia, com índice de renda de 0,665, ficou um pouco
acima do índice mediano da Mesorregião, no entanto, ficando abaixo do índice
máximo verificado na Norte Central (0,798). O índice de renda mínimo verificado na
Mesorregião mostrou-se muito baixo, atingindo apenas 0,555. Este índice é o 8º dos
índices mínimos de renda verificados no conjunto das 10 mesorregiões do Paraná.
Resultante dos índices longevidade, educação e renda, o índice de
desenvolvimento municipal – IDH-M –, da Mesorregião Norte Central foi de 0,747 em
2000. É apenas o 4º melhor índice dentre as 10 mesorregiões do Paraná. É
superado pelos índices das mesorregiões Sudoeste Paranaense (0,767), Oeste
Paranaense (0,766) e Metropolitana de Curitiba (0,760). O IDH-M mínimo
encontrado na Mesorregião foi de 0,664, enquanto o mais alto atingiu 0,841.
Sabáudia, com um IDH-M de 0,754, posicionou-se acima do índice mediano da
Meso, mas bem abaixo do maior IDH-M encontrado na Norte Central Paranaense.
A Mesorregião Norte Central Paranaense aparece nas estatísticas do IBGE
2000 (PRDE, p.32) com um grande número de municípios, situados principalmente
na porção central e norte da Mesorregião, com percentuais altos de chefes de
domicílios com renda de até um salário mínimo ou sem renda. A maioria dos
municípios (exceto os da porção sul) da Mesorregião possui entre 26% e 33,53%
dos chefes na condição acima referida. Na porção sul da Mesorregião a maioria dos
municípios apresenta percentuais superiores a 33,53% de chefes de domicílio sem
renda alguma ou com renda de até um salário mínimo. Tal realidade deixa
transparecer uma grave situação de distribuição de renda, só amenizada quando
vista no conjunto do Estado, cuja maioria dos municípios apresenta percentuais
superiores a 33,53% de chefes de domicílio sem renda ou com rendimentos de até
um salário mínimo. Sabáudia, assim como Astorga, Pitangueiras, Mandaguari e
Iguaraçu, entre outros, possui entre 26,00% e 33,53% dos chefes de família com
renda de até um salário mínimo ou sem renda. Para efeitos comparativos, o
percentual de 23,40% corresponde à média da região Sul; 26% à do Paraná e
33,53% à do Brasil.
Dentre todas as Mesorregiões do Paraná, a Mesorregião Norte Central é
aquela que apresenta a maior quantidade de municípios com baixo contingente de
pobres. Sabáudia enquadra-se nesta categoria, em que o número de famílias pobres
é inferior a 1.500 e não ultrapassa 20% do total de famílias existentes no município.
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TABELA AR 23 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL E COMPONENTES, POR MESORREGIÕES – ANO 2000
Taxa de Taxa bruta de Renda Índice de Índice de Índice de
Esperança de Índice de Desenvolvimento
MESORREGIÃO alfabetização freqüência municipal per esperança de educação Renda
vida ao nascer1 Humano Municipal (IDH-M)
de adultos2 escolar3 capita4 vida (IDHM-L) (IDHM-E) (IDHM-R)
mínimo 63,4 76,59 72,23 132,66 0,639 0,776 0,589 0,674
NOROESTE
máximo 76,5 90,25 89,67 313,76 0,858 0,898 0,732 0,818
PARANAENSE
mediana 69,8 83,23 81,61 186,93 0,747 0,825 0,646 0,741
CENTRO mínimo 63,7 76,67 70,70 116,09 0,645 0,747 0,566 0,677
OCIDENTAL máximo 70,2 89,32 94,30 283,08 0,753 0,891 0,715 0,774
PARANAENSE mediana 66,6 81,40 84,66 173,32 0,694 0,824 0,633 0,710
mínimo 64,1 71,03 66,58 108,75 0,651 0,737 0,555 0,664
NORTE CENTRAL
máximo 76,4 94,61 95,30 465,37 0,856 0,938 0,798 0,841
PARANAENSE
mediana 69,7 84,14 81,58 208,60 0,744 0,836 0,664 0,747
NORTE mínimo 63,0 73,61 70,48 126,21 0,633 0,743 0,580 0,674
PIONEIRO máximo 76,8 89,39 90,33 316,35 0,863 0,897 0,734 0,791
PARANAENSE mediana 68,1 82,41 77,26 189,42 0,719 0,809 0,648 0,722
CENTRO mínimo 61,5 72,20 53,92 116,04 0,608 0,687 0,566 0,620
ORIENTAL máximo 70,9 94,29 84,97 331,00 0,765 0,911 0,741 0,803
PARANAENSE mediana 66,1 88,26 73,11 224,27 0,686 0,841 0,676 0,733
mínimo 64,4 76,05 69,89 120,80 0,656 0,740 0,573 0,676
OESTE
máximo 77,7 97,57 95,10 360,61 0,878 0,944 0,756 0,850
PARANAENSE
mediana 69,5 87,32 83,49 235,69 0,742 0,869 0,685 0,766
mínimo 66,1 79,56 75,28 110,78 0,685 0,792 0,559 0,696
SUDOESTE
máximo 76,5 93,22 94,55 367,00 0,858 0,937 0,758 0,849
PARANAENSE
mediana 71,5 87,55 82,01 202,36 0,774 0,854 0,659 0,767
mínimo 60,6 74,93 61,73 99,21 0,594 0,732 0,540 0,640
CENTRO SUL
máximo 72,4 91,26 83,16 292,11 0,790 0,886 0,720 0,773
PARANAENSE
mediana 66,9 85,18 72,48 151,39 0,698 0,806 0,611 0,708
mínimo 62,1 86,91 62,41 115,00 0,618 0,790 0,565 0,679
SUDESTE
máximo 71,6 94,39 83,40 285,77 0,776 0,905 0,717 0,793
PARANAENSE
mediana 67,4 90,63 72,66 167,32 0,707 0,840 0,627 0,728
mínimo 63,6 71,91 57,65 86,00 0,644 0,695 0,516 0,627
METROPOLITANA
máximo 74,3 96,62 90,44 619,82 0,822 0,946 0,846 0,856
DE CURITIBA
mediana 69,2 91,43 74,84 212,54 0,737 0,859 0,667 0,760
FONTES: PNUD / IPEA / FJP; IPARDES – Tabulações Especiais
1 Anos de vida / 2 População alfabetizada de 15 anos e mais/total dessa faixa etária / 3 População que freqüenta a escola (ensino fundamental, médio, superior e especialização/população na
faixa / 4 Todo tipo de renda obtida pelos moradores/total de moradores, expressa em reais, pela cotação de 01 de agosto de 2000.
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FIGURA AR 22
FAMÍLIAS POBRES

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


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FIGURA AR 23 - PROPORÇÃO DE CHEFES DE FAMÍILIA COM RENDA


DE ATÉ UM SALÁRIO MÍNIMO OU SEM RENDA – ANO 2000

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


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TABELA AR 24 – MESORREGIÕES PARANAENSES


TOTAL DE DOMICÍLIOS, INDICADORES DE MAIOR E MENOR RENDIMENTO, DESIGUALDADE DE RENDA E ANALFABETISMO – ANO 2000
Anos de estudo do responsável Rendimento do responsável pelo População residente de 10 anos de
Total de pelo domicílio domicílio Desigualdade de idade ou mais
MESORREGIÃO domicílios renda (1)
Até 3 e sem Menos de 1 SM e Taxa de
11 e mais (%) Mais de 15 SM (%) Não alfabetizada
instrução (%) sem rendimento (%) analfabetismo (%)
Noroeste Paranaense 182.354 41,06 16,32 32,65 3,08 0,55 67.922 12,87
Centro Ocidental Paranaense 96.822 43,34 14,89 39,31 2,77 0,49 39.459 13,99
Norte Central Paranaense 519.428 31,71 23,68 23,80 5,66 0,52 141.931 9,38
Norte Pioneiro Paranaense 154.347 43,13 16,37 36,66 2,77 0,51 63.142 14,09
Centro Oriental Paranaense 170.627 33,75 19,51 28,59 4,46 0,48 44.452 8,99
Oeste Paranaense 313.154 29,48 21,04 25,61 4,82 0,50 75.849 8,28
Sudoeste Paranaense 129.231 33,08 14,55 30,90 3,64 0,50 37.416 9,81
Centro-Sul Paranaense 134.556 40,74 11,94 39,15 3,08 0,49 47.913 11,67
Sudeste Paranaense 98.904 35,93 11,52 40,08 2,27 0,54 22.375 7,47
Metropolitana de Curitiba 864.853 20,91 31,72 17,78 9,61 0,47 124.254 5,01
Total do Paraná 2.664.276 30,48 22,98 26,00 5,96 0,49 664.713 8,57
FONTES: IBGE – Censo Demográfico / IPARDES – Tabulações Especiais.
(1) Índice de desigualdade de renda: valor do rendimento mediano mensal das pessoas com rendimento responsáveis pelos domicílios particulares permanentes / valor do rendimento nominal
médio mensal das pessoas com rendimento responsáveis pelos domicílios particulares permanentes. Considera-se que quanto menor o índice, maior a desigualdade de renda
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A Mesorregião Norte Central possui, em seu subsolo, aqüíferos (Guarani,


afloramentos do Guarani, Serra Geral e Caiuá) cuja abrangência atinge todo o seu
território. No município de Sabáudia verifica-se a ocorrência do aqüífero Guarani na
maior parte do território municipal e do Caiuá apenas ao longo do espigão por onde
passa a PR-218.
Na porção central da Mesorregião destacam-se os rios Tibagi e Pirapó
como dois dos mais importantes mananciais superficiais de água do Paraná. Na
porção central (onde está situado o município de Sabáudia) e norte da Mesorregião
ocorrem densidades altas e médias de atividades industriais, grande quantidade de
lixões e atividades de riscos ambientais, especialmente as usinas de álcool e açúcar.

FIGURA AR 24
AQUÍFEROS

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.


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FIGURA AR 25
ÁREAS PRIORITÁRIAS DE PROTEÇÃO DAS ÁGUAS

FONTE: PARANACIDADE/IPARDES/UFPR. PRDE – Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico.

A boa aptidão das terras em grande parte do território da Mesorregião


Norte Central acabou por contribuir para uma devastação acentuada de sua
cobertura florestal. Das poucas florestas remanescentes destacam-se: o Parque
Estadual Mata do Godoy, em Londrina (675,5 ha); o Parque Estadual Florestal de
Ibiporã (74,06 ha); o Parque Estadual Florestal de Ibicatu, em Centenário do Sul
(57,01 ha); e a Reserva Florestal Estadual do Córrego Maria Flora, em Cândido de
Abreu (48,68 ha).
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FIGURA AR 26 – PARANÁ
POTENCIAL DE USO DO SOLO E DEGRADAÇÃO DO SOLO

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