Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito
Urbanístico
Direito Ambiental
Direito Urbanístico
Selma Freitas
Direito Urbanístico
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Marcelo Augusto Travezani
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
F866dFreitas, Selma.
Direito urbanístico. / Selma Freitas. - São Paulo :
Know How, 2013
000 p. : 22 cm..
Inclui bibliografia
ISBN :
1. Direito urbanístico. 2. Estatuto da cidade.
3. Plano diretor. I. Título.
CDD – 346.81045
Capítulo. 3 7
1. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
2. Legislação e Executivo são responsáveis
pelo Plano Diretor
3. A participação da sociedade
4. A participação democrática
5. Definição das ações prioritárias e
dos instrumentos urbanísticos
6. O projeto de Lei do Plano Diretor
Capítulo 4 31
1. A origem das posturas municipais
2. Preceito municipal escrito de ordem pública
3. A natureza jurídica das posturas
4. Posturas e Autonomia local
5. Considerações sobre as posturas municipais
6. Instituir posturas municipais
7. A recodificação do município de São Paulo
8. Códigos de obras
Capitulo 3
Plano diretor de desenvolvimento urbano
1. Plano diretor
1. Plano diretorde desenvolvimento
de desenvolvimento urbanourbano
8
• do bioma;
• da extensão do território municipal;
• da extensão da área urbanizada;
• da aglomeração urbana da qual eventual-
mente o município faz parte;
• do tamanho da população;
• dos padrões de urbanização;
• dos aspectos econômicos;
• da existência e configuração de grandes infraes-
truturas, tais como portos, ferrovias, estradas, aeroportos.
As aprovações de resoluções serão feitas pelo
Conselho Nacional das Cidades que estabelecerá os
critérios que devem ser utilizados para definir quais
são os municípios integrantes das áreas de especial.
Tais áreas devem ser de interesse turístico e de
influência de empreendimentos com significativo
impacto ambiental de âmbito nacional ou regional,
que tenham grandes obras que venham colocar o
meio ambiente em risco ou que alterem as caracterís-
ticas da região como aeroportos, rodovias, barragens
ou hidrelétricas.
A concepção de Plano Diretor expressa no Es-
tatuto da Cidade pressupõe o enfrentamento dos pro-
blemas urbanos, principalmente como um processo
político de tomada de decisões sobre a gestão do ter-
ritório municipal, que envolva toda a sociedade.
Para que o processo de elaboração do Plano é
fundamental que haja a participação efetiva da popu-
9
lação em todas as etapas garantidas pelo Poder Pú-
blico Municipal e participação dos diversos segmen-
tos da sociedade, de fóruns de acompanhamento, da
realização de audiências públicas, e ainda, conferin-
do transparência nas informações.
Os instrumentos do Estatuto da Cidade devem
ter sua aplicação prevista no Plano Diretor, definin-
do conceitos, procedimentos de aplicação e a demar-
cação no território. Alguns deles, como o parcela-
mento, edificação e utilização compulsórios, direito
de preempção, outorga onerosa do direito de cons-
truir, operações urbanas consorciadas e transferên-
cia do direito de construir, só podem ser aplicados se
houver previsão expressa no Plano Diretor.
Vale destacar que o Plano Diretor é a instân-
cia de integração das políticas setoriais no âmbito
do planejamento e do ordenamento de todo o ter-
ritório e o Município deve tirar partido desse poder
de regulação para constituir suas políticas setoriais e
programar seus investimentos no tempo.
A obrigação de aprovação do Plano Diretor
deve ser cumprida, sob pena de serem impostas san-
ções ao gestor municipal que deixar de fazê-lo, e o
artigo 52.º, inciso VII, do Estatuto da Cidade, define
como sendo um ato de improbidade administrativa
o descumprimento da obrigação de aprovação do
Plano Diretor, como segue:
10
“Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros
agentes públicos envolvidos e da aplicação de outras
sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade
administrativa, nos termos da Lei n.º 8.429, de 2
de junho de 1992, quando:
I – (VETADO);
II – deixar de proceder, no prazo de cinco
anos, o adequado aproveitamento do imóvel incorpo-
rado ao patrimônio público, conforme o disposto no
§ 4.º do art. 8.º desta Lei;
III – utilizar áreas obtidas por meio do direito
de preempção em desacordo com o disposto no art. 26
desta Lei;
IV – aplicar os recursos auferidos com a ou-
torga onerosa do direito de construir e de alteração
de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta
Lei;
V – aplicar os recursos auferidos com opera-
ções consorciadas em desacordo com o previsto no §
1.º do art. 33 desta Lei;
VI – impedir ou deixar de garantir os requi-
sitos contidos nos incisos I a III do § 4.º do art. 40
desta Lei;
VII – deixar de tomar as providências neces-
sárias para garantir a observância do disposto no §
3.º do art. 40 e no art. 50 desta Lei;
VIII – adquirir imóvel objeto de direito de
preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta Lei,
11
pelo valor da proposta apresentada, se este for, com-
provadamente, superior ao de mercado.”
12
as diretrizes e as prioridades nele contidas da Cidade.
A Lei 10.257/01 regulamenta os artigos 182.º
e 183.º da Constituição Federal de 1.988 estabele-
cendo e complementando com diretrizes gerais a
política urbana e outras providências. A propriedade
urbana cumpre sua função social, quando atende às
exigências do Plano Diretor.
13
o prefeito ou os vereadores obstruírem o processo,
isto pode ser considerado um ato de improbidade
administrativa e, se julgado procedente, serão puni-
dos com a perda de seus direitos políticos (Estatu-
to da Cidade, Art. 52, inciso VI e Lei Federal n.º
8.429/92).
Se o Poder Executivo for pressionado e não to-
mar a iniciativa, será possível entrar com uma repre-
sentação junto ao Ministério Público denunciando a
omissão do poder Executivo e exigindo o início do
processo de elaboração do Plano Diretor.
É neste aspecto que, muitas vezes, o proces-
so se perde, as cidades ficam à mercê dos interes-
ses econômicos de pequenos grupos detentores do
poder, quase sempre, interesses escusos ao interes-
se público e o planejamento é conceituado sobre o
prisma da temporalidade.
O ato de planejar deverá ser calcado dentro de
metas a curto, médio e longo prazo, cabendo à ges-
tão do município dar continuidade às ações, a médio
e longo prazo, idealizadas nos planos diretores de
gestões anteriores.
Na omissão do representante do poder executi-
vo, sempre será possível a Câmara Municipal formular
um Plano Diretor (ou mesmo a sociedade civil, atra-
vés de uma Lei de Iniciativa Popular) para começar a
discussão e, eventualmente até ir para a votação.
14
Neste caso, mesmo que o processo venha a ser
questionado pelo fato de que a iniciativa não tenha
sido do poder Executivo, toda essa discussão já é
uma forma de pressionar o prefeito a envolver-se
com a elaboração do Plano Diretor.
Essa observação é pertinente principalmente
nas cidades de médio e pequeno porte, quando há
interesses de grupos políticos que fazem seus suces-
sores, sendo comum uma administração abandonar
um Plano Diretor para substituí-lo em parte, ou to-
talmente, atribuindo a autoria à sua gestão.
3. A Participação da sociedade
15
Esse grupo deve ter técnicos do poder públi-
co e representante da sociedade civil, para que as
decisões não sejam tomadas, apenas, no gabinete e
fiquem estabelecidas as formas e modos de construí-
-lo, bem como os prazos para cada etapa.
Embora não esteja tudo normatizado, cabe ao
poder público, induzir e proporcionar os elementos
econômicos, políticos e culturais dentro do espaço
urbano e através de diretrizes formuladas em seu
plano, fazer intervenções de forma a orientar e pro-
duzir o processo de desenvolvimento urbano.
4. A Participação democrática
16
de forma democrática.
• Se as atividades estão sendo realizadas em
locais de fácil acesso, servidos de transporte públi-
co, em horários adequados, preferencialmente serem
noturnas ou acontecerem em finais de semana.
• Se há a garantia nas discussões, de uma diver-
sidade de pessoas, grupos sociais ou bairros. A Resolu-
ção 25/05 estabelece que os debates devam ser organi-
zados por segmentos sociais, por temas e por regiões.
• Se estiver havendo participação da sociedade
através de um grupo de representantes escolhidos
democraticamente (núcleo gestor), mas também de
forma direta, em grandes eventos com plenária am-
pliada, onde a proposta de lei seja discutida e pactua-
da com todos. A Resolução 25/05 sugere que a pro-
posta de Plano seja aprovada em uma Conferência
ou evento similar, com plenária ampliada.
• Se o número e a forma das reuniões e audi-
ências públicas foi suficiente.
• Se aconteceram atividades de capacitação ao
longo do processo, que permitiram que a população fos-
se capacitada sobre os temas e fortalecida para discutir e
tomar decisões de forma qualificada e equilibrada.
• Se as informações foram divulgadas através
de ampla comunicação pública, para todos, com an-
tecedência e com material disponível, em linguagem
acessível. A Resolução 25/05 diz que devem ser
divulgados: o cronograma, os locais das reuniões,
17
apresentações dos estudos e propostas sobre o Pla-
no Diretor, com antecedência de no mínimo 15 dias;
e os resultados dos debates e das propostas adotadas
nas diversas etapas do processo.
18
área municipal, definindo as condições de utilização
do solo no âmbito do perímetro urbano.
Cabe ao Plano Diretor criar normas complemen-
tares que se adaptem à realidade do território urbano,
porém, o que vemos, novamente, são adaptações a
leis de zoneamento e uso de solo de outras cidades e
regiões, nem sempre atendendo à realidade local.
Como exemplo, podemos citar o artigo 4.º da
Lei de Parcelamento do Solo, o item II DOS RE-
QUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEA-
MENTO, que diz: “Os lotes terão área mínima de
125,00 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados)
e frente mínima de 5,00 m (cinco metros).”
Quando observados os planos diretores em seu
conteúdo, em várias cidades, veremos que este item
não apresenta qualquer norma complementar alte-
rando as dimensões mínimas exigidas ou determi-
nando o desmembramento mínimo, para assegurar
uma melhor qualidade de vida. Novamente, parece
que se interpõe o interesse imobiliário como deter-
minador do espaço urbano.
Nas intervenções às leis originais, o Plano Di-
retor tem o dever de dinamizar a própria utilização
do solo com programas específicos, que tenham um
objetivo maior que é a de induzir o desenvolvimen-
to. Podemos citar como intervenção pública:
• Renovação urbana - revitalização e restaura-
ção de áreas degradadas, dando-lhes nova dinâmica
19
e incentivando seu uso. Como exemplo, podemos
citar as proximidades dos trilhos ferroviários.
• Estruturação urbana - integrar ao tecido ur-
bano as áreas rarefeitas, através da implantação de
atividades econômicas e de uso habitacional, além de
soluções para preservação ambiental. Como exem-
plo, podemos citar os fundos de vale.
• Dinamização urbana - criar focos de interes-
ses urbanos, de maneira a diversificar o crescimento
e ordenamento urbano. Como exemplo, podemos
citar a remodelação paisagística de uma região urba-
na pouco valorizada.
20
aqueles que são necessários para cumprir os obje-
tivos definidos e, quando adotados, devem ser re-
gulamentados para que sejam autoaplicáveis, para
que tenham validade a partir da aprovação do Plano
Diretor.
O legislativo municipal deve cuidar para que
não sejam adotados instrumentos e ações, que não
estejam ligados a nenhuma proposta e que não haja
propostas sem instrumentos ou ações. É necessário,
também, verificar se existem instrumentos aplicados
de forma contraditória ou sem delimitação física no
território, e se as ações prioritárias são, realmente, as
mais importantes para a cidade.
Esse mesmo poder legislativo tem o dever de
defender no projeto de lei o conteúdo mínimo exigi-
do pelo Estatuto da Cidade, tais como os da Refor-
ma Urbana e os estabelecidos pelas Resoluções do
CNC sejam tratados.
21
• A tramitação do PL não pode ser sumária e
superficial, mas também não pode alongar-se indefi-
nidamente, sem cronograma e prazos;
• O processo de participação já realizado deve
ser avaliado e respeitado;
• O Legislativo precisa estar capacitado e isento
para promover audiências públicas e analisar a pro-
posta de acordo com os interesses coletivos;
• O conteúdo mínimo e a autoaplicabilidade da
lei devem ser garantidos;
• Todas as críticas, sugestões, emendas e pro-
postas devem ser analisadas e sua inclusão ou rejei-
ção deve ser justificada;
22
No mínimo, os seguintes documentos devem
ser encaminhados:
23
Executivo, os vereadores podem aprová-lo, propor
modificações ou até mesmo recusá-lo, devolvendo
ao Executivo para uma reelaboração.
É preciso que a Câmara Municipal esteja prepa-
rada para avaliar o projeto de lei do ponto de vista
técnico, e do ponto de vista do seu processo partici-
pativo, observando se preciso a criação de uma Co-
missão Especial do Plano Diretor, que se encarrega-
rá de organizar o processo de discussão do assunto,
de reunir os conhecimentos necessários para analisar
e propor alterações.
O Estatuto da Cidade estabeleceu o prazo de
outubro de 2.006 para que 1.683 municípios tives-
sem um Plano Diretor aprovado. No entanto, mui-
tos municípios ficam sem prazo para promover um
adequado processo de tramitação.
De maneira alguma significa que as Câmaras
Municipais devam aprovar em regime de urgência,
sem debater adequadamente o projeto, deve-se sim
estabelecer um cronograma consistente para análise
e discussão do PL e procurar o Ministério Público
para justificar o atraso, pois a responsabilidade será
exclusivamente do Legislativo.
24
Questões
1. O Plano Diretor é obrigatório para cidades:
a) com mais de dez mil habitantes.
b) com mais de vinte mil habitantes.
c) com mais de trinta mil habitantes.
d) com mais de cinquenta mil habitantes.
e) com mais de cem mil habitantes.
25
pais deverão garantir a publicidade dos documentos e
informações referentes à elaboração do Plano Diretor.
a) Sim
b) Não
26
Capitulo 4
A origem das posturas municipais
1. A 1.origem das
A origem das posturas
posturas municipais
municipais
32
morais e culturais da época, que facilitassem a
convivência dos habitantes de um mesmo local.
As cidades portuárias passaram a receber
embarcações, tornaram-se lugares de trânsito de
comerciantes, aventureiros, imigrantes, e a cida-
de como meio de sociabilidade, ganha espaço
mais efetivo na vida brasileira, e nesse sentido,
surge, também, a preocupação com a higiene
pública, com a medicina psiquiátrica, o clima e
suas doenças.
Segundo Weber: “serão os códigos de pos-
turas municipais, formulados pelas autoridades
locais, que regularão o dia a dia da população”,
e através destas normas e de uma constante vi-
gilância sobre os habitantes tem um mecanismo
regulamentador. Foucault, analisando as socie-
dades do século XIX, esclarece que:
33
Regulamentar a cidade também significava ini-
bir a ação de indivíduos que poderiam desafiar o
poder do Estado. Limpar a cidade significa também
organizar os mecanismos institucionais capazes de
garantir a continuidade do sistema social.
34
Nessa época, não havia praticamente qualquer
outra legislação que dissesse respeito aos problemas
específicos do município, não só a nível local, como
também a nível estadual e federal. Os Códigos Sanitá-
rios e de Obras, a Consolidação das Leis de Trabalho
e mesmo o Código Civil só surgiram posteriormente.
35
estrutura política nacional. Com isso, cresceu signifi-
cativamente a importância das posturas municipais.
Num sentido mais atual, as posturas municipais
compreendem um instrumento jurídico, constituído
por um conjunto de normas, que regulam a utiliza-
ção do espaço e o bem-estar público, sendo o princi-
pal órgão mantenedor do nível de qualidade de vida
urbana do município.
36
pectivamente às normas e princípios que não podem
ser afastados pela vontade das partes, agindo como
marco limitador à atividade individual de contratar.
37
3. A natureza jurídica das posturas
38
reza jurídica das posturas, vislumbramos uma defi-
nição de posturas, no seu duplo aspecto material e
formal, como sendo:
39
polícia e em áreas de atribuições próprias das autar-
quias locais.
40
ras que restringem a liberdade dos indivíduos im-
pondo sob coação, limites ao exercício de certas
atividades, e à prática de atos que pela sua natureza
possam prejudicar a tranquilidade, a segurança e a
higiene pública, dentro dos vários setores da polícia
municipal, que compreenderá a polícia urbana, a po-
lícia rural, a polícia econômica, a polícia das estradas
e a polícia sanitária.
Por outro lado, ficam configuradas, juridica-
mente, as posturas, do ponto de vista formal, como
regulamentos autônomos, de polícia, embora reves-
tidos de especificidades, que nos levam a concebê-
-las, numa perspectiva material, como uma lei local,
na medida em que as mesmas introduzem com cará-
ter inovador, no ordenamento jurídico com coman-
dos normativos, dotados de generalidade e abstra-
ção, embora circunscritos a uma área delimitada do
território, inaugura o poder de emanar estas normas,
diretamente na Constituição e sendo as mesmas
emitidas por órgão democrático representativo.
O procedimento de elaboração, aprovação e
entrada em vigor das posturas segue as normas pre-
vistas para os regulamentos, das quais se evidencia
procedimento administrativo, o que serve para dizer
que, deverá sujeitar-se a um projeto de postura e a
apreciação pública.
41
4. Posturas e autonomia local
42
I - planejar, coordenar e gerenciar a política de
controle urbano no Município, visando à unificação
dos procedimentos de atendimento aos munícipes;
II - manter banco de dados atualizado sobre
as redes existentes no subsolo;
III - coordenar as ações de concessionárias de
serviço público, visando a articulá-las com o Municí-
pio e monitorando a utilização do subsolo;
IV - licenciar as atividades de obras e posturas
urbanas, em conjunto com as Secretarias de Admi-
nistração Regional Municipal, na forma e no limite
do regulamento desta Lei;
V - coordenar o licenciamento de atividades em
espaços públicos, no solo, no subsolo e nos espaços aéreos;
VI - coordenar a expedição de atos de autori-
zação, permissão ou concessão de uso e parcelamento
do solo;
VII - desenvolver outras atividades destinadas
à consecução de seus objetivos.
43
ser enfrentado e tratado na escala urbana em várias
cidades do Brasil, como São Paulo, Santos, Recife.
5. Considerações sobre as
posturas municipais
44
ou terreno e o logradouro público.
g) comprimento da fachada do estabelecimento
e a medida da projeção da fachada frontal do estabe-
lecimento sobre o alinhamento do lote.
h) testada do lote ou terreno e a medida da li-
nha divisória entre o lote ou terreno e o logradouro
público.
i) fachada e qualquer uma das faces externas da
edificação.
j) fachada frontal e face externa da edificação
voltada para o logradouro público.
k) publicidade e a mensagem veiculada por
qualquer meio, forma e material, cuja finalidade seja
a de promover ou identificar produtos, empresas,
serviços, empreendimentos, profissionais, pessoas,
coisas ou ideias de qualquer espécie.
l) engenho de publicidade e todo e qualquer
dispositivo ou equipamento utilizado, com o fim
de veicular publicidade, tais como: tabuleta, cartaz,
letreiro, totem, poliedro, painel, placa, faixa, pintu-
ra, banner, adesivos, bandeira, estandarte, balão ou
pipa, bem como outros mecanismos que se enqua-
drem nestas definições, independentemente da de-
nominação dada.
45
cenciamento ou proibições. Essas premissas são en-
contradas na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação
do Solo, Lei 7.166/96, e nos mapas do zoneamento
das Áreas de Diretrizes Especiais e a Hierarquização
do Sistema Viário.
46
e circunstância.
Esse auto de infração será o instrumento por
meio do qual a autoridade Municipal (fiscais muni-
cipais) apurará a violação de leis, decretos e regula-
mentos do Município.
Deverá ser observado o tratamento da proprie-
dade, dos logradouros e dos bens públicos, a cons-
trução e a reconstrução dos passeios dos logradou-
ros e, ainda, o fechamento e conservação de terre-
nos no alinhamento.
E, ainda, tratativas referentes às queimadas e
fiscalização sanitária abrangendo inclusive a parte
de alimentação pelo órgão competente do Municí-
pio, que cooperará com as autoridades estaduais na
execução da legislação Sanitária do Estado, e com as
autoridades federais.
A Prefeitura deverá exercer, em cooperação
com os poderes do Estado, as funções de polícia da
sua competência, estabelecendo medidas preventi-
vas e repressivas no sentido de garantir a ordem, o
sossego, a moralidade, tranquilidade dos habitantes
e dos divertimentos, garantindo a segurança pública.
No interesse público a Prefeitura Municipal
fiscalizará a fabricação, o comércio, o transporte, o
depósito e o emprego de inflamável e explosivo e,
ainda, do funcionamento do comércio, da indústria
e atividades profissionais.
Dispor, ainda, sobre o comércio localizado e do
47
comércio ambulante em logradouros públicos ou lu-
gares franqueados ao público, das atividades indus-
triais que dependem de licença da Prefeitura.
Existem, na atualidade, séries de atividades para
as quais o Alvará de funcionamento, ou licenciamen-
to emitido pelo município poderá ser feito via Inter-
net, verificando a periodicidade do mesmo.
7. A recodificação do município
de São Paulo
48
vigentes faziam-se necessárias pelo fato de que o
chamado código de 1.886 não era na verdade um
novo código, e sim mera recodificação do código de
1.875.
Nas recodificações, ou rearranjos, que houve-
ram foram incorporadas posturas aprovadas depois
da entrada em vigência do código de 1.875.
As Câmaras Municipais sofriam limitação das
atribuições, no que se refere a novas formas de in-
tervenção pública, e o poder público era considera-
do como sendo uma abusiva ingerência na esfera do
privado, numa atitude de proteção à liberdade indi-
vidual e à inviolabilidade da propriedade particular.
A modernização do Estado ocorreu na época
da República, com a descentralização administrativa
e com a revalorização política dos municípios. Em
São Paulo, a reorganização das estruturas burocráti-
cas no nível municipal e estadual, objetivaria, preci-
puamente, renovar a capacidade de ação.
Os projetos com o decorrer do tempo, diante de
urgente modernidade, passaram a atender quatro condi-
ções básicas: higiene, comodidade, estética e economia.
Ao longo do tempo, a maior parte das atribui-
ções do poder local passou a ser regida por legisla-
ção específica, como temos exemplos atuais: lei de
zoneamento, lei de parcelamento do solo, código de
obras, código tributário, ficando o Código de Pos-
turas restrito às demais questões de interesse local,
49
notadamente aquelas referentes ao uso dos espaços
públicos, ao funcionamento de estabelecimentos, à
higiene e ao sossego público.
Com novos programas municipais estabeleceu-
-se uma melhoria das condições de habitabilidade e
de saneamento básico das moradias subnormais, a
reurbanização de favelas e a regularização fundiária,
em caso de invasão de áreas públicas municipais.
Devemos deixar constatado que as posturas
municipais, até hoje, são um importante instrumen-
to que visa a mitigar uma situação dolorosa, infeliz-
mente, dia a dia mais grave e que cumpre ao Estado
e à iniciativa privada atuar, para diminuir o agudo
déficit habitacional nas cidades brasileiras.
8. Códigos de obras
50
• Coordenar o crescimento urbano.
• Regular o uso do solo.
• Controlar a densidade do ambiente edificado.
• Proteger o meio ambiente.
• Garantir espaços abertos destinados a pre-
servar a ventilação e iluminação naturais adequadas
a todos os edifícios.
• Eliminar barreiras arquitetônicas que impe-
dem ou limitam a possibilidade de deslocamento de
pessoas portadoras de deficiência ou com dificulda-
de de locomoção.
51
de regulamentar a ocupação da cidade, que se con-
solidava com Legislação de Zoneamento da cidade.
Na cidade de São Paulo, como exemplo, foi
substituído pelo Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado/PDD, Lei n.º 7.688/71 e sofreu alterações
significativas, através do Plano Diretor de Desenvol-
vimento Estratégico - PDE, aprovado pela Lei n.º
13.430/2002, que fixando diretrizes gerais relativas
ao uso e ocupação do solo, que deve ser seguida por
todos os agentes públicos e privados que atuam no
município de São Paulo.
O objetivo desse método foi desenvolver a ci-
dade, formando polos industriais, comerciais e de
serviços. Assim, trazendo um desenvolvimento so-
cial e cultural, manutenção das características origi-
nais de alguns bairros, proteção ao meio ambiente e
configuração do espaço urbano pautado pelo inte-
resse público, que assegure o bem-estar equânime de
seus habitantes.
Questões
1.O que se postulava com as posturas municipais?
52
2. Qual a concepção de punição dos Códigos
de Posturas?
53
5. Qual a providência inicial quando da elabora-
ção de um projeto de edificação?
54
Gabarito
Capítulo 1
1-d
2-a
3-e
4-e
Capítulo 2
1-c
2-d
3-d
4-b
5. A gestão, essencialmente, deve ser forma-
da com a participação direta da população, atra-
vés de fóruns de discussão, debate e definições
de políticas públicas e acompanhamento na im-
plantação das deliberações.
Capítulo 3
1-b
2-e
3-a
4-b
5-a
Capítulo 4
Resposta n.º 1 - Postularam-se normas cada
vez mais rígidas de procedimentos de conduta dos
cidadãos, do uso dos bens urbanos, e a avançar
sobre a regulamentação dos padrões de higiene e
salubridade das áreas públicas e das construções.
Capítulo 5
1-b
2-d
3-b
4-a
5-c
Capítulo 6
1-a
2-b
3-d
4-c
5 - Direito de Propriedade.
Referências
Básicas
CÓDIGO CIVIL COMENTADO - DOU-
TRINA E JURISPRUDÊNCIA – 7.ª Ed. Edito-
ra: Manole, 2.013.
Complementares
AGENDA 21. Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen-
to. Rio de Janeiro, 3 a 14 de junho de 2.002. AC-
SELRAD, Henri (Org.). A duração das cidades:
sustentabilidade e risco nas políticas urbanas.
Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 2.001.
Sites
http://www2.planalto.gov.br/legislacao
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
leis_2001/l10257.htm
http://www.cidades.gov.br/index.php
http://www.tjsp.jus.br/
http://www.cgu.gov.br
http://www.pmsg.rj.gov.br/urbanismo/
planodiretor.php
http://www.prefeitura.sp.gov.br/guiade-
servicos/content/plano