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FACULDADE PITÁGORAS – CAMPUS LINHARES – ES . Av.

São Mateus, 1458, Araçá, Linhares - ES


Disciplina: Planejamento Ambiental Urbano e Regional

Planej. Ambiental
Urbano e Regional
Aula 03
PLANEJAMENTO AMBIENTAL

• AULA 03 – Instrumentos do Planejamento Ambiental

• Conteúdo
• Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE
• Plano Diretor Municipal
• Plano de Bacia Hidrográfica
• Agenda 21 Local

Referências:
MMA/ IJSN
Instrumentos do Planejamento Ambiental

O planejamento das cidades no Brasil é prerrogativa


constitucional da gestão municipal que responde, inclusive, pela
delimitação oficial da zona urbana, rural e demais territórios
para onde são direcionados os instrumentos de planejamento
ambiental.
Instrumentos do Planejamento Ambiental

• No âmbito do meio ambiente urbano, os principais


instrumentos de Planejamento Ambiental são:

• Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE


• Plano Diretor Municipal
• Plano de Bacia Hidrográfica
• Plano Ambiental Municipal
• Agenda 21 Local
• Plano de Gestão Integrada da Orla

Todos os planos setoriais ligados à qualidade de vida no processo de


urbanização, como saneamento básico, moradia, transporte e
mobilidade, também constituem instrumentos de planejamento
ambiental.
Instrumentos do Planejamento Ambiental

O fundamental é que esses instrumentos sejam compostos por


ações preventivas e normativas que permitam controlar os
impactos territoriais negativos dos investimentos público-
privados sobre os recursos naturais componentes das cidades.

Espera-se evitar a subutilização dos espaços já infra estruturados


e a degradação urbana, e imprimir uma maior eficiência das
dinâmicas socioambientais de conservação do patrimônio
ambiental urbano.
Conceito de Zoneamento

• Zoneamento é um conceito da área do urbanismo, que


significa zonear, ou seja, separar uma cidade por zonas
específicas, de acordo com as atividades existentes em cada
uma delas.
Tipos de Zoneamento

• Zoneamento ambiental – elencado como um dos


instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (lei
federal nº 6.938/1981), o termo, posteriormente, quando da
edição do decreto federal nº 4.297/2002, evolui para
zoneamento ecológico-econômico (ZEE).

Zoneamento socioeconômico-ecológico (ZSEE) – trata-se do


próprio ZEE, cuja nomenclatura, no entanto, empregada nos
estados de Mato Grosso e Rondônia, busca evidenciar, para
além dos aspectos ambientais e econômicos, a dimensão
social.
Tipos de Zoneamento

• Zoneamento agroecológico (ZAE) - enquanto a Política Nacional do


Meio Ambiente (lei federal nº 6.931/1981) possui, dentre seus
instrumentos, o ZEE, a Política Agrícola, regida pela lei federal nº
8.171/1991, prevê, em seu artigo 19, inciso III, a realização de
zoneamentos agroecológicos, que permitem estabelecer critérios
para o disciplinamento e o ordenamento da ocupação espacial pelas
diversas atividades produtivas, estando a aprovação do crédito rural,
inclusive, condicionada às disposições dos zoneamentos
agroecológicos elaborados, dentre os quais destaca-se o ZAE da
cana-de-açúcar, instituído por meio do decreto federal nº
6.961/2009.
Zoneamento agrícola de risco climático – outro instrumento da
Política Agrícola, o zoneamento agrícola de risco climático é
elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos
fenômenos climáticos, permitindo a identificação da melhor época
de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de
cultivares
Tipos de Zoneamento

• Zoneamento industrial – disciplinado pela lei federal nº 6.803/1980, trata-se de tipologia


de zoneamento realizado nas áreas críticas de poluição a que se refere o artigo 4º do
decreto-lei nº 1.413/1975, com a identificação das zonas destinadas à instalação de
indústrias, em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, compatibilizando as
atividades industriais com a proteção ambiental.
Zoneamento urbano - instrumento utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade
é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação
do solo, especialmente os índices urbanísticos. O zoneamento urbano atua, principalmente,
por meio do controle de dois elementos principais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes
e das edificações. Através disso, supõe-se que o resultado final alcançado através das ações
individuais esteja de acordo com os objetivos do município, que incluem proporcionalidade
entre a ocupação e a infra-estrutura, a necessidade de proteção de áreas frágeis e/ou de
interesse cultural, a harmonia do ponto de vista volumétrico, etc.
Etnozoneamento – instrumento da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de
Terras Indígenas (PNGATI) – instituída pelo decreto federal nº 7.747/2012 – destinado ao
planejamento participativo e à categorização de áreas de relevância ambiental,
sociocultural e produtiva para os povos indígenas, desenvolvido a partir do
etnomapeamento. O etnomapeamento, por sua vez, consiste no mapeamento participativo
das áreas de relevância ambiental, sociocultural e produtiva para os povos indígenas, com
base nos conhecimentos e saberes indígenas.
Exemplos de Zoneamento

• ESTADO DE SÃO PAULO

• RONDÔNIA

• NORTE DO ES
Zoneamento Ecológico – Econômico - ZEE

“ o Zoneamento Ecológico Econômico, ao dispor de um


mecanismo integrado de diagnóstico e de proposição de
diretrizes pactuadas de ação, pode contribuir para que o sistema
de planejamento oriente os esforços de investimentos do
governo e da sociedade civil segundo as peculiaridades das
áreas definidas como zonas e tratadas como unidades de
planejamento”(MMA, 2006)
Zoneamento Ecológico – Econômico - ZEE

“...tendo por horizonte a redução da desigualdade social e o


respeito ao pluralismo, contribuindo para a prática de uma
cidadania ativa e participativa à medida que pressupõe a
abertura de canais institucionais com a sociedade para fins de
consulta, informação e co-gestão, articulando diversas escalas
de abordagem, cada qual portadora de atores e temas
específicos.”
MMA (2006)
Zoneamento Ecológico – Econômico - ZEE

Âmbito Estadual
Objetivo principal do projeto, no âmbito da Socioeconomia, é
construir o Índice de Potencialidade Social do Zoneamento
Ecológico-Econômico do Estado do Espírito Santo.

Fonte: INJSN
Zoneamento Ecológico – Econômico - ZEE

• Os objetivos específicos são:


a) coletar dados dos 78 municípios do estado do Espírito Santo relacionados às
variáveis que compõem os indicadores, organizados em quatro componentes:
produtivo, natural, humano e institucional;
b) definir e aplicar método para identificar os pesos dos indicadores, dos fatores
condicionantes e dos componentes;
c) preparar relatório descritivo dos dados não-disponíveis para todos os 78
municípios do estado do Espírito Santo;
d) estruturar Banco de Dados socioeconômico e jurídico-institucional dos 78
municípios do estado do Espírito Santo;
e) elaborar a Carta de Potencialidade Social para os 78 municípios do estado do
Espírito Santo;
f) apresentar os resultados em oficinas e reuniões públicas;
g) elaborar relatório final dos diagnósticos socioeconômico e jurídico-
institucional
Zoneamento Ecológico – Econômico - ZEE

Resultados esperados:
• Apresentação do Índice de Potencialidade Social (IPS), a Carta
de Potencialidade Social e os respectivos indicadores e cartas,
medindo a potencialidade de cada um dos 78 municípios do
estado do Espírito Santo;

• Relatório final dos diagnósticos socioeconômico e jurídico-


institucional composto pelos relatórios parciais, revisto e
complementado, o qual fará parte integrante do ZEE-ES.
Plano Diretor Municipal

O Plano Diretor está definido no Estatuto das Cidades como


instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento
e de ordenamento da expansão urbana do município.

Lei Federal 10.257, 10 de julho 2001


Plano Diretor Municipal

Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e


da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural
na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar
melhores condições de vida para a população
Plano Diretor Municipal

É uma lei municipal elaborada pela prefeitura com a


participação da Câmara Municipal e da sociedade civil que visa
estabelecer e organizar o crescimento, o funcionamento, o
planejamento territorial da cidade e orientar as prioridades de
investimentos.
Plano Diretor Municipal

• Funções do Plano Diretor:

• 1. Garantir o atendimento das necessidades da cidade


• 2. Garantir uma melhor qualidade de vida na cidade
• 3. Preservar e restaurar os sistemas ambientais
• 4. Promover a regularização fundiária
• 5. Consolidar os princípios da reforma urbana
Plano Diretor Municipal

• O Plano Diretor é obrigatório para municípios:

• 1. Com mais de 20 mil habitantes


• 2. Integrantes de regiões metropolitanas
• 3. Áreas de interesse turístico
• 4. Situados em áreas de influência de empreendimentos ou
atividades com significativo impacto ambiental na região ou
no país.
Plano Diretor Municipal

• Articulação do Plano Diretor:

O Plano Diretor deve articular com outros instrumentos de


planejamento como a Agenda 21, Conferência das Cidades,
Planos de bacias hidrográficas, planos de preservação do
patrimônio cultural e outros planos de desenvolvimento
sustentáveis
Plano Diretor Municipal

• Participantes:

• A Prefeitura Municipal
• A População/ Empresas
• A Câmara Municipal
Plano Diretor Municipal

• O que se espera do PDM?

 Que proponha meios para garantir e incentivar a participação popular


na gestão do município.
 Que aponte rumos para um desenvolvimento local economicamente
viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado.
 Que proponha diretrizes para proteger o meio ambiente, os
mananciais, as áreas verdes e o patrimônio histórico.
 Que apresente diretrizes e instrumentos para que os investimentos em
saneamento transporte coletivo, saúde, educação, equipamentos
urbanos, habitação popular sejam adequadamente distribuídos e
beneficiem toda a população.
 Que proponha soluções para a melhoria da gestão pública local,
tornando-a mais apta a utilizar os recursos públicos e a prestar melhores
serviços a população.
Exemplos de PDMs

• Apresentação da Audiência Pública PDM - Linhares


Plano de Bacia Hidrográfica

• A qualidade da água de um manancial depende do correto uso e


das atividades desenvolvidas em sua bacia. Lei Federal n° 9.433, de
8 de janeiro de 1997: dispõe sobre a Política Nacional de Recursos
Hídricos, define a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento.

• Comitês de Bacias: tem como área de atuação a totalidade de uma


bacia hidrográfica, uma sub-bacia hidrográfica de tributário curso de
água principal da bacia, ou de tributário desse tributário, um grupo
de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas. Aos comitês
competem a aprovação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia
Plano de Bacia Hidrográfica

• Componentes do Comitê:

• PP (Poder Público Estadual)


• CM (Consórcio de Municípios)
• Us (Usuários)
• SC (Sociedade Civil Organizada em geral)
Plano de Bacia Hidrográfica

• Criação do Comitê de Bacia


Mapa das Bacias Hidrográficas do ES
Agenda 21 Local

É um instrumento de planejamento de políticas públicas que envolve


tanto a sociedade civil e o governo em um processo amplo e
participativo de consulta sobre os problemas ambientais, sociais e
econômicos locais e o debate sobre soluções para esses problemas
através da identificação e implementação de ações concretas que
visem o desenvolvimento sustentável local.
Agenda 21 Local

Os principais desafios da Agenda 21 Local consistem no


planejamento voltado para a ação compartilhada, na construção
de propostas pactuadas, voltadas para a elaboração de uma
visão de futuro entre os diferentes atores envolvidos; condução
de um processo contínuo e sustentável; descentralização e
controle social e incorporação de uma visão multidisciplinar em
todas as etapas do processo.
Agenda 21 - Local

• Agenda 21 - Linhares
Plano de Gestão Integrada da Orla

O Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto Orla)

Suas ações buscam o ordenamento dos espaços litorâneos sob


domínio da União, aproximando as políticas ambiental e
patrimonial, com ampla articulação entre as três esferas de
governo e a sociedade.
Plano de Gestão Integrada da Orla

Os seus objetivos estão baseados nas seguintes diretrizes:

• Fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de


diferentes atores do setor público e privado na gestão integrada
da orla, aperfeiçoando o arcabouço normativo para o
ordenamento de uso e ocupação desse espaço;

• Desenvolvimento de mecanismos de participação e controle


social para sua gestão integrada;

• Valorização de ações inovadoras de gestão voltadas ao uso


sustentável dos recursos naturais e da ocupação dos espaços
litorâneos.
Plano de Gestão Integrada da Orla

• Projeto busca responder a uma série de desafios como reflexo


da fragilidade dos ecossistemas da orla, do crescimento do
uso e ocupação de forma desordenada e irregular, do
aumento dos processos erosivos e de fontes contaminantes.

• Além disto, o estabelecimento de critérios para destinação de


usos de bens da União, visando o uso adequado de áreas
públicas, a existência de espaços estratégicos (como portos,
áreas militares) e de recursos naturais protegidos também se
configuram em desafios para gestão da orla brasileira.
Plano de Gestão Integrada da Orla

• Projeto Orla Vitória


Plano Ambiental Municipal

• Objetivo: ordenar o pleno desenvolvimento das funções


ambientais da cidade e da propriedade urbana e rural,
assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos, quanto à qualidade de vida, a justiça social, o
desenvolvimento das atividades socioeconômicas e
ambientais
Plano Ambiental Municipal

• CONTEÚDO:

• História e situação geográfica do município,


• Caracterização dos diferentes ecossistemas do município,
caracterização do clima, geologia,
• Geomorfologia, hidrologia e solo da região, aspectos bióticos
(fauna e flora)
• Diagnóstico Socioeconômico e impactos ambientais existentes no
município, mapeamento ambiental e
• Programas e projetos ambientais visando a minimização destes
impactos.
Plano Ambiental Municipal

• Cidade de Ozório - RS
Outros Instrumentos

• Estudo de Impacto Ambiental

Instituído pela Resolução do CONAMA nº 001/86, constitui a


avaliação de impacto ambiental utilizada nos procedimentos de
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades
consideradas causadoras de significativa degradação ambiental.
Outros Instrumentos

• O escopo do estudo de impacto ambiental compreende:

• As atividades técnicas de diagnóstico ambiental;


• Análise de impactos ambientais;
• Definição de medidas mitigadoras de impactos ambientais;
• Elaboração de programa de acompanhamento e monitoramento
ambiental de projetos e atividades impactantes ao meio.
Outros Instrumentos

• RIMA – Estaleiro JOURONG


Outros Instrumentos

• Planos de Manejo ou APA

Constitui no conhecimento dos ecossistemas, dos processos


naturais e as interferências antrópicas positivas ou negativas que os
influenciam ou os definem, considerando os usos que o homem faz
do território, analisando os aspectos pretéritos e os impactos atuais
ou futuros de forma a elaborar meios para conciliar o uso dos
espaços com os objetivos de criação da Unidade de Conservação.
Outros Instrumentos

• Plano de Manejo

A Lei Nº 9.985/2000 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades


de Conservação define o Plano de Manejo como um documento
técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos de gerais de
uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as
normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos
naturais
Outros Instrumentos

• Plano de Manejo - GOYTACAZES

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