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Prof. MSc.

Felipe de Araújo Nascimento

EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
LIVRO 2

1ª EDIÇÃO

Livro 2
Módulos Aula 3 e 4
GOIÂNIA
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
2018
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Organização
Pró-Reitoria de Ensino a Distância
Profª. Ms. Mayra Caiado Paranhos

Autores
Catalogação: Biblioteca Anhanguera
____________________________________________________________ Prof. MSc. Felipe de Araújo Nascimento

Educação Ambiental – Módulos Aula 3 e 4 / Mayra Caiado


Paranhos (organizadora); Felipe de Araújo Nascimento. –
Goiânia : Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA, Produção
2018.
34 p. : il. Supervisão do Processo Instrucional (SPI)
Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM)
1. Educação Ambiental. I. Paranhos, Mayra Caiado. II. Nasci-
Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo
mento, Felipe de Araújo. III. Título.
CDU: 658 Instrução de Material para Web (IMAWEB)
____________________________________________________________ Web Designer Yuri Paolini Catingueiro

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2018 Profa. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro
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autorização por escrito, do Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA.
LIVRO 2: MÓDULOS AULA 3 E 4

SUMÁRIO

MÓDULO AULA 3
Sociedade e Natureza.................................................. 9
3.1 Desenvolvimento das sociedades................................. 9
3.2 Sociedade e Natureza.................................................. 12

MÓDULO AULA 4
Políticas e Legislação para a Educação Ambiental.......19
4.1 Conceitos de educação ambiental a partir
de órgãos regulamentadores e normas............................ 19
4.2 Conceitos básicos da legislação brasileira
relacionada à Educação Ambiental.................................. 23
4.3 Conferência de Estocolmo (1972) e Eco-92.............. 25
4.4 Agenda 21..................................................................... 28
APRESENTAÇÃO DO MAGNÍFICO REITOR

O Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA


mantém-se fiel com mais de 40 anos de existência, à sua missão
de oferecer cultura e disseminar o saber para o sociedade,
acreditando que, um mundo melhor só é possível por meio da
valorização da educação. O nome referencia o descobridor e
colonizador de Goiás, um bandeirante.

Por isso, a marca institucional reflete os valores da história.


A CRUZ que se encontra dentro do escudo foi plan-tada à beira
do Rio Paranaíba, hoje município de Catalão, pelo bandeirante
Anhanguera em data incerta, porém presumivelmente nos
primeiros anos do Séc. XVI. Atualmente, esta cruz encontra-se
estabelecida a margem esquerda do Rio Vermelho na Cidade de
Goiás (antiga capital do Estado - Vila Boa) e constitui-se para
muitos o símbolo maior do Estado de Goiás.

A Bateia em Fogo ao centro superior relembra o episódio


do encontro do Anhanguera com os índios Goiá (tribo que
habitava a região), quando teria ele queimando uma bebida
alcoólica numa bateia para ameaçar com a queima do que os
índios acreditavam ser água encontrar a localização das minas
de ouro.
As cores, ocre e amarelo, simbolizam o fogo e o ouro, MÓDULO AULA 3
respectivamente. Enquanto, o significado das quatro palavras
inscritas no brasão significam: SOCIEDADE E NATUREZA
TRADITIO significa Tradição: expressão maior dos 45
anos de tradição e de ensino com qualidade do Centro Univer-
sitário.
Prezado aluno,
ETTICA significa Ética: significa proporcionar aos
membros da família Uni-ANHANGUERA valores que tinjam Prezado aluno, neste módulo iremos observar a
um nível de satisfação e de bem estar para todos. respeito do desenvolvimento das sociedades e civilizações
aplicadas ao contexto ambiental. As relações entre a
sociedade, a natureza e algumas problemáticas
COGNITIO significa Conhecimento: motivo da criação
ambientais urbanas e rurais.
e existência do Centro Universitário, mediar o conhecimento.
Leia e reflita sobre o assunto, anotando suas
OFFICIUM significa Trabalho ou Responsabilidade: ex-
observações para uma discussão mais profunda acerca
pressa a responsabilidade assumida por parte de todos que tra-
da integração sociedade e natureza.
balham e estudam no Uni-ANHANGUERA, proporcionando
um ensino e atendimento de alta qualidade comprometido
O que esperamos que vocês aprendam nessa aula?
com os valores como Tradição, Ética, Conhecimento e Respon-

sabilidade.
Como as sociedades surgiram e evoluíram no
contexto ambiental?
Diante de grandes valores estabelecidos pela marca do Entender sobre as cidades e a natureza.
Uni-ANHANGUERA e contando com um número expressivo Quais as principais problemáticas
de docentes (que incluem mestres e doutores), a Instituição é ambientais?
reconhecida pela qualidade de seu ensino, por meio da marca Quais as possíveis soluções para
indelével da tradição. Desta forma, a Instituição tem a honra estas problemáticas?
de unir tradição e modernidade, contribuindo de modo sólido
para o avanço da educação no país. Vamos lá?!

3.1 DESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES


Prof. Joveny Sebastião Cândido de Oliveira, J.M, J.D.
À medida que as civilizações foram surgindo e o ser
humano deixou de lado sua característica nômade, percebeu

SOCIEDADE E NATUREZA 9
a necessidade de manipular a natureza, inicialmente com Um sistema nada democrático, pois os ricos recebiam
objetivo de alimentação. A dosmesticação de plantas e água domiciliar e os pobres utilizavam a água das fontes públi-
animais possibilitou que o homem deixasse de ser um cas, algumas existentes até hoje, com a obrigação de pagamen-
indivíduo caçador de seu alimento para um criador de to pelo uso desta água.
alimentos, sendo assim auto-suficiente no que tange a
necessidade alimentar. A problemática ambiental da falta de água até hoje pode
ser observada em muitas cidades, especialmente a cidade de
Esta transformação se deu principalmente pela São Paulo, que vive uma das piores crises hídricas da história.
manipulação do fogo, no qual possibilitou desde a criação de Represas como o sistema Cantareira que abastecia antes 8,8
materiais mais precisos para domesticação e trabalhos, até o milhões de pessoas, atualmente baixou o nível de abastecimen-
cozimento de alimentos, enriquecendo assim sua fonte to para 5,5 milhões de pessoas, trabalhando há vários meses
nutricional. em volume morto.

Com o passar dos sécu- Historicamente, outras civilizações passaram não ape-
los, as principais civilizações nas por problemas de abastecimento de água, mas com a polui-
que obtiveram um cresci- ção também. Neste aspecto, podemos citar o rio Tâmisa que
mento exponencial na popu- corta a cidade de Londres e durante muito tempo, foi o princi-
lação enfrentaram dificulda- pal rio de abastecimento da Inglaterra. Por milhares de anos,
des, muitas delas semelhantes este mesmo rio foi utilizado como deposição de materia orgâ-
ao mundo contemporâneo. nica e dejetos, por todas as cidades próximas dos rios. A partir
Situação assim pode exemplificar no famoso caso dos aquedu- da revolução industrial, a sociedade londrina presenciou um
tos romanos. super desastre ambiental com o aumento do esgoto in natura
sendo jogado sem nenhuma forma de tratamento. Em muitos
A civilização romana sempre foi reconhecida pela sua anos houve epidemias de cólera e peste bubônica na região e
organização, objetividade e praticidade, priorizavam uma até sessões do parlamento inglês tiveram que ser suspensas de-
qualidade de vida, principalmente para os ricos e represen- vido ao mau cheiro do rio.
tantes do senado romano. No entanto, assim como qualquer
metrópole que surge, há a necessidade de estrutura básica Apenas na década de 50, no séc. XX, as primeiras esta-
para as pessoas, exemplo da água domiciliar. Desta forma, os ções de tratamento de esgoto foram construídas. O investi-
romanos criaram um sistema de aquedutos que conseguiam mento em saneamento básico foi maciço e o sucesso também
elevar até 60 metros de altura, com canalizações entre 8 e contou enormemente com o auxílio da população que modifi-
85km, percorrendo grandes distâncias e evitando períodos de cou seus hábitos a respeito do manuseio dos resíduos. Além
falta d’água, que era muito comum pelos rios mais próximos disto, ONG’s trabalharam em prol da limpeza do rio e seus
não comportarem a demanda de água e períodos de secas afluentes e no ano de 2010, o rio teve o índice mais baixo de
prolongados. poluição registrado na história.

10  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOCIEDADE E NATUREZA 11


3.2 SOCIEDADE E NATUREZA Observamos, por exemplo, a energia elétrica. No Brasil, a
principal fonte energética vem de hidroelétricas que utilizam
da gravidade e do movimento da água para geração de energia.
Pense sobre o assunto... Considerada uma energia limpa e renovável, pois não polui e
Observando o histórico de algumas sociedades e pro- depende do ciclo da água para existir, não interessando a qua-
blemas ambientais envolvidos, reflita sobre sua cidade, as lidade desta.
problemáticas ambientais que já ocorreram ou que ocorrem?
Pense em possíveis soluções para esses problemas, mui-
Entretanto, a construção de barragens e usinas sem o de-
tos deles, históricos na sua região…
vido planejamento e estudo, ocasiona na morte de milhares de
espécies nativas da região e de deformações irreparáveis na na-
Atualmente, podemos considerar que vivemos numa re- tureza. Muitas usinas no passado, foram construídas sem estu-
lação de extrema dependência da natureza. Se observarmos em dos ambientais para comprovação de consequências mínimas
todo nosso cotidiano, percebemos que tudo que vestimos, ali- para o ambiente.
mentamos e utilizamos, foi extraído da natureza de forma di-
reta ou indireta. A extração de minerais ou organismos, em Diferentemente, alguns
muitos casos, tem que ser revista com o objetivo da sustentabi- tipos de fontes energéticas
lidade que permite o uso dos recursos naturais de forma con- podem atender as necessida-
trolada, não exaurindo com a matéria. des básicas da sociedade sem
interferências no meio, a
O crescimento da sociedade, tanto econômico quanto es- exemplo das usinas eólicas e
trutural, ele tem que ser permitido, desde que a sociedade en- usinas de placas solares.
tenda e controle sobre os desgastes naturais. Este é o princípio
que norteia o desenvolvimento sustentável. Infelizmente, a relação atual entre sociedade e natureza
permanece desequilibrada, atendendo as necessidades de uma
Segundo Jacobi (2005), é preciso entender os limites e sociedade que sobrepõe as necessidades da natureza. De forma
transformações que a sociedade atravessa e o educador ambien- geral, isto ocorre por todas as cidades brasileiras, contudo, uma
tal possui um papel fundamental na inserção de conhecimento pequena parcela, desenvolve com intuito de beneficiar e criar
para a sociedade e sua relação com a natureza, permitindo assim, um mundo sustentável.
uma maior clareza a respeito do desenvolvimento sustentável.
No caso das placas sola-
A grande origem das maiores problemáticas ambientais, res, que são muito caras, já há
sempre será o homem e sua sociedade. As formas improvisadas uma pequena parcela da po-
e desprovidas de conhecimento ambiental e sustentabilidade pulação que utiliza placas que
permitem a exaustão de recursos naturais não renováveis e atende a necessidade elétrica
muitas vezes não compreendemos ou não utilizamos os recur- de uma pequena casa, ou de
sos renováveis. apenas um chuveiro. Poderia

12  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOCIEDADE E NATUREZA 13


ser muito mais desenvolvido, caso fosse mais estimulado pelo Na agenda 21, ainda trata a respeito do planejamento das
poder público, com incentivos fiscais e etc. cidades no fortalecimento da educação ambiental, sob um as-
pecto democrático.
Outra problemática da sociedade é a consequência do O planejamento governamental deve ser um processo
crescimento dele ou do uso de solo, o desmatamento. O desma- de negociação permanente entre o Estado e as instituições da
tamento representa, em sua gênese, a ação do homem buscan- sociedade(...). Negociar é assumir as diferenças e reconhecer
do modificar a natureza, através da derrubada da vegetação nos conflitos de interesses a essência da experiência e dos
original. O desmatamento sem autorização é um crime previs- compromissos democráticos. As lutas, os conflitos e as dissi-
to em lei, contudo, observamos rotineiramente situações de dências são formas pelas quais a liberdade se converte em li-
habitats naturais sendo degradados sem qualquer controle ou berdades públicas concretas. Desse modo, o compromisso
fiscalização. democrático impõe a todas as etapas do processo de planeja-
mento o fortalecimento das estruturas participativas e a nega-
A grande preocupação deste tema é a Amazônia, uma ção de procedimentos autoritários, que inibem a criatividade
área muito grande, de difícil acesso e controle, no qual está e o espírito crítico. (MMA/PNUD 2000, p. 1)
contaminada por grileiros ou que desmatam áreas de preserva-
ção ambiental, vendem madeiras e criam pastos na região, ver- As sociedades estão cada vez mais intimimamente liga-
dadeiras clareiras no meio de florestas densas. das com a natureza, a associação que há entre os dois, repre-
senta numa nova forma de olhar para o meio que nos cerca. A
Uma das principais decorrências deste modo de compre- natureza não pode ser pensada como um atributo externo à
ender as questões ambientais é o reconhecimento de uma mu- sociedade, e sim, a sociedade tem que se fazer parte integrante
dança de postura nas diversas áreas da prática social, o que desta natureza, preservando-a e cuidando, pois assim, reco-
traz necessariamente a discussão sobre o papel da educação nhece seu verdadeiro papel nesta hierarquia.
neste processo.
Pense sobre o assunto...
A sociedade tem o poder transformador visando a edu- De que forma as sociedades podem contribuir com o
cação ambiental e fortalecimento da natureza. Observe o que fortalecimento da natureza local?
diz o documento da Agenda 21: No lugar em que você reside, você considera um am-
O desafio da gestão das cidades está em buscar mode- biente sustentável?
los de políticas que combinem as novas exigências da econo-
mia globalizada à regulação política da produção da cidade e
ao enfrentamento do quadro de exclusão social e de deterio- Portanto, o grande desafio do educador ambiental é esti-
ração ambiental. Nesta tentativa, alguns procedimentos pare- mular a consciência local do poder transformador que há. As
cem emergir das principais experiências em andamento: par- relações benéficas entre sociedade e natureza é que permeia
ceria, descentralização, convergência de ações e envolvimento/ nosso futuro transformador, neste objetivo, o educador am-
controle social por meio de diversas formas de organização da biental é um instrumento de poder para uma sociedade mo-
sociedade. (MMA/PNUD, 2000, p. 85) derna e sustentável.

14  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOCIEDADE E NATUREZA 15


Referências CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental &
desenvolvimento comunitário. 17ed. Rio de Janeiro:WAK,
Ceará, Superintendência Estadual do Meio Ambiente; 2006
Apostila do Curso de Capacitação para Multiplicadores em
Educação Ambiental – 4° Edição; 2005 DIAS, Genebaldo Freire. Iniciação à temática Ambiental.
São Paulo: Gaia, 2002.
HOLANDA, M. J. S. Educação Ambiental. Fortaleza,
1997. GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental: No con-
senso um embate? São Paulo: Papirus, 2000.
JACOBI, Pedro Roberto. Educação ambiental: o desa-
fio da construção de um pensamento crítico, complexo e re- SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP:
flexivo. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, Aug. RiMa, 2003
2005.
Imagens: Banco institucional Shutterstock.
MMA/PNUD. Agenda 21 brasileira: bases para discus-
são, Brasília, 2000

SA, Lais Mourão; MAKIUCHI, Maria de Fátima Rodri-


gues. Cidade e natureza: tecendo redes no processo de gestão
ambiental. Soc. estado., Brasília, v. 18, n. 1-2, p. 89-113, Dec.
2003

SORRENTINO, M; Educação e Pesquisa, São Paulo, v.


31, n. 2, p. 285-299, maio/ago. 2005

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princí-


pios e práticas. São Paulo: Gaia, 2003. 8° edição.

MEDINA, Naná Mininni & SANTOS, Elizabeth da


Conceição. Educação Ambiental: Uma metodologia participa-
tiva de formação.3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. São


Paulo: Brasiliense, 2001.

16  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOCIEDADE E NATUREZA 17


MÓDULO AULA 4

POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA


A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Prezado aluno,

Neste módulo iremos fornecer uma ideia superficial


sobre a legislação ambiental vigente, principalmente em
pontos voltados para a educação ambiental. Além disto,
você irá compreender sobre algumas conferências,
protocolos ambientais e sobre a agenda 21.

O que esperamos que vocês aprendam?

Compreender sobre a principal legislação


voltada para a educação ambiental.
Quais foram as principais conferências
mundiais relacionadas à educação ambiental?
O que é a Agenda 21?
Qual o panorama atual sobre as
normas, leis e educação ambiental?

Vamos lá?!

4.1 CONCEITOS DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL A PARTIR DE ÓRGÃOS
REGULAMENTADORES E NORMAS

Há diversas formas de conceituar sobre a educação am-


biental e grandes partes dos países desenvolvidos e subdesen-
volvidos possuem políticas públicas de incentivo à educação

18  EDUCAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 19


ambiental ou sobre a preservação ambiental. Infelizmente, No que diz respeito ao ensino formal, podemos destacar
nem sempre estas políticas públicas são seguidas a risca, pois o conceito de educação ambiental proposto nas Diretrizes Cur-
em muitos casos levam a conflitos de interesse que desviam do riculares Nacionais:
objetivo de preservar o meio ambiente ou de sustentabilidade A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é
para maior produção, riqueza ou lucro. atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao
desenvolvimento individual um caráter social em sua relação
No caso do Brasil, diversos documentos oficiais retratam com a natureza e com os outros seres humanos, visando po-
o conceito de educação ambiental como política pública ideo- tencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-
lógica transformadora que deve ser seguido por todas as clas- -la plena de prática social e de ética ambiental.
ses da sociedade.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Vejamos o que dizem alguns documentos oficiais: Ambiental, Art. 2°.
Entendem-se por educação ambiental os processos por
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores Novamente, voltamos à prática social como instru-
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências mento da Educação Ambiental, ou seja, uma visão onde a so-
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso ciedade necessita de uma prática transformadora. Modifican-
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sus- do o comportamento social, conseguiríamos, enfim, modificar
tentabilidade. nossa prática ambiental.

Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº Observe também nos Parâmetros Curriculares Nacio-
9795/1999, Art. 1º. nais sobre a questão ambiental:
A questão ambiental impõe às sociedades uma busca
Este primeiro fragmento é da Constituição Federal, lei de novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente,
9795/99 que sanciona sobre a política nacional de educação de novos caminhos e modelos de produção de bens, para
ambiental, demonstrando neste primeiro artigo uma visão cla- suprir necessidades humanas, e relações sociais que não per-
ra sobre a ideologia transformadora que a sociedade brasileira petuem tantas desigualdades e exclusão social e, ao mesmo
deve possuir. Esta lei estabelece os principais dispositivos para tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica. Isso
esta política de educação am- implica um novo universo de valores no qual a educação tem
biental, principalmente no um importante papel a desempenhar.
que tange a respeito do ensi-
no, seja formal, através da Parâmetros Curriculares Nacionais – MEC/1998
educação básica ou superior,
seja não formal, com ações Este pensamento de prática social não é novo, apesar de
coletivas e práticas educativas que no Brasil foi inserido na legislação, como pudemos perce-
voltadas na defesa da qualida- ber, apenas na década de 90. A conferência de Tbilisi de 1977
de do meio ambiente. foi uma das principais conferências organizadas pela UNES-

20  EDUCAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 21


CO e o Programa de Meio Ambiente da ONU, onde saíram os dermos visualizar um futuro com maior qualidade ambiental,
principais objetivos, princípios e estratégias para a Educação consequentemente qualidade de vida.
Ambiental no Mundo.
Diversas secretarias e departamentos do governo, obri-
Em Tbilisi, foi estabelecido que o processo educativo de- gados pela política nacional de educação ambiental realizam
veria ser orientado para a resolução de problemas concretos do trabalhos na área no ensino e na regulação. Devido a isso, en-
meio ambiente através de enfoques interdisciplinares com a contramos setores destinados a educação ambiental, nas secre-
participação ativa do indivíduo e do coletivo. tarias de educação, turismo, em zoológicos, secretarias muni-
cipais, guarda-civil, polícias militares, além de departamentos
“A educação ambiental é um processo de reconheci- regulatórios e fiscalizadores, como secretarias do meio am-
mento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o biente, IBAMA, Instituto Chico Mendes e muitos outros.
desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes
em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações Todos estes departamentos estão amparados pela lei
entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. 9795/99 para inserir a Educação Ambiental como política para
A educação ambiental também está relacionada com a prática a sociedade, e fiscalizar normas e procedimentos para o cum-
das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a me- primento das leis ambientais.
lhora da qualidade de vida”

Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977) 4.2 CONCEITOS BÁSICOS DA


LEGISLAÇÃO BRASILEIRA RELACIONADA
Baseado na conferência de Tbilisi, as finalidades da À EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Educação Ambiental são especialmente de:
O cerne da Educação Ambiental Brasileira é o Programa
a) Promover a compreensão da existência e da importân- Nacional de Educação Ambiental (Pronea) criado em 1994 que
cia da interdependência econômica, social, política e ecológica. direcionou em 1999 a lei 9.795 que dispõe sobre a Política Na-
cional de Educação Ambiental (PNEA), apesar de que temos
b) Proporcionar que todas as pessoas adquiram conheci- diversas outras leis que correlacionam com esta como o Códi-
mentos, valores, interesses ativos e atitudes necessárias para go Florestal Brasileiro, A lei dos Agrotóxicos (7802/89), lei de
protegerem e melhorarem o meio ambiente. crimes Ambientais (9605/98) entre outras.

c) Induzir novas formas de conduta para a sociedade, a As leis ambientais são consideradas por muitos, uma das
respeito do meio ambiente. mais completas do mundo. O que não significa que sua aplica-
bilidade segue um nível de excelência. Muitas delas estão sendo
readequadas por ser muito antigas como o caso do Código Flo-
Em outras palavras, podemos reduzir estas finalidades restal que permaneceu por muitos anos sendo inalterado em
nos termos, conhecimento, ensino e transformação para po- alguns aspectos, necessitando assim de uma atualização.

22  EDUCAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 23


Para o nosso estudo, iremos focar a atenção a lei 9795/99. No que tange a Educação Ambiental não-formal da
Como falado anteriormente, sua finalidade é de uma ideologia PNEA, destaca-se a difusão em meios de comunicação, cam-
transformadora para a sociedade, com foco da preservação panhas educativas, participação de empresas públicas, priva-
ambiental e que essa atenção deve ser voltada para todos os das e ONGs, sensibilização da sociedade perante as unidades
setores da sociedade, seja no ensino formal ou não formal. de conservação, sensibilização ambiental dos agricultores e es-
tímulo ao ecoturismo.
Os objetivos fundamentais que norteiam são de desen-
volvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente Os estados e municípios ficam a cargo de coordenar e
em suas relações, através de diversos aspectos. A democratiza- definir diretrizes, além de fiscalizar. Sendo eles os órgãos para
ção das informações ambientais, o estímulo e fortalecimento requerer alvarás e licenciamentos, casos necessários para qual-
de consciência crítica, a participação individual ou coletiva na quer atividade voltada ao processo descrito pela lei.
preservação do meio ambiente, estímulo a cooperação entre as
regiões na construção de uma sociedade sustentável e fortaleci- O próprio poder público possui o dever de estimular e
mento da ciência, tecnologia e da cidadania. promover a educação ambiental e quaisquer manifestações de
empreendimentos sustentáveis, além de divulgar conhecimen-
As atividades da PNEA podem ser desenvolvidas no en- tos a fim de democratizar na tentativa de melhoria da qualida-
sino formal, seja educação básica, superior ou outras modali- de de vida.
dades. Disciplinas de educação ambiental, conhecimentos
transdisciplinares, ética ambiental, etc. Estão presentes em Os resultados de uma política de educação ambiental
nosso ensino formal das escolas, faculdades, cursos técnicos e assumem relevância operacional no contexto do desenvolvi-
educação de jovens e adultos, lançando o cidadão ao mercado mento sustentável. A cidadania ambiental, tratada por muitos
de trabalho com uma consciência crítica ambiental. autores e teóricos da educação ambiental, a exemplo de Silva
(1996), envolve a cidadania política, a relação entre sociedade e
Um marco da educação ambiental, principalmente para natureza, a identidade cultural e objetivos pedagógicos.
o ensino formal, foi à criação dos Parâmetros Curriculares Na-
cionais do Meio Ambiente, uma coletânea de atividades que Dicas de leitura...
materializam a iniciativa de capacitação dos educadores do en- Pesquise sobre legislação da Educação Ambiental no
sino fundamental. Site do Ministério do Meio Ambiente.

Desta forma, a educação ambiental pode ser uma ativi-
dade orientada para mudar circunstâncias por meio das trans-
formações dos sujeitos. A aprendizagem cooperativa torna efe- 4.3 CONFERÊNCIA DE
tiva a proposta sócio-construtivista da participação com ESTOCOLMO (1972) E ECO-92
envolvimento da comunidade e com o propósito de trabalhar a
realidade ambiental local. (Hammes, 2004) Logo após a criação das Organizações das Nações Uni-
das após o fim da segunda Guerra Mundial, a preocupação

24  EDUCAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 25


humana era a respeito dos Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
direitos humanos, a paz e o da ONU, elaborou um documento importante denominado
desenvolvimento igualitário. Relatório Bruntland, presidida pela então primeira ministra
Contudo, nas décadas de 60 e norueguesa Gro Harlem Bruntland. O título do documento
70, iniciou uma nova preocu- era “Nosso futuro comum” que apontou sobre a incompatibili-
pação a respeito do modo dade entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de pro-
como lidamos o meio ambi- dução e de consumo vigentes. No documento, o conceito sobre
ente. desenvolvimento sustentável é trazido como aquele que “satis-
faz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade
Apenas em 1972, a preocupação ecológica foi introdu- das gerações futuras de suprir as próprias necessidades.”
zida na agenda internacional através da Conferência Interna- (Bruntland, 1988)
cional de Estocolmo, constatando-se que o modelo tradicio-
nal de crescimento econômico levaria ao esgotamento No ano de 1992, ocorreu o marco histórico da Eco-92,
completo dos recursos naturais, pondo em risco a vida no sediada na cidade do Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho. Esta
planeta. Uma das grandes bandeiras levantadas na época foi conferência também foi denominada como a cúpula da Terra,
justamente a referência ao uso do petróleo, combustível fóssil pois reuniu 102 chefes de estado e a participação de 175 países,
natural em finito. maior encontro internacional de todos os tempos.

Neste mesmo ano foi publicada pelo Clube de Roma, que Muitos temas foram tratados ao longo da Rio-92, como
reunia diversos integrantes da comunidade científicas, a arsenal nuclear, desarmamento, guerra, desertificação, desma-
famosa publicação “Os limites do crescimento” (Meadows, tamento, crianças, poluição, chuva ácida, crescimento popula-
1972) que reconhecida em dados científicos o desgaste dos cional, povos indígenas, mulheres, fome, drogas, refugiados,
recursos naturais provocado pelas sociedades. concentração da produção e da tecnologia, tortura, discrimi-
nação e racismo.
O resultado de Estocolmo-72 foi a declaração sobre o
ambiente humano, onde se inicia o conceito de sustentabili- Paralelamente, também ocorreu o fórum global 92,
dade: “tanto as gerações presentes como as futuras tenham reunindo entidades da sociedade civil, com a participação de
reconhecidas, como direito fundamental, a vida num ambiente mais de 10 mil representantes de organizações não governa-
sadio e não degradado.” mentais (ONGs) das mais variadas áreas de atuação. Nele foi
elaborado a Carta da Terra, conclamando a todos os partici-
Importante observar que pela primeira vez, países do pantes para que adotassem seus princípios através de ações
mundo passaram a discutir de forma oficial a problemática concretas.
ecológica, assunto que já preponderava nos meios acadêmicos
e científicos, além de uma tendência hippie, anti-guerra e de Com o objetivo de propor um modelo de desenvolvi-
apoio a natureza. mento, a rio-92 produziu muitos documentos importantes,
sendo a maior e mais importante, a Agenda 21. Um protocolo

26  EDUCAÇÃO AMBIENTAL POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 27


de intenções para que todos os países seguissem a respeito dos intenções, depende de ações práticas de todos. Ou seja, de nada
diversos temas debatidos durante a cúpula. adianta que um país, cumpra intenções e consiga um processo
de desenvolvimento sustentável, sendo que outros países, às
vezes mais poluidores, não cumpram com o protocolo de
4.4 AGENDA 21 intenções.

A Agenda 21 não é um documento normativo, não obriga Este caráter genérico aponta como uma das maiores
as nações signatárias, mas sim um documento ético que divergências sobre a Agenda 21 além das dificuldades de imple-
demonstra um compromisso por parte dos países. O docu- mentação prática em ambientes culturais completamente dife-
mento possui 40 capítulos com mais de 800 páginas. Nele estão rentes de opiniões diversas.
tratados temas que se relacionam com o meio ambiente como:
atmosfera, energia, desertos, oceanos, água doce, tecnologia, Pelo menos, serviu para despertar opiniões públicas
comércio internacional, pobreza e população. O documento acerca do tema e hoje constitui em uma arma para que o cida-
divide-se em 4 seções: dimensões sociais e econômicas, con- dão escolha seus representantes, a partir de seus projetos de
servação e gestão dos recursos para o desenvolvimento, forta- sustentabilidade para a sociedade.
lecimento do papel dos principais grupos sociais e meios de
implementação. Outra crítica amplamente divulgada a respeito da agenda
21 é da não obrigação dos países signatários, percebendo assim
O documento transformou-se em instrumento de referên- uma clareza política no documento e não uma norma para
cia e mobilização, com objetivos focados em uma mudança de mudanças de comportamento. Neste caso, o cumprimento das
comportamento cada vez mais sustentável. Os pilares do docu- ações ou intenções, depende muito mais da demanda ou crítica da
mento são exatamente de promover novos padrões de consumo sociedade até por que o ambiente político é considerado instável.
e produção que reduzam as pressões ambientais e atendam as
necessidades básicas da humanidade e também de desenvolver Após a Rio-92, foram organizados novos fóruns de orga-
uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma de nizações governamentais e não-governamentais para análise
implementar padrões de consumo mais sustentáveis. dos progressos estabelecidos pela agenda 21, exemplo da que os
participantes concluíram que os resultados obtidos, cinco anos
Como foi um documento negociado previamente e com depois, eram ainda muito pequenos e haveria a necessidade de
a presença dos principais líderes mundiais, tornou-se um rever algumas ações práticas.
documento com importância tanto planetária como local. As
intenções demonstradas no documento são de grande valia Uma das necessidades é de ampliar a articulação entre
para uma percepção de um mundo desgastado e deteriorado, estado e sociedade civil, principalmente a nível local.
porém muitas críticas rodeiam também o documento.
A Carta da Terra, iniciada junta com a agenda 21 através
Um destes conflitos pode ser exemplificado com relação do fórum global em 92, também teve suas reformulações para
entre governos, empresariado e sociedade, que apesar de boas constituir-se em um documento vivo que inspirado em uma

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variedade de fontes, incluindo ecologia e outras ciências con- servação ambiental, porém polemizado pela presença de líde-
temporâneas, as tradições religiosas e filosóficas do mundo, a res de países extremistas, como no caso da presença do presi-
ética, o meio e o desenvolvimento, pudesse ser como um código dente Mahmoud Ahmadinejad do Irã.
de ética global por um desenvolvimento sustentável, apontando
para uma mudança em nossas atitudes, valores e estilo de vida. Segundo muitos ambientalistas, as conferências interna-
cionais que seguiram a Eco-92 caminharam numa controvér-
Uma ética global para uma sociedade global, esse é o sia. Ou o debate foi posto em nulidade ou em convergência de
objetivo da Carta da Terra, direcionando as sociedades através opiniões, e quando o assunto se trata da ecologia do planeta, o
de princípios globais orientando a questão do meio ambiente e mundo não pode continuar numa ambigüidade. Outro ponto
do desenvolvimento. de discussão se dá a respeito dos principais órgãos econômicos
e de desenvolvimento como o BID (Banco Interamericano de
Repare o que diz Gadotti (2000) sobre o movimento eco- Desenvolvimento), FMI (Fundo Monetário Internacional) e a
lógico: OMC (Organização Mundial do Comércio) entre outros, que
O movimento ecológico, como todo movimento não se aliam ao discurso da sustentabilidade, não impondo ou
social e político, não é neutro. (...) nele se manifestam interes- interferindo nos países sobre as questões socioambientais.
ses diversos, inclusive de grandes corporações. O que importa
não é combater todas as formas de sua manifestação, mas Há a necessidade no mundo de uma nova visão, um novo
entrar em seu campo e construir, a partir de seu interior, uma paradigma, porém esta visão é freada por falta de ações globais
perspectiva popular e democrática de defesa da ecologia. Ele que envolvem a economia mundial e a política. A falta de inte-
pode ser um espaço importante de luta em favor dos seres gração nos leva a um estado de quase hibernação de ações defi-
humanos mais empobrecidos pelo modelo econômico capita- nitivas o que nos comprova uma falta de compromisso pela
lista globalizado. Nessa luta por um planeta saudável, tanto a política mundial.
Carta da Terra quanto a Agenda 21, como resultado da con-
junção de tantos esforços, se constituem em instrumentos Percebemos também nos últimos relatórios da ONU que
insubstituíveis. afirmam, apesar dos esforços pontuais de alguns países e socie-
dades que já contribuem com desenvolvimento sustentável,
Ainda sobre as conferências internacionais, a ONU orga- através de uma análise de 147 países que se comprometeram
nizou mais duas outras reuniões, a Rio+10 que ocorreu na com a redução de gases que
cidade de Johanesburgo, África do Sul em 2002, e a Rio+20 no aumentam o efeito estufa, as
Rio de Janeiro em 2012. Estas duas com o objetivo de reverbe- emissões continuarão aumen-
rar a Eco 92 e de analisar as metas alcançadas. tando até 2030 e que a previsão
de muitos é que a média de tem-
No caso da Rio+10, considerada improdutiva por muitos peratura global aumente entre
especialistas, as discussões foram mais relacionadas à geopolí- 5°C e 6°C considerada desastrosa
tica, deixando de lado a preservação ambiental. Na Rio+20 o para a biodiversidade, bem dife-
assunto voltou a ser sobre desenvolvimento sustentável e pre- rente do teto estipulado de 2°C.

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Muitos cientistas são mais pessimistas e consideram sem SILVA, D.J. Viva a floresta viva. Florianópolis: Secretaria
volta a destruição que causamos, outros são mais cautelosos, de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente/Pro-
mas todos concordam com a atual situação crítica que vivemos grama de Educação Ambiental, 1996. 96p.
necessitando de um poder regulatório mais intenso e uma
política mundial obrigatória para reduzir a emissão de gases HAMMES, V.L. Educação ambiental. In: Construção da
poluentes. Proposta Pedagógica, Ed. Globo; Embrapa; 2004.

Novas cúpulas e conferências estão marcadas e com cer- GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. Petrópolis: Vozes,
teza os líderes de estado irão discutir mais profundamente as 2000.
questões socioambientais, pois não há alternativa quando con-
sideramos entre destruição ou preservação. BRUNDTLAND, G.H.; Nosso futuro comum. Relatório
da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-
Reflita sobre... mento. Rio de Janeiro: FGV, 1988.
Pesquise sobre quaisquer medidas de educação am-
biental que ocorram em sua localidade. NOVAIS, Washigton. A construção da sustentabilidade.
O estado de São Paulo. 7 de janeiro de 2002, p.2.

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